Table Of ContentFUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA
CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO
TOMADA DE DECISÃO EM RELAÇÃO AO
CRÉDITO EM UMA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO
DO BANCO DO BRASIL
DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
IVO JOEL BORATTI
Rio de Janeiro 2002
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA
CURSO DE MESTRA TO EXECUTIVO
TíTULO
TOMADA DE DECISÃO EM RELAÇÃO AO CRÉDITO EM
UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA: UM ESTUDO DE CASO
DO BANCO DO BRASIL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENDADA POR:
Ivo Joel Boratti
E
APROVADO EM 2i-'MJ)()f),2
PELA COMISSÃO EXAMINADORA
Doutor Engenharia da Produção
IS
INTELA CURY
Doutor em Eng nharia da Produção
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA
CURSO DE MESTRA TO EXECUTIVO
TOMADA DE DECISÃO EM RELAÇÃO AO
CRÉDITO EM UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA:
UM ESTUDO DE CASO DO BANCO DO BRASIL
DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
IVO JOEL BORATTI
Rio de Janeiro 2002
lU
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, preciso registrar o apoio incondicional dos meus familiares. Não fosse o
incentivo e a compreensão da minha esposa Rejane e das minhas filhas Juliana e
Larissa, talvez eu não tivesse concluído este mestrado. Grande parte desta conquista se
deve a elas. Que eu possa, oportunamente, recompensá-las pelo sacrificio imposto ao
nosso lazer e convívio e familiar.
Devo, também, registrar meus agradecimentos ao Banco do Brasil, instituição onde
trabalho há 22 anos e que me oportunizou, até este momento, um grande crescimento
pessoal e profissional, além da importante sustentação econômica. Quanto ao tema desta
dissertação, posso dizer que o banco tem sido a minha grande escola, eis que me
possibilita o real exercício da Análise de Crédito. Através da negociação diária com
clientes, estudos de dossiês que contemplam a essência dos conteúdos aqui
apresentados, discussões em comitês de crédito de agências e atuação como instrutor do
curso "Análise Financeira e de Crédito", me é oferecida a oportunidade para perceber a
importância e as necessidades intrínsecas do assunto.
Além desta relação com o tema, agradeço também ao banco pela ajuda financeira a
mim dispensada, através do financiamento de 65% do custo deste curso.
Neste momento, não poderia esquecer de outras pessoas que, da mesma forma, foram
decisivas para a conclusão deste trabalho. Embora muitos colegas do curso, de formas
diversas, tenham me auxiliado, preciso registrar a ajuda incondicional do Fernando
Ben, que, em todos os momentos, me incentivou a ir adiante nesta desafiadora
empreitada.
Não posso esquecer, também, dos colegas do Banco que me forneceram dados,
responderam pesquisas ou que me receberam pessoalmente e foram solícitos em relação
às minhas dúvidas e questionamentos. Quanto a eles, faço um registro especial sobre o
grau de profissionalismo demonstrado. Sempre observando os limites impostos pelas
normas baixadas pela instituição, em nenhum momento se furtaram a partilhar seus
conhecimentos. Mesmo correndo o risco de deixar alguém fora, agradeço de forma
IV
especial ao Marco Túlio de Oliveira Mendonça, ao Carlos Renato Bonetti e ao
Guilherme Altomar, todos da Central de Crédito de Brasília (DF), assim como agradeço
ao José Luiz Mansano e toda sua equipe, estes da Divisão de Crédito de Curitiba (PR).
Por derradeiro, o meu agradecimento maior aos professores José Cezar Castanhar, José
Carlos Franco de Abreu Filho, Istvan Karoly Kasznar e Marcus Vinicius Quintela Cury,
pela orientação e incentivo que me emprestaram. Não fosse a capacidade técnica e
humana dos mesmos, talvez eu tivesse desistido no meio do caminho.
Muito Obrigado a todos.
