Table Of ContentSOBRE A NOSSA CONVERSÃO A DEUS E
COMO ESTA DOUTRINA É TOTALMENTE
CORROMPIDA PELOS ARMINIANOS
John Owen
Traduzido do original em Inglês
Display of Arminianism
By John Owen
Esta tradução consiste somente no Capítulo XIV, Of Our Conversion to God, da obra supracitada
Via: CCEL.org • Monergism.com
Tradução por Camila Almeida
Revisão e Capa por William Teixeira
1ª Edição: Janeiro de 2015
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
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Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Esta
Doutrina é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos
Por John Owen
[Capítulo 14 do Livro A Display Of Arminianism • Editado]
Quão pouco ou absolutamente nada os Arminianos atribuem à graça de Deus a realização
da grande obra da nossa conversão, isso pode ser claramente evidenciado a partir do que
eu já mostrei que eles atribuem ao nosso próprio livre-arbítrio, de forma que eu devo passar
por isso brevemente, o que, de outra forma, é tão copiosamente anunciado nas Sagradas
Escrituras, que isso exigiria uma discussão muito maior. A confirmação prolixa da verdade
que professamos não atenderá tão bem a minha intenção; que é apenas desvelar os erros
deles, por não conhecerem as profundezas em que muitos são enganados e persuadidos.
Duas coisas, nesta grandiosa combinação de graça e natureza, os Arminianos atribuem ao
livre-arbítrio: primeiro, um poder de cooperação e colaboração com a graça, para torná-la
eficaz de algum modo; em segundo lugar, poder de resistir à operação da graça, tornando-
a completamente ineficaz; Deus, entrementes, não concede nenhuma graça, senão a que
espera um ato consumado de uma dessas duas habilidades, e tem seu efeito conforme-
mente. Se um homem cooperar, então a graça alcança o seu fim; se ele resistir, ela retorna
vazia. Para esta finalidade, eles inventam que toda a graça de Deus derramada sobre nós
para a nossa conversão é apenas uma persuasão moral por Sua palavra, e não uma infusão
de um novo princípio vital pela poderosa obra do Espírito Santo. E, de fato, admitindo isso,
eu concordarei com eles, mui dispostamente, em atribuir ao livre-arbítrio um dos dons antes
recitados: um poder de resistir à operação da graça; mas quanto ao outro, deve-se atribuir
a toda a nossa natureza corrompida, e todos os que são participantes da mesma, uma
deficiência universal de obedecê-lo, ou cooperar nesta obra que Deus tenciona por Sua
graça.
Se a graça da nossa conversão não for nada além de uma persuasão moral, não temos
mais poder para obedecê-la nesse estado em que estamos, mortos em pecado, do que um
homem em seu túmulo, tem em si mesmo, para viver de novo e sair assim que lhe chama-
rem. As promessas de Deus e as orações dos santos na Sagrada Escritura parecem desig-
nar tal tipo de graça que deve conceder-nos uma real capacidade interna para fazermos
aquilo que é espiritualmente bom. Mas parece que não existe tal questão; pois se um
homem deve convencer-me de saltar sobre o rio Tâmisa, ou voar como pássaro, seja ele
tão eloquente quanto puder, sua persuasão em si não me faz mais capaz de fazer isso do
que eu era antes de vê-lo. Se o dom graça de Deus não conferir nada além de uma doce
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persuasão (embora nunca tão poderosa), é algo extrínseco, que consiste na proposta de
um objeto desejado, mas não nos dá, em absoluto, uma nova força para fazer algo, que
não tínhamos antes poder para fazer. Mas vamos ouvi-los pleiteando, eles mesmos, a cada
um desses elementos relativos à graça e à natureza. E,
Primeiro, pela natureza da graça:1 “Deus destinou salvar os crentes pela graça — ou seja,
uma persuasão suave e doce, conveniente e concordante com o livre-arbítrio deles — e
não por qualquer ação todo-poderosa”, diz Armínio. Parece algo estranho, que “a mente
carnal sendo inimizade contra Deus”, e a vontade dominada pelo pecado, e cheia de
miserável oposição a todos os caminhos de Deus, ainda assim Deus não tenha outros
meios para conduzi-los Ele, a não ser alguma persuasão que é doce, agradável e congru-
ente a eles nesse estado em que estão. E, é uma pequena exaltação da dignidade e poder
da graça, quando o principal motivo pelo qual ela é eficaz, como Alvarez observa, é reduzida
a um jantar bem digerido ou um sono tranquilo, em que alguns homens podem ser levados
a um melhor temperamento que o normal, para dar cumprimento à presente graça conve-
niente.
