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3
OrthotrichaceaeeRhizogonlaceae (Bryophyta-Bryopsida)
do Parque Estadual das Sete Passagens, Bahia, Brasil
Jana Ballejos2,4 & Cid José Possos Bastos
Resumo
(OrthotrichaceaeeRhizogoniaceae(Bryophyta-Bryopsida)doParqueEstadualdasSetePassagens,Bahia,Brasil)
OrthotrichaceaeeRhizogoniaceaesãorepresentadasnoParqueEstadualdasSetePassagenspor 14espécies
distribuídasemcincogêneros(quatrodeOrthotrichaceaeeumde Rhizogoniaceae). Destasespécies,quatro
representamnovascitaçõesparaoestadodaBahia,sendotrêsnovasparaaregiãoNordeste. Ilustraçõessão
apresentadas somente para as primeiras referências. Caracterização morfológica, comentários, grupos
briocenológicos,ambiente,distribuiçãogeográficanomundoenoBrasilsãoapresentadosparatodasasespécies.
Palavras-chave: Bryophyta,Bryopsida,Orthotrichaceae,Rhyzogoniaceae,florística.
Abstract
(OrthotrichaceaeandRhizogoniaceae(Bryophyta-Bryopsida)fromStateParkofSetePassagens,Bahia,Brazil)
Orthotrichaceae and Rhizogoniaceae are represented at Parque Estadual das Sete Passagens by 14 species
classified in fivegenera(fourfromOrthotrichaceae andone Rhizogoniaceae). Amongthespecies,fourare
firstly reported forBahia, which three are nevv fornortheastregion. Illustrations aregiven foronly species
whicharebeingreportedforthefirsttime.Morphologiccharacterization,comments,geographicdistribution
inworldandinBrazilweregivenforallthespecies.
Keywords: Bryophyta,Bryopsida,Orthotrichaceae,Rhyzogoniaceae,floristic.
A
Introdução e Rhizogoniaceae. ocorrênciadeespéciesde
Orthotrichaceae e Rhizogoniaceae OrthotrichaceaeeRhizogoniaceaefoiregistrada
incluem espécies que foram definidas como para diferentes biomas no estado, como Mata
musgos cladocárpicos por La Farge-England Atlânticae Cerrado. NaChapada Diamantina,
(1996). Rhizogoniaceae é caracterizada por aocorrência destas famílias foi registrada por
possuir gametófitos eretos, filídios costados, Harley (1995), Bastos etal. (1998), Bastos et
margemdenteada,osdentessimplesouduplos al.(2000)eYano&Peralta(2006),totalizando,
eperiquécioterminalbasalouemramoslaterais até o momento, nove espécies.
O presente trabalho temcomo objetivo o
curtos (Sharp et al. 1994). Orthotrichaceae é
caracterizada por possuir caulídio ereto ou conhecimentoecaracterizaçãodeOrthotrichaceae
prostradocomramossecundárioscurtoseeretos, eRhizogoniaceaedoParqueEstadualdasSete
filídios lisos ou rugosos, uniestratificados, Passagens, em relação aos microambientes e
costados, células frequentemente papilosas e tipos de substratos colonizados e padrões de
esporófito terminal em ramos secundários distribuiçãogeográficaestabelecidos,buscando
(Gradstein et al. 2001). contribuiraoconhecimentodafloradebriófitas
No Neotrópico, Orthotrichaceae é do estado da Bahia e do Brasil.
representada por três gêneros e 62 espécies
(Gradstein et al. 2001) e Rhizogoniaceae por MaterialeMétodos
& O
cincogêneroseoitoespécies(Churchill Linares Parque Estadual das Sete Passagens
1995).AtualmenteaBahiacontacom263espécies situa-se no município de Miguel Calmon,
de musgos (dados não publicados), destas 43 1l°39'02”Se40p53’16"W,naChapadaDiamantina
(16%) são representantes de Orthotrichaceae Norte,integradonaRegiãoEconômicaPiemonte
Artigorecebidoem03/2009.Aceitoparapublicaçãoem 10/2009.
'Partedadissertaçãode Mestradodaprimeiraautora.
:Universidade Estadual de Feira de Santana, Programa de Pós Graduação em Botânica. Endereço eletrônico para
correspondência:[email protected].
-'UniversidadeFederaldaBahia.InstitutodeBiologia,Depto.Botânica,CampusdeOndina,40170-280,Salvador,BA,Brasil.
4FAPESB e CNPq.
SciELO/JBRJ
cm 13 14
.
724 Ballejos,J.&Bastos, C.J. P.
da Diamantina Bahiae compreende umaárea brasileiros estão organizados por regiões
de 2.821 ha.Acomposição vegetacional varia geográficasnosentidonorte-sul,abreviadosde
entre campo rupestre e floresta estacionai, acordo com o IBGE. O arranjo sistemático
formando um mosaico (DDF2000). utilizadobaseou-seemGoffinet& Buck(2004).
