Table Of ContentUNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
THAIS WATAKABE YANAGA
INCLUSÃO ESCOLAR E PROCESSOS DE RESILIÊNCIA EM
ADOLESCENTES E JOVENS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Presidente Prudente
2017
THAIS WATAKABE YANAGA
INCLUSÃO ESCOLAR E PROCESSOS DE RESILIÊNCIA EM
ADOLESCENTES E JOVENS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Tese de Doutorado apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Educação da Faculdade
de Ciências e Tecnologia, UNESP/Campus de
Presidente Prudente, como exigência para
obtenção do título de Doutora em Educação.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Renata Maria
Coimbra
Presidente Prudente
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
Yanaga, Thais Watakabe.
Y22i Inclusão escolar e processos de resiliência em adolescentes e jovens da
educação especial / Thais Watakabe Yanaga. - Presidente Prudente : [s.n.],
2017
227 f.
Orientadora: Renata Maria Coimbra
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências e Tecnologia
Inclui bibliografia
1. Processo de resiliência. 2. Inclusão escolar. 3. Educação especial. I.
Coimbra, Renata Maria. II. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Ciências e Tecnologia. III. Título.
DEDICATÓRIA
A todos aqueles que buscam desenvolver uma educação de qualidade, independente para
quem seja, respeitando-se as diferenças.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por estar sempre presente em minha vida, proporcionando a saúde necessária
para lutar e conquistar meus objetivos.
Aos meus pais, Mitie e Noritaka, por me fornecerem as condições necessárias para que
pudesse me dedicar sempre aos estudos, incentivando-me a sempre acreditar em meus sonhos
e buscá-los.
Ao meu marido Fernando, por me apoiar em todos os projetos e sonhos, por ser o
companheiro que compreendia minhas ausências em decorrência da dedicação a minha
pesquisa, e por me acompanhar nas viagens pelos campi do IFPR.
À Direção Geral, Direção de Ensino e Coordenação de Ensino do Instituto Federal do
Paraná – Paranavaí, por compreenderem a importância do Doutorado para a minha realização
profissional. Em especial, aos colegas da Seção Pedagógica e de Assuntos Estudantis, por
oportunizarem o meu afastamento da instituição.
Aos professores Dra. Elisa Tomoe Moriya Schlünzen e Dr. Alex Gomes Pessoa pelos
valiosos apontamentos que contribuíram para o enriquecimento desta pesquisa.
À orientadora, Professora Dra. Renata Maria Coimbra, por ter sido extremamente
compreensiva com sua orientanda na condição de estudante, trabalhadora e moradora distante
de Presidente Prudente. Por compartilhar seu conhecimento e orientar os passos deste estudo.
A todos os professores e alunos que aceitaram participar desta pesquisa, contribuindo
para o seu desenvolvimento.
E, novamente, ao IFPR, por abrir suas portas e permitir a realização da pesquisa em
seu âmbito.
EPÍGRAFE
Ás vezes é mais fácil reclamar da sorte
Do que na adversidade ser mais forte
Querer subir sem batalhar
Pedir carinho sem se dar, sem olhar do lado
Já imaginou de onde vem à luz de um cego
Já cogitou descer de cima do seu ego
Tem tanta gente por aí na exclusão
E ainda sorri, tenho me perguntado
Pra ser feliz
Do que é que o ser humano necessita
O que é que faz a vida ser bonita
A resposta onde é que está escrita
Pra ser feliz
O quanto de dinheiro eu preciso
Como é que se conquista o paraíso
Quanto custa pro verdadeiro sorriso
Brotar do coração
Talvez a chave seja a simplicidade
Talvez prestar mais atenção na realidade
Porque não ver como lição
O exemplo de superação de tantas pessoas
O tudo às vezes se confunde com o nada
No sobe e desce da misteriosa escada
E não tem como calcular
Não é possível planejar
Não é estratégico
Pra ser feliz...
(Autoria de Elias Muniz)
RESUMO: Inclusão escolar e processos de resiliência em adolescentes e jovens da
educação especial.
