Table Of ContentRitos genéticos editoriais
autoria e textualização
margem da palavra
selo da editora urutau ltda
rua inocêncio de oliveira, 411
jardim do lago 12.914-570
bragança paulista-sp
Tel. [ 55 11] 94859 2426
[55 19] 99287 4640
[email protected]
www.margemdapalavra.com.br
conselho editorial
adriano luiz duarte | ufsc
alexandre soares carneiro | unicamp
alfredo luiz paes de oliveira suppia | unicamp
ana claudia bortolozzi maia | unesp
ana silvia andreu da fonseca | unila
césar aparecido nunes | unicamp
daniel ferraz chiozzini | puc-sp
edilaine buin barbosa | ufgd
josé luís sanfelice | unicamp
lúcia granja | unesp
luciana salazar salgado | ufscar
mauricéia ananias | ufpb
regina aída crespo | unam - méxico
Wilson alves bezerra | ufscar
Luciana Salazar Salgado
Ritos genéticos editoriais
autoria e textualização
[edição revista]
margem da palavra
editores
ana elisa de arruda penteado
tiago fabris rendelli
Wladimir vaz
revisão
ly penteado
desenho da capa
“do alamabique observo a minha escola”
de antonio brasilit
© margem da palavra, 2016.
Dados Internacionais de Catalogação
na Publicação (cip)
H673 Histórias de instituições escolares: teoria e prática / José
Luís Sanfelice, Mara Regina Martins Jacomeli, Ana Elisa de
Arruda Penteado, organizadores. – Bragança Paulista-SP:
Margem da Palavra, 2016.— 304 p. ; 16x21 cm
Editora Margem da Palavra (Selo da Editora Urutau).
ISBN 978-85-5900-000-9
1. Educação - Brasil. 2. Educação - Brasil - História. 3. Educação -
Brasil - Historiografia. 4. Instituições Escolares - Brasil. 5. Instituições
Educativas - Brasil. I. Sanfelice, José Luís. II. Jacomeli, Mara Regina
Martins. III. Penteado, Ana Elisa de Arruda. IV. Titulo.
cdd: 370.7
cdu: 370.981 / 37.013
Índice para catálogo sistemático:
1. Brasil: Instituições Escolares: Educação: História 371.00981
2. Educação - Brasil - História 370.981
3. Educação 37(469 )
sumário
7 Apresentação
9 Apresentação à 1ª edição
11 Prefácio
Sírio Possenti
15 introdução
PARTE I – Discursividades constitutivas do mercado editorial
37 Capítulo 1
o mercado editorial como instituição discursiva
61 Capítulo 2
uma escuta das circulações ordinárias de sentido
PARTE II – Autoria e textualização
139 Capítulo 3
A circulação da energia social inscrita na vitalidade dos textos
163 Capítulo 4
os ritos genéticos editoriais
PARTE III – ritos genéticos editoriais – análises
203 Capítulo 6
Gêneros instituídos
Limites, fronteiras, liames, percurso
273 Capítulo 7
interlíngua
os escribas escavam um hiato irredutível
305 Capítulo 8
Ethos discursivo
Crer pra ver e ver pra crer
337 Considerações finais
347 referências bibliográficas
365 Posfácio
Norma Discini
APrEsEntAção
Esta nova edição de Ritos genéticos editoriais é sobretudo uma alegria.
Ela celebra duas coisas: a consagração da edição de textos como um
tema de pesquisa; a certeza de que os coletivos de trabalho são o espaço que
qualifica o pensamento.
No que diz respeito à edição de textos — a preparação de originais,
o copidesque, a revisão e todas as etapas anteriores e posteriores que estão
aí implicadas —, é crescente a demanda por profissionais qualificados, e
por isso os cursos de especialização e as disciplinas em grades de formação
regular vêm surgindo com força e sistematicidade; e cresce pari passu o in-
teresse pela pesquisa, tanto porque a formação básica suscita reflexões que
merecem desdobramento, quanto porque pesquisar o funcionamento dessas
atividades tem permitido compreender aspectos importantes da língua em
uso e também de sua relação com as institucionalidades que presidem esse
uso e nele se constituem. Trata-se de estudar processos, e não só produtos
acabados. Trata-se de pôr foco na mediação editorial, isto é, de conhecer um
conjunto de práticas que se desenham conforme complexas relações entre
diferentes normas e técnicas.
No que tange aos coletivos de trabalho — grupos de estudo e de
pesquisa,1 redes interinstitucionais, comunidades virtuais e núcleos que se
formam a partir daí —, têm ensejado a reflexão conjunta e, assim, a cons-
1 Registro aqui vivos agradecimentos aos companheiros de trabalho do grupo Comunica –
inscrições linguísticas na comunicação, imprescindíveis no caminho que levou a esta nova
edição. Agradeço especialmente a Letícia Moreira Clares, Helena Boschi e Luiz André
Neves de Brito pela intensidade das trocas sobre os ritos genéticos editoriais.
