Table Of ContentPara a História do Socialismo
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www.hist-socialismo.net
Um Outro Olhar Sobre
Stáline
Ludo Martens
Edição:
Para a História do Socialismo
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www.hist-socialismo.net
Agosto 2009
Autor: Ludo Martens
Título original: Un autre regard sur Staline
Primeira edição: Editions EPO, Anvers (Berchem), Bélgica 1994
Tradução: CN
do original em francês, segundo a versão electrónica disponível em
http://www.communisme-bolchevisme.net/download/Ludo_Martens_
Un_autre_regard_sur_Staline.pdf
Capa: CM
Paginação e impressão: GM
A edição impressa desta obra pode ser pedida
para [email protected]
2
Prefácio à edição portuguesa
por Carlos Costa
É difícil para mim escrever um novo prefácio para esta edição, depois do rigoroso
prefácio do autor, na parte em que se refere à sua investigação e conteúdo da obra, e
depois da pertinente Nota do Tradutor (tradutor que enriqueceu enormemente a obra
com as suas notas de rodapé e o importante Índice de Nomes – quem é quem –, que aliás
muito nos ajuda para a leitura de outras obras).
Atrever-me-ei, contudo, a escrever algumas notas, que, embora possam não trazer
algo de novo, me parece será útil neste momento recordar.
1. Toda a história da sociedade humana, desde que surgiram as classes sociais, é a
história da luta de classes.
A Revolução de Outubro, com a consequente construção do socialismo, foi o mais
importante acontecimento desta história da sociedade humana, isto é, da história da luta
de classes (no caso, e concretizando, da luta dos explorados e oprimidos contra os
exploradores e opressores ou, simplificando ainda mais, da classe operária contra a classe
capitalista).
E, sendo assim, a derrota do socialismo na União Soviética é, também, dos mais
importantes factos da história da sociedade.
Por tudo isto é indispensável para os comunistas de hoje o estudo do que foi a epopeia
da construção do socialismo, no quadro da inevitavelmente acesa luta de classes, epopeia
que, entre muitas outras coisas, se traduziu na transformação de 120 milhões de ínfimos
objectos da História – os mujiques – em parte substancial dos sujeitos da história que
criaram a civilização soviética.
Por idêntica razão, o estudo das causas da derrota do socialismo na URSS coloca-se hoje
como questão crucial para todos os comunistas. Sem essa análise, não é possível aos partidos
comunistas definirem, com rigor e acerto revolucionário, as orientações e linhas de acção
(tácticas e estratégicas), adequadas ao tempo actual e que a presente crise económica,
financeira, política e ética do sistema capitalista exige.
2. A divulgação, nos últimos tempos, de um vasto conjunto de documentos factuais,
das análises, das abordagens sobre as causas da derrota, constitui um importante passo
em frente neste sentido.
É nesse esforço de análise que este importante livro de Ludo Martens deve ser visto.
O sítio Para a História do Socialismo – documentos, que também teve a iniciativa de
publicar esta obra, tem dado de há um ano para cá uma contribuição para esta divulgação
em Portugal (e não só), de textos para o estudo da construção do socialismo e da sua
derrota na União Soviética.
Neste livro, Ludo Martens debruça-se sobre Stáline, um dos mais relevantes dirigentes
comunistas de sempre, que desempenhou um papel fulcral em todo o processo de
construção do socialismo e na derrota militar do nazi-fascismo.
3
Para combater (e finalmente derrotar) o socialismo na URSS, os nazis e todos os
outros imperialistas usaram toda a espécie de armas: invasão e fomento da guerra civil
(logo após o triunfo da revolução), boicotes, sabotagens, infiltrações de serviços secretos,
criação de quintas colunas, corrupção, apoio a trânsfugas, traidores, conspiradores,
reformistas, oportunistas, revisionistas, etc., etc., etc..
Mas a arma que parece ter-se revelado mais eficaz foi a de simbolizarem e
identificarem o socialismo com Stáline, denegrindo a linha marxista-leninista por ele
mantida e desenvolvida firmemente, o seu papel histórico e personalidade. Para isso
deturparam factos, inventaram as mais sórdidas mentiras, fizeram de Stáline o ditador
sanguinário e repetiram, repetiram, repetiram de tão variadas formas estas ideias que
para milhões de pessoas (incluindo comunistas) se tornaram dúvidas ou verdades.
3. Depois da morte de Stáline, o revisionista e eticamente degradado Khruchov, no fim
do XX Congresso do PCUS, lançou com um verdadeiro golpe a bomba política, ideológica
e psicológica, o chamado «Relatório Secreto», que credibilizou todas as mentiras e
infâmias lançadas sobre a personalidade, papel histórico e ideologia de Stáline.
