Tendências ecológicas na anatomia da madeira de espécies da comunidade arbórea da Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil

2006·5.5 MB·Portuguese

by  Cláudia Franca Barros

5
Tendências ecológicasnaanatomia damadeira de espécies da
COMUNIDADE ARBÓREA DA RESERVA BlOLÓGICA DE POÇO DASANTAS,
Rio deJaneiro, Brasil
Claudia Franca Barros', Micheline Leite Marcon-Ferreira1
,
Cátia Henriques Callado26 Helena Regina Pinto Lima\
,
&
Maura da Cunha47 Osnir Marquete' Cecília Gonçalves Costa1,7
,
Resumo
(Tendênciasecológicasnaanatomiadamadeiradeespéciesdacomunidadearbóreada Reserva Biológica
de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil) O trabalho propõe a utilização dos caracteres anatômicos da
madeirana interpretaçãodaestruturadacomunidadearbóreada Reserva Biológicade PoçodasAntas,
RJ, Brasil (22°30'e22o33’Se42u15'e42°19’W). Foramanalisadas26espéciesde 14famílias,totalizando72
espécimens. A alta incidência de características anatômicas comuns - camadas de crescimento distintas,
porosidadedifusa,placasdeperfuraçãosimples,fibrasdeparedesdelgadasaespessas,raioscomfreqüência
de 4 a 12/mm’, com 1-3 células de largura, - foi corroborada pelas análises estatísticas, o que sugere a
ocorrênciadeum padrãoanatômico. Osresultadosdescritosseenquadramnastendênciasecológicaspara
espécies de planícies tropicais, quesecaracterizam poruma menorfreqüênciadeelementos de vasomais
largosc complacas de perfuração simples. Tais caracteres propiciam otransportedegrandes volumes de
água porunidade de tempo e área transversal da madeira.
Palavras-chave: FlorestaAtlântica,anatomiaecológica,anatomiadamadeira.
Abstract
(Ecological trends in wood anatomy of tree species at Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de
Janeiro,Brazil)Woodanatomy featureswereusedtointerpretatethestruetureofthetreecommunityatthe
ReservaBiológicadePoçodasAntas,RJ,Brazil(22°30'e22“33’Se42°15'e42°19’W).26speciesfrom 14
families and 72 specimens were analysed. The high incidenccofanatomical features observed in mostof
species, as growth rings, difuseporosity,simplc perfuration plates, thick-to-thin fibres, 1-3 rayswideand
4 to 12/mm’, statistically suggestcd there was an anatomical pattern. Results were in accordance with
ecological trends fortropical lowland species, characterized by simplc perforarion plates, low frequcncy
and wideningofvesscls. Thcse featuresallow theconduction oflarge volumesofwaterperunittimeand
transectional area ofwood.
Kcywords: Atlanticrain forest,ecologicalanatomy.woodanatomy.
Introdução Nuncs-Freitas 2004). Em comunidades
Os padrões dc diversidade c suas vegetais tal diversidade é geralmente
variações nos diferentes habitats constituem expressa pela contagem geral do número de
os principais temas focalizados em estudos espécies, pela abundância relativa e
de comunidades biológicas (Magurran 1988; composição das espécies ou pela variação
Artigorecebidoem02/2005. Aceitoparapublicaçãocm05/2006.
'InstitutodePesquisasJardimBotânicodoRiodcJaneiro,ProgramaMalaAllantiea,LaboratóriodeBotânicaEstrutural.
RuaPachecoLeão,915,22460-030, RiodeJaneiro, RJ, Brasil,[email protected]
'UniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro,DepartamentodcBiologiaVegetal,LaboratóriodcAnatomiaVegetal.
'UniversidadeFederal Ruraldo RiodeJaneiro, Institutodc Biologia, Departamentodc Botânica.
‘Universidade EstadualdoNorteFluminense,CentrodeBiociênciascBiotecnologia,LaboratóriodeBiologiaCelularc
Tecidual,SetordeCitologiaVegetal.
'Bolsista Fundação Botânica Margarct Mee.
