Table Of ContentUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA
TEORIA E MÉTODO EM ARQUEOLOGIA REGIONAL: UM ESTUDO
DE CASO NO ALTO PARANAPANEMA,
ESTADO DE SÃO PAULO.
Trabalho apresentado à Área Interdepartamental de
Arqueologia da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
para obtenção do título de Doutor.
Astolfo Gomes de Mello Araujo
Orientador: Prof. Dr. José Luiz de Morais
SÃO PAULO
Abril 2001
CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES GERAIS..........................................................................................7
1 - INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................7
1.1 - HISTÓRICO DA PESQUISA.....................................................................................................................9
2 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA ÁREA DE ESTUDO.................................................................11
2.1- GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA..........................................................................................................12
2.2 - VEGETAÇÃO E USO DO SOLO.............................................................................................................13
2.3- CLIMA................................................................................................................................................13
2.4 - RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS..................................................................................13
3 - O CONTEXTO ARQUEOLÓGICO E HISTÓRICO.......................................................................15
3.1 – PRONAPA, FASES, TRADIÇÕES E PROBLEMAS................................................................................15
3.2 - CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ARQUEOLOGIA DO BRASIL MERIDIONAL....................................19
3.2.1 – Sítios Arqueológicos Líticos: Tradições Umbu, Humaitá e as “Tradições Regionais”...........19
3.2.2 – A Tradição Itararé ou Itararé-Taquara....................................................................................20
3.2.2.1 – Contexto Espaço-Temporal da Tradição Itararé-Taquara....................................................29
3.2.2.2 – Correlações Arqueológicas, Etnohistóricas e Históricas......................................................35
3.2.2.3 – A Tradição Itararé-Taquara no Vale do Paranapanema......................................................37
3.2.3 – A Tradição Tupiguarani...........................................................................................................39
3.2.3.1 - Contexto Espaço-Temporal da Tradição Tupiguarani...........................................................41
3.2.3.2 – A Tradição Tupiguarani no Vale do Paranapanema e Adjacências.....................................43
3.3 – EUROPEUS E POPULAÇÕES INDÍGENAS NO BRASIL MERIDIONAL......................................................45
3.3.1 – Os Kaingang no Período Histórico..........................................................................................46
3.3.2 – Os Kaingang do Período Histórico no Alto Taquari................................................................49
3.3.3 – Os Guarani do Período Histórico no Vale do Paranapanema.................................................50
3.3.3.1 – As Reduções Jesuíticas do Paranapanema............................................................................50
3.3.3.2 – As Migrações Messiânicas: Em Busca da “Terra Sem Mal”................................................51
3.3.3.3 – Os Guarani do Período Histórico no Alto Taquari...............................................................52
3.4 - ÁREA ALTO TAQUARI: ARQUEOLOGIA REGIONAL E TRABALHOS PRÉVIOS......................................56
3.4.1 – Resultados Parciais do Projeto de Levantamento Arqueológico (1990 – 1994)......................56
3.4.2 – O Levantamento Arqueológico do Gasoduto Bolívia-Brasil (GASBOL)..................................59
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E OBJETIVOS....................................................61
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E OBJETIVOS....................................................61
4- EMBASAMENTO TEÓRICO..............................................................................................................61
4.1 – ALGUNS PRESSUPOSTOS BÁSICOS....................................................................................................61
4.2 – A ADEQUAÇÃO DOS MODELOS TEÓRICOS........................................................................................62
4.3 – A ESTRUTURA DA TEORIA EM ARQUEOLOGIA..................................................................................64
4.4 – TEORIA EXPLANATÓRIA: A ARQUEOLOGIA EVOLUTIVA...................................................................71
4.4.1 – Darwin e a Descendência com Modificação............................................................................71
4.4.2 – O Conceito de Evolução na Antropologia, ou a Evolução Cultural.........................................72
4.4.3 – Evolução Científica e Evolução Cultural: Dois Universos Distintos.......................................73
4.4.4 – Evolução e Arqueologia...........................................................................................................75
4.5 – TEORIA FORMATIVA: ENTENDENDO O REGISTRO ARQUEOLÓGICO...................................................77
4.5.1 – Arqueologia e Ciências da Terra.............................................................................................78
4.5.2 - Arqueologia e Geociências: O Início do Distanciamento.........................................................81
4.5.3 – As Duas Faces da “New Archaeology”...................................................................................83
4.5.4 - O Nascimento da Geoarqueologia............................................................................................85
4.5.5 – Dois Paradigmas......................................................................................................................87
4.5.6 – Considerações Finais...............................................................................................................91
5 – OBJETIVOS DA PESQUISA..............................................................................................................93
1