O material botânico analisado foi As amostras vegetais estão depositadas
provenientede 12coletasrealizadasemtrilhas no Herbário Alexandre Leal Costa (ALCB) e
pré-existentes no Parque, no período de duplicatasenviadasaoHerbáriodaUniversidade
fevereiro aoutubrode 2007, alémdeconsulta Estadual de Feira de Santana (HUEFS). As
ao Herbário Alexandre Leal Costa (ALCB).
espéciescitadaspelaprimeiravezparaoestado
Para todas as espécies, são fornecidos os
da Bahia e para a Região Nordeste estão
seguintes dados: caracterização morfológica, assinaladas com um e dois asteriscos,
material selecionado, comentários, grupos
respectivamente, e estão ilustradas.
briocenológicos, ambientes, padrões de
distribuiçãogeográficaedistribuiçãonoBrasil.
Resultados e Discussão
O
substrato foi útil para a determinação dos
Foram analisadas 241 amostras de
gruposbriocenológicos,istoé,dascomunidades
de briófitas que crescem sobre determinado Orthotrichaceae e 51 de Rhizogoniaceae no
substrato(Fudali 2001): corticícolo(córtexde Parque Estadual das Sete Passagens, e
troncos ou ramos vivos), epíxilo (troncos ou identificados cinco gêneros e 14 espécies.
ramosemdecomposição),rupícolo(superfície Dentre estes táxons, quatro gêneros e 13
rocho2s.a),t3e.mcolo(solo)ehumícolo(serrapilheira). espécies pertencem à Orthotrichaceae e um
Adistribuição geográfica foi baseada em Vitt gênero e uma espécie à Rhizogoniaceae.
(1980a),Yano(1981, 1989, 1995,2006),ChurchiU Destas espécies, quatro representam novas
&Linares(19945.)eAllen(2002);aterminologia citações para o estado da Bahia, sendo três
adotada segue Tan & Pócs (2000); os estados para a Região Nordeste.
Chave de identificação das espécies de Orthotrichaceae e Rhizogoniaceae encontradas
no Parque Estadual das Sete Passagens
1 Gamet5.ófitosortotrópicos; margem biestratificadacomdentesduplose pronunciados
1. Pyrrhobryum spiniforme
1’. Gametófitosplagiotrópicos; margem uniestratificada, inteira,crenulada,serreadaoudenteada,
os dentes simples.
Células basais quadradas a arredondadas ou curto-elípticas; bordo não diferenciado.
Margemdo fdídiocrenulada;célulasfortemente mamilosase papilosas
4. Macrocoma brasiliensis
3’. Margem do filídio inteira a fracamentecrenulada; células fracamente mamilosas ou
planas.
Células basais próximas à costa elípticas; ápice largamente agudo; células
superiores internas planas 5. Macrocoma orthotrichoides
4\ Células basais próximas à costa alongadas; ápice agudo a curto acuminado;
células superiores internas fracamente mamilosas
6. Macrocoma tenuis subsp. sullivantii
2’. Células basais alongadas com bordo não diferenciado ou formado por uma fileira de
células retangulares e hialinas, ou arredondadas a retangular-arredondadas e com bordo
formado por2-4 fileiras decélulas alongadas.
Bordo diferenciado porcélulas alongadas na base do filídio; células basais internas
quadráticas a retangular-arredondadas.
Rodriguésia 60 (4): 723-733. 2009
SciELO/JBRJ.
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OrthotrichaceaeeRhizogoniaceaedoParqueEstadualdasSetePassagens Bahia 725
,
6. Ápicedofilídioformandosúbulae,frequentemente,quebrado ... 2. Groutiella tomentosa
67’.. Ápicedofilídioapiculadoeinteiro 3. Groutiella apiculata
8.
5’. Bordo nãodiferenciadoou formado poruma fileiradecélulas retangulares e hialinas; células
basais uniformemente alongadas.
9.
Célulasbasaisplanase lisas;peristômioduplo,bemdesenvolvido.
Cápsulaimersa; ápicedofilídioagudoaacuminado 13. Schlotheimia tecta
8’. Cápsulaemersa;ápicedofilídiotruncadoamucronado,agudo,apiculadooulargamente
acuminado.
F1i0l.ídios periqueciais com comprimento semelhante aos vegetativos; células
laminares superiores quadráticas 12. Schlotheimia rugifolia
9’. Filídios periqueciais mais compridos que os vegetativos; células laminares
superiores quadráticas a oblongas.
11.
Filídiosrugosos; ápicecompequenoapículo... 14. Schlotheimia torquata
12. 10'. Filídioslisosafracamenterugosos;ápicelargamenteacuminadoaapiculado
11. Schlotheimiajamesonii
7'. Células basais planas, abauladas ou tuberculadas; peristômio simples, duplo ou ausente,
poucodes1e3n.volvido.
Células basais tuberculadas 7. Macromitrium cirrosum
1’. Célulasbasaisplanas,pluripapilosasouabauladas.
1
Filídios gradualmente acuminados; células basais até 2/3 do comprimento do
filídio 8. Macromitrium microstomum
12’. Ápicedosfilídiosagudoouobtusoaobtuso-mucronado;célulasbasaisrestritasà
basedofilídio.