"Bolsista PROCIÊNCIA - UERJ/FAPERJ.
'Bolsista Produtividade CNPq.
Apoio Financeiro: Petrobras, CNPq, FENORfE/TECNORIE.
SciELO/JBRJ
cm L2 13 14 15 16 17
Barros. C. F. etal.
dessa composição ao longo de um gradiente O presente trabalho visa colaborar para
ambiental (Guedes-Bruni 1998; Lima 2000; o melhor conhecimento de um remanescente
Nunes-Freitas 2004). Esses parâmetros são de FlorestaOmbrófila Densadasterrasbaixas
obtidos por meio de inventários florísticos e no estado do Rio de Janeiro, a partir de uma
fitossociológicos, que fornecem informações abordagem de flórula aplicada à anatomia.
básicas subsidiando os estudos botânicos Propõe-seutilizarascaracterísticasanatômicas
subseqüentes (Guedes-Bruni et al. 2002; do lenho na interpretação da estrutura da
Vuono2002). comunidade arbórea, visando responder às
A
estrutura anatômica das madeiras seguintes questões:
também pode refletir tal diversidade e a - Existe um padrão anatômico característico
variação entre diferentes habitats. Carlquist para as espécies analisadas?
(2001) sugere duas abordagens diferentes no - As características anatômicas analisadas
que diz respeito aos métodos utilizados para expressam tendências ecológicas típicas de
expressar a correlação ecologia-anatomia. regiões tropicais deplanície, deacordocomo
Umaéfundamentadaemgrupostaxonômicos, propostoporDickison(1989)emodificadopor
e visa a análise comparativa de espécies de Wheeler & Baas (1991)?
ummesmogêneroemumgradienteecológico.
A
outra envolve a comparação de pequenas Material e Métodos
áreas ou flórulas, visando o reconhecimento
As coletas foram efetuadas na Reserva
ddgCeaarrdulcapqaorufsaiocsrtttmeaarx1çe9osã7no7aô;nvmaeigBtceaôotrmasailcj,aoanissan-ldcMeioopsrmeaaundlndoeesssnta(1ep9u.d8emo5xas;. B2Si2il°ov3la3ógJSaircedai4m2d,°eu15Pm'oeçroe4m2a°dn1ae9ss’cWAe)nn,ttaemsudne(i2cF2íl°po3ir0oe'sdteea
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e megatérmico, com pluviosidade média
dpemricoosonppltooóasngntíioovcseaplsoe,rgtrreDoeripalciiakcsaciisispoo.annrOaa(rs1a9hrm8áeb9sia)ustleatttaasedonlxsidétêdernreicasctisouaasrss,a aa2arn4lgu,aia5gllaosdCdoi.eçe2Oaf.so2sr6otc0leoommeménmotpeeonáutcaciesodmop,eáesrrtpaeaenatstussoroan,laimsavérvrdeáeinrsaozseddoaees-
investigações têm grande relevância para a inundação (Guedes-Bruni 1998).
ui(tnWifhleeirzeêanldceoirsatd&aemcBblaiéammsase1md9e9ee1sr;tausdWopisaesfsmiaaldonagsné,nesetteincadolos. tpoetratleFinozcarenandtmoes72easet1su4pdéacfdaiammsíelsia2is6nvbeonettsâapnréiiccaiadesos,s
1998). Trabalhos focalizando as (Tab. 1). As espécies foram selecionadas
características anatômicas em uma com base em estudos prévios de cunho
abordagem de flórula em biomas brasileiros florístico e fitossociológico (Guedes-Bruni
são ainda escassos, destacando-se Callado et 1998) e englobam os táxons de maior
al. (1997) que estudaram 14 espécies de um representatividade numérica, espécies raras
remanescentede FlorestaAtlânticade Macaé e aquelas indicadas para revegetação de
de Cima, Nova Fribrurgo, Rio Janeiro. áreas degradadas na região (Guedes-Bruni
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..