Ivo Joel Boratti
v
SUMÁRIO
INTRODUÇAO ........................................................................... 1
1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................. 4
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .................................................... 4
1.2 OBJETIVOS ................................................................................... 5
1.2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 5
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .....................................•................................. 5
1.3 JUSTIFICA TIVA ........................................................................... 6
-
2 REVISAO DE LITERATURA .............................................. 9
2.1 A MUDANÇA NAS ORGANIZAÇÕES ....................................... 9
2.2 A TRANSFORMAÇÃO NA ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL ......................................................................... 13
2.2.1 AS TRANSFORMAÇÕES NA TOMADA DE DECISÃO ..................... 13
2.2.2 O PLANEJAMENTO DA DECISÃO. ..•..•.....................•....•.............•....... 16
2.2.3 A DECISÃO COM BASE NAS INFORMAÇÕES ................................. 19
2.2.4 A GERAÇÃO DE INFORMAÇÕES PARA DECISÃO. ........................ 24
2.3 O PROCESSO DE DECISÃO DE CRÉDITO NA
INSTITUIÇÃq FINAN~EIRA .......................................................... 26
2.3.1 A FUNÇAO DO CREDITO. •..................................................................... 27
2.3.2 O CRÉDITO COMO NEGÓCIO ............................................................ 28
2.3.3 RISCO DO CLIENTE OU RISCO INTRÍNSECO ................................ 28
, ,
2.3.4 A POLITICA DE CREDITO ••••.•..........•.........•..........•...•..........•............... 29
2.3.5 CULTURA DE CREDITO ........................................................................ 31
, ,
2.4 A ANALISE DE CREDITO ........................................................ 32
2.4.1 MODELOS DE ANÁLISE DO RISCO DE CRÉDITO. ......................... 34
2.4.1.1 CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS. •...•.......•...•.....••.••...••....••...•..•....•..... 34
2.5 RELEVÂNCIA DOS MODELOS DE RISCO DE CRÉDITO
PARA O TOMADOR DE DECISÕES .............................................. 37
2.5.1 ALGUNS MODELOS DE ANÁLISE DE RISCO ................................... 38
2.5.2 ALGUNS ESTUDOS EMPÍRICOS REALIZADOS NO EXTERIOR. 39
2.5.2.1 ESTUDOS DE PATRICK. •...•...•.........•.........•..•..............••...••.........•...•..•...•...•. 39
2.5.2.2 ESTUDOS DE WINAKOR SMITH ................................................................ 39
2.5.2.3 ESTUDOS DE T AMARI •..••.•...•••........•...••.•....•.•..••..•...•..••...••••....•..••..••.......... 40
2.5.2.4 ESTUDOS DE ALTMAN ....•......................••....•...........•..•.•................•..•......... 40
2.5.2.4.1 O Modelo Score-Z. ....•.•...............•.....•........•..•.•••...•.....••................ 40
2.5.2.4.2 O Modelo de Risco de Crédito Zeta ............................................ 42
2.5.2.5 ESTUDOS DE LETÍCIA E. TOPA .•....•...••..•..•.........••..••........••...........••.•....... 44
2.5.3 ALGUNS ESTUDOS EMPÍRICOS REALIZADOS NO BRASIL ....... 45
2.5.3.1 ESTUDOS DE STEPHEN C. KANITZ .......................................................... 46
2.5.3.2 ESTUDOS DE ALTMAN .......................•........................................................ 47
2.5.3.3 ESTUDOS DE ISTVA N ................................................................................... 47
2.5.3.4 ESTUDOS DE ALBERTO MATIAS .............................................................. 50
2.5.3.5 ESTUDOS DE JOSÉ PEREIRA DA SILVA .•...............•..••....................•....... 51
VI
2.5.4 MODELOS COMO AVALIAÇÃO DE CRÉDITO ................................ 53
2.5.5 NECESSIDADE DE ANÁLISE COMPLEMENTAR ............................ 54
2.6 NOVAS ABORDAGENS DE ANÁLISE DO RISCO DE
,
CREDITO ........................................................................................... 55
2.6.1 MODELO KMV .•.........•.•.........•.....•.........•.•.......•..•...•..•....•......•.•....••.••...... 55
2.6.2 O SISTEMA DE TOMADA DE DECISÃO ATRAVÉS DAS REDES
NE URAIS ..••..•..............................•..............•........•...............•....•..•..............•...•..... 59
,
2.6.3 A LOGICA FUZZY. ................................................................................... 64
2.6.3.1 O CASO DO SISTEMA ASK •..••...••....•••••.••...•..•.••..•....•••.••....•..•.••...•..••..•....... 65
2.6.3.2 O CASO DA BMW BANK ....•......•......•.•.•......•........................•.•....•..••...•........ 68