Célulasbasaisdosfilídiospluripapilosas 10. Macromitrium richardii
13’. Células basais dos filídios lisas araramente tuberculadas
9. Macromitrium punctatum
Rhizogoniaceae osrizóideseocaulídio,sendoclassificadacomo
I. Pyrrhobryum spiniforme (Hedw.) Mitt., cladocárpicaporLaFarge-England(1996). Os
J. Linn. Soc., Bot. 10: 174. 1869. espécimesocorreramcomocorticícolo,epíxilo,
Gametófito ortotrópico, robusto, ereto; humícolo, terrícolo e rupícolo, em ambientes
filídiospatentes,linear-lanceolados,4-5,5mm de campo rupestre e floresta estacionai, entre
decompr.,ápicegradualmenteestreitado,agudo; 900-1300m.Táxonpantropical. NoBrasil,foi
margem serrilhada, biestratificada, os dentes reportadaparaos seguintesestados:AM, BA,
MG
duplosepronunciados;costaforte,percurrente ES, MT, PR, RJ, RO, RR, RS, SC e SP.
a curto excurrente; células quadráticas ou
Orthotrichaceae
curto retangulares, lisas, parede espessa; seta
ereta,44-47mmdecompr.,cápsulahorizontal 2. Groutiella apiculata (Hook.) H.A. Crum
ainclinada,oblongocilíndrica,2mmdecompr., & Steere, Bryologist53: 146. 1950.
lisa,constritaabaixodoopérculo. Gametófito plagiotrópico, com filídios
Material selecionado: Miguel Calmon, Parque espiraladosaolongodocaulídioquandosecos,
EstadualdasSetePassagens, 19.11.2007,J. Ballejos eretopatentesquandoúmidos,oblongo-lanceolados
mm
1265(ALCB);8.IX.2007,J.Ballejos1730(ALCB); aligulados, 1,9-2,1 decompr.,ápiceapiculado,
ll.X.2007,7.Ballejos1942(ALCB); 13.X.2007,J. margeminteira,bordodiferenciadopor3-4fileiras
Ballejos2366(ALCB). decélulasalongadasaté 1/3docomprimentodo
EspéciecomgrandeocorrêncianoParque, filídio,costaexcurrente,célulaslaminaressuperiores
sendofrequentementeencontradacomesporófito. quadráticas,abauladas,célulasbasais internas
Oesporófitoéterminalemramobasalcurto,entre retangular-arredondadas;esporófitonãoobservado.
Rodriguésia 60 (4): 723-733. 2009
SciELO/JBRJ
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&
726 Ballejos,J. Bastos, C.J.P.
Material selecionado: Miguel Calmon, Parque subpercurrente, células laminares fortemente
EstadualdasSetePassagens, 12.X.2007,J.Ballejos mamilosas e papilosas; esporófito com seta
2170(ALCB). curta, 4-5 mm de compr., cápsula cilíndrica,
A espécie pode ser confundida com G. 8-20mmdecompr.,opérculonãoobservado,
1
tumidula(Mitt.)Vitt.devidoàformadofilídio, peristômiodesenvolvido;caliptranãoobservada.
porém esta possui ápice obtuso-mucronado e Material selecionado: Miguel Calmon, Parque
esporófito com cápsula curta (1-2 mm de EstadualdasSetePassagens, 12.X.2007,J. Ballejos
comprimento) e obovada (Allen 2002). O 2054(ALCB); 12.X.2007.7.Ballejos2083(ALCB);
espécimeocorreucomocorticícoloemambiente 12.X.2007,J.Ballejos2125(ALCB).
deflorestaestacionaia900m.TáxonNeotropical. A espécie é reconhecida pelos seguintes
NoBrasil,foireportadaparaosseguintesestados: caracteres esporofíticos: exóstoma bem
BA, ES, MT, MS, PA, PE, PR, RJ, SC e SP. desenvolvido,com 16dentes,cápsulacilíndrica
e quase lisa. Os espécimes ocorreram como
3. Groutiella tomentosa (Homsch.) Wijk & corticícolo e rupícolo em ambiente de campo
Marg.,Taxon 9:51. 1840. rupestreentre 1000-1200m.TáxonNeotropical.
Gametófito plagiotrópico, com caulídio Nova referência para a Bahia, tendo sido
fortementetomentoso;filídiosoblongos,2-2,3 reportada anteriormente para os seguintes
MG
mmdecompr., ápice gradualmente estreitado estados: PR, RS, SC e SP.
formando súbula frequentemente quebrada,
.
costa excurrente, margem inteira, bordo 5. Macrocorna ortlwtrichoides (Raddi) Wijk
&
diferenciado por 2-3 fileiras de células Marg.,Taxon 11:221. 1962.
alongadasaté 1/3 do filídio,células laminares Gametófito plagiotrópico, com filídios
superiores quadráticas, planas, células basais ereto-patentes a esquarrosos quando úmidos,
mm
internas quadráticas, tuberculadas, parede ovalado-lanceolados,9-1 1 decompr.,ápice
espessa; esporófito não observado. largamente agudo, margem inteira, recurvada
Material selecionado: Miguel Calmon, Parque abaixoeplanaacima,costasubpercurrente,células
EstadualdasSetePassagens, 12.X.2007,J.Ballejos superiores quadráticas, planas, células basais
2087(ALCB). internascurto-elípticas,célulasbasaispróximas
Groutiella tomentosa difere das demais à costa elípticas; esporófito não observado.
espécies do gênero por apresentar filídios Material selecionado: Miguel Calmon, Parque
frequentemente com ápice quebrado. Essa EstadualdasSetePassagens,22.111.2003,C.Bastos
característica também pode ser verificadaem &S.B. VilasBôas-Bastos3722(ALCB).