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1998). As coletas foram efetuadas em sítios do agrupamentodevasos foi obtidasegundo
daReserva,incluindofragmentosperiódicaou Carlquist (1984). Esses procedimentos
permanentemente alagáveis ao nível do mar. (mensurações, contagens e aferições) foram
Paraacoletadolenhoforamselecionados realizados com auxílio da ocular
espécimes de tronco cilíndrico, reto e sem micrométrica, acoplada ao microscópio
bifurcação ou defeito aparente, com diâmetro Olympus ou por meio de uma câmara de
àaltura do peito (DAP) igual ou superiora 1 vídeo Sony acopladaao mesmomicroscópio
cm. As amostras foram retiradas a 1,30 m do eaocomputador,utilizandoosoftwareImage
solo por método não destrutivo (Barros etal. Pro Plus versão 4.0 para Windows.
As análises estatísticas foram efetuadas
1997,2001).
O material foi processado no com a ajuda do software Statistic 6.0. O teste
W
Laboratório de Botânica Estrutural do de Shapiro-Wilk foi utilizado para testar a
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do normalidade das amostras (Zar 1996). Para
Rio de Janeiro, conforme as Normas de verificar a formação de grupos distintos foi
Procedimento em Estudos de Anatomia da realizadaumaanálisedeagrupamento,baseada
Madeira(Coradin & Mufiiz 1991).As seções numa matriz de distância de Manhattan
&
foram coradas por safranina hidroalcoólica (Sneath Sokal 1973) para dados binários,
a 50 % (Sass 1958) ou pela mistura azul de usandooscaracteresqualitativosrelacionados
astra e safranina (Bukatsch 1972) e na Tabela 1. A análise dos componentes
montadas em Permount. As contagens e principaisfoiutilizadaparaordenarasespécies
mensurações dos elementos celulares e os caracteres anatômicos quantitativos e
obedeceram às normas do IAWACommittee qualitativos,evidenciandoos fatoresdemaior
(1989)eCoradin& Mufiiz(1991).Aaferição variância(Ludwig & Reynolds 1988).
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,SciELO/JBRJ
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Tabela 1 -Listagem das famílias e espéciescoletadas, números de registro na XilotecadoJardim
O
55
Família sca J2E ou
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2 •22 | g& x J?«* .sS -5 2o
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RBw
7524, 7336, 7328, 7329, 7475, 7455, 7331, 7326, 7366, 7341,
7526, 7338, 7335, 7333, 7476 7461, 7340, 7356 7368 7342,
7527 7355 7363, 7477, 7462 7473, 7360
7449 7478 7474
Camadasdecrescimento + + + + + + + + +
Porosidade difusa + + + + + + + + +
Vasosexclusivamentesolitários
+
< 5 vasos/mm2
5-20 vasos/mm2 + + +
40-100 vasos/mm2
Comprimentodovaso < 350 pm
Comprimento do vaso + + +
entre350a 800 pm
Comprimento do vaso> 800 pm
Diâmetrotangencialdo
vaso<50 pm
Diâmetrotangencialdovaso
50a 100 pm
Diâmetrotangencialdovaso +
100a200pm
Diâmetrotangencialdovaso
>200 pm
Placadeperfuraçãosimples + + +
Placadeperfuração +
escalarifome< 10barras
Placadeperfuração
escalarifome> 10barras
Placadeperfuraçãoradiada
Placadeperfuração
foraminado-reticulada
Pontoaçôes intervasculares opostas
Pontoaçõesintervascularesalternas +
Pontoaçôes intervasculares
diminutas(<4 pm)
Pontoações intervasculares
pequenas(4a7 pm)
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J
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Botânico do Rio de Janeiro (RBw) e sumário das características anatômicas.
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I 1 «I kl
-s: I I
7343 7507 7533, 7441, 7440 7330, 7459, 7357 7525, 7327, 7548, 7509, 7454, 7536, 7432, 7508,
7354’ 7551* 7570 7450 7361, 7463, 7358, 7532 7334, 7549 7510 7457 7544 7433, 7514,
7364’ 7552’ 7365 7464 7362 7359 7434, 7518,
7435, 7519
7439
+ + + + + + + + + + + + + +
+ + + + + + + + + + + + +
+ + +
+ + +
+ +
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cm 12 13 14 15 16 17
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Barros. C. F. etal.