5 – OBJETIVOS DA PESQUISA..............................................................................................................93
5.1 – CONCEITOS BÁSICOS........................................................................................................................94
CAPÍTULO III - MÉTODOS..................................................................................................................101
6 - A ABORDAGEM REGIONAL EM ARQUEOLOGIA..................................................................101
6.1.- A ABORDAGEM REGIONAL E A NEW ARCHAEOLOGY......................................................................103
6.2 – SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E “NO-SITES”...........................................................................................106
6.3- LEVANTAMENTOS DE COBERTURA TOTAL OU “DE 100%”...............................................................107
7 – A DETECÇÃO DE VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS.................................................................108
7 – A DETECÇÃO DE VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS.................................................................108
7.1 – LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO: UM MODELO................................................................................109
7.1.1 – Probabilidade de Intersecção e o Plano de Amostragem.......................................................111
7.1.1.1 – Intensidade..........................................................................................................................111
7.1.1.2 – Configuração Geométrica...................................................................................................114
7.1.2 – Probabilidade de Encontro e o Plano de Amostragem...........................................................117
7.1.2.1 – Métodos de Inspeção...........................................................................................................117
7.2 – A DETECÇÃO DE VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS EM ÁREAS COM BAIXA VISIBILIDADE....................120
8 – O TRATAMENTO DE SÍTIOS EM SUPERFÍCIE........................................................................125
8.1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DE SÍTIOS EM SUPERFÍCIE..............................................126
8.2 – PRINCIPAIS REFERÊNCIAS SOBRE O TEMA......................................................................................129
9 – IMPLEMENTAÇÃO DOS MÉTODOS NA PESQUISA...............................................................135
9.1 – UNIDADES OPERACIONAIS..............................................................................................................136
9.1.1- Unidades de Observação..........................................................................................................136
9.1.2- Unidades de Análise.................................................................................................................136
9.2– ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES........................................................................................................137
9.2.1 – Definição das Unidades Naturais...........................................................................................138
Posicionamento Topográfico..............................................................................................................138
9.3 – DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE AMOSTRAGEM....................................................................................139
9.3.1 – Parâmetros Baseados nos Resultados Anteriores..................................................................140
9.3.2- Definição das Unidades Amostrais..........................................................................................144
9.4 - LEVANTAMENTO ARQUEOLÓGICO...................................................................................................146
9.4.1 - Levantamento Abrangente Extensivo......................................................................................147
9.4.2 – Levantamento por Amostragem Probabilística Estratificada.................................................147
9.4.3 – Vistoria Extensiva...................................................................................................................149
10 - PROCEDIMENTOS DE CAMPO...................................................................................................150
10.1 – CHECAGEM DAS ÁREAS PILOTO EM CAMPO.................................................................................151
10.2 – LEVANTAMENTO ABRANGENTE EXTENSIVO.................................................................................152
10.2.1 – Caminhamentos Extensivos..................................................................................................152
10.2.2 – Prospecção Sistemática em Terrenos Arados.......................................................................153
10.3 – LEVANTAMENTO POR AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA ESTRATIFICADA......................................155
10.3.1 – Localização e Mapeamento dos Quadrados em Campo.......................................................155
10.3.2- Técnicas de Inspeção dos Quadrados....................................................................................156
10.3.2.1 – Escolha da Geometria da Malha de Sondagens................................................................157
10.3.2.2 – Definição dos Intervalos Entre Sondagens........................................................................158
10.3.2.3 – Definição do Volume das Sondagens.................................................................................158
10.3.2.4 – Definição da Técnica de Inspeção das Sondagens............................................................159
CAPÍTULO IV – RESULTADOS OBTIDOS.......................................................................................161
2
11 – A ARQUEOLOGIA DO ALTO TAQUARI..................................................................................161
11.1 – ÁREA PILOTO TAQUARI GUAÇU – TQG....................................................................................165
11.1.1 – Prospecção Arqueológica.....................................................................................................166
11.1.1.1 – Prospecção por Amostragem Probabilística Estratificada...............................................167