2.6.4 TOMADA DE DECISÃO, RISCO E A NEURO-FUZZY ..........•...•....... 71
3 METODOLOGIA ................................................................. 75
3.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................. 75
3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS ............................................ 75
,
3.3 ANALISE D-E DADOS ................................................................. 76
3.4 POPULAÇA O IJNIVERSO ......................................................... 76
3.5 AMOSTRA ................................................................................... 77
3.6 LIMITAÇÕES METODOLÓGICAS ......................................... 77
4 TOMADA DE DECISÃO EM RELAÇÃO AO CRÉDITO
NO BANCO DO BRASIL PARA PESSOAS JURÍDICAS DO
SETOR MOVELEIRO ............................................................. 78
4.1 A ESTRUTURA HIERÁRQUICA DO PROCESSO
,
DECISORIO ....................................................................................... 78
4.1.1 DOCUMENTAÇÃO SOLICITADA PARA ANÁLISE - ( A). .....•..•..... 80
4.1.2 O RELATÓRIO DE VISITAS - ( B ) ...................................................... 81
4.1.3 COLETA DE INFORMAÇÕES EFETUADA PELA AGÊNCIA - ( B )
.........................................................................•...................................................... 81
4.1.4 CONFECÇÃO DAS FICHAS CADASTRAIS - (B ) ............................. 82
4.1.5 MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DE CRÉDITO DA AGÊNCIA - ( C)
••.•••••••.•.••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 82
4.1.6 O TRABALHO DA DIVISÃO DE CRÉDITO ........................................ 83
4.1.6.1 RECEPÇÃO DO DOSSIÊ PELA DIVISÃO DE CRÉDITO - ( D ) ...•......... 85
4.1.6.2 O ANALISTA DE CRÉDITO• •...••...........••...•.....•.......•...••..................•.....•...... 85
4.1.6.3 O TRABALHO DO ANALISTA - ( E 1,2,3 ) ................................................. 86
4.2 ASPECTOS EXTERNOS DO MODELO DE CRÉDITO
ADOTADO PELO BANCO DO BRASIL ......................................... 88
4.2.1 AN;\LISE QUANTITATIVA OU TÉCNICA ......................................... 89
4.2.2 ANALISE QUALITATIVA •...••••••.....•.••...••••••....••.•....•••••...•.••.•.....•.•..•••..•.• 91
4.2.3 A ,PONTUAÇÃO FINAL DO MODELO E A DEFINIÇÃO DO RISCO
DE CREDITO DO CLIENTE .....•............•.......................•......•.•.•.....•..........•...... 92
4.3 POSICIONAMENTO DO ANALISTA ...................................... 95
4.4 ASPECTOS INTERNOS DO MODELO DE ANÁLISE DE
CRÉDITO DO BANCO DO BRASIL ............................................... 98
4.4.1 DESENVOLVIMENTO DA PARTE QUANTITATIVA DO MODELO
••••.••••••.•••••••••••••.••••••.••••••.•••••••••.••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••••.••.••••••.••••••..••••••••..••••••••• 99
Vll
4.4.2 DESENVOLVIMENTO DA PARTE QUALITATIVA DO MODELO
.............................................................................................................................. 107
4.4.2.1 CARÁTER ...................................................................................................... 109
4.4.2.2 CAPACIDADE ............................................................................................... 111
4.4.2.3 CONDIÇÕES .................................................................................................. 114
4.4.2.4 DEFINIÇÃO DA PONTUAÇÃO DA PARTE QUALITATIVA DO
MODELO .................................................................................................................... 116
4.4.3 PONTUAÇÃO FINAL E DEFINIÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO. .. 118
4.5 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS RESULTADOS
PRÁTICOS OBTIDOS PELO BANCO DO BRASIL E OS
RESULTADOS OBTIDOS A PARTIR DO MODELO DE
ANÁLISE DE CRÉDITO AQUI DESENVOLVIDO .................... 120
4.5.1 PONTOS CRÍTICOS DA ANÁLISE DE CRÉDITO PRATICADA
PELO BANCO DO BRSASIL ........................................................................... 123
4.6 A FORMA DA DECISÃO NO BANCO DO BRASIL ............. 127
4.7 A LÓGICA NEURAL, FUZZY E NEURO-FUZZY NO BANCO
DO BRASIL ...................................................................................... 128
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................. 132
BIBLIOGRAFIA ..................................................................... 135
Vll1
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1: Composição do Grupo de Pesquisa .................................................. . 48
Quadro 4.1: Medianas de índices econômico-financeiros da indústria moveI eira 90
nacional, por faixa de risco ..................................................................................... .
