Table Of ContentEm um ano, o Supremo Tribunal
Federal recusou-se a interferir no
mérito processo de impeachment
da presidente da República, Dilma
Rousseff, afastou do cargo e do
mandato o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, afastou o presidente
do Senado, Renan Calheiros, e teve
Em 2016, o Supremo Tribunal Federal esteve mais do que
de conviver com o descumprimento
nunca no centro da política nacional. Do rito de impeachment
explícito de sua decisão. Durante todo
de Dilma Rousseff até as reformas constitucionais do governo
oano de 2016, o Supremo figurou nas
Temer, passando pela Operação Lava Jato, todas as disputas
manchetes dos jornais de todo o País.
judiciais e políticas que dividiram o país tiveram, de alguma
O tribunal não foi apenas um refúgio
forma, a participação do Supremo. Desde 2002, qualquer um
para questões políticas aparentemente
pode sintonizar nas sessões da TV Justiça e acompanhar os
insolúveis ou complicadas. O Supremo
votos, argumentos e discussões dos ministros no plenário.
não foi coadjuvante. Foi um ator central
Mas essa transparência é insuficiente. Há imagens públicas, num ano de grave crise política.
há informação, mas ainda falta tradução e análise sobre o
A história, comumente, registra o
comportamento do tribunal. Quais os casos que o tribunal de-
desenrolar das crises pelas ações e
veria ter decidido, mas não o fez? Quais as implicações polí-
relações entre Executivo e Legislativo.
ticas de um pedido de vista, de uma mudança de pauta, ou de
Para compreender 2016 é preciso
uma decisão individual liminar? E, fora do tribunal, como as
conhecer e entender também a atuação
estratégias de diferentes atores têm moldado a pauta e as de-
do Supremo, as ações e omissões.
cisões do Supremo? Quais os efeitos políticos mais amplos de
joaquim falcão
uma mudança aparentemente pequena no regimento interno Esse cenário exige das faculdades,
é Professor titular de Direito
do tribunal? Quais os outros fatores e preocupações – polí- dos professores de Direito e dos
Constitucional e Diretor da
ticas, sociais, econômicas – estão por trás dos argumentos jornalistas que inventem novas formas
FGV DIREITO RIO. É Mestre em
constitucionais feitos no Supremo Tribunal Federal? Este li- de pensar, escrever, atuar e explicar.
direito por Harvard, Mestre e Doutor
vro reúne um ano de análises sobre essas questões. Além de E para atuar nesse espaço foi criado o
em educação pela Universidade de
um diário crítico dos principais problemas, temas e impasses projeto Supra: Supremo Interpretado,
Genebra. Foi membro do Conselho
dentro do Supremo – ou orbitando o tribunal, na Praça dos reunindo neste livro todas as análises
Nacional de Justiça (2005-2008).
Três Poderes – ao longo do ano de 2016, reflete também um publicadas no ano de 2016.
esforço coletivo de repensar e aperfeiçoar o funcionamento
diego werneck arguelhes Fruto de uma iniciativa conjunta
das nossas principais instituições constitucionais. do JOTA e de um variado grupo de
é Professor Pesquisador da
pesquisadores e profissionais do
FGV DIREITO RIO. É Doutor em Direito
Direito e pesquisadores, liderado
pela Yale University (EUA) e Mestre
por professores da FGV Direito Rio
em Direito Público pela Universidade
e com colaboradores de várias
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
outras instituições acadêmicas
presentes no debate jurídico
felipe recondo nacional, o Supra reúne analistas
é sócio-fundador do JOTA, jornalista
independentes comprometidos em
formado pela Universidade de fazer encontrar a agenda acadêmica,
Brasília (UNB) e pesquisador a velocidade da imprensa e a pauta
associado da FGV DIREITO RIO. ISBN: 978-85-9530-007-1 da conjuntura política nacional.
Prêmio Esso de Jornalismo em 2012.
9 788595 300071
onze supremos:
o supremo em 2016
onze supremos:
o supremo em 2016
organizadores
Joaquim Falcão
Diego Werneck arguelhes
Felipe reconDo
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editor:
Gustavo Abreu
revisão:
LiteraturaBr Editorial
capa, projeto gráfico e diagramação:
Luís Otávio Ferreira
conselho editorial:
Alessandra Mara de Freitas Silva; Alexandre Morais da Rosa; Bruno Miragem; Carlos María Cárcova; Cássio
Augusto de Barros Brant; Cristian Kiefer da Silva; Cristiane Dupret; Edson Nakata Jr; Georges Abboud;
Henderson Fürst; Henrique Garbellini Carnio; Henrique Júdice Magalhães; Leonardo Isaac Yarochewsky;
Lucas Moraes Martins; Nuno Miguel Branco de Sá Viana Rebelo; Renata de Lima Rodrigues; Rubens
Casara; Salah H. Khaled Jr; Willis Santiago Guerra Filho.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecária Juliana Farias Motta CRB7/5880
Referência para citação:
FALCÃO, Joaquim.; ARGUELHES, Diego W.; RECONDO, Felipe.;
Onze supremos: o supremo em 2016. Belo Horizonte (MG), 2017
O599
Onze supremos: o supremo em 2016 / Organizadores: Joaquim Falcão, Diego
Wernerck Arguelhes, Felipe Recondo. -- Belo Horizonte, MG : Letramento:
Casa do Direito: Supra: Jota: FGV Rio, 2017.