Abrigo de Itapeva – ITV Multicomponencial............................................................................169
Arte Rupestre / Lítico / Itararé-Taquara...........................................................................................169
Sítio Bianco – BNC Cerâmico Tupiguarani............................................................................170
Sítio Cedro – CDR Cerâmico Tupiguarani...............................................................................171
Sítio Capela – CPL Lítico........................................................................................................172
Sítio Fraccaroli – FRC Feição Doliniforme.............................................................................172
Sítio Faxinal – FXN Feição Doliniforme................................................................................173
Sítio Faixa Vermelha – FXV Lítico..........................................................................................173
Sítio FaixaVermelha 2 – FX2 Lítico.........................................................................................174
Sítio Menk & Plens – MPL Lítico Antigo.................................................................................174
Pequeno Abrigo – PAB Lítico..................................................................................................175
Sítio Pedra Grande – PGD Cerâmico Itararé-Taquara.............................................................176
Sítio Pedra Grande 2 – PG2 Multicomponencial......................................................................176
Lítico Antigo / Itararé-Taquara........................................................................................................176
Sítio Pedra Grande 3 – PG3 Lítico...........................................................................................177
Sítio Pedra Grande 4 – PG4 Lítico...........................................................................................177
Sítio Pedra Grande 5 – PG5 Lítico...........................................................................................178
Sítio Pedra Grande 6 – PG6 Lítico...........................................................................................178
Sítio Pedra Limpa – PLP Lítico................................................................................................179
Sítio Porteira – PTR Cerâmico Tupiguarani............................................................................180
Sítio Ramos – RMS Lítico........................................................................................................180
Sítio Ramos 2 – RM2 Cerâmico Itararé-Taquara......................................................................181
Sítio Ramos 3 – RM3 Lítico......................................................................................................181
Sítio Retiro – RTR Lítico Antigo..............................................................................................182
Sítio Santo Bueno – SBU Lítico...............................................................................................182
Sítio Tunga – TNG Arte Rupestre............................................................................................183
11.2 – ÁREA PILOTO CORISCO - CRC..................................................................................................183
Sítio Aroeira - ARA Lítico......................................................................................................184
Sítio Cachoeira da Cobra - CCB Feições de Polimento...........................................................184
Sítio Ponte - PTE Lítico..........................................................................................................185
Sítio Pouso Alto- PAT Multicomponencial...............................................................................186
Lítico Antigo / Itararé-Taquara........................................................................................................186
Sítio Pouso Alto 2 - PA2 Lítico...............................................................................................187
11.3 – ÁREA PILOTO RIBEIRÃO FUNDO - RFD.....................................................................................187
Sítio Maria Moura - MMR Cerâmico Itararé-Taquara...........................................................188
Sítio Morus - MUS Cerâmico Itararé-Taquara.......................................................................189
Sítio Paredão - PRD Cerâmico Itararé-Taquara.....................................................................189
Sítio Pedra da Baleia – PBL Lítico..........................................................................................190
Sítio Pinha – PNH Multicomponencial....................................................................................190
Tupiguarani / Itararé-Taquara.........................................................................................................190
Sítio Rancho Caído - RCD Multicomponencial........................................................................191
Histórico / Tupiguarani / Itararé-Taquara.......................................................................................191
Sítio São Rafael - SRF Lítico..................................................................................................192
11.4 – ÁREA PILOTO BARREIRO - BRR................................................................................................192
Sítio Boa Vista – BVT Cerâmico Itararé-Taquara....................................................................193
Sítio Cateto – CTT Feição Doliniforme...................................................................................194
Sítio Cateto 2 – CT2 Feição Doliniforme.................................................................................194
Sítio Cateto 3 – CT3 Feição Doliniforme.................................................................................195
Sítio Mamangaba – MGB Cerâmico Itararé-Taquara..............................................................195
Sítio Müzel – MZL Cerâmico Itararé-Taquara........................................................................196
Sítio Taquari – TQI Cerâmico Itararé-Taquara.......................................................................196
3
11.5 – ÁREA PILOTO TAQUARUÇU DA SERRA – TQS...........................................................................197