Macrocorna orthotriclioides difere de
outras duas espécies de Orthotrichaceae:
M. tenuis subsp. sullivantii pelo esporófito
Macromitrium fragilicuspis Cardot e
apresentarperistômiodesenvolvido(Vitt 1973).
SchlotheimiaangustaMitt. (Allen2002), mas
A presença de células superiores marginais
diferedestasporapresentarfilídioscombordo
comformasemelhanteàsinternasfoi utilizada
diferenciadoecélulasbasaisfracamenteporosas.
Oespécimeocorreucomocorticícoloemambiente pdiosrtiSnhgaurirp Met.aol.rt(h1ot9r9i4c)lieoiAdleesnde(2M00.2)tepnaurias
de campo rupestre entre 800-1 100 m. Táxon
subsp. sullivantii, porém essa característica
pantropical. No Brasil, foi reportada para os não se apresentou constante no material
estados: BA, PA. PE, RO, RJ, RS, SP e SE. examinado. M. orthotriclioides difere de M.
tenuis subsp.sullivantiiporapresentarcélulas
4 ** Macrocorna brasiliensis (Mitt.) Vitt, basais próximas à costa elípticas, ápice
Bryologist. 83(4):409. 1980. Fig. la-f largamenteagudoecélulassuperioresinternas
Gametófito plagiotrópico, com filídios planas.Oespécimeocorreuemflorestaestacionai
mm
lanceolados, 10-12 de compr., ápice a600-900m.Táxonpantropical.NoBrasil, foi
acuminado a agudo, margem crenulada, reportada para os seguintes estados: BA, ES,
MG
recurvada na base e plana acima, costa PR. RJ, RS e SP.
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OnhotrichaceaeeRhizogoniaceaedoParqueEstadualdasSetePassagens,Bahia 727
Figura 1 - a-fMacrocoma brasiliensis (Mitt.)Vitt. -a. aspectogeral dogametófito; b. filídios; c. célulaslaminares
superiores do filídio; d. células basais do filídio; e. corte transversal dofdídio; f. peristômio. g-mMacrocoma tenuis
subsp.sullivantii(Midi.Hal.)Vitt.-g.aspectogeraldogametófito;h.filídio;i.célulaslaminaressuperioresdofilídio;
j.célulasdamargemdofilídio;1.célulasbasaisdofilídio;m.peristômio.
Figure 1 - a-f. Macrocoma brasiliensis (Mitt.) Vitt. - a. general view ofgametophyte; b. leaf; c. upper cells ofleaf; d. basal
cclls ofleaf; e. cross section ofthe stem; f. peristome. g-m Macrocoma tenuis subsp. sullivantii (Milll. Hal.) Vitt. - g. general
view ofgametophyte; h. leaf; i. upper cells ofleaf;j. marginal cells of leaf; 1. basal cells ofleaf; m. peristome.
6.* Macrocoma tenuis subsp. sulivantii elípticas, células basais próximas à costa
(Müll. Hal.)Vitt., Bryologist. 83(4):413. 1980. alongadase porosas; esporófitocom setalisa,
mm
Fig. lg-m 3 de compr., cápsula oblongo-cilíndrica,
Gametófito plagiotrópico, com filídios 1,3 mm de compr., opérculo curto rostrado,
mm
ovalado-lanceolados, 10-12 de compr., peristômioreduzidoemtamanho,membranoso,
ápice agudo a curto-acuminado, margem papiloso;caliptramitrada,densamentepilosa.
fracamente crenulada, recurvada na base e Material selecionado: Miguel Calmon, Parque
plana acima, costa subpercurrente, células EstadualdasSetePassagens, 1l.X.2007,7.Ballejos
laminares superiores quadráticas, fracamente 1944(ALCB).
mamilosas, parede espessa, células do ápice De acordo com Vitt (1980b), M. tenuis
curto elípticas, células da base arrendondas a subsp. sullivantii tem distribuição restrita ao
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8.
728 Ballejos,7.&Bastos, C.7. P.
Novo Mundo, enquanto a subespécie tipo **Macromitrium microstomum (Hook. &
ocorre somente no Velho Mundo. Ele afirma Grev.) Schwagr., Sp. Musc. Frond. 2(2): 130.
que M. tenuis subsp. sullivantii difere da 1827. Fig. 2a-d
subspécie tipo por apresentar filídios Gametófitoscomfilídioslanceolados,0,9-
mm
relativamente maiores e células superiores 2 de compr., ápice estreitamente agudo a
internas mais abauladas e maiores que as acuminado, margeminteira,recurvadaabaixo
células próximas a margem. O espécime e plana acima, bordo basal formado por uma
ocorreucomoepíxiloem ambientedefloresta fileira de 4-5 células retangulares e hialinas,
estacionaientre900-1100m.Táxonpantropical. costa percurrente a curto excurrente, células
Nova referencia para a Bahia, tendo sido laminares superiores arredondadas, planas a
reportada anteriormente para os seguintes fracamente abauladas, células basais linear-
estados: DF, PE, PR, RJ, RS, SC e SP. retangulares, incrassadas, abauladas, lisas,
estendendo-seaté 1/2-2/3dofilídio;esporófito
7. Macromitrium cirrosum (Hedw.) Brid., com seta lisa, 7-10 mm de compr., cápsula
mm
Bryol. Univ. 1: 316. 1826. obovada, 1,5-2 de comp., distintamente
Gametófitoplagiotrópico,robusto,filídios pregueada no ápice, opérculo não observado,
oblongo-Ianceolados,4—6mmdecompr.,ápice exóstoma densamente papiloso, endóstoma
estreitamente agudo a acuminado, margem ausente; caliptracônica mitrada, laciniada.
