Table Of ContentUNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
JANAINA MARTINS CORDEIRO
Lembrar o passado, festejar o presente: as comemorações do
Sesquicentenário da Independência entre consenso e consentimento (1972)
Orientador: Prof. Dr. Daniel Aarão Reis Filho
Niterói/ 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
JANAINA MARTINS CORDEIRO
Lembrar o passado, festejar o presente: as comemorações do
Sesquicentenário da Independência entre consenso e consentimento (1972)
Tese apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em História da
Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para
obtenção do grau de Doutor em
História. Área de Concentração:
História Social.
Orientador: Prof. Dr. Daniel Aarão Reis Filho
Niterói/ 2012
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JANAINA MARTINS CORDEIRO
Tese apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em História da
Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para
obtenção do grau de Doutor em
História. Área de Concentração:
História Social.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. Daniel Aarão Reis Filho – Orientador
UFF
_____________________________________
Profª. Drª. Ângela de Castro Gomes - arguidor
UFF/CPDOC-FGV
_______________________________________
Prof. Dr. Celso Castro - arguidor
CPDOC-FGV
_____________________________________
Profª. Drª. Lúcia Grinberg – arguidor
UNIRIO
_________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Patto Sá Motta – argUidor
UFMG
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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá
C794 Cordeiro, Janaina Martins.
Lembrar o passado, festejar o presente: as comemorações do Sesquicentenário da
Independência entre consenso e consentimento (1972) / Janaina Martins Cordeiro. – 2012.
333 f. ; il.
Orientador: Daniel Aarão Reis Filho.
Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de
Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2012.
Bibliografia: f. 322-333.
1. Ditadura militar; Brasil, 1964-1979. 2. Ditadura; aspecto social. 3.
História do Brasil – 1964-1985. 4. Comemoração. 5. Memória. I. Reis Filho, Daniel
Aarão. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III.
Título.
CDD 981.063
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RESUMO:
Esta tese analisa os processos de construção do consenso social em torno da ditadura
civil-militar brasileira pós-1964. Considerando que o consenso é um processo mutável, plural
e diversificado, parto do suposto de que este foi rapidamente alcançado pela ditadura desde
1964, porém, sua natureza ao longo dos anos não se manteve estável, adquirindo
características específicas em momentos diferentes. Portanto, neste trabalho abordarei
especificamente a natureza do pacto social durante os primeiros anos da década de 1970,
quando ocupava a presidência o General Emílio Garrastazu Médici. Para tanto, tomei como
referência as festas cívicas em comemoração aos 150 da Independência do Brasil, ocorridas
entre abril e setembro de 1972.
As festas evidenciam a importância do discurso cívico-patriótico como elemento
fundamental do diálogo estabelecido entre ditadura e sociedade. Principalmente, demonstram
a centralidade do chamado Milagre brasileiro – entendido aqui como um fenômeno social e
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não apenas econômico – para a sustentação do regime. Habitualmente identificado pela
memória coletiva como anos de chumbo, as festas demonstram que este período significou
também e para expressivos segmentos da sociedade, anos de ouro, marcado por grande
euforia desenvolvimentista, por expectativas de ascensão social e pelo entusiasmado
sentimento de construção do futuro, do Brasil potência.
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ABSTRACT:
This thesis aims to analyze the construction processes of the social consensus around
the Brazilian dictatorship after 1964. Considering that the consensus is a fickle, plural and
diversified process, I start from the assumption that this was quickly reached by the
dictatorship since 1964, however, its nature throughout the years did not remain stable,
acquiring specific characteristics in different moments.
Therefore, in this present work I will specifically address the nature of the social pact
during the early 70’s, when the General Emílio Garrastazu Médici was the current president.
To do so, I took as a reference the civic events to celebrate the 150 years of the Independence
of Brazil that occurred between April and September of 1972.