O caminho estava aberto para toda uma linha revisionista no plano ideológico e da
política interna e externa, que facilitou a nova ofensiva e agressividade do imperialismo e
lançou os fundamentos para o surto de uma classe exploradora, que, com Gorbatchov,
Iéltsine e comparsas, levou à derrota final do socialismo na URSS, pela classe que hoje
detém o poder de Estado na Rússia, e à consequente desagregação da União Soviética.
Pelo caminho, a maior parte dos partidos comunistas europeus foram degenerando
em partidos sociais-democratas. Digo europeus porque, nos países da América, já muitos
tinham degenerado sob a influência do «browderismo», teoria de conciliação de classes
baseada na falsa interpretação da aliança na Segunda Guerra Mundial entre os EUA e a
URSS, elaborada e difundida pelo renegado Earl Browder, secretário-geral do PC dos
EUA, que levou à dissolução do próprio partido.
4. Identicamente, em grande parte baseada na interpretação errada daquela aliança,
também em Portugal (no Tarrafal), surgiu a teoria chamada de «política de transição»,
derrotada na reorganização de 1940/41 e principalmente no IV Congresso do PCP em
1946, mas que ressurge como linha política da chamada «solução pacífica do problema
político português», relativamente à qual Álvaro Cunhal diz que se foi «infiltrando» na
linha política do Partido, assente na ideia obsessiva da «degradação irreversível» do
regime salazarista.
Nas suas obras, talvez das mais importantes para a formação dos comunistas
portugueses, contam-se O Desvio de Direita nos anos 1956-1959 e A Tendência Anarco-
Liberal na Organização do Trabalho de Direcção, nas quais Álvaro Cunhal critica com
todo o pormenor e a maior profundidade esse desvio, também ele influenciado pela
política de coexistência pacífica deturpada por Khruchov e outras teorias por ele
desenvolvidas no XX Congresso e posteriores do PCUS.
Traço comum a todos estes desvios é terem surgido a partir de direcções de partidos, o
que bem confirma a sabedoria popular de que «a cabeça comanda o corpo».
4
A confiança dos militantes nos dirigentes dos seus partidos é indispensável, mas,
portanto, mais indispensável ainda é que as direcções dos partidos mereçam essa
confiança pela justeza da linha política que prosseguem, estilo de trabalho colectivo,
frontalidade, lealdade e fraternidade entre camaradas (princípios que Ho-Chi-Minh
valorizou no seu testamento político).
É uma necessidade imperiosa para os comunistas, e indispensável para os seus
dirigentes, o estudo do marxismo-leninismo (conjunto de teorias científicas elaboradas
por Marx, Engels e Lénine) e, a essa luz, a análise da realidade nacional e mundial.
Por tudo isto, é extremamente útil a leitura meditada deste livro de Ludo Martens,
assim como de vários outros textos também publicados no sítio Para a História do
Socialismo – Documentos.
Lisboa, 28 Junho 2009
Carlos Costa
5
Nota do tradutor
A primeira edição de Um Outro Olhar Sobre Stáline, de Ludo Martens, foi publicada
na Bélgica, em 1994, menos de três anos após a dissolução da URSS e em pleno rescaldo
da derrota do socialismo neste país e em todo o Leste europeu.
Num momento em que a onda de choque provocada pela tremenda regressão histórica
não só flagelava os povos dos antigos países socialistas, confrontados com a implantação
selvática do capitalismo, como abalava os fundamentos ideológicos de todo o movimento
comunista mundial, semeando a descrença, a desorientação, a divisão e o derrotismo,
Ludo Martens, secretário-geral do Partido do Trabalho da Bélgica (funções que exerceu
até 2007), escreveu esta obra singular, que, decorridos 15 anos, permanece uma raridade
no conjunto da historiografia ocidental sobre as primeiras décadas da construção do
socialismo na URSS.
Solidamente assente em fontes credíveis, grande parte das quais produzidas por
autores burgueses e não comunistas ao longo do século XX, recorrendo às recentes
investigações permitidas pela abertura dos arquivos soviéticos no final dos anos 80, de
que se destacam os números das chamadas vítimas das «repressões» stalinistas apurados
pelos historiador V.N. Zemskov, Ludo Martens desmonta as principais mentiras forjadas
e incutidas na consciência de gerações pelos inimigos do País dos Sovietes, aos quais se
juntou, a partir de 1956, o falsificador Khruchov com o seu tristemente célebre «relatório
secreto».
Contributo de inestimável valor para todos aqueles que consideram o estudo e
reexame da história da URSS indispensáveis à afirmação dos ideais comunistas e da
construção do socialismo como única alternativa real ao capitalismo, Um Outro Olhar
Sobre Stáline permaneceu até hoje praticamente desconhecido no nosso País devido à
falta de uma edição portuguesa.