Material selecionado: Miguel Calmon, Parque
denteadaacima, reflexaabaixoe planaacima,
bordo basal inteiro, formado por células EstadualdasSetePassagens, 18.11.2007,7.Ballejos
1109(ALCB);9.IX.2007.7. Ballejos1646(ALCB);
retangulares e hialinas, costa excurrente,
11.X.2007,7.Ballejos2011(ALCB); 13.X.2007,7.
células superiores elípticas a quadráticas,
Ballejos2170(ALCB).
fracamente abauladas, células basais
DentreasespéciesdeMacromitriumque
retangulares, parede espessa, incrassada, oconremnoParque,M. richanliieM.pmctatum
célulastuberculadas;esporófitocom seta lisa,
sãomorfologicamenterelacionadasporpossuírem
mm mm
5,4 decompr.,cápsulaesférica, lisa, 1 células basais não tuberculadas. Porém M.
de compr., opérculocurtorostrado, exóstoma richanliieM.punctatumpossuem filídioscom
e endóstoma pouco desenvolvidos; caliptra
ápice agudo ou obtuso a obtuso-mucronado,
cônica,curta, profundamente laciniada, lisa. células basais restritas à base do filídio e
Material selecionado: Miguel Calmon, Parque
células superiores fortemente abauladas,
EstadualdasSetePassagens, 18.11.2007,7.Ballejos
1108(ALCB);7.IX.2007,7.Ballejos16I6(ALCB); enquanto que em M. microstomum os filídios
9.IX.2007,7.Ballejos/S/7(ALCB); 11X2007,M. sãogradualmenteacuminados,ascélulasbasais
Santos 1971 (ALCB); 13.X.2007,7. Ballejos2285 estendem-seaté2/3dofilídioeascélulassuperiores
(ALCB). são planas. Os espécimes ocorreram como
Macromitrium cirrosum pode ser corticícolo,epíxilo,temcoloerupícoloemambientes
confundidocomM. longifolium(Hook.) Brid. de campo rupestre e floresta estacionai entre
devidoàformadofilídioepresençadecélulas 9(X)-1200m.Táxonpantropical.Novareferência
basais tuberculadas, porém M. longifolium paraaBahia,tendosidoreportadaanteriormente
tende a ter filídios mais compridos e mais para os seguintes estados: PR e RJ.
ondulados,alémdacápsulaserplicadaeaseta
espessa e rugosa (Sharp et al. 1994). Os 9. Macromitrium punctatum (Hook. &
espécimesocorreramcomocorticícolo,epíxilo Grev.) Brid., Bryol. Univ. 1:739. 1826.
e rupícolo em ambiente de campo rupestre e Gametófitosplagiotrópicos,comfilídios
mm
floresta estacionai entre 900-1200 m. Táxon lanceoladosaoblongo-Ianceolados, 1,7-1,9
Neotropical. No Brasil, foi reportada para decompr.,ápiceagudo, margemcrenuladano
os seguintes estados: AP. BA, PA, PR. RJ, ápice,recurvadanabaseeplanaacima, inteira,
SC e SP. bordobasal ausente,costapercurrente.células
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OrthotrichaceaeeRhizogoniaceaedoParqueEstadualdasSetePassagens,Bahia 729
o
o
E
a.
o
o
C\J
E
a.
o
10
Figura2-a-dMacromitriummicrostomum (Hook. &Grev.)Schwagr.-a. filídio;b.célulassuperioresdofilídio;
c.célulasbasaisdofilídio;d.cápsula,e-hSchlotheimiatectaHook.f.&Wilson-e.aspectogeraldogametófito;f.filídios;
g.célulassuperioresdofilídio;h.célulasdamargemdofilídionaregiãosuperior.
Figure 2 - a-d. Macromitrium microstomum (Hook. & Grev.) Schwügr. - a. leaf; b. uppercells ofleaf; c. basal cells ofleaf;
d. capsule, e-h Schlotheimia tecta Hook.f. & Wilson - e. general view ofgametophyte; f. leaf; g. uppercells ofleaf; h. upper
marginal cells ofleaf.
laminares superiores quadráticas, fortemente e a margem basal do filídio possui dentes
mamilosasoucom umapapilagrande,células pronunciados (Allen 2002). Os espécimes
basais alongadas restritas à base do filídio ou ocorreram como corticícolo em ambiente de
até 1/5 do compr. do filídio, lisas, raramente, campo rupestre e floresta estacionai entre
tuberculadas;esporófitocomsetalisa,4-6mm 900-1000 m. Táxon Neotropical. No Brasil,
de compr.,cápsula inclinada, oblonga, 1 mm, foi reportada para os seguintes estados: AM,
opérculolongo-rostrado,exóstomaeendóstoma BA, ES, GO e RJ.
papilosos,poucodesenvolvidos;caliptracônica,
curta, mitrada, fracamente pilosa. 10, Macromitrium richardii Schwagr., Sp.
