Table Of ContentVINÍCIOS SOUZA DE MENEZES 
 
 
 
Rasum Tabulae: um limiar metafórico-escritural dos estudos da informação, ou, 
Le Livre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tese de doutorado   
Junho de 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ  
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO – ECO  
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA – IBICT 
 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – PPGCI 
 
 
 
VINÍCIOS SOUZA DE MENEZES 
 
 
 
 
 
Rasum Tabulae:  
um limiar metafórico-escritural dos estudos da informação, ou,  
Le Livre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2017
VINÍCIOS SOUZA DE MENEZES 
 
 
 
Rasum Tabulae:  
um limiar metafórico-escritural dos estudos da informação, ou,  
Le Livre 
 
 
 
 
 
 
Tese  de  Doutorado  apresentada  ao  Programa  de  Pós-
Graduação em Ciência da Informação, convênio Instituto 
Brasileiro  de  Informação  em  Ciência  e  Tecnologia  e 
Universidade  Federal  do  Rio  de  Janeiro  /  Escola  de 
Comunicação,  como  requisito  à  obtenção  do  título  de 
Doutor em Ciência da Informação. 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Gustavo Silva Saldanha. 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2017
M543     Menezes, Vinícios Souza de. 
     Rasum tabulae: um limiar met afórico-escritural dos estudos da 
informação, ou, Le Livre. / Vinícios Souza de Menezes. – Rio de 
Janeiro, 2017.   
          306 f. 
     Tese (Doutorado em Ciência  da Informação) – Programa de 
Pós-Graduação em Ciência da Informação, Instituto Brasileiro de 
Informação em Ciência e Tecnolo gia, Universidade de Federal do 
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. 
       Orientador: Professor Doutor Gustavo Silva Saldanha. 
 
   1. Filosofia da Informação. 2. Informe. 3.  Livro. 4. Gramática.  
5. Metafóra. I. Menezes, Vinícios Souza de. II. Gustavo Silva 
 
Saldanha. III. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e 
Tecnologia. Universidade de Federal do Rio de Janeiro. IV. Título.  
 
 
                         CDU 020
VINÍCIOS SOUZA DE MENEZES 
 
RASUM TABULAE:  
UM LIMIAR METAFÓRICO-ESCRITURAL DOS ESTUDOS DA INFORMAÇÃO, ou,  
LE LIVRE 
 
Tese  de  Doutorado  apresentada  ao  Programa  de  Pós-
Graduação em Ciência da Informação, convênio Instituto 
Brasileiro  de  Informação  em  Ciência  e  Tecnologia  e 
Universidade  Federal  do  Rio  de  Janeiro  /  Escola  de 
Comunicação,  como  requisito  à  obtenção  do  título  de 
Doutor em Ciência da Informação. 
 
Aprovada em, 23 de junho de 2017.
Para as moiras da minha vida. Inscrições-mães!  
Para aquela que não se chama pelo nome, apenas por apelido: Zelita 
Para Stella, meu segundo sol que brilha as noites 
e 
Para Moira, a “própria”, pela desmedida alegria infantil de ser seu pãe! 
 
 
Em todos os momentos de minha vida há uma mulher que me leva pela mão nas trevas de uma 
realidade que as mulheres conhecem melhor que os homens e nas quais se orientam melhor 
com menos luzes. [...] Nada de ruim pode me acontecer quando estou entre mulheres.  
Gabriel García Márquez, Cheiro de goiaba  
(2014, p. 158-159)
AGRADECIMENTOS 
 
Aos que partiram durante esta travessia, um especial agradecimento ao meu avô e ao meu pai 
de criação, livros na estante! 
Às três Moiras da minha vida: Zelita, Stella e Moira. 
Às minhas sobrinhas: Morgana e Melissa. 
Aos meus irmãos: Viviane, Carla e Júlio. 
À minha mãe-segunda: tia Cau. 
Aos  meus  familiares:  minha  avó  Genezia,  Antonio,  tia  Nena,  Andréia,  tia  Jane,  tio  Zé 
Raimundo, tio Zacarias, tio Eduardo, Gisele, Ivan, Denise... família nordestina não cabe em 
agradecimento de uma página, então, agradeço e dedico esse texto para todos e “para nós”. 
Aos familiares que me acolheram: Daniela, Maite, Viviane, Marcelo, Denise, Lúcia e mais um 
“ser-tão” de gente.  
Aos  familiares  que  me  acolheram:  Aninha,  Cici,  Gilberto,  Ilzinha,  Netinha,  Nilson, 
Terezinha..., enfim, à casa dos Cirqueira com “i”, lar da alegria.  
Aos meus amigos Afonso, Daniel, Felipe, Italo, Leandro, Ueslei, Ueberton, Vinícius, Vitor, que 
compartilharam os mais profundos nadas em nossas conversas de um tempo sem relógio. Este 
texto tem “nós” e nosso páramo: Alto da Santa Terezinha. 
Aos preciosos amigos do mestrado e da vida: Anderson e Conceição. 
Na travessia rumo ao Rio de Janeiro, encontrei ou reencontrei um grande amigo: Gustavo. 
Calhou de nos descaminhos do percurso, tornar-se meu orientador. O acaso mallarmaico nos 
colocou em órbita na constelação do Livro. A ti meu profundo agradecimento, sem começo ou 
fim. 
Na encruzilhada carioca, fiz  algumas  grandes amizades. Mari Maia, eterna  “dupra”, um 
profundo agradecimento pela alegria e força descomunal demonstrada nos cuidados dos seus e 
dos outros. Rodrigo Bozzetti, inenarrável mestre de profunda sapiência e descontração, um 
inoxidável agradecimento pela leitura e amizade! Tia Marianna Zattar, uma amizade dos 
primórdios  do  doutorado,  um  grande  agradecimento  do  “sergipa”  pelos  momentos 
compartilhados! 
À Maria Nélida González de Gómez, uma inspiração! 
À Regina Maria Marteleto, pela acolhida, a solicitude e o imenso respeito, recíproco! 
À Rafael Capurro, por ter me proporcionado talvez uma das maiores conquistas acadêmicas 
que levarei comigo, sempre, uma trama dialogal aberta!
À Nanci Oddone, pela amizade, apoio e a força dada para os saltos! 
À Nídia Lubisco, pelo apoio matriarcal desde o primeiro dia em 2008! 
À Flávia Goulart, pelo acolhimento, generosidade e os almoços entrelivros da Edufba! 
À Soninha Vieira, pela hospitalidade irrestrita e pelo exemplum bibliotecário! 
Aos co-irmãos do Ecce Liber! 
Ao CNPq pelo apoio material sem o qual não seria viável tal travessia em meio as cunhas do 
capital.
Prefiro as linhas tortas, como Deus. 
Manoel de Barros, Livro sobre nada 
(2010, p. 337)
MENEZES, Vinícios S. Rasum tabulae: um limiar metafórico-escritural dos estudos da informação, 
ou, Le Livre. 306 f. 2017. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Universidade Federal 
do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Rio de Janeiro, 
2017. 
RESUMO 
 
