Table Of Contentibliot ca
e Un iv rsttart
p
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Tll MAZ MUNZER
logo da RevoluQao
e
• rnst Bloch um dos tr�s nomes
m xlmos da Sociologia classlca alerna,
n que ela tem de mats afim com a
Fllosofia Social, ao lado de Georg Lu
kacs e Max Weber, de quern os dois
pr1meiros roram alunos em Heidelberg
e ao qual abandonaram, por caminhos
diversos. Se nao tivessem existido Max
Weber e seus discipulos diletos, Bloch
e
Lukacs - muito antes que norte-ame
rlcanos e tranceses. sem o mesmo vigor
inspiracional, descobrissem o autor de
Economia e Sociedade - serta tmpossi
vel o que ha de mats fecundo na Socio
logia mundial.
Deles o menos conhecido, no Brasil,
(! Bloch, agora pela primeira vez num
livro inteiro em portugues.
Nesta obra, traduzida sob o titulo
Thomaz Munzer Te6logo da Revolucao,
encontra-se o inicio da reabilitacao da
Utopia, prossegulda em textos maiores
e posteriores. Utopia tao subestimada,
ou mesmo desprezada, por numerosos
renovadores socials auto-denomlnados
clentificos, quando na realidade nao
passam de clentificistas. Ainda hoje
Bloch permanece, diante deles, um he
retico, um renegade fugido da Alema
nha Oriental.
Thomas Munzer Te6logo da Reuotu
cl1.o analisa o cheque entre as duas Re
formas protestantes, uma socialmente
de batxo para cima e a outra percor
r ndo tttnerarto oposto. A Reforma dos
Camponeses versus a Reforma dos Prin
clp s, em pleno seculo XVI. 0 carisma
d safiando as estruturas clericals pre-
oc mente petrificadas, num tempo em
qu s Igrejas confessionals disputavam
o qu dro das transrorrnacoes hist6ricas
o Ocldente. A Comunidade, no sentido
\IS do por Ferdinand Toennies, outro
r
nd nome da Sociologia classica ale
p sou a predominar sobre a Socie-
lTI ,
11 1t n s asplracoes mais misticas que
or nlz t6rias, dos adeptos das novas
mHII obrenaturallstas.
Thomes Munzer Te6logo da Reuolu-.
<.' <> J> rmanece valido como trabalho
previsor destes fatos e precurso de
entao tnedttas metodologlas da Socto
logia do Conhecimento, aqut apllcadas
ao comportamento religioso-soctal. A
Hist6ria aqui anima uma vtsao do Fu
turo. Mais que impessoal contrtbutcao
a
sociol6gica Hist6ria Social das Ideias,.
Os estudiosos do Messianismo en
con trarao tambem afinldades entre os
atuais movimentos quiltasticos e seus
precursores na Renascenta europeia
Quem visttar, ainda hoje, a cidade de
Mtinster, ao norte da Republtca Federal
da Alemanha. vera penduradas, nas tor
res da igreja de Sao Lamberto, as saro-
las que serviram de ultimo suplicio aos
d rradeiros remanescen tes das .hostes
munzertanas.
Restara algum lugar para o conhe
cimento obJetivo, numa era domlnada
pelos meios de comuntcacao de massa?
E do conhecimento dito objetivo devera
ser excluida a intulcao protetlca? Fi
nalmente: sera possivel uma s1ntese
entre a espontaneidade comunltarta e
a formahzacao organizacional, em cres
cente antagontsmo no Mundo 1nteiro?
Eis certos desafios, mais que meras in
dagacoes, de Ernst Bloch.
O leitor encontrara, ao longo das
paglnas q ue se seguem, um grande es
fo rco de traducao da palavras males-
tosas barrocas, por assim dtzer setscer -
tistas de Bloch que chegam a as eme
lhar-se as do nosso Padre AntOnlo
Vieira, embora nout o conte to. E ape-
sar de nao falta ba tante Sebast ans
mo ao grande Je uit luso brasile o.
Vamfreh Chacon
THOl\iAS MUNZER
te6logo da revolucao
a
Este volume pertence serie Estudos Alemiies,
coordenada por EDUARDO PORTELLA,
EMMANUEL CARNEIRO LEA.O, GEORG
MARY, HANS BAYER VAMIREH CHACON
e
WERNER REHFELD.
sr
ER B O H
THOMAZ MU• • NZER
revolucao
te6logo da
tempo brasileiro
Rio de Janeiro - GB - 1973
l . , • .1.