Mas, no momento, vamos aceitar isso, e admitir que Deus chama alguns por uma tal con-
vicção conveniente, em tal data e local que Ele sabe que eles consentirão com ela. Eu
pergunto, se Deus chama assim todos os homens, ou apenas alguns? Se todos, porque
não são todos convertidos? pois a própria concessão disso, sendo adequada, a torna
eficaz. Se apenas alguns, então por que eles, e não outros? Isso é a partir de uma intenção
especial para fazê-los obedientes? Mas, deixe-os tomar cuidado, pois isso chegará perto
de estabelecer o decreto da eleição; e a partir de que outra intenção disso deve ocorrer,
eles nunca serão capazes de determinar. Portanto,2 Corvinus nega que tal adequação seja
necessária para a graça pela qual somos convertidos, mas apenas que seja uma persuasão
moral; a qual podemos obedecer se quisermos, e assim a tornamos eficaz. Sim, e o próprio
Armínio, depois de ter defendido isso, tanto quanto ele foi capaz, coloca-o fora de si mesmo,
e falsamente coloca isso como originado por Agostinho. De modo que, como eles junta-
mente afirmam:3 “eles confessam que nenhuma graça para a geração de fé seja necessária,
mas somente a que é moral”, o que um deles interpreta ser4 “uma declaração do evangelho
a nós”, exatamente como seu antigo mestre, Pelágio, que disse:5 “Deus opera em nós tanto
o querer o que é bom e querer o que é santo, ao passo que Ele nos desperta com a promes-
sa de recompensa e da grandeza da glória futura, aos que antes estavam entregues a
desejos terrenos, como animais irracionais, não amando nada além das coisas do presente
século, incitando nossas vontades estúpidas a um desejo por Deus, por meio de uma
revelação da sabedoria, e por convencer-nos de tudo o que é bom”. Ambos afirmam que a
graça de Deus nada é, senão a persuasão moral, operando pela maneira de poderosos
argumentos convincentes; mas ainda aqui Pelágio parece atribuir maior eficácia a ela do
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que os Arminianos, consentindo que ela opera sobre nós quando o nosso estado é como o
dos animais irracionais, estando posta somente nas coisas terrenas. Mas estes, como eles
confessam que para que a fé seja produzida,6 é necessário que esses argumentos sejam
propostos da parte de Deus para que nada provavelmente esteja em oposição pelo que
eles não pareçam credíveis. Assim é — dizem eles — necessário da nossa parte uma pie-
dosa docilidade e dignidade de espírito. Assim, [segundo os Arminianos] toda a graça que
Deus nos concedeu consiste em argumentos persuasivos a partir da Palavra, e, então, se
eles encontram mentes que sejam ensináveis podem operar a sua conversão.
Em segundo lugar, tendo assim atenuado a graça de Deus, eles afirmam:7 “que a operação
da eficácia dela depende do livre-arbítrio”; assim, então os Remonstrantes em sua Apolo-
gia8, dizem: “E, para falar confiantemente”, diz Grevinchovius “eu digo que o efeito da graça,
em um curso normal, depende de algum ato de nosso livre-arbítrio”. Suponhamos, então,
que dois homens sejam feitos participantes da mesma graça, ou seja, que tenham o Evan-
gelho pregado a eles pelos mesmos meios, e um é convertido e outro não, o que pode ser
a causa desta tão grande diferença? Houve alguma intenção ou propósito de Deus que um
fosse transformado e o outro não? “Não; Ele igualmente deseja e intenciona a conversão
de todos e de cada um”. Será que, então, Deus opera pelo Espírito Santo mais fortemente
no coração de um do que do outro? “Não; a mesma operação do Espírito sempre acompa-
nha a mesma pregação da palavra”. Mas não foi um, por alguma ação todo-poderosa, feito
participante da real graça infundida, a qual o outro não alcançou? “Não; porque isso des-
truiria a liberdade de sua vontade, e o privaria de todo o louvor pela crença”. Como, então,
ocorreu essa diferença extrema de efeitos? Porque, quem fez um diferente do outro? O que
tem ele que não tenha recebido? “Ora, tudo isso procede apenas da força de seu próprio e
obediente livre-arbítrio, cedendo ao convite da graça de Deus, que, como os outros, ele
poderia ter rejeitado. Esta é a causa imediata de sua conversão, de forma que todos os
louvores são devidos a ele”, e aqui o velho ídolo pode gloriar-se perante todo o mundo, que
se ele pode, apenas obter que seus adoradores prevaleçam nisto, ele tem excluído comple-
tamente a graça de Cristo, e fez dela “nomen inane”, um mero título, ao passo que não
existe tal coisa no mundo.