Material selecionado: Miguel Calmon, Parque Musc. Frond., Suppl. 2(1): 70. 1826.
EstadualdasSetePassagens, 17.XI1.2005,S.B. Vilas Gametófito plagiotrópico, com filídios
mm
Bôas-Bastos1732-A(ALCB); 18.11.2007,M.Santos ligulado-lanceolados, 1,1-1,9 de compr.,
1592(ALCB). ápice obtuso a obtuso-mucronado, margem
A espécie pode ser confundida com inteira a crenulada, recurvada abaixo e plana
MacromitriumpodocarpiMüll. Hal.,porémneste acima, bordo basal não diferenciado, costa
as células basais são fortemente tuberculadas subpercurrenteaexcurrente,célulaslaminares
Rodriguésia 60 (4): 723-733. 2009
SciELO/JBRJ
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..
&
730 Ballejos,7. Bastos, C.7. P.
superiores quadráticas, com 1-2 papilas na 3928(ALCB): 18.11.2007,7.Ballejos 1058(ALCB);
regiãopróximaaoápiceepluripapilosasabaixo, 1 1.X.2007,7.Ballejos1946(ALCB); 13.X.2007,7.
parede espessa, células basais retangulares, Ballejos2296(ALCB).
lisas, pouco numerosas; esporófito com seta A espécie assemelha-se a S. torquata
com 3^4 mm de compr., cápsula plicada, porapresentarfilídiosperiqueciaismaislongos
obovada, 1-1,2 mm de compr., constrita logo queosvegetativos,porémS.torquatageralmente
abaixo do peristômio e com abertura larga, apresentafilídiosrugososeápicecompequeno
opérculolongo-rostrado,exóstomarudimentar, apículo,enquantoS.jamesoniiapresentafilídios
endóstoma ausente; caliptra cônica, curta, lisos a fracamente rugosos, ápice largamente
laciniada, lisaou fracamente pilosa. acuminado a apiculado e filídios periqueciais
Material selecionado: Miguel Calinon, Parque mais curtos em relação aos de S. torquata.
Estadual das Sete Passagens, 17.XII.2005, 7. Os espécimes ocorreram como corticícolo,
Ballejos 106(ALCB); 18.11.2007,7. Ballejos1041 epíxilo, rupícolo e terrícolo em ambiente de
(ALCB); 1 1.X.2007, J. Ballejos 2013 (ALCB); camporupestree florestaestacionai entre900-
13.X.2007,J. Ballejos2198(ALCB). 1300 m. Táxon Neotropical. No Brasil, foi
Macromitrium richardii assemelha-se a reportada para os seguintes estados: ES, BA,
M. microstomum, cujas diferenças são DF, MA, MS, PR, PE. RJ. RS, SC e SP.
discutidas nos comentários desta espécie.
Assemelha-se também a M. podocarpi e M. 12.Schlotheimiarugifolia (Hook.)Schwâgr.,
sharpii,diferindodestesporapresentarcélulas Sp. Musc. Frond. 2: 150. 1824.
superiores papilosas e ausência de tubérculos Gametófitosplagiotrópicos,com filídios
nascélulasbasais(Allen2002). Osespécimes rugosos,ovaladosaoblongos, 1,2-1,7 mm de
ocorreramcomocorticícoloeepíxiloemambientes compr., ápice truncado a mucronado ou com
de campo rupestre e floresta estacionai entre apículo, margem inteira, recurvada abaixo e
900-1200 m. Táxon Neotropical. No Brasil, plana acima, costa excurrente com pequeno
foi reportada para os seguintes estados: AM, apículo,célulaslaminaressuperioresquadráticas,
BA. ES, MG PR, RJ, RS, SC e SP. lisas, incrassadas,célulaspróximoàcostacom
1(2)fileiradecélulaselípticaseoblíquas,células
11. Schlotheimia jamesonii (Arn.) Brid., basaislongo-romboidais,planas,lisas,incrassadas,
Bryol. Univ. 1: 742. 1826. filídiosperiqueciaisoblongo-ovalados, 1,3-1,8mm
Gametófitoplagiotrópico,comfilídioslisos decompr.;esporófitocomsetalisa,5-6mmde
afracamenterugosos,oblongo-lanceolados, 1- compr.,cápsulaoblongo-cilíndrica2mmdecompr.,
mm
1,2 decompr.,ápicelargamenteacuminado plicada, opérculo não observado, peristômio
aapiculado,margeminteira,planaourecurvada desenvolvido, dentes do exóstoma longo-
abaixo, planaacima,costaexcurrente,células triangulares,papilosos,segmentosdoendóstoma
laminares superiores quadráticas a oblongas, triangulares, 1/2docompr.doexóstoma,hialino;
lisas, incrassadas,célulaspróximoàcostacom caliptra não observada.
3-2fileirasdecélulasoblongaseoblíquas,células Material selecionado: Miguel Calmon, Parque
basaislongo-romboidais,planas,lisas,incrassadas EstadualdasSetePassagens, 18.11.2007,7. Ballejos
eporosas,filídiosperiqueciaisovalado-lanceolados, 1135(ALCB);6.1V.2007,7. Ballejos1319(ALCB);
2-2,1 mmdecompr.;esporófitocomsetacom 8.IX.2007,7. Ballejos1741(ALCB); 1 l.X.2007,7.