BIBLIOTECA TEMPO UNIVERSIT A.RIO - 34
colecao dirigida por EDUARDO PORTELLA, Professor
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Tradu!;a.O de
V
AMIREH CHACON
Pernambuco
Professor da Universidade Federal de
e
CELESTE AiDA GALEAO
da Untverstdade
Professora Federal da Bahia
Capa de
ANTONIO DIAS
alemao
Traduzido do original
Thomas Munzer als Theolog der Revolution
da Sul1rkamp Verlag. Frankfurt am Main. 1963
a
Direitos reservados
EDIQoES TEMPO BRASILEIRO LTDA.
r.
Rua ago Coutinho, 61 (Laranjeiras) - ZC. 01
225-8173
Tel.:
RIO DE JANEIRO - GB - BRASIL
fNDICE
I - COMO DEVE SER LIDO ESTE LIVRO . . . . . . . . . . 2
II - FONTES, BIOGRAFIAS, NOV AS EDIQ6ES . . . . . . . 3
III - A VIDA DE THOMAS MONZER . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1. Nascimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2. fluenctas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
In
3. Peregrinacoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4. Litigio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5. 0 Apelo de Prag a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
G. Allstedt e a Liga Secreta . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
7. No Exilio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
8. Visao do Quiliasmo da Guerra Camponesa e
do Anabatismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
9. O Manifesto aos Mineiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
G5
10. A Batalha de Frankenhausen . . . . . . . . . . . . . .
11. Resultado da Revolucao . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . 76
12. Vulto e Atualidade de Munzer . . . . . . . . . . . . . . 89
IV - DIREQA.O DA PREDICA e TEOLOGIA DE MONZER 107
1. O Homem Liberto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
2. Sobre o Direito da Forca do Bem . . . . . . . . . . . . 108
3. Dlgressfies Sobre o Compromisso Eclesial Entre
Mundo e Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
4. O Homem Absoluto e os Caminhos da Ruptura 176
V - CONCLUSA.O E A MET ADE DO REINO . . . . . . . . . . 205
I
1\10 I RO
Sempre queremos permanecer em nossa pr6pria
circunstancia.
nao
Assim tamb 'm olhamos, aqui de nenhum
modo, para tras, Pelo co trario, en ajamo-nos no
e
passado enquanto le p esente, E, deste modo, outros
se transf ormam, os mortos retornam, seu gesto revive
ainda em nos. Munzer sucumbiu da maneira mais brus
ha
ca, embora tivesse almejado o que de mais grandioso . .
Quando o analisamos enquanto homem d o, ressal
aQ-
tam nele o presente e o absoluto, n a perspectiva
mais altaneira e mais ampla que numa experiencia de
masiado vivida, e, apesar disto, com vigor identico
e, t
Munzer antes de do, Historia no sentido fecundo;
seu presente e seu passado me ecem a lernbranca, la
pe manece ele para comprometer-nos, entusiasmar-nos,
para apoiar, semp e mais amplamente, nosso d sig
nio.
l
II
0 IO. R
'
ate
Nao houve, hoje, bastante pesquisa em torno
de Munzer. Longas etapa da sua vida jazem na obs
c irtdade: muito aspectos continuam sem explica�ao
suf ciente, sobretudo entre os seus atos e decis6es.
e
Nao verossimil que se d scub am, a respeito,
docurn.entos essencialmente novos. Forstemarm e Sei
demann parecem ter tao bem levantado e reunido o
material manuscri o e documenta disponive .. Os pon
tos de -eferenc·a, ao alcance, est- o em Hauck, rtigo
"Tnomas Mtinzer'', na E·nciclopedia de Teoloqia e Bcle-'
fur
seologia Protestantes (R ealenzyklopiidie proies
tanti che Theologie und Kirche, 1903), be como na
tese de Merx
(Thomas Munzer und Heinrich Pfeifer�
Gottinge, 1889) Baseando-se em novos documentos,
Merx corrigiu muitos pormenores das antigas b · ogra
fias, embora, no mais, sua breve dissertacao permane
ga superficial e digna de menor interesse.. Nas suas
a
Contribuic6es Historia de Milhlhausen na Turingia
(Zur Geschicht tier Stadt Muhlhausen in Thuringer,
cadernos I, , IV, VII, VIII, IX, Millhausen na/T.,
190 ·. 911), Jordan reuniu alguns fatos pitorescos e
apresentou-os segundo o seu ponto de vista de profes
sor de colegio, em iihlhausen.
as
No que cliz respeito pr6prias monografias que
la
lhe foram dedicadas, tambem Mtinzer nao foi fe iz.
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