Sítio Andrade – AND Lítico......................................................................................................198
Sítio Andrade 2 – AN2 Lítico....................................................................................................198
Sítio Anfiteatro – ANF Lítico...................................................................................................199
Gruta da Posse – GPS Lítico....................................................................................................199
Sítio Heliodoro – HLD Lítico...................................................................................................200
Sítio Posse – PSS Multicomponencial.....................................................................................200
Lítico / Histórico................................................................................................................................200
Sítio Posse 2 – PS2 Lítico........................................................................................................201
Sítio Saltinho – STN Lítico......................................................................................................202
Sítio Votorantim – VTR Lítico..................................................................................................202
11.6 – ÁREA PILOTO CAMPINA DE FORA – CDF..................................................................................203
Sítio Campina de Fora – CDF Lítico........................................................................................204
Sítio Leonir – LNR Cerâmico Itararé-Taquara........................................................................204
Sítio Monjolada – MJD Cerâmico Itararé-Taquara..................................................................205
Sítio Monjolada 2 – MJ2 Cerâmico Itararé-Taquara................................................................205
Sítio Monjolada 3 – MJ3 Cerâmico Itararé-Taquara................................................................206
Sítio Morro do Gato – MGT Montículos....................................................................................206
Sítio São Sebastião – SBT Cerâmico Itararé-Taquara..............................................................207
Sítio Serraria – SRA Lítico......................................................................................................207
11.7 – ÁREA PILOTO CACHOEIRA – CRA.............................................................................................208
Sítio Araucária - ARC Cerâmico Itararé-Taquara...................................................................209
Sítio Bertini – BTN Cerâmico Itararé-Taquara.......................................................................209
Sítio Cachoeira – CRA Lítico...................................................................................................210
Sítio Cachoeira 2 – CR2 Lítico.................................................................................................210
Sítio Cachoeira 3 – CR3 Lítico.................................................................................................211
Sítio Gasbol 5 – GB5 (*) Cerâmico Itararé-Taquara................................................................211
Sítio Gasbol 6 – GB6 Lítico.....................................................................................................212
Sítio Gasbol 7 – GB7 (*) Lítico.................................................................................................212
Sítio Gasbol 8 – GB8 Cerâmico Itararé-Taquara.....................................................................213
Sítio Gomes – GMS Cerâmico Itararé-Taquara.......................................................................213
Sítio Guimarães – GMR Cerâmico Itararé-Taquara.................................................................214
Sítio Manacás – MNC Lítico....................................................................................................215
Sítio Marcelino – MCL Lítico Antigo........................................................................................215
Sítio Mirante – MRT Cerâmico Itararé-Taquara......................................................................216
Sítio Neri – NRI Cerâmico Itararé-Taquara.............................................................................216
Sítio Olian – OLN Cerâmico Itararé-Taquara.........................................................................217
Sítio Queimada – QMD Cerâmico Itararé-Taquara..................................................................217
Sítio Renata Lopes – REL Cerâmico Itararé-Taquara..............................................................218
Sítio Ribeiro – RIB Cerâmico Itararé-Taquara........................................................................218
Sítio Ribeiro 2 – RI2 Cerâmico Itararé-Taquara......................................................................219
Sítio Ribeiro 3 – RI3 Lítico......................................................................................................219
Sítio Ribeiro 4 – RI4 Lítico......................................................................................................220
Sítio Tapera – TPA Lítico........................................................................................................220
Sítio Tapera 2 – TP2 Cerâmico Itararé-Taquara.....................................................................221
Sítio Taquari Mirim – TMR Cerâmico Itararé-Taquara............................................................221
Sítio Taquari Mirim 2 – TM2 Lítico..........................................................................................222
Sítio Três Águas – TAG Cerâmico Itararé-Taquara.................................................................222
Sítio Três Águas 2 – TA2 Cerâmico Itararé-Taquara...............................................................223
11.8 – VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS EXTERNOS ÀS ÁREAS PILOTO..................................223
Abrigo Porca Magra - PMG Lítico............................................................................................224
Sítio Arlindo Cruz – ACR Cerâmico Itararé-Taquara...............................................................224
Sítio Barrinha – BRN Lítico.....................................................................................................225