4mmdecompr.,cápsulaoblongo-cilíndrica2mm Ballejos1994(ALCB).
decompr.,opérculonãoobservado, dentesdo Schlotheimia torquata e S. rugifolia são
exóstomaestreitamentetriangular,segmentos morfologicamenterelacionadasporapresentar
do endóstoma 1/2 do compr. do exóstoma, filídios rugosos ecosta percurrente. Porém S.
papilosos;caliptranãoobservada. torquata apresenta 3-5 fileiras de células
Material selecionado: Miguel Calmon, Parque alongadaspróximoàcostanaporçãosuperiordo
EstadualdasSetePassagens, 17.XII.2005,C.Bastos filídioeosfilídiosperiqueciaissãodistintamente
Rodriguésia 60 (4): 723-733. 2009
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13 14
OrtlwlrichaceaeeRhizogoniaceaedoParqueEstadualdasSetePassagens, Bahia 731
maiores que os vegetativos. Os espécimes margeminteira,recurvadaabaixoeplanaacima,
ocorreramcomocorticícolo,epíxilo,rupícoloe costaexcurrente,célulassuperioresquadráticas
.
terrícoloemambientedecamporupestreefloresta a oblongas, células próximo à costa em 3-5
estacionaientre900-1200m.TáxonNeotropical. fileiras de células alongadas, incrassadas,
NoBrasil,foireportadaparaosseguintesestados: célulasbasaislongo-romboidais,planaselisas,
MG
AC, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MT, PA, incrassadas, filídiosperiqueciais lisos, longo-
PE, RJ, PR, RO, RS, SC e SP. lanceolados, 3 mmde compr.; esporófitocom
seta com 6 mm de compr., cápsula oblonga-
13 ** Schlotheimia tecia Hook.f. & Wilson, cilíndrica, 2 mm de compr., plicada, opérculo
LondonJ. Bot. 3: 157. 1844. Fig. 2e-h nãoobservado,peristômiodesenvolvido,dentes
Gametófito plagiotrópicos, com filídios do exóstoma longo-triangulares, papilosos,
mm
lisos, estreitamente lanceolados, 2,1-2,9 segmentos do endóstoma hialinos, até 1/2 do
decompr.,ápiceagudoaacuminado, margens compr. do exóstoma; caliptra não observada.
irregularmenteserreadasacima,reflexaabaixo, Material selecionado: Miguel Calmon, Parque
costasubpercurrente,célulaslaminaressuperiores EstadualdasSetePassagens, 18.11.2007,7. Ballejos
irregularmenteromboidaisaelíptica-romboidais, 1149(ALCB);6.IV.2007,7.Ballejos1346(ALCB);
célulaspróximoàcostaem3-4fileirasdecélulas 9.IX.2007,7. Ballejos1872(ALCB); 13.X.2007.7.
elípticaslongo-romboidaisedeparedeespessa, Ballejos2268(ALCB).
A espécie assemelha-se a S. jamesonii
célulasbasaislongo-lineares,planas,lisas,parede
espessa, incrassadas, filídios periqueciais e S. rugifolia, cujas diferenças são discutidas
noscomentáriosdestasespécies.Osespécimes
lanceolados,ápicelongo-acuminado,esporófito
com seta 1 mm demcommpr., cápsula imersa, otecrorrírceorloamecmomaombcioretnitceícodleo,ceapímxpiloo,rruuppeísctorleoee
oblongo-obovada,2 decompr.,peristômio
desenvolvido, dentes do exóstoma longo- floresta estacionai entre 900-1200 m. Táxon
triangulares,papilosos,segmentosdoendóstoma Neotropical. No Brasil, foi rMepGortada para os
triangulares, 1/2 do compr. do exóstoma, seguintesestados:AM, BA, PE, PR, RS,
RR, RJ, SC e SP.
hialinos;caliptranãoobservada.
Dos 14táxonsinfragenéricosencontrados
Material selecionado: Miguel Calmon, Parque
EstadualdasSetePassagens, 18.11.2007,M.Santos no Parque 12 (86%) foram considerados
1660(ALCB);9.IX.2007,J.Ballejos1841(ALCB); generalistas, isto é, ocorreram nos diferentes
11.X.2007,J.Ballejos1995(ALCB); 13.X.2007,J. ambientes que o compõe, ou seja, tanto na
Ballejos2137(ALCB). floresta estacionai quanto nos campos
A espécie assemelha-se a S. jamesonii ruprestres. Groutiellaapiculatafoi encontrada
porapresentarfilídios lisos, porém os filídios apenasnaflorestaestacionai,enquantoque G.
comápiceagudoaacuminadoecápsulaimersa tomentosa e Macrocoma brasiliensis foram
são caracteres diagnósticos. Os espécimes encontradasapenasnoscamposrupestres.Vitt
ocorreramcomocorticícolo,epíxiloerupícoloem (1980b)afirmaque,apesardeOrthotrichaceae
ambientedecamporupestreeflorestaestacionai serpredominantementexerofítica,representantes
entre 900-1300 m. Táxon Neotropical. Nova de Macrocoma e Schlotheimia ocorrem
ocorrênciaparaaBahiaeparaoNordeste,tendo tipicamente em florestas tropicais de terras
sidoreportadaanteriormenteparaosseguintes baixas e em florestas montanas de altas
estados: ES, MG PR. RJ. RS, SC e SP. altitudes. De fato, quando se considera o
número de indivíduos, pode-se observar que
14 Schlotheimia torquata (Hedw.) Brid., estes dois gêneros correspondem a 63% das
.