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Família .504uwr2z44 404O0C4848 .044c28*4 O0440408884»4 40440C84844 40448444
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Espécie 3<.•3§R3S22 s<C41§> c1-uSC25C8 í•!sWi2ü° •T-CCaOQ/§o323 ~g£ -3;w§§a2>. ü*-^OV^Êoi f11ÇlisgSS,ó^ioilMOc --u.éCe§«<2C2303 15£à•§432-»•ui"s -«uJ•30C23CS22o
1 $ 8 •£4C> -£C * 1 í§ 0 a 1
Pontoações intervasculares 4 4 + + 4
médias(7a 10pm)
Pontoações intervasculares +
grandes(>10 pm)
Pontoações intervasculares 4
ornamentadas
Pocnotomaçaõréeoslarsaidoi-svtaisnctuaslares + + 4 4 + 4 4 4
Pontoaçõesraio-vascularescom 4
aréolareduzidaasimples
Vasoscomespessamentoespiralado
Traqueídes + +
Fibrotraqueídes +
4
Fibras septadas +
+
Fibrasmuitocurtas (<900 pm)
Fibrascurtas (900 a 1600 pm) + + + +
Fibraslongas(>1600 pm) 4- 4
Fibrascomparedes finas 4 + + 4 4
Fibrascom paredesde + 4
delgadasaespessas 4 4 + 4
Fibras com paredes espessas
+
Parênquimararo
Parênquima apotraqueal difuso
Parênquimaapotraqueal
difusoemagregados 4 +
Parênquimaparatraqueal escasso +
Parênquimaparatraqueal 4 4
vasicêntrico 4 4 4
Parênquimaparatraquealaliforme
4
Parênquimaparatraquealconfluente 4
Parênquimaparatraquealunilateral 4 4 4
Parênquimaemfaixa>3células +
delargura + 4 4 4
Parênquimaemfaixacom +
1 a3célulasdelargura
Parênquimareticulado +
Parênquimamarginal
4a 12raios/mm + + +
> 12raios/mm 4 4 4 4 4
Raiosexclusivamenteunisseriados
4
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Raiosde 1 a3célulasdelargura + + 4- 4- 4- +
Raios>4célulasdelargura + +
Raios> 1 mmdealtura
Raiosagregados + +
Raiosapenascomcélulas + + 4- 4-
+
procumbentes
Raiosapenascomcélulas
quadradase/oueretas
Raios com procumbentes no + +
corpoe 1 fileiradeeretae/ou + + 4- 4-
quadradasnasmargens
Raioscom procumbentes no +
4-
corpoe2a4fileirasdeereta
e/ouquadradasnasmargens
Raios com procumbentes,
quadradaseeretasmisturadas
Parenquimaaxiale/ouvasos
+
estrafificados
Raiose/ouelementosaxiais
irregularmenteestratificado
Cristais +
4- 4-
índicede grupamentodosvasos 1,65 1,70 1,50 1,70 1,20 2,30 2,30 1,50 1,00 1,68
Espessura da parede dos vasos 3,35 3,82 3,72 4,00 4,49 4,82 5.24 4,35 3,85 4,01
Vasos/mm2
10 8 15 5 19 3 3 6 7 5
Codmepvraismoento dos elementos 733,15 595,15 433,98 435,43 202,29 551,07 450.19 290,16 663.07 622,07
Dieâlmeemternototsandgeenvcaisalodos 104,69 105,46 22,69 84,63 79,02 36,22 213.74 135,17 179.93 181.39
Comprimento de fibra 1139,04 1174,19 1028.36 1054,00 1188,46 2005.00 2322,37 1030.83 1119,11 1701,00
Espessura da parede das fibras 5.41 4,09 2.11 4.00 4.00 7.55 3,99 3.66 4,3 8,79
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—
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+ 4- + + 4- + 4- + 4-
+ 4- 4- + -1-
+ 4- + +
4- 4- + + + 4- + 4- + +
2,36 1,80 2,10 2,10 1,38 1,40 1,50 1,90 1,30 1,30 1,00 1.00 1,00 1,60 1,56 1,20
5,58 3,19 5,88 3,20 3,40 3,70 4,09 4,96 9,55 4,00 4,00 11,86 3,64 2,71 5,00 3,23
6 3 7 42 19 12 13 5,47 3 4 5 5 7 53 7 8
773,08 743,09 1129,33 1476,69714,30 726,31 338,10 312,17 376 369 677 920 727 929 423 300
169,15 149,16 133,23 87,86 100,50 136,62 80,38 164,81 108 132 99 142 134 60 133 113
1306,63 1252,98 1593,93 2158,73 1094,00 1233.08 987,70 1235,18 944,61 883,00 1284,00 1671,19 1420,23 2144,11 1005,78 1068,62
5,74 4.12 7,12 7,37 3,40 4,57 3,64 6,87 3,16 4,00 7,00 7,24 8,07 8,13 3,59 4,01
Rodriguésia 57 (3): 443-460. 2006
)