Casa do Barão de Antonina – CBA Histórico...........................................................................226
Casa Subterrânea - CSU Feição Doliniforme..........................................................................226
4
Casa Subterrânea 2 – CS2 Feição Doliniforme........................................................................227
Casa Subterrânea 3 – CS3 Feição Doliniforme........................................................................227
Sítio Delgado – DLG Lítico.....................................................................................................228
Sítio Fonseca - FSC Cerâmico Tupiguarani............................................................................228
Sítio Gasbol 1 – GB1 Cerâmico Itararé-Taquara.....................................................................229
Sítio Gasbol 2 – GB2 Lítico.....................................................................................................230
Sítio Gasbol 3 – GB3 Cerâmico Itararé-Taquara.....................................................................230
Sítio Gasbol 4 – GB4 Lítico.....................................................................................................231
Sítio João Milizirdo - JMZ Montículos.....................................................................................231
Sítio Louzarde – LZD Cerâmico Itararé-Taquara.....................................................................232
Sítio Mário Pires - MPS Lítico.................................................................................................232
Sítio Mendes – MDS Cerâmico Itararé-Taquara......................................................................233
Sítio Moura – MRA Cerâmico Tupiguarani.............................................................................233
Sítio Pereiras – PRS Lítico......................................................................................................234
Sítio Pereiras 2 – PR2 Feição Doliniforme...............................................................................234
Sítio Quatis – QTS Cerâmico Itararé-Taquara.........................................................................235
Sítio Rio Preto – RPT Lítico.....................................................................................................235
Sítio Rio Preto 2 – RP2 Lítico...................................................................................................236
Sítio Silveira - SVR Cerâmico Tupiguarani..............................................................................236
Sítio Vila Velha – VVL Histórico.............................................................................................237
Valetas Defensivas Histórico....................................................................................................238
12 – AVALIAÇÃO DE MÉTODOS E SEUS RESULTADOS.............................................................239
12.1 - ARQUEOLOGIA DE SUPERFÍCIE: UM ESTUDO DE CASO NO SÍTIO BIANCO......................................239
12.1.1 – Registro do Material.............................................................................................................240
12.1.2 – Tratamento de Dados...........................................................................................................244
12.1.3- Análise dos Resultados...........................................................................................................244
12.1.3.1 – Padrão e Dispersão...........................................................................................................244
12.1.3.1.1 – Medidas de Distanciamento da Distribuição Aleatória.................................................247
12.1.3.1.1.1 – Análise do Vizinho Mais Próximo...............................................................................247
12.1.3.1.1.2 – Relação Entre Variância e Média - RVM....................................................................249
12.1.3.1.1.3 – Índice de Morisita – Iδ.................................................................................................250
12.1.3.1.1.4 – Escala de Agregação...................................................................................................252
12.1.3.1.2 – Medidas de Dispersão....................................................................................................253
12.1.3.2 – Forma................................................................................................................................254
12.1.3.2.1 – A Forma do Sítio.............................................................................................................254
12.1.3.2.2- Delimitação dos Agregados Intra-Sítio............................................................................255
12.1.4 – Resumo das Características do Sítio....................................................................................257
12.2 – ARQUEOLOGIA DE SUPERFÍCIE II: O SÍTIO BOA VISTA COMO ESTUDO DE CASO..........................258
12.2.2 – Análise dos Resultados.........................................................................................................261
12.2.2.1 – Medidas de Distanciamento da Distribuição Aleatória.....................................................261
12.2.2.1.1 - Análise do Vizinho Mais Próximo..................................................................................261
12.2.2.1.2 - Relação Entre Variância e Média – RVM......................................................................262
12.2.2.1.3 – Índice de Morisita – Iδ....................................................................................................263
12.2.2.2 – Dispersão...........................................................................................................................265
12.2.2.3 – Forma................................................................................................................................265
12.2.2.4 - Delimitação dos Agregados Intra-Sítio..............................................................................266
12.2.3 - Resumo e Discussão dos Resultados....................................................................................267
12.3 – IMPLICAÇÕES................................................................................................................................267
12.4 – AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DE UMA PROGRAMA DE PROSPECÇÃO SISTEMÁTICA POR AMOSTRAGEM