Quadro 4.2: Exemplo de Régua Discriminante do Risco das empresas .............. . 93
Quadro 4.3: Medianas dos Percentuais Utilizados pelo Banco do Brasil para
Calcular os Limites de Crédito a partir da Receita Operacional Líquida (ROL) e
do Patrimônio Líquido (PL) das Empresas, por Nível de Risco ............................. . 94
Quadro 4.4: Limites Calculados e Deferidos para empresas do Rio Grande do
Sul, no Período Set/2000 a Ago/200 1, em R$ mil... ............................................... . 95
Quadro 4.5: Variáveis Independentes Utilizadas no Desenvolvimento do
Modelo de Análise de Crédito ................................................................................ . 100
Quadro 4.6: Distribuição Percentual dos Graus de Risco Calculados pelo Banco
do Brasil, por Porte de Empresa ............................................................................. . 101
Quadro 4.7: Valores Mínimos e Máximos das Variáveis Independentes ............. . 105
Quadro 4.8: Resultado da Função Discriminante Dl, Aplicada a uma Empresa
Hipotética ................................................................................................................ . 107
Quadro 4.9: Itens a serem Observados na Avaliação do Fator Caráter da
Empresa .................................................................................................................. . 109
Quadro 4.10: Pontuação a ser Observada na Avaliação de Risco do Fator
Caráter .................................................................................................................... . 110
Quadro 4.11: Definição do Nível de Risco do Fator Caráter de uma Indústria
Moveleira Hipotética .............................................................................................. . 110
Quadro 4.12: Itens a serem Observados na Avaliação do Fator Capacidade da
Empresa .................................................................................................................. . 111
Quadro 4.13: Pontuação a ser Observada na Avaliação de Risco do Fator
Capacidade ............................................................................................................. . 112
Quadro 4.14: Definição do Nível de Risco do Fator Capacidade de uma
Indústria Moveleira Hipotética ............................................................................... . 113
Quadro 4.15: Itens a serem Observados na Avaliação do Fator Condições da
Empresa .................................................................................................................. . 114
Quadro 4.16: Pontuação a ser Observada na Avaliação de Risco do Fator
Condições ............................................................................................................... . 115
IX
Quadro 4.17: Definição do Nível de Risco do Fator Condições de uma Indústria
Moveleira Hipotética............................................................................................... 116
Quadro 4.18: Pontuação Qualitativa Atribuída a uma Empresa Hipotética........... 118
Quadro 4.19: Comparação entre os riscos de crédito definidos pelo Banco do
Brasil e aqueles estabelecidos pelo modelo de análise desenvolvido neste
trabalho............................... ......... .... ....... ..... ........... ................ ..... ..... ........ ... ..... ....... 121
Description:2.2.1 AS TRANSFORMAÇÕES NA TOMADA DE DECISÃO . A decisão, no contexto da análise do risco de crédito, passa a ser estruturada através