302 p.: .; 23 cm.
ISBN: 978-85-9530-007-1
1. Brasil. Supremo Tribunal Federal. 2. Poder judiciário – Brasil. I. Arguelhes,
Diego Werneck. II. Recondo, Felipe. III. Título. IV Título: o supremo em 2016
CDD 347.81035
Belo Horizonte – MG
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Em memória de Teori Zavascki
apresenTaÇão 17
reTrospecTiVas
01 onze supremos: todos contra o plenário . . . . . . . 20
Joaquim Falcão | Diego Werneck arguelhes
02 sTF: Árbitro ou protagonista
na crise política em 2016? . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Felipe recondo
DesaFios insTiTucionais
03 o supremo contra-ataca . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Joaquim Falcão
04 supremo não é inerte: peC do
parlamentarismo e dois mitos sobre o sTF . . . . . .38
Diego Werneck arguelhes | Thomaz pereira
05 mendes e Lula: uma liminar
contra o plenário do supremo . . . . . . . . . . . . . .41
Diego Werneck arguelhes | ivar a hartmann
06 Amizades sob suspeição no supremo . . . . . . . . . 44
pedro cantisano
07 Quando a ciência está em jogo,
a democracia não importa . . . . . . . . . . . . . . . . 46
rachel herdy
08 A retórica do supremo:
precaução ou proibição? . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Fernando leal
09 supremo chegará ao livro eletrônico
com uma geração de atraso . . . . . . . . . . . . . . . 51
Fernando leal
10 A distribuição de processos no
supremo é realmente aleatória? . . . . . . . . . . . .54
Daniel chada | ivar a hartmann
11 A dança da pauta no supremo . . . . . . . . . . . . . .57
Fernando leal
12 A pauta da presidente Cármen Lúcia . . . . . . . . . .60
Diego Werneck arguelhes
13 A Constituição interpretada sem regras . . . . . . .63
Dimitri Dimoulis
14 renan, marco Aurélio e o
tortuoso supremo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66
Diego Werneck arguelhes
15 o futuro do supremo
depois de renan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69
ivar a hartmann
16 Figurações dos ministros:
o nocaute e o baile . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
pedro Fortes
17 Afinal, ministro do Supremo é magistrado? . . . . . .74
Diego Werneck arguelhes
18 Lula ministro e o silêncio do supremo . . . . . . . . . 77
Thomaz pereira
19 supremo: um tribunal
aparentemente eficiente? . . . . . . . . . . . . . . . . .80
luiz Fernando gomes esteves
a crise econÔmica
20 Depósitos judiciais a fundo perdido . . . . . . . . . .84
ivar a hartmann
21 Lei das estatais: vetos necessários . . . . . . . . . . .88
nelson eizirik
22 Abusar do supremo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Joaquim Falcão
23 os impactos dos planos econômicos
e a encruzilhada do supremo . . . . . . . . . . . . . .92
Fernando leal
24 O fim da substituição tributária para frente? . . . .96
melina rocha lukic
25 supremo inicia a reforma
trabalhista do governo Temer . . . . . . . . . . . . . . 99
luiz guilherme migliora | rafael de Filippis
a FormaÇão Da JurispruDÊncia
26 Como aperfeiçoar a repercussão Geral? . . . . . .104
carlos ari sundfeld | rodrigo pagani de souza
27 supremo oscilante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
pedro cantisano
28 “Desvio de finalidade” e ativismo judicial . . . . . .110
eduardo Jordão
29 supremo: um tribunal (só) de teses? . . . . . . . . . 113
Julia Wand-Del-rey cani
30 É possível falar em precedente “do Supremo”? . .116
andre Bogossian | Danilo dos santos de almeida
31 A “Vaquejada” poderia ter sido um caso fácil . . . .119
Fernando leal
32 menos é mais: o supremo,
o Judiciário e os medicamentos . . . . . . . . . . . .122
eduardo Jordão
33 A política criminal do supremo . . . . . . . . . . . .124
silvana Batini
34 A decisão de Celso de mello e o
respeito a precedentes do sTF . . . . . . . . . . . .127
Thomaz pereira | Diego Werneck arguelhes
Description:Em 2016, o Supremo Tribunal Federal esteve mais do que nunca no centro da política nacional. Do rito de impeachment de Dilma Rousseff até as reformas constitucionais do governo Temer, passando pela Operação Lava Jato, todas as disputas judiciais e políticas que dividiram o país tiveram, de alg