Em terceiro lugar, eles ensinam, que, apesar de todo o propósito e intenção de Deus para
converter e, assim, salvar um pecador, não obstante a operação mui poderosa e eficaz do
bendito Espírito, com a mais atraente e persuasiva pregação da Palavra, ainda assim está
no poder de um homem frustrar o efeito, resistir a essa operação e rejeitar aquela pregação
do Evangelho. Não precisarei provar isso, porque isso é o que, em termos diretos, eles
pleiteiam; o que eles também devem fazer, se eles concordarão com seus princípios anti-
gos. Pois, consentindo que todos esses não têm influência sobre qualquer homem, a não
ser por meio de persuasão moral, nós não devemos apenas consentir que ela pode ser re-
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sistida, mas também negar totalmente que ela pode ser obedecida. Podemos resistir a isso,
eu digo, como tendo tanto uma incapacidade para o bem e repugnância contra ele; mas
quanto a obedecê-lo, a menos que neguemos toda a corrupção inerente e depravação da
natureza, não podemos atribuir tal suficiência a nós mesmos.
Agora, a respeito desta fraqueza da graça, que ela não seja capaz de superar o poder da
natureza pecaminosa, um testemunho de Armínio é suficiente9: “Sempre permanece no
poder do livre-arbítrio rejeitar a graça que é dada e recusar aquilo que a segue; pois a graça
não é uma ação onipotente de Deus, de forma que o livre-arbítrio não possa resisti-la”. Não
que eu afirmasse, em oposição a isso, como se uma operação da graça devesse, por assim
dizer, violentamente superar a vontade do homem, e força-lo à obediência, o que deve
necessariamente ser prejudicial à nossa liberdade; mas apenas que consiste em uma obra
eficaz tão doce a ponto de promover infalivelmente a nossa conversão, nos tornando
dispostos, a quem antes não éramos dispostos e obedientes, a quem não obedecíamos de
forma a criar corações puros e renovar espíritos retos dentro de nós.
Isso, então, que nós afirmamos, em oposição a essas heterodoxias Arminianas, é: que a
graça eficaz que Deus usa na grandiosa obra da nossa conversão, em razão de sua própria
natureza, — sendo também o instrumento e intenção de Deus para este propósito, — certa-
mente produz o efeito pretendido, sem resistência bem sucedida; e sozinha, sem qualquer
considerável cooperação de nossas próprias vontades, até que elas sejam preparadas e
transformadas por essa mesma graça. A infalibilidade do seu efeito depende principalmente
do propósito de Deus. Quando, por qualquer meio que Ele intenciona a conversão de um
homem, esses meios devem ter tal eficácia adicionada a elas, a ponto de torná-los instru-
mentos próprios para a realização desse propósito, de forma que o conselho do Senhor
possa prosperar, e a Sua palavra não volte vazia. Mas, o modo de sua operação — o que
não requer assistência humana, e é capaz de superar toda repugnância — é própria à es-
sência de tal ato. Esta natureza e eficácia da graça se opõem a uma influência indiferente
do Espírito Santo, a um movimento metafórico, a uma obra pela forma de persuasão moral,
apenas propondo um objeto desejável, fácil de ser combatida, e não efetiva a menos que
seja ajudada por uma capacidade inata de nós mesmos (que é a graça Arminiana), confir-
marei brevemente, tendo como premissa essas poucas coisas:
Primeiro, embora Deus não utilize as vontades dos homens, em sua conversão, como
espíritos malignos usam os membros dos homens, em êxtases, por um movimento abrup-
to violento, mas doce e agradavelmente à própria natureza deles; ainda assim, no primeiro
ato de nossa conversão à vontade é meramente passiva, como um sujeito capaz de uma
tal obra, não concorrendo cooperativamente para a nossa conversão de modo algum. Isso
não é, eu digo, a causa da obra, mas o sujeito em que ela é operada, tendo apenas uma
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capacidade passiva para o recebimento dessa essência sobrenatural, que é introduzida
pela graça. O início desta “boa obra” é de Deus somente (Filipenses 1:6). Sim, a fé é atri-
buída à graça, não por meio de cooperação com a nossa vontade, mas em oposição a ela:
“isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8). “Não que sejamos capazes, por nós,
de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2
Coríntios 3:5). “Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos” (Lamentações 5:21).
Em segundo lugar, embora a vontade do homem não dê qualquer consentimento na oca-
sião em que a graça é incialmente infundida, contudo há uma recepção subjetiva dela, ainda
no primeiro ato, que é feita na e pela vontade, e então, ela coopera mui livremente (a propó-
sito de subordinação) com a graça de Deus; e o mais efetivamente a vontade é movida pela
graça, e mui voluntariamente ela opera com a graça. Então, assim, o homem que está
sendo convertido pela graça, converte-se voluntariamente.
Em terceiro lugar, nós não afirmamos que a graça seja irresistível, como se ela viesse sobre
a vontade com uma violência tal que subjuga e elimina a vontade humana, e a sujeite por
compulsão, ao que ela não é de nenhuma maneira inclinável. Mas quando usamos este
termo, temos em mente apenas uma eficácia tão invencível da graça que sempre e
infalivelmente produz o seu efeito; pois, quem é que pode “resistir a Deus?” (Atos 11:17).