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trução de um pensamento propositivo que não desliza para uma crítica re-
nitente, gotejando amargor. Ser propositivo implica arriscar-se, claro, e os
coletivos, que tecem as redes de troca, são ao mesmo tempo fonte de entu-
siasmo e tela de segurança. E essa coisa tão séria, que leva a grandes em-
preendimentos, brota muitas vezes dos contatos mais simples, acontecidos
na lida de quem está em atitude de trabalho, olhando o mundo à volta com
vontade de conhecer.
Esta edição nasceu assim: houve uma tarde de 2015 em que editores
da Urutau vieram à ufscar, chamados pela Coordenadoria de Cultura, para
falar, entre outras coisas, de sua linda coleção Galo Branco; na chegada, nos
apresentamos, e um deles comentou que conhecia a pesquisa sobre os ritos
genéticos editoriais, contei que tinha havido uma versão em livro, mas que
há muito se esgotara, eles disseram que editora tinha um selo acadêmico —
o Margem da Palavra... Cá estamos!
Há um imponente circuito editorial em que flamejam títulos e quanti-
dades. Mas há outros. Entre eles, há destes, de gente que se reúne e põe em
circulação o que pensa valer a pena, objetos editoriais que se arriscam con-
fiantes, desejosos dos encontros pelos quais se arriscam. Que alegria maior
pode haver?
8 Ritos genéticos editoriais: autoria e textualização
APrEsEntAção à 1ª EDição
As reflexões que se seguem resultam de um estudo discursivo do mer-
cado editorial brasileiro, mais especificamente de um período do mercado
editorial brasileiro: entre 2003 e 2007, tomada como marco inicial a pro-
mulgação da chamada Lei do Livro.
Mobilizando o quadro teórico e metodológico da análise do discur-
so de tradição francesa, um conjunto de noções articuladas foi explorado,
notadamente propostas de Dominique Maingueneau, para pensar sobre o
que tem sido comumente referido como revisão de textos, e daí se desdobra
a necessidade de pensar sobre autoria, desse lugar de um leitor profissional
que se institui como um outro do autor.
Diante da efervescente discussão em curso no Brasil e, mais ampla-
mente, nas relações internacionais, a esperança é de que o recorte ora ofere-
cido seja útil para os interessados em estudar o funcionamento do mercado
editorial e as problemáticas discursivas, comunicacionais e culturais que se
põem nesse estudo e, também, que aos analistas do discurso seja útil o modo
como as questões teóricas e metodológicas conduziram às análises sobre o
estatuto discursivo dos gêneros, da língua e do ethos.
É certo que, de 2007 para cá, novos dados permitem novas reflexões,
e foi grande a tentação de fazer atualizações. Pesquisas importantes, como
as várias séries produzidas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
– ipea e os levantamentos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – ibge, inclusive o Censo 2010, permitem passos mais largos nos
debates sobre autoria, propriedade intelectual e acesso ao bem cultural. Em
O mercado editorial como instituição discursiva 9
todo caso, proceder a essas atualizações implicaria um novo trabalho, uma
vez que a composição do arquivo de base se transformaria substancialmente
e isso produziria novas necessidades, possivelmente apontaria para outras
questões, além das que são abordadas aqui.
Assim, este texto é bastante fiel à pesquisa de doutorado desenvolvida
no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Cam-
pinas, sob orientação do Prof. Dr. Sírio Possenti, e parte do que foi reunido
nestes capítulos teve circulação em artigos, antes e durante o estágio de
pós-doutorado no Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, sob supervisão
da Profa. Dra. Norma Discini, com bolsa da Fapesp, que também financiou
esta publicação.
Esta versão é, portanto, uma compilação dos dados e das análises que
pude debater em diversas ocasiões. Agradeço especialmente aos colegas do
Centro de Estudos de Fórmulas e Estereótipos: teoria e análise, o FEsTA,
que tem abrigado pesquisadores de diferentes níveis e instituições, produ-
zindo encontros de diversos formatos, leituras coletivas, trocas muito pro-
veitosas. Espero, com este volume, fazer jus a esses companheiros.
Por fim, arrisco-me a sugerir que as considerações finais talvez sejam
um bom começo para não-especialistas que têm buscado aproximação com
os estudos da linguagem.
Mas isso tudo são esperanças, ao leitor caberá fazer seus caminhos pelas
trilhas do texto — as que foram abertas e as que sempre estão por abrir.
São Paulo, janeiro de 2011
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