RAC CAPA ago 2015 bmp

102 Pages·2015·6.75 MB·English

Sumário
2 Editorial
Entrevista
3 Lançamentos editoriais
30 Equilíbrio entre ser humano e natureza
Registro
Flora catarinense
5 Santa Catarina reproduz tainhas em cativeiro
32 Interdependência
OIE reconhece SC e RS livres de peste suína
6
clássica Informativo técnico
Porto de São Francisco do Sul ganha
6 Monitoramento on-line de qualidade de água
monitoramento marítimo 38
com o uso de sondas multiparâmetros
7 Epagri reativa banco de germoplasma de cebola
Viabilidade do cultivo biosseguro de camarões
Agricultura é o setor mais afetado por desastres 41 no controle da enfermidade da mancha-branca
8
naturais em Santa Catarina
8 Retorno social da Epagri alcança R$1,15 bilhão Nota científica
Mudanças climáticas podem rebaixar VPA
9 Avaliação de amostradores de solos em sistema
catarinense 45
de plantio direto
SC combate a vespa-da-madeira nos plantios de
10 Primeiro relato de superbrotamento da
pínus 48
mandioca em Santa Catarina, Brasil
10 Embrapa lança batata BRS Camila
Germoplasma
Número de produtores orgânicos no País cresce
11 SCS368 Ituporanga e SCS369 Águas Negras,
51% 51
cultivares de batata-doce para Santa Catarina
Mapeamento identifica 6,4 mil feiras livres e
11
agroecológicas no País Artigo científico
12 Epagri nas redes sociais
Impacto das mudanças climáticas para o período
55 futuro 2071-2100 no zoneamento do milho no
12 Revista ganha reconhecimento da FAO Sul do Brasil
Tolerância de genótipos de arroz irrigado
12 Livro aborda história da agronomia em SC
61 submetidos a estresse por baixas temperaturas
na fase reprodutiva
Opinião
Susceptibilidade do camarão-branco do Pacífico
Revitalização da pesquisa agropecuária de Santa 67 à infecção com Vibrio alginolyticus sob diferentes
13
Catarina saturações de oxigênio
Conjuntura 71 Oportunidades de mercado para tipos especiais
de arroz em Santa Catarina
14 Ano Internacional dos Solos – AIS 2015 Atributos químicos do solo e resposta de plantas
forrageiras à aplicação de esterco líquido de
78
Vida rural suínos por longo período no sistema plantio
direto
18 Aprenda a fazer o adubo bokashi
Produtividade da grama missioneira-gigante,
84
amendoim forrageiro e suas consorciações
Reportagem
Revisão bibliográfica
20 Água na medida certa
Porta-enxertos de macieira: passado, presente e
89
26 Sombra que gera lucro futuro
Editorial
A capa desta edição traz um debate que tem tomado conta do
ISSN 0103-0779 País: a crise hídrica. Diante desse problema, que abrange não
apenas as cidades, mas leva a preocupação também para o campo,
INDEXAÇÃO: Agrobase e CAB International.
a reportagem mostra que, com manejo adequado, é possível usar
AGROPECUÁRIA CATARINENSE é uma publicação da o recurso com eficiência e consciência na produção de alimentos.
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Tecnologias difundidas pela Epagri em diversas regiões de Santa
Santa Catarina (Epagri), Rodovia Admar Gonzaga, 1.347,
Catarina, abrangendo variadas cadeias produtivas, mostram que
Itacorubi, Caixa Postal 502, 88034-901 Florianópolis,
Santa Catarina, Brasil, fone: (48) 3665-5000, fax: (48) o agricultor pode se tornar um reciclador da água, tornando a
3665-5010, internet: www.epagri.sc.gov.br, e-mail: produção mais sustentável sem comprometer o abastecimento do
[email protected].
campo e da cidade.