452 Barros, C. F. etal.
Resultados placas de perfuração simples e placas de
A análise anatômica do material perfuração escalariforme com mais de 10
selecionado revelou elevada ocorrência de barrasepelafreqüênciadoselementosdevaso.
O %
camadas de crescimento distintas, porosidade eixo2 respondepor21 davariaçãototal e
difusa, placas de perfuração simples, fibras é influenciado pela presença de placas de
com paredes delgadas a espessas, maior perfuração escalariforme com menos de 10
frequênciadeparênquimadotipoparatraqueal barras. Existe uma forte correlação positiva
em diferentes arranjos e raios com freqüência entre a ocorrência de placas de perfuração
de 4 a 12/mm’, com 1-3 células de largura escalariforme com mais de 10 barras e
(Tabs. 1 e 2; Figs. 1-10). pontoações intervasculares opostas que, por
A análise de agrupamento (Fig. 11) sua vez, estão negativamente correlacionadas
demonstraqueemboraasespéciespossamser com a presença de placas de perfuração
O
segregadas por seus caracteres anatômicos, a simples. eixo 1 separaLacistemapubescens
maiorianãoseagrupaporfamília,comexceção (Flacourtiaceae) pelaalta freqüênciadevasos
da família Lauraceae cujas espécies associada à ocorrência de placas de
mantiveram-se próximas. As demais famílias perfuração escalariforme com mais de 10
apresentaram um comportamento diverso, barras, confirmando os resultados da análise
exemplificado pelas espécies de de agrupamento. Simira viridiflora
Euphorbiaceae: enquanto Alchornea (Rubiaceae) se destaca pela combinação de
glandulosa e A. sidifolia mantiveram-se placas de perfuração simples e elevada
agrupadas. Pera glabrala ficou bastante freqüência de vasos. O eixo 2 separa as
separadadasdemais.Odendrograma(Fig. 11 espécies Nectandra leucantha, Nectandra
permite verificar ainda, que o representante rigida (Lauraceae) e Tapirira guianenesis
da família Flacourtiaceae, Lacistema (Anacardiaceae) por apresentarem placas de
pubescens, destacou-se das demais por ser a perfuração escalariforme com menos de 10
únicaespéciequeapresentaelementosdevaso barras. As demais espécies mantiveram-se
com placas de perfuração escalariforme com agrupadas, evidenciando um conjunto de
mais de 10 barras, e pontoações características comuns como apresentado nas
intervAasculares opostas. Tabelas 1 e 2.
análisedocomponenteprincipal(PCA) Acombinaçãodosresultadosanatômicos
evidenciou que as características anatômicas sumarizados nas Tabelas 1 e 2 com a análise
variamdentrodefatoresque,juntos,explicam estatística sugere que as características
66% da variância total (Fig. 12). O eixo 1 ecológicas se sobrepõemàs taxonômicas, ese
responde por 45% da variância total e é justificapelapriorização,nopresentetrabalho,
influenciado fortemente pela ocorrência de dos caracteres quantitativos.
Rodriguésia 57 (3): 443-460. 2006
rSciELO/ JBRJ
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