PROBABILÍSTICA.....................................................................................................................................271
13 – ANÁLISE DO MATERIAL ARQUEOLÓGICO..........................................................................274
13.1 – CLASSIFICAÇÃO EM ARQUEOLOGIA..............................................................................................274
13.1.1 – Classificação versus Agrupamento.......................................................................................275
13.1.2 – Afinal, os Tipos são Reais?...................................................................................................278
5
13.1.3 – Existem Classificações Universais ou Únicas?....................................................................280
13.2 – A ANÁLISE DA INDÚSTRIA LÍTICA LASCADA................................................................................282
13.2.1 – Definição dos Atributos da Indústria Lítica Lascada...........................................................285
13.2.1.1 – Atributos Genéricos...........................................................................................................285
13.2.1.2 - Atributos de Lascamento....................................................................................................288
13.2.1.3 – Atributos de Uso................................................................................................................290
13.2.1.4 – Atributos de Retoque.........................................................................................................291
13.2.2 – Discussão dos Resultados.....................................................................................................292
13.2.2.1- Sítio Pouso Alto - PAT.........................................................................................................292
13.2.2.2 – Sítio Cachoeira – CRA.......................................................................................................294
13.2.2.3 – Sítio Menk & Plens - MPL.................................................................................................296
13.2.2.4 – Análise Comparativa dos Sítios.........................................................................................298
13.2.2.5 – Interpretações....................................................................................................................300
13.3 – ANÁLISE DA INDÚSTRIA CERÂMICA..............................................................................................301
13.3.1 – Definição dos Atributos da Indústria Cerâmica...................................................................303
13.3.1.1 – Atributos Genéricos...........................................................................................................303
13.3.1.2 – Atributos Específicos.........................................................................................................306
13.3.2 – A Cerâmica do Sítio Bianco.................................................................................................309
CAPÍTULO V – DISCUSSÃO GERAL DOS RESULTADOS OBTIDOS.........................................315
14 – AS CLASSES DE SÍTIO E SUA INTERPRETAÇÃO.................................................................315
14.1 – OS SÍTIOS LÍTICOS DO ALTO TAQUARI.........................................................................................315
14.1.1 – Os Sítios Líticos “Antigos”..................................................................................................316
14.1.2 – Os Sítios Líticos “Recentes”................................................................................................317
14.2 – OS SÍTIOS DA TRADIÇÃO ITARARÉ – TAQUARA............................................................................321
14.2.1 – Sítios Cerâmicos...................................................................................................................321
14.2.2 – Montículos de Terra.............................................................................................................323
14.2.3 – Feições Doliniformes Antrópicas (“Casas Subterrâneas”).................................................324
14.3 – OS SÍTIOS DA TRADIÇÃO TUPIGUARANI........................................................................................328
14.4 – CRONOLOGIA OBTIDA PARA A REGIÃO.........................................................................................329
15 – UMA SÍNTESE REGIONAL..........................................................................................................331
15.1 – A OCUPAÇÃO PRÉ-CERÂMICA DA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO...............................................331
15.2 - A PROVÁVEL ÁREA DE EXPANSÃO JÊ DO SUL (KAINGANG) NO SUDESTE DO BRASIL...................333
15.3 – A TRADIÇÃO TUPIGUARANI E O VALE DO PARANAPANEMA.........................................................337
16 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS........................................................................339
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................341
6
12 – Avaliação de Métodos e Seus Resultados
Os métodos propostos nos capítulos anteriores só poderiam ser úteis do ponto de
vista científico após sua implementação e posterior avaliação, permitindo que os colegas
possam tirar suas próprias conclusões a respeito de aplicabilidade, custos e resultados
obtidos. Nos itens seguintes serão apresentados alguns estudos de caso onde os métodos
foram aplicados.
12.1 - Arqueologia de Superfície: Um Estudo de Caso no Sítio Bianco
Foi colocado anteriormente, no Item 8, que sítios de superfície sujeitos à ação do
arado continuam apresentando estrutura espacial passível de estudo, não podendo ser
considerados “destruídos” e portanto sujeitos a técnicas de coleta assistemática. Neste
trabalho, optou-se por usar um método que permitisse a visão das peças no espaço,
trabalhando com distribuições de peças, várias escalas de agregação das mesmas e
comparações dos resultados obtidos. Tal tipo de análise só é possível se cada peça tiver
sua proveniência registrada dentro do sítio por meio de um sistema de coordenadas. Este
método, que denominaremos “coleta de superfície com proveniência individual de peças”
ou CSPI, pode à primeira vista impressionar e ser considerado muito trabalhoso. Um dos
objetivos deste capítulo é justamente desmistificar este tema e mostrar o quão prático e
rentável o método pode ser.
