Table Of ContentCertamente você já ouviu conselhos como: “não entre na piscina depois de
comer”, “pare de estalar os dedos ou terá artrite”, “coma mais peixe porque faz
bem para o cérebro”. Mas, em algum momento, você se questionou sobre o
fundamento dessas orientações?
Por mais de dois anos o jornalista Anahad O’Connor investigou fatos, lendas
urbanas, receitas caseiras de cura e outros mistérios da cultura popular. Em Por
que Canja de galinha cura resfriado, ele revela o que os especialistas têm a
dizer sobre as dúvidas mais insólitas. De forma abrangente, o autor aborda desde
hábitos ruins – “sentar muito perto da televisão prejudica a visão?” - até
problemas contemporâneos – “celular causa câncer?”
Uma divertida seleção de respostas às perguntas mais curiosas sobre todo tipo de
mistério, Por que canja de galinha cura resfriado é ideal para descobrir se sentar
com as pernas cruzadas causa varizes e revelar a verdade sobre outras crendices
do tempo da vovó.
CIP-BRASIL CATALOGAÇÃO NA FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
O’Connor, Anahad
Ol8p Por que canja de galinha cura resfriado /
Anahad O’Connor; tradução: Alexandre Rosas. - Rio de Janeiro: Best Seller, 2011.
Tradução de: Never Shower in a Thunderstorm Inclui índices
ISBN 978-85-7684-348-1
1. Saúde. 2. Corpo humano. 3. Medicina popular. I. Título.
10-4651. CDD: 613
CDU: 613
Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Título original norte-americano
NEVER SHOWER IN A THUNDERSTORM
Copyright © 2007 by Anahad O’Connor
Copyright da tradução © 2011 by Editora Best Seller Ltda.
Capa: Elmo Rosa
Diagramação: editoriArte Criação/formatação ePub: Relíquia Todos os direitos reservados. Proibida a
reprodução,
no todo ou em parte, sem autorização prévia por escrito da editora,
sejam quais forem os meios empregados.
Direitos exclusivos de publicação em língua portuguesa para o Brasil
reservados pela EDITORA BEST SELLER LTDA.
Rua Argentina, 171, parte, São Cristóvão
Rio de Janeiro, RJ - 20921 -380
que se reserva a propriedade literária desta tradução Impresso no Brasil
ISBN 978-85-7684-348-1
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Para minha mãe, Karen, por seu infinito
amor e apoio, e para meu primeiro editor
no Times, o saudoso John Wilson, de quem
sinto tanta falta.
SUMÁRIO
Introdução
1 Natureza humana
2 Sexo, sexo, sexo
3 A Sobrevivência Do Mais Malhado
4 Comer, beber, ser feliz
5 Planeta tóxico
6 Germes, germes, germes
7 Medicina da mamãe
8 Maus hábitos
9 Tempos modernos
10 A Natureza
11 Para uma soneca perfeita
Epílogo
Nota ao leitor
Agradecimentos
Sobre o autor
Notas
INTRODUÇÃO
Como repórter do New York Times, estou acostumado a escrever sobre notícias
que afetam milhões de pessoas — os últimos avanços na compreensão das
causas do câncer, alguma tendência preocupante na saúde das crianças, uma
controvérsia sobre um medicamento amplamente prescrito, a epidemia da
doença da vaca louca ou de gripe aviária.
Entretanto, assim que alguém fica sabendo que escrevo para a seção de saúde
do Times, a indefectível dúvida que vem preocupando essa pessoa há anos
infiltra-se na conversa. O medo que meu melhor amigo sente dos fornos de
micro-ondas é justificado? O que meu pai me contou sobre a calvície é mesmo
verdade? O frasco de equinácea que tenho na minha farmacinha é eficaz contra
os resfriados? Posso me safar de um infarto tossindo bem forte? E como o
homem pode saber se a mulher está fingindo na cama?
E não é de admirar que velhas crendices populares e remédios caseiros ainda
tenham a mesma importância em nossa farmácia doméstica quanto a receita do
médico. Nessa era de estudos acadêmicos duplo-cegos, livros de autoajuda aos
borbotões da internet transbordando de bancos de dados com sintomas e
tratamentos, parece que há muito mais respostas do que perguntas.
Ao que parece, algumas das curas e explicações tão comumente encontradas
por aí se confirmam, enquanto outras são simplesmente falsas. Mas quais?
Sendo assim, há alguns anos, um de meus editores e eu criamos a coluna
“Really?” [Em tradução livre, “É mesmo?”] para tratar dessas perguntas que não
querem calar, mas continuam sem resposta, mesmo após os estudos científicos
mais rigorosos.
Portanto, aqui estão as respostas que encontrei numa infinidade de revistas
médicas, por meio de entrevistas com especialistas e de algumas reconsiderações
de todos aqueles conselhos outrora intocáveis que eu e — a julgar por suas cartas
— meus leitores recebemos de pais, irmãos, avós e professores. Eles vão desde
os eminentemente práticos até os historicamente extraordinários — como por
que a estratégia aérea britânica na Segunda Guerra Mundial determinou que
gerações de crianças fossem obrigadas a comer tanta cenoura no jantar.