A RAC tem por missão divulgar trabalhos de pesquisa
e extensão rural de interesse do setor agropecuário Outra reportagem mostra que a área de pastagem pode render muito
nacional. mais do que alimento para o gado. O sistema silvipastoril permite
produzir madeira no mesmo espaço, oferecendo sombra e bem-estar
EdItoR-chEfE: Gabriel Berenhauser Leite
para os animais e ampliando a renda do produtor. A RAC também
EdItoRES técNIcoS: Paulo Sergio Tagliari entrevistou o agricultor alemão Clemens von Schwanenflügel, uma
Lucia Morais Kinceler
das lideranças mundiais em agricultura biodinâmica, que fala sobre
JoRNALIStAS: Cinthia Andruchak Freitas (MTb SC 02337) as implicações culturais, políticas, econômicas e ecológicas desse
Gisele Dias (MTb SC 00571)
movimento.
cAPA: Victor Berretta
A revista conta agora com um novo espaço para publicação de
dIAGRAMAÇÃo E ARtE-fINAL: Victor Berretta artigos na seção técnico-científica. Trata-se da Revisão bibliográfica,
uma opção a mais para que autores possam enviar originais com
foto dA cAPA: Nilson O. Teixeira
descrições, análises e críticas de tecnologias usadas ou em fase de
REVISÃo dE PoRtUGUÊS: João Batista Leonel Ghizoni desenvolvimento. Nesta edição, o artigo discorre sobre a importância
dos porta-enxertos em macieira e apresenta um histórico de uso
REVISÃo fINAL: Laertes Rebelo
desses materiais, culminando com a nova gama de porta-enxertos
docUMENtAÇÃo: Ivete Teresinha Veit que possibilitam combinações específicas com cultivares copa.
EXPEdIÇÃo: Ivete Ana de Oliveira – GMC/Epagri, Seguindo a tendência mundial por produtos diferenciados e de
C.P. 502, 88034-901 Florianópolis, SC, fone:
qualidade, a equipe do projeto de arroz da Epagri desenvolveu
(48) 3665-5353, fax: (48) 3665-5010, e-mail:
[email protected] dois tipos especiais do cereal, um vermelho e um preto, com boas
qualidades organolépticas e bom conteúdo de compostos fenólicos.
fIchA cAtALoGRáfIcA
Um artigo científico mostra os resultados de pesquisa de opinião e
Agropecuária Catarinense – v.1 (1988) – Florianópolis:
Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária 1988 - teste sensorial realizados com 1.068 julgadores não treinados que
1991) aprovaram os novos tipos de arroz.
Editada pela Epagri (1991 – )
Trimestral As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global
A partir de março/2000 a periodicidade passou a ser motivaram pesquisadores da Epagri a estudar o cenário futuro para
quadrimestral.
a cultura do milho. A pesquisa constatou que, no futuro, haverá
1. Agropecuária – Brasil – SC – Periódicos. I. Empresa
expansão no período de semeadura da cultura para os estados de
Catarinense de Pesquisa Agropecuária, Florianópolis,
SC. II. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Santa Catarina e Rio Grande do Sul, enquanto no Paraná não haverá
Rural de Santa Catarina, Florianópolis, SC. alteração no período recomendado para o procedimento.
CDD 630.5
O vírus da mancha-branca, doença que contamina camarões em
Tiragem: 1.800 exemplares
cultivo e traz sérios prejuízos aos produtores, já tem uma forma
Impressão: Dioesc
segura de controle. Trabalho da equipe de aquicultura da Epagri
Errata: Na última edição (Vol 28, nº 1, pág. 64), demonstra que o uso de revestimento com geomembrana nos
penúltimo parágrafo, onde se lê: “os municípios
viveiros comerciais do crustáceo impede a proliferação do vírus e
de Urubici, Urupema, São Joaquim e Bom Jardim
ainda garante renda considerável para o produtor.
da Serra foram classificados como ‘cultivo não
preferencial’”, leia-se ‘cultivo preferencial’.
Boa leitura e bom proveito!
RLEAGNISÇTARMOENTOS EDITORIAIS
Bacias hidrográficas: classificação e caracterização física (com o programa
hidroBacias para cálculos). 2015, 162p. Livro, R$40,00.
A bacia hidrográfica é considerada a unidade fundamental para estudos de
recursos hídricos e de monitoramento, projetos de recuperação e conservação dos
recursos naturais. O livro traz revisões sobre a classificação de bacias hidrográficas
e dos índices físicos usados para caracterizá-las. A publicação dá destaque para
as bacias de Santa Catarina e os índices descritos são exemplificados com dados
obtidos na bacia do Rio Urussanga. Embora tenha enfoque na interpretação dos
índices sob o ponto de vista da Hidrologia, o material contribui também com os
profissionais que trabalham com planejamento e gestão de recursos naturais. O
livro vem acompanhado do programa de computador HidroBacias, onde é possível
realizar todos os cálculos descritos na publicação.