O objetivo da pesquisa partilha da discussão filosófico-gramatical da linguagem para pôr em 
suspensão a questão da informação. Tomando como pressuposto histórico da Library and 
Information Science, o fazer linguístico da arte gramatical, em especial, os oriundos das veredas 
da Filologia e da Retórica, coloca-se em cena a quête (busca) informacional. As questões de 
pesquisa que atravessam a tese rumo ao sul, isto é, que a “suleiam” são: quando se diz 
informação, o que se mostra? o que simbolicamente as citações, nos traslados informacionais, 
mobilizam em  seus usos, traduzem  em  seus jogos, isto é, na perspectiva neobarroca da 
linguagem, onde não há um fora, sendo toda linguagem, nestes termos, metafórica, qual a 
metáfora da informação, ou, o que a metáfora informação mostra? Na gramática da informação, 
o que suas representações inscrevem (fixam na mobilidade) – sua filologia – e escrevem – sua 
retórica? Projetamos a seguinte hipótese, conservada em potência dos pré-socráticos aos pós-
estruturalistas: a metáfora da informação é o livro; sua inscrição: o informe; sua escritura: um 
palimpsesto emblemático cujo rosto (eidos) rasurado é a própria gramática – o livro informe 
das estórias da humanidade, grafado no Ocidente greco-latino sob o selo transcendental tà 
biblía, os livros, no plural, fixados no singular livro. Para tal intento, a quête informacional 
assinala, à diferença do método, no caminho a aventura da experiência da origem histórica, não 
o rigor sistemático, mas a intensidade tenaz daquilo que se mostra na travessia. Para a quête 
informacional utilizamos o exemplo metateórico e alegórico do tabuleiro, que de acordo com a 
tradição hermenêutica adotada concebe a nossa relação com o mundo como uma pertença 
textual, onde nossos jogos linguísticos seriam o artefato que fabrica a realidade. Este tabuleiro, 
procedimento da quête, remete tanto à superfície onde as peças do jogo agem, como à própria 
tabulae, que propomos ser como um memorialístico palimpsesto composto por emblemas – 
imagens textuais, onde os jogos teóricos que coordenam este texto se encontram: a) o nachleben 
warburguiano (livro-emblema, o atlas), b) a apresentação panorâmica wittgensteiniana (livro-
álbum) e c) a crítica filológica dos jogos de citação (livro-do-mundo-da-vida, para Benjamin 
como fortleben – livro da vida –, Derrida como gramma – livro-rastro e Agamben como rasum 
tabulae – livro-potência). Assim, a quête teria na imagem alegórica (gleichnis) do palimpsesto-
emblemático o exemplo da linguagem informacional, seu livro informe. Na travessia da 
hipotética  tese,  conceitos  clássicos  da  Library  and  Information  Science,  como  livro, 
informação, documento, angelía, são revisitados, numa releitura neobarroca, desviante entre 
“real” e “fantástico”, onde forma e conteúdo são deslocados pela percussão da linguagem 
informe. Como síntese inconclusiva, resultados, assinalamos para as possibilidades fornecidas 
pela leitura através da perspectiva cultural da Library and Information Science, assim como 
para uma maior premência nos estudos filosóficos e suas experiências conceituais, aguçadoras 
do “ver os fantasmas” (larvae) que volteiam o lar do campo informacional e seus problemas 
práticos, ao qual o “inform ,”, traço fantasmático proposto, é um “resultado” desta mirada que 
visa abrir a porta deste lar para hospitaleiramente na soleira transgramaticalizar os fantasmas 
hospedando-os na ruína-resto que lhes foi rasurada – sua língua. 
 
Palavras-chave: Filosofia da Informação. Informe. Livro. Gramática. Metáfora. Ciência da 
Informação.
Description:77) Neste topos. (soleira), as Moiras encontrar-se-ão com a “angelética” (CAPURRO, 2010) de Hermes e Héstia .. 79 “não há dois mundos, pois a metáfora os une” (ARENDT, 2010a, p. 130).  especulativa, que aqui chamamos de pensamento, pode se manifestar” (ARENDT, 2010, p. 122-123).