Table Of ContentBernadete de L. R. Beserra
Rémi Fernand Lavergne
Racismo
e
Educação
no Brasil
Racismo
e
Educação
no Brasil
Bernadete de L. R. Beserra
Rémi Fernand Lavergne
Racismo
e
Educação
no Brasil
Recife – 2018
Racismo e Educação no Brasil
Copyright © 2018 Bernadete de L. R. Beserra e Rémi Fernand Lavergne
Impresso no Brasil / Printed In Brazil
Todos os Direitos Reservados
Presidente da República
Michel Temer
Ministro da Educação
Rossieli Soares da Silva
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Reitor
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Vice-Reitora
Prof. Florisbela de Arruda Camara e Siqueira Campos
Diretor da Editora
Prof. Lourival Holanda
Editor Chefe
Flávio Gonzalez
Revisão
Leonora Vale de Albuquerque
Normalização Bibliográfica
Perpétua Socorro Tavares Guimarães – CRB 3/801
Programação Visual, Diagramação e Capa
Valdianio Araújo Macedo
Catalogação na fonte:
Bibliotecária Kalina Ligia França da Silva, CRB4-1408
B554r Beserra, Bernadete de L.R.
Racismo e educação no Brasil [recurso eletrônico] / Bernadete de
L.R. Beserra, Rémi Ferdinand Lavergne. – Recife : Ed. UFPE, 2018.
Inclui referências.
ISBN 978-85-415-1018-9 (online)
1. Educação – Brasil. 2. Antropologia. 3. Racismo – Educação –
Brasil. 4. Negros – Educação – Brasil. 5. Discriminação na educação. I.
Lavergne, Rémi Ferdinand. II. Título.
370.81 CDD (23.ed.) UFPE (BC2018-034)
Dedicamos este livro a todos os brasileiros vítimas do racismo:
Aos indígenas e seus descendentes, tratados como invasores
na própria terra em que viram nascer seus antepassados;
Aos afrodescendentes, que sacrificaram culturas e histórias
para a construção de uma nação que permanece tratando-os
como inferiores;
Aos “pobres”, cada vez mais vulneráveis e invisibilizados,
inclusive, pelas próprias Ciências Sociais;
A todos os “diferentes” maltratados num país que tanto se
orgulha da sua cordialidade;
Aos estudantes universitários que compartilham essas ex-
periências de desvalorização cultural e social e que, por isto,
continuam alheios aos códigos de uma universidade que tão
tardiamente lhes abriu as portas, mas que, apesar disto, per-
manece fechada na sua cegueira e no seu elitismo.
AGRADECIMENTOS
Este livro é fruto de duas décadas de pesquisa. O interesse
pelo tema do racismo surgiu de modos e em circunstâncias diversas
para os seus autores. Bernadete Beserra redescobriu o “racismo à
brasileira” durante sua pesquisa de doutorado, quando estudou os
imigrantes brasileiros em Los Angeles. Depois, na volta ao Brasil,
em 2000, teve o privilégio de acompanhar, a partir da sua sala de
aula, as mudanças que ocorreram na percepção de cor e raça entre
os seus alunos a partir da Conferência de Durban. O modo como as
políticas de ações afirmativas impactaram o “racismo à cearense” foi
foco de pesquisa que envolveu alunos de graduação e pós-gradua-
ção. As várias etnografias desenvolvidas sob a sua orientação tinham
como objetivo compreender os fatores em jogo nas discriminações
cotidianas na escola pública de Fortaleza, do ensino básico ao supe-
rior. Foram os dados coletados nessas várias pesquisas que alimenta-
ram as reflexões que resultaram neste livro.
Rémi Lavergne se juntou ao grupo de pesquisa em 2008 e
trouxe perspectivas ainda não suficientemente exploradas. Além do
seu trabalho, focado na diferença produzida pela deficiência física,
sensorial e mental, que o levou a observar a escola pública da pers-
pectiva de como esta lidava com esses alunos, ele trouxe para o gru-
po uma experiência particular de formação e cidadania, à francesa,
o que nos ajudou a perceber mais claramente o sentido da escola
pública brasileira.
Tendo sido um trabalho que se desenvolveu ao longo de
duas décadas, contou com a colaboração e os insights de várias pes-
soas, muitas das quais não conseguiremos nos lembrar. Em todo
caso, da parceria com estudiosos do tema nos Estados Unidos, não
poderíamos deixar de agradecer a Suzanne Oboler, Ana Yolanda
Ramos-Zayas, Frances Aparicio, Seth Racusen e Cileine de Lourenço.
No Brasil, acompanhamos o debate sobre “racismo e educa-
ção” mais a distância, meio fora do campo, porque a nossa perspec-
tiva sempre foi diferente das que se apresentavam no período mais
tenso do debate sobre a implantação das políticas de ações afirmati-
vas. Naquele momento, não parecia haver lugar para o trabalho que
apresentamos agora, porque a antropologia brasileira apenas muito
casual e timidamente havia se arriscado na área da educação nesse
sentido mais particular do estudo etnográfico de escolas. Felizmen-
te, na última década, apesar dos riscos próprios do estudo etno-
gráfico de instituições que compõem o Estado, esse conhecimento
específico -- e tão necessário -- passou a também ser construído pela
antropologia brasileira.
Pela disposição de se lançar no estudo empírico de tema tão
politizado e correr muito mais riscos do que o de ser teoricamen-
te contestada, agradecemos de forma bastante especial a Silviana
Mariz, cuja tese de doutorado muito nos inspirou. Diego Vieira,
Dorenildo Matos, Joamir Brito, Cristina Imaculada, Ana Iza Pereira
e Ana Natália de Lima também participaram do grupo de pesquisa
Negritude e Cearensidade: Relações Étnicas e Raciais no Ceará e ajuda-
ram a enriquecer este estudo com os dados coletados e participação
nas discussões do grupo, assim como a dedicação de suas monogra-
fias ao tema.
Também agradecemos a Kelly Oliveira, Elaine V. Almeida,
Carlos César Lacerda, Danilo Celedônio, Valéria Lima e todos que
participaram do grupo de pesquisa Antropologia da Educação Su-
perior, Políticas Educacionais e Escola, entre 2012 e 2015, quando
concluímos a escrita do livro. As suas pesquisas individuais, embora
sem o foco direto nos preconceitos e discriminações que permeiam
as práticas cotidianas na escola brasileira, ofereceram elementos em-
píricos que nos obrigaram a buscar outros recursos teóricos e apre-
sentar a interpretação que aqui se oferece.
Agradecemos também aos professores Alfredo Veiga-Neto
e Sylvio Gadelha, pelo desafio proposto, e aos professores Flávio