O Sítio Bianco foi escolhido como um dos estudos de caso a respeito do
tratamento de sítios de superfície por vários motivos: o terreno em que o sítio se encontra,
que há dez anos servia como pasto, foi arado durante uma das etapas de campo; a
extensão do terreno e a quantidade de fragmentos em superfície pareciam ideais para que
se testasse a eficácia do método, sendo a área grande o suficiente para que se obtivesse
uma boa noção da forma do sítio, ocorrendo apenas um truncamento na porção N e NW
do mesmo, devido à cobertura vegetal; além disso, o sítio era importante por sua
característica de “sítio fronteiriço”, sendo um dos sítios Tupiguarani mais meridionais do
Alto Taquari.
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A primeira atividade a ser executada em um sítio com visibilidade ótima é a
prospecção de superfície. Um dos componentes do método descrito acima é a técnica de
prospecção denominada varredura sistemática, onde os membros da equipe caminham
lado a lado, a distâncias regulares entre si, inspecionando o solo em busca de artefatos
(vide item 10.2.2). A vantagem óbvia desta técnica é permitir uma cobertura completa e
regular do terreno no menor intervalo de tempo. Permitir que os membros da equipe
caminhem a esmo é ineficaz em termos de tempo e de cobertura (quantas vezes uma
mesma área foi percorrida por pessoas diferentes, e quantas áreas restaram sem
inspeção?). Outra faceta desta técnica é a utilização de bandeirolas de plástico para
marcar a posição das peças in loco. Deste modo, os membros da equipe não coletam as
peças que encontram, mas fincam uma bandeirola ao lado de cada peça40. Para evitar
qualquer tipo de erro sistemático nas observações, os membros da equipe têm suas
posições trocadas a cada varredura. O resultado imediato desta técnica é bastante
revelador: pode-se perceber, ainda em campo, onde ocorrem concentrações de material,
quais suas dimensões e como elas se distribuem no espaço. O poder de tal informação em
termos de tomada de decisões é bastante grande, e por si só já justificaria o procedimento.
12.1.1 – Registro do Material
Uma vez “bandeiradas”, as peças puderam ser registradas e coletadas. O
procedimento utilizado no Sítio Bianco se valeu de equipamentos de topografia (um
teodolito ótico/mecânico na primeira etapa e um teodolito digital na segunda etapa) para
registrar a posição horizontal das peças. Demarcados dois eixos principais e ortogonais
que se cruzavam em um ponto de origem, as leituras das peças foram feitas com os
aparelhos e amarradas aos eixos. Obtivemos, desta maneira, coordenadas cartesianas para
cada peça, o que permitiu posteriormente sua plotagem em um mapa do sítio. Este
procedimento exigiu que cada peça tivesse seu número designado já em campo, o que se
fez por meio de etiquetas e sacos plásticos individuais. Em uma planilha foram anotados
os dados obtidos pelo aparelho de topografia, o número da peça e sua categoria
40 Em termos práticos, peças distantes a menos de 10 cm foram registradas como provenientes do mesmo
ponto.
240
(cerâmica, lítico, etc). Após este registro, a peça era ensacada com sua respectiva
etiqueta. Em termos práticos, este procedimento anula totalmente a necessidade de
qualquer tipo de quadriculamento. Com a exceção dos dois eixos principais, que foram
efetivamente locados por meio de piquetes e barbante, não houve motivo para realizar
qualquer outro tipo de demarcação; com efeito, o sítio estava quadriculado de maneira
virtual, posto que todas as peças teriam suas coordenadas cartesianas calculadas.
Cabe notar que outro efeito do senso comum foi superado: o registro individual de
alguns milhares de peças, em um terreno arado e por meio de equipamento de topografia
poderia parecer à primeira vista uma tarefa titânica e extremamente custosa em termos de
tempo. Nossos resultados mostraram porém que o tempo gasto na plotagem individual de
peças não é tão elevado assim. Conforme pode ser observado na Tabela 12 , as taxas de
leitura efetuadas com um teodolito ótico são bastante satisfatórias, e obviamente podem
ser melhoradas com a utilização de um teodolito eletrônico, já que as leituras de ângulo
são dadas na tela, e com precisão de 20 segundos de grau. As medidas de distância,
porém, tanto com um aparelho como com o outro, são calculadas a partir das linhas da
estádia e o processo é moroso (toma vários segundos para cada leitura) e cansativo para o
operador.
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Description:10.3.2.1 – Escolha da Geometria da Malha de Sondagens . analítica desenvolvida por Hodder & Okell (1978), denominado Índice A, que será . Figura 22: Detalhe da área central do Sítio Bianco, mostrando o formato anular das por meio de uma balança mecânica, em intervalos de 1 g.