A presente tradução visa colmatar essa lacuna e insere-se no trabalho de divulgação do
site Para a História do Socialismo – Documentos, cujo objectivo é contribuir para o
estabelecimento da verdade histórica sobre a epopeia dos povos da União Soviética
desbravando os caminhos do socialismo e do comunismo para toda a humanidade.
Nesta tradução seguimos a edição original em francês, na versão electrónica realizada
por Vincent Gouysse (disponível no site www.communisme-bolchevisme.net), mas
procurámos evitar segundas traduções nas citações de V.I. Lénine, adoptando o texto das
Obras Escolhidas em três e seis tomos, das Edições «Avante!». Na ausência de versão
portuguesa, e sempre que nos foi possível localizar os textos, optámos por traduzir
directamente do original russo, caso sobretudo das citações de I.V. Stáline (Obras, em 18
tomos, sob direcção de R.I. Kossolapov, 1997–2006, disponíveis em http://grachev62.-
narod.ru/stalin/index.htm), e dos excertos do «Relatório de Khruchov sobre o Culto da
Personalidade», no XX Congresso do PCUS, publicado em Izvéstia TsK KPSS, N.º 3,
Março de 1989.
De modo a facilitar a identificação das dezenas de personalidades referidas neste livro,
acrescentámos breves notas biográficas em rodapé, que se encontram ordenadas num
índice de nomes no final do livro. Como fontes utilizámos o Dicionário Enciclopédico
Soviético, a Grande Enciclopédia Soviética (disponível em http://slovari.yandex.ru/-
dict/bse), e ainda o site russo www.hronos.info.
6
Por último, assinale-se que procurámos respeitar a ortografia portuguesa na
transliteração fonética dos nomes russos, o que explica a existência de grafias divergentes
nas referências bibliográficas, consoante se trate de fontes em inglês, francês ou alemão,
cujos padrões de transliteração são naturalmente diferentes do português.
A todos os camaradas e amigos que colaboraram directa ou indirectamente na
realização desta edição aqui ficam os nossos sinceros agradecimentos.
CN
3 de Junho 2009
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«Fui um anti-stalinista convicto desde a idade de 17 anos. A ideia de um atentado
contra Stáline invadia os meus pensamentos e sentimentos. Estudámos as
possibilidades “técnicas” de um atentado. E passámos à sua preparação prática.
«Se me tivessem condenado à morte em 1939, essa decisão teria sido justa. Eu
concebera o plano de matar Stáline e isso era um crime, não?
«Quando Stáline ainda estava vivo, eu via as coisas de outro modo, mas agora que
posso sobrevoar este século, digo: Stáline foi a maior personalidade do nosso século, o
maior génio político. Adoptar uma atitude científica a respeito de alguém é diferente de
manifestar uma atitude pessoal.»
Aleksandr Zinóviev, 19931
***
«Na minha opinião, há duas “espadas”: uma é Lénine e a outra, Stáline.
A espada que é Stáline, os russos lançaram-na agora por terra.
Gomulka e alguns húngaros apanharam-na para atacar a União Soviética, para
combater aquilo que é chamado de stalinismo. Os imperialistas servem-se também
desta espada para assassinar os povos; Dulles, por exemplo, tem-na brandido. Esta
arma não está emprestada, foi deitada fora.
«Nós, Chineses, não a rejeitámos.
«Quanto à espada que é Lénine, não foi ela também rejeitada de algum modo pelos
dirigentes soviéticos? A meu ver isso aconteceu em muito larga medida.
A Revolução de Outubro permanece válida? Poderá ainda servir de exemplo aos
diferentes países? O relatório de Khruchov diz que é possível chegar ao poder pela via
parlamentar; isso significa que os outros países já não teriam necessidade de seguir o
exemplo da Revolução de Outubro. Uma vez franqueada esta porta, o leninismo está
praticamente rejeitado.»
Mao Tsé Tung, 15 de Novembro de 19562
«Durante muitos anos, mesmo entre pessoas de esquerda, havia um certo
constrangimento em falar de Stáline, como se isso demonstrasse uma desactualização
cultural e política lastimável.
Jamais me conformei com isso. Sempre manifestei o meu apreço pelo grande herói
de Stalingrado, a figura máxima da luta contra o nazismo.
Um dia, os que se recusavam a discutir Stáline vão perceber como estavam
enganados, iludidos pela campanha odiosa movida contra ele pelas forças mais
reaccionárias, como este livro de Ludo Martens tão bem demonstra».
Óscar Niemeyer3
________________
1 Alexandre Zinoviev, Les confessions d’um homme en trop. Ed. Olivier Orban, 1990, pp.104,
120, Interview Humo, 25 Fevereiro de 1993, pp. 48-49.
2 Mao Zedong, Oeuvres choisies, tomo V, Ed. en Langues étrangères, Beijing, 1977, p. 369.
3Texto de Óscar Niemeyer incluído na edição brasileira da presente obra, editora Revan, 2003.