The events show the importance of patriotic and civic speech as a fundamental
element to the dialogue established between the society and the dictatorship. Mainly, they
demonstrate the centrality of the Brazilian Miracle - known here as a social phenomenon, and
not only economic - to maintain the regime. Usually identified by the collective memory as
“lead years” , the events show that this period also meant , “gold years” for some expressive
parts of the society, marked by great developing euphoria, by expectations of social mobility
and the enthusiastic feeling of building the future of the Brazil-power.
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Agradecimentos:
Agradeço, primeiramente à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) a concessão da bolsa de estudos que, durante três anos, viabilizou a
elaboração desta tese. Sou grata igualmente ao programa CAPES/COFECUB (Comitê
Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil) a bolsa que tornou viável a
realização do estágio de doutoramento no Centre d’Histoire des Sciences Politique em Paris,
no ano letivo de 2009-2010. Agradeço em particular aos coordenadores do projeto
Modernidades Alternativas, Daniel Aarão Reis (parte brasileira) e Denis Rolland (parte
francesa) que receberam bem minha proposta de estágio. A Denis Rolland, orientador
estrangeiro do projeto, agradeço a generosa acolhida.
Agradeço igualmente ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade
Federal Fluminense; a todos os funcionários, a atenção e paciência com a qual sempre me
receberam. Agradeço de forma muito especial a Silvana Damasceno, que resolveu todos os
meus abacaxis – e não foram poucos –, sempre com bom humor e paciência.
Da mesma forma, agradeço aos funcionários dos muitos arquivos e bibliotecas nos
quais pesquisei. Em especial, aos funcionários do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, da
biblioteca da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), também no Rio de Janeiro e do
Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), na Unicamp, em Campinas.
Sou imensamente grata às professoras Ângela de Castro Gomes e Lúcia Grinberg, que
participaram do Exame de Qualificação – e, agora, da banca de defesa. A elas agradeço a
oportunidade de estabelecer importante diálogo e sugestões que ajudaram a enriquecer a tese.
À professora Ângela agradeço ainda importantes sugestões bibliográficas e os livros
emprestados. Agradeço também aos professores Celso Castro e Rodrigo Patto Sá Motta que
aceitaram participar da banca de defesa. Denise Rollemberg sugeriu o tema e acompanhou os
primeiros passos do trabalho. Sou grata por isso.
Aos alunos da turma de Cinema, memória e ditadura no Brasil, disciplina que
ministrei na UFF no primeiro semestre de 2011 como parte das exigências do estágio de
docência da CAPES. Como disse aos alunos, o que a princípio era para mim uma obrigação,
transformou-se rapidamente em agradáveis encontros semanais onde, mais que qualquer outra
coisa, aprendi muito.
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Fazer uma tese é percorrer um longo caminho de amadurecimento intelectual e
acadêmico. Poderia dizer que é percorrer um longo caminho. Ponto final. É uma jornada de
muito aprendizado, como parece óbvio... Ou, talvez, nem tanto assim. Aprendi muitas coisas
ao longo dos últimos quatro anos, mas, penso que o mais importante tenha sido re-aprender
algo que o dia-a-dia da tese me levou a vivenciar de forma intensa. A maior lição que fica
desta tese é, mais uma vez, a importância de se ter AMIGOS.
Por isso ela é dedicada a todos os meus amigos, que vieram comigo até aqui e que
continuarão comigo. Aos amigos que são também família: minha mãe, Fátima. Seu exemplo
me ensinou a ser forte, corajosa e a encarar os desafios da vida de peito aberto, soube também
compreender minhas longas ausências e esteve sempre ao meu lado, dando carinho, colo e...
feijão! À minha irmã, Mariana, porque sem sua gargalhada, companhia, companheirismo,
paciência e habilidades para encontrar sinônimos essa tese não teria sido concluída; ao meu
irmão Lucas, o lindo e mais que isso, o grande companheiro; a minha prima, que é também
irmã, Roberta e seu sorriso largo, sempre acolhedor; minha tia Leda que, dentre muitas coisas,
parecia adivinhar quando me faria mais feliz ver o rostinho da Laura sorrindo, ainda que
através do skype.