Este estudo está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade
Estadual Paulista, campus de Presidente Prudente, mais especificamente à linha de pesquisa
Desenvolvimento Humano, Diferença e Valores. O objetivo da pesquisa foi analisar como as
ações de inclusão se articulam com processos de resiliência em adolescentes e jovens da
Educação Especial, a partir da perspectiva dos alunos e professores. O referencial teórico
adotado se refere à abordagem socioecológica, cujos pressupostos dos estudos da resiliência
se pautam, principalmente, numa abordagem cultural. Com relação à temática da inclusão, é
entendida neste trabalho como um processo que valoriza as diferenças. A pesquisa de
abordagem qualitativa foi realizada por meio de dois estudos. O Estudo I consistiu em uma
pesquisa documental, no qual se analisou os documentos do IFPR (local em que se
desenvolveu a pesquisa), verificando as políticas, princípios e ações constantes sobre a
inclusão de alunos da Educação Especial. Esse estudo possibilitou o entendimento e
posicionamento da instituição sobre a inclusão e buscou-se, a partir dos dados levantados nos
documentos, relacioná-los com as sete tensões da abordagem socioecológica, analisando
como as propostas de inclusão poderiam contribuir para o processo de resiliência de alunos da
Educação Especial. Baseados nos resultados desse estudo, o Estudo II consistiu em pesquisa
de campo, mais precisamente num estudo de caso múltiplo, que se realizou em seis campi do
IFPR. Buscou-se analisar a percepção dos professores que davam aula aos alunos da
Educação Especial e destes alunos considerados em processo de resiliência sobre as ações de
inclusão desenvolvidas no IFPR, como contribuindo para o processo de inclusão e para o bom
crescimento dos alunos. As ações de inclusão citadas foram relacionadas com as sete tensões
da abordagem socioecológica, verificando de que forma contribuíam para o processo de
resiliência. Participaram desse estudo 14 professores, de ambos os sexos e com diversas
formações, cujo critério principal foi que ministrassem aula ou desenvolvessem atividades
com os alunos da Educação Especial de seu campus. Participaram 12 alunos, sendo quatro
surdos, dois com Síndrome de Asperger, um cego, um deficiente visual, um com Síndrome de
Down, um com amputação do braço, um com raquitismo, um com mielomeningocele, de
ambos os sexos, com idade entre 14 e 28 anos, e considerados em processo de resiliência.
Nessa etapa, os professores participantes contribuíram de duas formas. Primeiramente,
realizou-se uma conversa coletiva com os professores participantes de cada campus sobre a
concepção que estes possuíam sobre ―crescer bem‖, e de acordo com essa concepção, definiu-
se quais alunos da Educação Especial do seu campus apresentavam esse ―crescer bem‖. A
outra etapa consistiu em entrevista semiestruturada realizada individualmente com os
professores, em que se buscou levantar as ações de inclusão percebidas pelos professores que
contribuíam para o bom crescimento dos alunos da Educação Especial. Com estes alunos,
realizou-se a entrevista semiestruturada de forma individual, em que se buscou levantar as
ações de inclusão percebidas pelos alunos que contribuíam para o seu crescer bem. Seis dos
doze alunos continuaram a pesquisa, por meio do uso dos métodos visuais, em que tiraram de
15 a 20 fotos de momentos, lugares, pessoas no IFPR que representavam algo bom como
também algo ruim para eles. As fotos foram analisadas e explicadas pelos próprios alunos
para a pesquisadora. A partir das ações de inclusão citadas pelos professores e alunos, por
meio das entrevistas e das fotos, estas foram analisadas à luz das sete tensões, verificando por
meio de suas resoluções ou não, o favorecimento de processos de resiliência. Os resultados
apontaram que poucas ações de inclusão eram desenvolvidas institucionalmente, pois a
maioria das ações era realizada por iniciativa própria dos professores e da equipe pedagógica.