(Nota do Tradutor)
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Prefácio
Que um célebre dissidente soviético a viver na Alemanha «reunificada», um homem
que na sua juventude cultivou o anti-stalinismo a ponto de preparar um atentado
terrorista contra Stáline, que encheu livros para dizer tudo quanto de pior pensava sobre
a política stalinista, que um tal homem se tenha visto obrigado na sua velhice a render
homenagem a Stáline, eis algo que faz pensar.
Muitos homens que se proclamam comunistas não deram provas de tanta coragem. De
facto, não é fácil erguer uma voz fraca contra o furacão da propaganda anti-stalinista.
Além disso, um grande número de comunistas sente-se muito pouco à vontade nesse
terreno. Tudo o que os inimigos do comunismo afirmaram durante 35 anos, Khruchov
confirmou-o em 1956. Desde então, a unanimidade na condenação de Stáline, que vai dos
nazis aos trotskistas e do tandem Kissinger-Brzezinski ao duo Khruchov-Gorbatchov,
parece impor-se como prova da verdade. Defender a obra histórica de Stáline e do
partido bolchevique tornou-se uma coisa impensável, monstruosa. E muitos homens que
se opõem sem equívocos à anarquia mortífera do capitalismo mundial curvaram-se sob
intimidação.
Hoje, a constatação da loucura destruidora que se apoderou da União Soviética, com o
seu cortejo de fome, de desemprego, de criminalidade, de miséria, de corrupção, de
ditadura aberta e de guerras inter-étnicas, levou um homem como A. Zinóviev a pôr em
causa preconceitos arraigados desde a adolescência.
Não há qualquer dúvida de que aqueles que querem defender os ideais do socialismo e
do comunismo deverão pelo menos fazer o mesmo. Todas as organizações comunistas e
revolucionárias pelo mundo fora ver-se-ão obrigadas a reexaminar as opiniões e os
julgamentos que formularam depois de 1956 sobre a obra de Stáline. Ninguém pode
escapar a esta evidência: quando, após 35 anos de denúncias virulentas do «stalinismo»,
Gorbatchov pôs realmente fim a todas as realizações de Stáline, constatou-se que Lénine,
de igual modo, se tornou persona non grata na União Soviética. Com o enterro de Stáline,
o leninismo também desapareceu da face da terra.
Redescobrir a verdade revolucionária sobre o período dos pioneiros é uma tarefa
colectiva que incumbe a todos os comunistas do mundo. Esta verdade revolucionária
resultará da confrontação das fontes, dos testemunhos e das análises. A contribuição dos
marxistas-leninistas soviéticos, os únicos que podem ter acesso a determinadas fontes e
testemunhos, será capital. Mas o seu trabalho é hoje feito nas mais difíceis condições.
Publicamos as nossas análises e reflexões sobre este tema sob o título Um Outro Olhar
Sobre Stáline. A classe cujo interesse fundamental consiste em manter o sistema de
exploração e de opressão impõe-nos quotidianamente a sua visão sobre Stáline. Adoptar
uma outra visão sobre Stáline é ver a personagem histórica de Stáline através dos olhos
da classe oposta – a dos explorados e oprimidos.
Este livro não foi concebido como uma biografia de Stáline. O seu propósito é abordar
frontalmente os ataques contra Stáline a que estamos mais habituados: o «testamento de
Lénine», a colectivização imposta, a burocracia sufocante, o extermínio da velha guarda
bolchevique, as grandes depurações, a industrialização forçada, a coligação de Stáline
com Hitler, a sua incompetência na guerra, etc.. Comprometemo-nos a desmontar certas
«grandes verdades» sobre Stáline, aquelas que são resumidas milhares de vezes em
9
algumas frases nos jornais, nos cursos de História, nas entrevistas que, por assim dizer,
entraram no subconsciente.
«Mas como é possível defender um homem como Stáline?» – dizia-nos um amigo.
Havia espanto e indignação na sua pergunta. Isto recordou-me o que me havia dito,
noutro dia, um velho operário comunista. Falava-me do ano de 1956, quando Khruchov
leu o seu famoso relatório secreto. Aquilo provocou debates agitados no seio do Partido
Comunista. No meio de uma dessas altercações, uma mulher idosa, comunista, oriunda
de uma família judaica comunista, que perdera dois filhos durante a guerra e cuja família
na Polónia tinha sido exterminada, exclamou: «Mas como podemos não apoiar Stáline,
ele que construiu o socialismo, que derrotou o fascismo, que encarnou todas as nossas
esperanças?» Na tempestade ideológica que se abatia sobre o mundo, num momento em
que outros davam o flanco, aquela mulher permanecia fiel à revolução. E por essa razão,
olhava de outro modo para Stáline. Uma nova geração de comunistas partilhará o seu
olhar.
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