Aos amigos que são a família eleita: Keila Carvalho, companheira de jornada, sempre
disponível do outro lado da linha, do outro lado do oceano, rindo e chorando comigo; Weder
Ferreira pelo abraço apertado, por estar aqui perto e pelo carinho, às vezes em forma de
chocolate; Érika Natasha, por tantas coisas que eu seria incapaz de enumerar, mas
principalmente, por me fazer rir; Fernanda Moura, que me contava histórias da
Transamazônica e me recebeu em São Paulo – ela e sua família – de braços abertos.
Aos amigos que deixei, encontrei e reencontrei no Rio: Juliana Mariá, minha
companhia e companheira de Niterói, Priscila Ferreira da Silva, pela hospitalidade comigo e
com minha irmã. Isabelle Resende, Vanuza Braga e Isabel Leite, a companhia agradável, os
vinhos das quartas, as boas conversas e a paciência. Enfim e, mais uma vez, à Mariana,
Roberta, Isabelle e Vanuza que assistiram e toleraram, estoicamente, o piti do ano de 2011 e
me deram colo e me consolaram.
Aos amigos que foram as verdadeiras luzes de Paris: Karol Gonçalves, que descobriu
Paris comigo, me ensinou os caminhos dos soldes e que, por afinidade e maioria de votos é
hoje minha mais nova irmãzinha; Priscilla Coutinho, sua alegria de viver e gargalhada
contagiantes são, para mim, certeza de que Paris continua radiante; Nelson Barros da Costa, a
companhia, as longas e divertidas conversas; Audrey Hiard, a francesa mais adorável, querida
e fofa do mundo; Ana Rieger, a companhia calma, doce e a inspiração das suas belas
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fotografias; Carol Takeda, que encontrei em meio ao inverno congelante e que me recebeu de
forma calorosa; Diogo Cunha me acudiu prontamente quando cheguei e me ajudou a enfrentar
os sustos e as burocracias da chegada; Alice de Andrade me recebeu para falar de Os
Inconfidentes. Agradeço a agradável conversa, os livros emprestados e o chá quentinho.
Aos amigos que a academia trouxe: Rosalba Lopes que esteve ao meu lado nos
primeiros anos e em outros momentos importantes, alguns difíceis, oferecendo o sorriso e o
ombro acolhedores; Gustavo Alonso, com quem compartilhava temas, interesses,
descobertas, agradeço as divertidas conversas e o incentivo. A ele e a Ana Carolina Huguenin
agradeço também a ajuda, sempre paciente, em explicar os complicados trâmites burocráticos
rumo à Paris e por me alertarem de que a senhorinha do banco da Cité Universitaire não seria
legal comigo! Ao querido Raphael Chamaillard, as aulas de francês, as traduções, a presteza
em ajudar nas vésperas da partida e o privilégio de ter podido conviver, ainda que por poucos
meses, com uma pessoa tão especial.
Ao meu orientador Daniel Aarão Reis, que foi antes de tudo, grande amigo. Agradeço
mais que as sugestões interessantíssimas – que foram muitas e preciosas –, a disposição para
o diálogo e a sabedoria em me deixar caminhar com as próprias pernas; a honestidade quando
me alertou que o caminho não seria fácil e a paciência e amizade com as quais se dispôs a me
ajudar a trilhá-lo.
Por fim, agradeço ao gênio inventor do skype e às infindáveis reprises de Friends na
TV!
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Description:Aos alunos da turma de Cinema, memória e ditadura no Brasil, disciplina que ministrei na .. Versão para eBook – ebooksBrasil.com. suas especificidades – bastante eficientes, é preciso lembrar Aldous Huxley que dizia: “O.