Musc. Rec. Suppl. 2: 16. 1812. amostras pertencentes a Orthotrichaceae, e
Gametófito plagiotrópico, com filídios que 66% das amostras encontradas em áreas
rugosos, oblongo-ovalados a lanceolados, 1- de floresta estacionai, quando pertencentes a
1,2mmdecompr.,ápicecompequenoapículo, esta família, correspondem a espécies de
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13 14 15
,
732 &
Ballejos,J. Bastos, C.J. P.
Macrocoma e Schlotheimia. Pode-se rupícolo apresentou alto número de espécies,
observar também que Macromitrium, gênero o que pode ser relacionado à disponibilidade
bem representado no Parque (19%), ocorreu de superfícies rochosas como substrato,
em maior proporção em ambiente de campo principalmente,nosambientesdecamporupestre.
rupestre(56%),massempreemlocaisprotegidos Ospadrõesmaisfrequentesdedistribuição
da incidênciadiretadosol. Pyrrhobryum, que geográfica foram o neotropical (9) e o
foi o terceiro gênero mais bem representado pantropical(5). Considerando-seadistribuição
do Parque (17%), apresentou preferência por no Brasil, 13 espécies (93%) apresentaram
ambientes de floresta estacionai (84%), com distribuiçãoampla,ocorrendoemtrêsou mais
poucas ocorrências em campo rupestre. As estados,eumaapresentoudistribuiçãorestrita
espécies que se destacaram quanto ao número (Macromitrium microstomum), tendo sido
de amostras foram Schlotheimia rugifolia registrada anteriormente somente nos estados
(76)ePyrrhobryumspinifonne(51),seguidas do Paranáe Rio de Janeiro. Das quatro novas
porS.tecta(43),S.torquata(35)eMacromitrium ocorrências para a Bahia, três se constituem
microstomum (30). também em novas ocorrências para a Região
O
grupobriocenológicomaisrepresentativo Nordeste (Macrocoma brasiliensis
quanto número de espécies foi o corticícolo Macromitrium microstomum e Schlotheimia
(13),seguidoporepíxilo(10),rupícolo(8),temcolo tecta), tendo sido reportadas anteriormente
(5)ehumícolo(2).Observou-seumpredomínio para as Regiões Sul e Sudeste.
deespéciespoli-substrato(12),ouseja,aquelas A espécies de Orthotrichaceae e
que colonizam mais de um tipo de substrato
Rhizogoniaceae do Parque Estadual das Sete
(Fudali 2001), em relação às espécies mono- Passagens correspondem a 81% das espécies
substrato(2),asquaiscolonizamumúnicotipo de musgos destas famílias encontradas até o
de substrato(Fudali 2001).Tal fatodemonstra momento na Bahia. Cincodasnoveespéciesde
a variedade de estratégias apresentadas por
Orthotrichaceaee Rhizogoniaceaeregistradas
estas espécies para se desenvolverem nos
ambientesencontradosnoParqueEstadualdas paraaChapadaDiamantinaporHarley(1995),
Bastos et al. (1998), Bastos et al. (2000) e
Sete Passagens. As espécGies mono-substrato, Yano & Peralta (2006) foram registradas para
Groutiella apiculata e tomentosa foram
, o Parque. Estãosendo adicionadasoito novas
encontradas crescendo sobre troncos e ramos
ocorrências para esta região: Groutiella
de árvores vivas. Apesar destas espécies
tomentosa, Macrocoma brasiliensis, M.
terem ocorrido no Parque crescendo somente
orthotrichoides, M. tenitis subsp. sullivantii,
nestesubstrato,esteresultadonãosignificaque
Macromitrium cirrosum, M. microstomum,
sejam restritas, pois foi coletada apenas uma
amostra de cada espécie, além de G apiculata M. richardii e Schlotheimia tecta. Dessa
forma, estes resultados se constituem em
játersidoregistradacrescendo,também,sobre
G importantecontribuição para oconhecimento
troncoseramosdeárvoresmortase tomentosa
sobre superfícies rochosas (Allen 2002). O da flora de musgos da Chapada Diamantina
Setentrional, além de ampliarem os dados de
espectroecológicoobtidodemonstraquetronco
ouramodeárvorevivafoiosubstratopreferencial distribuição geográfica de muitas destas
(93% dasespécies). Isto pode serrelacionado espéciesparaoterritórionacional,contribuindo,
ü sua disponibilidade tanto nos ambientes de dessa forma, com o inventário de musgos da
florestaestacionai,quantonosdecamporupestre. Bahiae, consequentemente, do Brasil.
Muitasespéciesforamencontradascrescendo
sobre troncos e ramos caídos na mata ou na Agradecimentos
basedeárvoresmortas,oquejustificaogrande Os autores são gratos ao Programa de
número de espécies pertencentes ao grupo Pós-Graduação em Botânica da UEFS, à
epíxilo. Pode-seobservartambémqueogrupo Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
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