Contato: [email protected]
hidráulica e hidrometria aplicada (com o programa hidrom para cálculo). 2015,
ISBN: 85.85014-50-4
Abr/2015
m para cálculo 3O9 8livpr.o L ifvarzo ,u Rm$a4 5r,e0v0is.ão dos tópicos de hidráulica e hidrometria aplicadas para
ma Hidro Hidráulica e hidrometria os cursos de engenharia. Na obra são apresentadas diversas equações, além de
m o progra aplicada tabelas com coeficientes para serem usados nos cálculos de hidráulica. A publicação
– Co aborda principalmente tópicos relativos à condução de água em canalizações e
ada Com o programa Hidrom para cálculo canais e à medição das vazões, sempre com abordagem teórica precisa e exemplos
c
apli práticos na forma de exercícios resolvidos. Ela vem acompanhada de um programa
a
metri Álvaro José Back de computador, o Hidrom, de fácil utilização, que permite elaborar cálculos a
o
dr partir de todas as equações apresentadas. Juntos, o livro e o software são uma
hi
e
a ferramenta útil tanto para estudantes de engenharia quanto para profissionais
c
uli
FPEUESNSTAQDDAUOÇIS ÃDAOEE SDAIENNOTAAV MACÇPAAÃTAROROIDNOÀA Hidrá que já atuam na área.
Contato: [email protected]
Sistema de Plantio direto de hortaliças (SPdh) – cultivo da moranga híbrida
tetsukabuto. 2015, 54p. Bd nº114, R$20,00.
O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) é um meio produtivo que busca
promover a saúde das plantas, preservar a qualidade do solo e da água e produzir
alimentos saudáveis. Ele preconiza práticas capazes de reduzir significativamente
o uso de insumos químicos, elevando a produtividade e diminuindo o custo de
produção. Este Boletim Didático reúne informações sobre o cultivo da moranga
híbrida Tetsukabuto dentro dos preceitos do SPDH. Os capítulos abrangem
temas como floração, polinização e frutificação, ecofisiologia, semeadura e
plantio, fertilidade do solo, nutrição e adubação manejadas conforme os sinais
apresentados pela planta e as condições do clima e do solo, além de colheita e
comercialização.
Contato: [email protected]
33
LANÇAMENTOS EDITORIAIS
A agrometeorologia catarinense: estações convencionais. 2015. 88p.
documento nº250, R$15,00.
O documento trata das estações climatológicas e agrometeorológicas
convencionais implantadas em Santa Catarina em décadas passadas – aquelas que
operam sem transmissão automática de dados. Para contribuir com a instalação
correta e a medição adequada dos dados nesses equipamentos, o documento
aborda o funcionamento, os cuidados com a manutenção e a observação contínua
das estações convencionais. Elas foram as primeiras a serem instaladas no Estado
e algumas são centenárias, o que as torna uma fonte de informações valiosa que
faz parte de uma série histórica de longo prazo. Seus dados são úteis em trabalhos
como análises de mudança climática e também na geração de informações
ambientais para a sociedade.
Contato: [email protected]
SISTEMA DE PRODUÇÃO Nº 47 ISSNJ u1n4h1o4/-26011158 Recomendações técnicas para a produção de arroz irrigado em sistema orgânico
Recomendações técnicas em Santa catarina. 2015. 36p. SP nº 47, R$15,00.
para a produção de arroz
irrigado em sistema O arroz irrigado possui grande importância econômica e social em Santa Catarina.
orgânico em Santa Catarina O cereal é cultivado em cerca de 150 mil hectares distribuídos por 83 municípios
da faixa litorânea e do Vale do Itajaí. A publicação reúne as tecnologias básicas
para o cultivo de arroz irrigado em sistema orgânico e é destinada a técnicos,
estudantes e aos cerca de 8,5 mil agricultores ligados a essa cultura no Estado.
O trabalho também é utilizado como guia em cursos e treinamentos da Epagri.
A publicação tem o propósito de levar a agricultores e técnicos informações que
permitam cultivar o arroz em sistema orgânico com rentabilidade e melhoria na
qualidade de vida do produtor, permitindo a oferta de um alimento mais saudável
ao consumidor com o mínimo de impacto negativo ao ambiente.
Contato: [email protected]
(cid:17)(cid:75)(cid:62)(cid:28)(cid:100)(cid:47)(cid:68)(cid:3)(cid:24)(cid:47)(cid:24)(cid:6)(cid:100)(cid:47)(cid:18)(cid:75)(cid:3)(cid:69)(cid:465)(cid:3)(cid:1005)(cid:1005)(cid:1009) (cid:47)(cid:94)(cid:94)(cid:69)(cid:58)(cid:3)(cid:437)(cid:1005)(cid:374)(cid:1008)(cid:346)(cid:1005)(cid:381)(cid:1008)(cid:876)(cid:882)(cid:1006)(cid:1009)(cid:1004)(cid:1006)(cid:1005)(cid:1005)(cid:1009)(cid:1013) Arroz irrigado: Sistema de produção clearfield® - Manejo da lavoura para
semeadura em pré-germinado e em solo seco. 2015. 20p. Bd nº 115, R$10,00.
(cid:36)(cid:85)(cid:85)(cid:82)(cid:93)(cid:3)(cid:76)(cid:85)(cid:85)(cid:76)(cid:74)(cid:68)(cid:71)(cid:82)(cid:29)(cid:3)(cid:3)
(cid:54)(cid:76)(cid:86)(cid:87)(cid:72)(cid:80)(cid:68)(cid:3)(cid:71)(cid:72)(cid:3)(cid:51)(cid:85)(cid:82)(cid:71)(cid:88)(cid:111)(cid:109)(cid:82)(cid:3)(cid:38)(cid:79)(cid:72)(cid:68)(cid:85)(cid:192)(cid:72)(cid:79)(cid:71)(cid:138)
O arroz-daninho, também conhecido como arroz-vermelho, é a planta que causa
(cid:48)(cid:68)(cid:81)(cid:72)(cid:77)(cid:82)(cid:3)(cid:71)(cid:68)(cid:3)(cid:79)(cid:68)(cid:89)(cid:82)(cid:88)(cid:85)(cid:68)(cid:3)(cid:83)(cid:68)(cid:85)(cid:68)(cid:3)(cid:86)(cid:72)(cid:80)(cid:72)(cid:68)(cid:71)(cid:88)(cid:85)(cid:68)(cid:3)
(cid:72)(cid:80)(cid:3)(cid:83)(cid:85)(cid:112)(cid:16)(cid:74)(cid:72)(cid:85)(cid:80)(cid:76)(cid:81)(cid:68)(cid:71)(cid:82)(cid:3)(cid:72)(cid:3)(cid:72)(cid:80)(cid:3)(cid:86)(cid:82)(cid:79)(cid:82)(cid:3)(cid:86)(cid:72)(cid:70)(cid:82) os maiores prejuízos à orizicultura catarinense. Além de reduzir a produtividade,
causa o acamamento do arroz, aumenta o custo de beneficiamento industrial e
reduz o valor da terra. O Sistema Clearfield® é uma alternativa de controle que
se caracteriza pelo uso de cultivares de arroz resistentes aos herbicidas do grupo
químico das imidazolinonas. Esses produtos podem controlar as plantas de arroz-
daninho e demais plantas de arroz não resistentes a imidazolinonas. O Boletim
Didático explica como conduzir esse sistema de manejo, abordando temas como
(cid:62)(cid:62)(cid:258)(cid:258)(cid:448)(cid:448)(cid:381)(cid:381)(cid:437)(cid:437)(cid:396)(cid:396)(cid:258)(cid:258)(cid:3)(cid:3)(cid:349)(cid:349)(cid:374)(cid:374)(cid:296)(cid:296)(cid:286)(cid:286)(cid:400)(cid:400)(cid:410)(cid:410)(cid:258)(cid:258)(cid:282)(cid:282)(cid:258)(cid:258)(cid:3)(cid:3)(cid:272)(cid:272)(cid:381)(cid:381)(cid:373)(cid:373)(cid:3)(cid:3)(cid:258)(cid:258)(cid:396)(cid:396)(cid:396)(cid:396)(cid:381)(cid:381)(cid:460)(cid:460)(cid:882)(cid:882)(cid:282)(cid:282)(cid:258)(cid:258)(cid:374)(cid:374)(cid:349)(cid:349)(cid:374)(cid:374)(cid:346)(cid:346)(cid:381)(cid:381) (cid:62)(cid:62)(cid:258)(cid:258)(cid:448)(cid:448)(cid:381)(cid:381)(cid:437)(cid:437)(cid:396)(cid:396)(cid:258)(cid:258)(cid:3)(cid:3)(cid:272)(cid:272)(cid:381)(cid:381)(cid:374)(cid:374)(cid:282)(cid:282)(cid:437)(cid:437)(cid:460)(cid:460)(cid:349)(cid:349)(cid:282)(cid:282)(cid:258)(cid:258)(cid:3)(cid:3)(cid:374)(cid:374)(cid:381)(cid:381)(cid:3)(cid:3)(cid:94)(cid:94)(cid:349)(cid:349)(cid:400)(cid:400)(cid:410)(cid:410)(cid:286)(cid:286)(cid:373)(cid:373)(cid:258)(cid:258)(cid:3)(cid:3)(cid:18)(cid:18)(cid:367)(cid:367)(cid:286)(cid:286)(cid:258)(cid:258)(cid:396)(cid:396)(cid:302)(cid:302)(cid:286)(cid:286)(cid:367)(cid:367)(cid:282)(cid:282)(cid:928)(cid:928)
herbicidas e variedades recomendadas e manejo da lavoura no sistema pré-
germinado e em solo seco.
Contato: [email protected]
4 Agropecu. catarin., florianópolis, v.28, n.2, ago.2015/dez.2015
REGISTRO
Santa Catarina reproduz tainhas em cativeiro
Em um projeto inovador no Brasil, a outras espécies, incluindo a tainha”, co- ventral do peixe). No laboratório, foram
Universidade Federal de Santa Ca- menta Winckler. realizadas dez induções, obtendo duas
tarina (UFSC) e a Epagri obtiveram O cultivo da tainha em viveiros já é larviculturas, das quais apenas uma foi
sucesso na produção de alevinos de Mu- realizado em países como Taiwan, Egi- viável. O resultado desse esforço foi a
gil liza em cativeiro. Esse é o primeiro to e Itália, porém, com outra espécie, produção de 1.440 juvenis.
resultado do projeto Tecnologia para a a Mugil platanus. No Brasil, o cultivo Agora os pesquisadores vão traba-
produção comercial da tainha no Estado ainda não existe pela indisponibilidade lhar para produzir pelo menos 100 mil
de Santa Catarina, criado com o objetivo de alevinos. “Esse trabalho vai gerar um alevinos ainda em 2015. A etapa seguin-
de viabilizar o cultivo da espécie em vi- conjunto de informações sobre captura, te do projeto prevê a definição de um
veiros. “A proposta é desenvolver e apri- transporte, indução a desova, larvicul- pacote tecnológico para recria e engor-
morar técnicas de maturação, reprodu- tura e berçário da tainha Mugil liza em da com avaliação técnica e econômica
ção, larvicultura e cultivo da espécie em Santa Catarina. A tecnologia será trans- do cultivo.
cativeiro no Estado”, explica Sérgio Win- ferida para empresas do Estado, que Também participam do projeto o
ckler da Costa, oceanógrafo da Epagri e poderão utilizá-la abrindo portas para Sindicato da Indústria da Pesca, dos Ar-
coordenador do projeto. geração de emprego e renda”, destaca madores e da Aquicultura da Grande
O trabalho é dividido em duas eta- o pesquisador. Florianópolis e Sul Catarinense (Sinpes-
pas. A primeira, que previa a investiga- ca Sul), a Atlântico Sul Maricultura,
ção do processo de produção de juvenis Nascidas em laboratório a Fundação de Amparo à Pesquisa e
de tainha, teve os resultados apresenta- Inovação do Estado de Santa Catarina
dos em abril, quando um lago em Jagua- Em 2014, a equipe fez 18 capturas (Fapesc) e a Coordenação de Aperfei-
runa foi povoado com 100 exemplares de 68 tainhas nos municípios de Lagu- çoamento de Pessoal de Nível Superior
com peso médio de 150g. A segunda na, Jaguaruna e Penha. “Essa etapa foi (Capes).
etapa é a avaliação de sistemas de recria importante para definir procedimentos
e engorda. de captura, manejo, anestesia e trans-
O objetivo da pesquisa é fazer da porte para tentar minimizar ao máximo
Capturas em baixa
tainha uma alternativa de cultivo para as injúrias à tainha”, conta Winckler. O
os viveiros de camarão do Estado, que pesquisador explica que, para obter
foram desativados depois da infestação sucesso na reprodução, as fêmeas têm A tainha é uma espécie mari-
com o vírus da mancha-branca, a partir que estar com as ovas prontas, o que só nha com grande importância eco-
de 2005. “Na época eram 115 fazendas pode ser verificado em laboratório. Só nômica, social e cultural no Sul
com área de 1.500ha. Parte delas aca- então é possível realizar a indução da do Brasil. De acordo com o Mi-
bou sendo convertida para outras ativi- desova com hormônios. nistério da Pesca e Aquicultura,
dades, restando cerca de 1.000ha com A desova pode ocorrer naturalmen-
ela está entre as 11 espécies mais
possibilidade de uso para cultivo de te ou por extrusão (pressão na região
capturadas no País. Nos últimos
anos, porém, as capturas, que
UFSC ocorrem de maio a julho, têm fi-
mar/ cado abaixo das safras anteriores.
p
o: La Isso ocorre porque, além da
Fot carne, as ovas da tainha são bas-
tante apreciadas e têm alto valor
de mercado. A captura de peixes
com ovas, voltada especialmen-
te para a exportação, prejudica
a reprodução natural da tainha.
De acordo com Sérgio Winckler, o
cultivo comercial poderia reduzir
o esforço da pesca e até permitir
o repovoamento de ambientes
naturais. A espécie também pode
ser usada como isca viva para a
pesca do atum.
Objetivo da pesquisa é viabilizar o cultivo da espécie em viveiros
5
REGISTRO
OIE reconhece SC e RS livres de peste suína clássica
Santa Catarina e Rio Grande do Sul febre aftosa sem vacinação. ína. São 10 mil criadores integrados às
receberam certificação internacio- A peste suína clássica é causada por agroindústrias e independentes, que
nal como zona livre de peste suína um vírus que provoca febre e hemor- produzem cerca de 850 mil toneladas
clássica pela Organização Mundial de ragia em diversos órgãos, com eleva- de carne por ano. Com rebanho efetivo
Sanidade Animal (OIE). O documento foi da taxa de mortalidade em leitões. Ela estimado em 7,9 milhões de cabeças, o
entregue no fim de maio durante a 83ª ocorria com frequência no sul do Bra- Estado responde por aproximadamente
Assembleia Mundial da OIE, em Paris, sil até a década de 1980, mas já faz 25 35% das exportações brasileiras.
na França. Essa é a primeira vez que a anos que não há registro da
edúdnano tii dmcdaoua erdnenedgç oiacã .eco Oro tidmsfio d c eBoasri ssape sae iírlss eteeac sudo omonusha ed zdcooian mssau epsln olstiuãvocor.ea ass dnunoemidnea rsndieçge.ao arOnono simo Er seactobla npdatnoorhr o ommle a cedaniaott aé sdrmaia-- n Teixeira/Epagri
o
“Temos uma condição diferenciada Companhia Integrada de Nils
em relação aos outros estados brasilei- Desenvolvimento Agrícola oto:
F
ros e isso é determinante para a con- de Santa Catarina (Cidasc)
quista e a manutenção de mercados in- e do Instituto Catarinense
ternacionais para a nossa carne suína”, de Sanidade Agropecuária
comenta o secretário da agricultura em (Icasa), com a participação
Santa Catarina, Moacir Sopelsa. Essa é de criadores e entidades li-
a segunda certificação internacional gadas ao setor.
que garante a excelência sanitária do Santa Catarina é o
rebanho catarinense. Desde 2007, a OIE maior produtor e exporta- Expectativa é que a certificação abra portas para o
reconhece o Estado como zona livre de dor nacional de carne su- mercado internacional
Porto de São Francisco do Sul ganha monitoramento marítimo
O Centro de Informações de Re- um site na internet, que ficará hospeda- nha do Brasil para os principais portos
cursos Ambientais e de Hidro- do no portal da Epagri/Ciram, para visu- do País. A maré meteorológica, por sua
meteorologia de Santa Catarina alização das medições em tempo real. vez, é o conjunto da maré astronômica
(Epagri/Ciram) firmou contrato com o Segundo os técnicos do porto, há e das condições meteorológicas (chuva,
Porto de São Francisco do Sul para mo- uma tendência de os navios cargueiros vento, pressão etc.) prevalentes no lo-
nitoramento de maré e corrente maríti- serem cada vez maiores. Como a Baía cal. Em outras palavras, essa é a maré
ma na Baía da Babitonga. Pelo contrato, da Babitonga não é muito profunda, que ocorre no local onde está instala-
a Epagri vai instalar, monitorar o funcio- algumas vezes as operações de atraca- do o marégrafo. O seu valor é acessível
namento e dar manutenção aos equi- mento são realizadas no limite da maré apenas por meio da instalação de um
pamentos. Também será confeccionado necessária. “Por isso, é muito importan- marégrafo de precisão.
te que se conheça A consulta ao site da Epagri/Ciram
a maré meteoro- permite observar on-line os valores da
pagri lógica na região maré meteorológica de São Francisco
nski/E em tempo real”, por qualquer computador conectado
Blai informa Matias à internet. Em breve será instalado um
n
o: Everto Bdao lEl, ppaegrsiq quuisea dcoor- cmoarrreítinmtôam neat rloo caplaidraa dme.e Ad iEr paa gcroi/rCreirnatme
Fot ordena o projeto. pretende ainda trocar os marégrafos
Ele explica atuais por equipamentos mais moder-
que a maré astro- nos, que serão capazes de fazer medi-
nômica é a maré ções por radar.
prevista por meio A página de monitoramento será
do cálculo de mé- aberta ao público em geral, por isso
dias harmônicas as informações poderão ser usadas
e amplamente também por pescadores, aquicultores,
Profundidade da Baía da Babitonga pode dificultar atracamento de
divulgada nas praticantes de esportes aquáticos e tu-
embarcações maiores
tabelas da Mari- ristas.
6 Agropecu. catarin., florianópolis, v.28, n.2, ago.2015/dez.2015
Epagri reativa banco de germoplasma de cebola
Uma parceria entre a Epagri e a
Embrapa Clima Temperado, de
Reservatório de genes para o futuro
Pelotas (RS), viabilizou a reati-
vação do banco de germoplasma de ce-
bola da Estação Experimental de Itupo- A conservação de recursos em bancos de germoplasma é uma forma de
ranga. Ainda em 2014, a Estação enviou
evitar que os materiais que não têm uso imediato sejam perdidos e garan-
quatro pesquisadores a Pelotas para
tir que a variabilidade genética das espécies não desapareça com o tempo.
discutir e viabilizar a parceria entre as
“Com o constante lançamento de novos cultivares, principalmente os híbri-
instituições e possibilitar a transferência
de materiais genéticos. Em janeiro des- dos, parte dessa variabilidade vai se perdendo, pois os agricultores adotam
te ano, o banco foi reativado. os cultivares modernos e abandonam os materiais tradicionais ou crioulos.
Embora a Estação já contasse com
Cabe, então, aos órgãos oficiais de pesquisa ou ONGs procurar conservar
a estrutura física necessária e alguns
essa variabilidade”, explica Daniel Pedrosa Alves, pesquisador da Epagri.
materiais genéticos ainda estivessem
preservados, o trabalho nessa área pre- Os bancos de germoplasma também são fundamentais para o traba-
cisava ser retomado. “A parceria com a lho de melhoramento genético. Eles servem como reservatórios de genes
Embrapa está sendo importante porque onde os pesquisadores buscam material para desenvolver novos cultivares
aproximou os grupos de pesquisa das
com características que interessam à sociedade, como maior produtivida-
duas instituições, permitindo a troca de
de, resistência a doenças e maior tolerância à seca. “Esse potencial uso fu-
experiências. Além disso, eles estão aju-
dando a enriquecer nosso banco com o turo de alguns materiais é muito importante para a manutenção da aptidão
envio de materiais”, destaca o pesquisa- do estado de Santa Catarina para a cultura, haja vista que a adaptação dos
dor Daniel Pedrosa Alves.
cultivares às constantes alterações climáticas que o mundo vem sofrendo
Hoje o banco da Epagri conta com
passará invariavelmente por esses recursos”, ressalta o pesquisador.
cerca de 30 acessos (materiais genéticos
distintos). A Embrapa já forneceu três
acessos e deve enviar outros
ainda neste ano. Todos são
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vseejras osp omssaítveerli aims,u dltiepsldiceá -qlouse. oto: EEIt
F
“Temos interesse especial em
materiais crioulos que são
conservados por agricultores.
No mês de fevereiro um agri-
cultor nos doou dois aces-
sos”, conta o pesquisador.
O banco armazena se-
mentes em câmaras frias e se-
cas com temperatura média
de 17°C e umidade relativa
próxima aos 35%. Anualmen-
te, os pesquisadores farão
testes de germinação dessas
sementes. Quando a capa-
cidade de germinar estiver
próxima ou abaixo de 70%,
os materiais serão multipli-
cados em campo. O objetivo
é mantê-los em condições de
ser usados em experimentos
para o melhoramento genéti-
O banco armazena acessos com diferentes tipos de bulbos
co de hortaliças.
Agropecu. catarin., florianópolis, v.28, n.2, ago.2015/dez.2015 7
REGISTRO
Agricultura é o setor mais afetado por desastres naturais
Um levantamento da Organização íses em desenvolvimento entre 2003 e lançou um novo mecanismo com o ob-
das Nações Unidas para Alimen- 2013. jetivo de canalizar o apoio técnico para
tação e Agricultura (FAO) revela Para obter uma estimativa mais onde ele é mais necessário. “Preten-
que 22% dos prejuízos causados por precisa dos custos, a FAO comparou as demos limitar a exposição das pessoas
desastres naturais como secas e cheias quedas de produção durante e após os aos riscos, evitar e reduzir os impactos
provocadas por tempestades ou tsu- desastres com a evolução da produção quando possível e aumentar a capaci-
namis nos países em desenvolvimento em 67 países afetados por pelo menos dade de resposta quando as catástrofes
recaem sobre o setor agrícola. O estu- um evento de média ou larga escala ocorrem”, disse o diretor-geral da FAO,
do usou como base 78 avaliações das entre 2003 e 2013. O resultado: US$ 70 José Graziano da Silva.
necessidades pós-catástrofe em 48 pa- bilhões em danos no período. Em todo o mundo, o sustento de
A FAO aponta que, nor- 2,5 bilhões de pessoas depende da
malmente, são as comuni- agricultura. Os pequenos agricultores,
Foto: MorguefileFoto: Morguefile dppaoedrbderaesss , rucqaruareeis c eseno dfsroee mmde ir rseuesrgsaauiss- dmpeeasci usq audreies tdamespe, tepaneddsece amdda od rpaesrso fledo uarçseã scotoa msa gugrenícridaomala-
ros e recursos financeiros mundial e são vulneráveis às catástrofes
para recuperar os meios de que destroem colheitas, equipamentos,
vida perdidos. Apesar disso, animais, sementes e plantações.
no período avaliado, apenas As perdas também afetam setores
4,5% da assistência humani- que dependem da agricultura e impac-
tária foi destinada à agricul- tam nos fluxos comerciais. Entre 2003
tura após os desastres. e 2013, os países analisados tiveram
Para ajudar os países aumento de US$18,9 bilhões nas impor-
A FAO registrou US$ 70 bilhões em perdas agrícolas a se preparar e responder tações agrícolas e queda de US$ 14,9
em 67 países entre 2003 e 2013 melhor aos desastres que bilhões de dólares nas exportações agrí-
afetam a agricultura, a FAO colas após os desastres.
Retorno social da Epagri alcança R$1,15 bilhão
O Balanço Social de 2014 da Epa- produtividade, redução de custos, com sucesso no meio rural. “Na contra-
gri, publicado neste ano, revela agregação de valor e expansão das mão do êxodo rural, muitos deles estão
uma marca inédita: pela pri- culturas em novas áreas. provando que é possível viver com boa
meira vez, a contribuição da Empresa Ao longo de 2014, a Epagri atendeu renda e qualidade de vida no campo,
no retorno social que suas tecnologias 117.709 famílias e 3.006 entidades em construindo um futuro próspero sem
e ações geraram para Santa Catarina todas as regiões de Santa Catarina. A abrir mão de conforto, lazer e tecno-
ultrapassou a marca do bilhão, tota- publicação traz como destaque histó- logia”, ressalta Luiz Ademir Hessmann,
lizando R$1,15 bilhão em benefícios. rias de jovens que estão empreendendo presidente da Epagri.
“Considerando a contribuição de todos
osoos r ceiaatgioser nnqtoue esg lopebacraotiln côdipmaasi rcatoemsc,n docolioe gnpitíarofis ccgeoesssr aoe-, Mariga/Epagri
das pela Epagri é ainda maior, somando C.
R$3,27 bilhões”, acrescenta o econo- Aires
mista Luiz Toresan, coordenador do Ba- oto:
F
lanço Social da Epagri.
A sexta edição do documento revela,
ainda, que o retorno social que os
catarinenses obtiveram para cada real
investido na Epagri alcançou R$3,58.
Nos cálculos, foram considerados
os impactos sociais, ambientais
e econômicos de 93 tecnologias
desenvolvidas ou difundidas pela
Empresa. Essas tecnologias resultam
em benefícios como aumento de Balanço Social destaca jovens que estão empreendendo com sucesso no campo
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