Porém, por meio dessas ações, a maioria dos alunos da Educação Especial se sentiam
incluídos, indicando que tais ações estavam favorecendo processos de resiliência, atuando
como ações protetivas, situação que não acontecia com os alunos surdos que, apesar de
gostarem de estudar no IFPR, estavam expostos a mais situações de risco, pois nem todas as
ações de inclusão os estavam protegendo. E dentro das ações de inclusão citadas, considerou-
se que estas não conseguiam favorecer a resolução das tensões Justiça Social e Poder e
Controle. Apresentou-se, como meio de favorecer a resolução das tensões e com isso
promover ações de inclusão mais protetivas aos alunos da Educação Especial, a consolidação
do NAPNE e do AEE pelo IFPR. Espera-se que este estudo colabore para a prática dos
membros de instituições escolares que trabalhem com alunos da Educação Especial e suscite
novas reflexões no campo educacional, garantindo práticas mais eficazes.
Palavras-chave: Processo de Resiliência; Inclusão Escolar; Educação Especial; Juventude.
ABSTRACT: School inclusion and resilience processes in adolescents and young people
in special education.
This study is linked to the Graduate Program in Education of the Universidade Estadual
Paulista, Presidente Prudente campus, more specifically to the Human Development,
Difference and Values research line. The objective of the research was to analyze how
inclusion actions are articulated with processes of resilience in adolescents and young people
in special education, from the perspective of students and teachers. The theoretical reference
adopted refers to the socioecological approach, whose presuppositions of the studies of the
resilience, are based mainly on a cultural approach. Regarding the theme of inclusion,
understood in this work as a process that values the differences. The qualitative approach
research was carried out through two studies. Study I consisted of a documentary research, in
which the documents of the IFPR (where the research was developed) were analyzed,
verifying the policies, principles and constant actions on the inclusion of special education
students. This study allowed the understanding and positioning of this institution on inclusion
and sought from the data collected in the documents, relate them to the seven tensions of the
socioecological approach, analyzing how inclusion proposals could contribute to the
resilience process of special education student. Based on the results of this study, Study II
consisted of field research, more precisely in a multiple case study, which was carried out in
six IFPR campus. The aim of this study was to analyze the perception of the teachers who
taught the special education students considered in the process of resilience and these students
on the inclusion actions developed in the IFPR as contributing to the inclusion process and to
the good growth of the students. The inclusion actions mentioned were related to the seven
tensions of the socioecological approach, verifying how they contributed to the resilience
process. A total of 14 teachers, both male and female, participated in this study, whose main
criterion was to teach or develop activities with special education students on their campus.
There were 12 students, four deaf people, two with Asperger's Syndrome, one blind, one
visually impaired, one with Down Syndrome, one with amputation of the arm, one with
rickets, one with myelomelingocele, of both sexes, between 14 and 28 years, and considered
in the process of resilience. At this stage, the participating teachers contributed in two ways.
Firstly, a collective discussion was held with the participating teachers of each campus about
their conception of "growing well", and according to this conception, it was defined which
special education students on their campus had "grow well". The other stage consisted of a
semi-structured interview conducted individually with the teachers, in which the inclusion
actions perceived by teachers that contributed to the good growth of special education
students were sought. With the students we conducted the semi-structured interview on an
individual basis, in which we sought to raise the inclusion actions perceived by the students
that contributed to their growth well. Six of the twelve students continued the research
through the use of visual methods in which they took 15-20 pictures of moments, places,
people in the IFPR that represented something good as well as something bad for them. The
photos were analyzed and explained by the students themselves to the researcher. From the
inclusion actions mentioned by the teachers and students, through the interviews and the
photos, these were analyzed in the light of the seven tensions, verifying through their
resolutions or not, the favoring of resilience processes. The results showed that few inclusion
actions were developed institutionally, since most of the actions were developed by the
teachers' own initiative and by the pedagogical team. However, through these actions, the
majority of special education students felt included, indicating that these actions were
favoring resilience processes, acting as protective actions. This situation was not the case with
deaf students, who, although they enjoyed studying at the IFPR, were exposed to more risk
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