Essas histórias também mostram os admiráveis e às vezes hilários esforços
dos cientistas na tentativa de desvendar as curiosidades mais inusitadas e
intrigantes sobre nossa saúde. Basta pensar nas legiões de pesquisadores do
resfriado que, em nome da ciência, trancaram pessoas em freezers, recolheram
secreções nasais e se obrigaram a andar de roupa molhada para descobrir se a
friagem é realmente capaz de provocar uma gripe. E quem teria sido capaz de
imaginar que equipes de cientistas possam ter visitado asilo após asilo
procurando pessoas que passaram a vida inteira estalando os dedos e que
tivessem artrite nas mãos para saber se o conselho da mamãe estava mesmo
correto? Ou que estudos tenham examinado receitas de família para saber se
canja de galinha cura resfriado?
Bem-vindo às descobertas da “Really?”.
1
NATUREZA HUMANA
O grande jogo de azar do DNA
O DNA determina nosso destino? Antigamente, os cientistas acreditavam que
nossos genes eram responsáveis por um determinado número de traços físicos e
fim de papo. Começávamos praticamente como telas e nosso comportamento era
determinado em grande parte pelo meio, moldado ao longo dos anos através de
estímulos e reações.
Era uma visão muito simplista. Estudos aprofundados da genética humana
acabaram mostrando que não temos tanto controle sobre quem somos nem sobre
o modo como nos comportamos, mesmo que isso soe como disparate. Alguns
anos atrás, um exame no genoma humano recém-mapeado mostrou que havia
genes capazes de determinar se uma pessoa seria gorda, alcoólatra ou se tenderia
a gostar de esportes radicais, como paraquedismo. Existe até mesmo um gene da
timidez.
De repente, parecia que a verdade sobre o assunto estava em algum ponto
intermediário: muitos dos nossos traços são herdados enquanto vários outros são
reações ao ambiente. Não é a natureza contra a cultura, mas a cultura
complementando a natureza. Nossos genes nos põem numa direção quando
nascemos e nos orientam continuamente, mas, em última análise, são nossas
experiência pregressas que nos ajudam a decidir até onde iremos e quais os
nossos limites nessa trajetória.
Tendo dito isso, é da natureza humana nos perguntarmos até que ponto
nossos genes controlam nossa vida, e como o fazem. Parte da história é que
queremos saber o que nos impulsiona e por que somos quem somos. Outro fator
é o desejo de obter alguma indicação de nosso destino. Caso existisse alguém
capaz de prever o dia e o momento da sua morte, você não ia querer saber?
CORTAR O CABELO O FAZ CRESCER MAIS GROSSO?
Por algum motivo, pessoas de todas as idades dão importância quase bíblica
a essa pergunta sobre corte de cabelos, considerando-a mais urgente que
perguntas sobre doenças e mais relevante que as lendas que as mães vêm
espalhando há séculos para nos causar medo.
Parte do motivo pode ser o fato de que cortar o cabelo ou os pelos de diversas
partes do corpo é algo que todos temos de fazer em algum momento — em
algumas ocasiões, queremos que os cabelos sejam fartos e, em outras,
infelizmente, queremos nos ver livres deles por completo. Quase todos
crescemos acreditando nesta “verdade”. Tenho de admitir que fui uma dessas
crianças que de vez em quando roubava o creme de barbear e a navalha do pai,
se enfiava no banheiro e fazia a barba inexistente na esperança de que nascesse
um volumoso bigode ao estilo Tom Selleck{1}. Para minhas irmãs e outras
mulheres, porém, a ideia de que os pelos renascem mais escuros e grossos era
um problema, motivo para gastar dinheiro em cera e salões de beleza.
Entretanto, a despeito do que milhões de pessoas pensam, cortar ou arrancar
pelos de qualquer parte do corpo não acelera a taxa de crescimento nem muda a
textura dos fios. Ninguém sabe ao certo quando esse mito nasceu, mas tem sido
visto na literatura científica há bem mais de meio século. Os primeiros estudos
que mostraram que cortar cabelos não estimula seu crescimento foram realizados
nos anos 1920, e muitos outros foram feitos desde então. Todos tiveram o
mesmo resultado: o comprimento, a textura e a espessura do cabelo são
determinados pela genética e pelos níveis hormonais, não pela frequência de
corte, por terem sido raspados, arrancados ou retirados com um produto
qualquer.
Segundo os dermatologistas, porém, existem inúmeras razões pelas quais
cortar o cabelo regularmente cria a ilusão de que ele volta a crescer mais rápido e
mais forte.
Muitas pessoas — inclusive eu — começam a raspar os pelos ainda bem
jovens, quando eles têm uma coloração mais clara ou não estão crescendo no
ritmo que ainda alcançarão. Como os pelos são mais escuros e espessos perto da
raiz, cortar as extremidades dá a sensação de que eles estão mais grossos. O pelo
eriçado que nasce após a passagem da lâmina também aparece mais do que a
mesma quantidade de pelos já crescidos. Além disso, muitas pessoas não se dão
conta de que o cabelo que vemos acima da superfície do couro cabeludo já está
morto, o que significa que cortá-lo não pode afetar a parte ainda viva, invisível
para nós. Não importa com que frequência você corte seu cabelo, ele sempre
nascerá novamente a uma velocidade de cerca de um centímetro por mês.
Portanto, homens e rapazes que se barbeiam não vão acelerar o crescimento
de sua tão desejada barba farta, e — felizmente para elas — as mulheres que
tiram o buço não vão desenvolver um bigode.
Description:Estudos acadêmicos divulgados a toda hora, livros de autoajuda aos borbotões e o famoso Dr. Google, que torna mais fácil para enfermos ansiosos o acesso a bancos de dados com sintomas e tratamentos. Com tantas informações disponíveis, não é surpreendente que remédios caseiros e as boas e ve