Como também, isso pode ser usado quanto à vontade em si, a qual não resistirá à graça,
pois, todo aquele que o Pai dá a Cristo virá a Ele (João 6:37). A operação da graça não é
resistida por nenhum coração duro, porque ela pacifica o próprio coração. Ela não tanto tira
um poder de resistir, como concede uma vontade de obedecer, pelo que a poderosa
impotência da resistência é removida.
Em quarto lugar, em relação à graça em si, ou é comum ou especial. A graça comum ou
geral consiste na revelação externa da vontade de Deus através da Sua Palavra, com al-
guma iluminação da mente para percebê-la, e correção dos afetos, não tanto para des-
prezá-los; e isso, em algum grau ou outro, para alguns mais, para outros menos, é comum
a todos os que são chamados. A graça especial é a graça da regeneração, compreendendo
a primeira, porém, acrescentando mais atos espirituais, porém especialmente pressupondo
o propósito de Deus do que a sua eficácia principalmente depende.
Em quinto lugar, esta graça salvadora, pela qual o Senhor converte ou regenera um peca-
dor, transportando-o da morte para a vida, é externa ou interna. A externa consiste na pre-
gação da Palavra e etc., cujo funcionamento é pela forma de persuasão moral, quando por
meio dela rogamos aos nossos ouvintes “da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”
(2 Coríntios 5:20); e isso em nossa conversão é o agente instrumental da mesma, e pode
ser considerada uma causa suficiente da nossa regeneração, na medida em que nenhum
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outro, de mesmo tipo, é necessário. Ela também pode ser resistida in sensu diviso, abstra-
indo a partir da consideração em que é vista como o instrumento de Deus para tal fim.
Em sexto lugar, a graça interna é distinguida, por teólogos, da graça inicial ou de prevenção,
ou graça cooperante. A primeira é aquele princípio espiritual vital que é infundido em nós
pelo Espírito Santo, aquela nova criação e concessão de uma nova força, pelo que somos
conduzidos à capacidade para realizar ações espirituais, crer e prestar obediência evangé-
lica: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras” (Efésios 2:10).
Por esta graça interna Deus nos dá um coração novo, e põe dentro de nós um espírito novo,
ele tira de nós o coração de pedra, e nos dá um coração de carne; ele põe dentro de nós o
Seu Espírito, para que andemos nos Seus estatutos (Ezequiel 36:26-27).
Agora, esta primeira graça não é própria e formalmente um ato vital, mas somente causa-
liter [casualmente], sendo um princípio de movimento para tais atos vitais dentro de nós. O
hábito da fé é concedido a um homem, para que ele seja capaz de suscitar e praticar os
atos de fé, dando nova luz à compreensão, novas inclinações à vontade, e novas afeições
ao coração, pois a eficácia infalível desta graça é o que nós pleiteamos contra os Arminia-
nos. E entre aquelas inúmeras passagens da Sagrada Escritura que confirmam esta ver-
dade, farei uso apenas de um número pequeno, reduzido a estes três tópicos:
Em primeiro lugar, nossa conversão é operada por uma ação Divina onipotente, a que a
vontade do homem não irá, e portanto, não poderá resistir. A impotência da mesma não
deve se opor a esta graça onipotente, que certamente efetuará a obra para a qual foi orde-
nada, sendo uma ação não inferior à “sobreexcelente grandeza do Seu poder sobre nós, os
que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressus-
citando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus” (Efésios 1:19-20). E, este
poder que pode superar o inferno, e desatar os laços da morte, não será eficaz para levantar
um pecador da morte no pecado, quando, pela intenção de Deus, ela é designada a esta
obra? Deus cumpre a “obra da fé com poder” (2 Tessalonicenses 1:11). É o “seu divino po-
der nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade” (2 Pedro 1:3). Certamente, a persua-
são moral resistível não seria tantas vezes chamada de: o “poder” de Deus, o que denota
uma eficácia real, a qual nenhuma criatura é capaz de resistir.
Em segundo lugar, posto que esta graça consiste em uma eficácia real — não pode de
modo algum ser considerada assim, senão quando e onde ela realmente opera o que
intenciona, e não pode ser resistida a ponto de tornar-se inoperante —, toda a sua nature-
za constitui uma operação real. Agora, que a própria essência da Divina graça consiste em
um ato tão formal pode ser provado por todas as passagens da Escritura que afirmam que
Deus, por Sua graça, ou a graça de Deus, na verdade, efetua a nossa conversão, refiro-me
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Description:mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” [Apocalipse 20:6]. In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah.