O Peso das Letras – Oficina de Tipografia do Ar.Co

480 Pages·2017·59.98 MB·Portuguese

UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE BELAS-ARTES
FACULDADE DE ARQUITECTURA
O PESO DAS LETRAS
Oficina de Tipografia do Ar.Co
Catarina de Aguiar Ferreira Gomes
Trabalho de Projecto
Mestrado em Práticas Tipográficas e Editoriais Contemporâneas
Trabalho de Projecto orientado pelo Prof. Doutor Jorge dos Reis
e pela Prof.ª Doutora Sofia Leal Rodrigues
2017
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DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu, Catarina de Aguiar Ferreira Gomes, declaro que o presente trabalho de projecto de mestrado
intitulado “O Peso das Letras – Oficina de Tipografia do Ar.Co”, é o resultado da minha
investigação pessoal e independente. O conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas na bibliografia ou outras listagens de fontes documentais, tal como
todas as citações directas ou indirectas têm devida indicação ao longo do trabalho segundo as
normas académicas.
O Candidato
Catarina de Aguiar Ferreira Gomes
Lisboa, 29 de Dezembro de 2017
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RESUMO
Em 1996, o Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual criou uma oficina de tipografia
como parte da formação que oferecia na área de Design. Nessa altura a maioria das gráficas já
não trabalhava com tipos móveis e escasseavam as fundições que ainda os produziam. Também
não eram muitas as escolas de design que ensinavam tipografia com recurso à prática oficinal.
Mais de 20 anos antes, desde a sua fundação em 1973, o Ar.Co destacara-se ao assumir a Tipo-
grafia como uma disciplina básica do Design Gráfico, antecipando-se a outros cursos de design
em Portugal.
Assiste-se actualmente a uma renovação do interesse pela tipografia dos caracteres móveis,
numa altura em que já se perdeu muito do material tipográfico que outrora houve, dando-se agora
um valor ainda maior aos particulares e às instituições, como o Ar.Co, que tiveram a audácia e a
sageza de, nos últimos anos, salvaguardar este tipo de acervo.
O presente trabalho consistiu na inventariação da colecção de tipos móveis da Oficina de
Tipografia do Ar.Co – constituída por vários alfabetos e letras avulso, em chumbo ou em ma-
deira –, bem como no estudo da história da oficina, que se insere na do ensino da Tipografia
na escola. Registaram-se, desta forma, dados relevantes, quer para a história do Ar.Co quer
para a história do ensino da Tipografia em Portugal, que estavam até à data por publicar.
As informações recolhidas são disponibilizadas aos utilizadores da oficina, bem como a outras
pessoas interessadas, de maneira a promover e a facilitar o trabalho tipográfico oficinal no Ar.Co.
Permitem também a iniciação de uma base de dados, estabelecendo-se o ponto de situação relativo
ao acervo tipográfico da escola em 2016.
O Relatório de Projecto divide-se em duas partes principais, acrescidas de anexos. A pri-
meira consiste numa contextualização histórica do assunto em estudo, na qual se expõem os
resultados de uma investigação teórica. A segunda parte corresponde à descrição e análise do
acervo de tipos móveis da oficina, assunto precedido pela explicação detalhada dos processos e
dos critérios para essa mesma recolha e análise. Por fim, a secção de anexos engloba documenta-
ção suplementar ao restante relatório, na sua maioria inédita, nomeadamente: listas e grelhas de
inventariação da colecção de tipos móveis, provas de impressão, orçamentos e facturas relativos
a material tipográfico adquirido pelo Ar.Co, cartas, e outros documentos do período de forma-
ção da oficina de tipografia.
PALAVRAS-CHAVE
Tipografia; Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual; Letterpress; Design Gráfico
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ABSTRACT
In 1996, Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual established its own typography work-
shop. By then, most printers no longer worked with letterpress, and type foundries were closing
down. Besides, not many Design schools taught typography in a workshop context. More than
20 years before, since its foundation in 1973, Ar.Co was exceptional in making Typography a
core subject in Graphic Design, thus leading this sort of training in the country.
Today there is a renewed interest in letterpress (by both artist and layman), in a time in
which much of the typographic material once available has been lost. As a consequence, indi-
viduals and institutions such as Ar.Co are highly praised for having had the audacity and the
wisdom to preserve their collections.
With the present Project, we tried to create an inventory of the movable type collection of
Ar.Co’s typography workshop – constituted by several complete alphabets and single letters,
made of lead or wood –, as well as to develop an account of the history of the workshop, in its
turn part of the broader history of the teaching of typography in the school. We have thus been
able to gather previously unpublished material relevant both to the history of Ar.Co and to that
of the teaching of Typography in Portugal.
The material is now made available to both workshop users and the wider public, in order
to promote and facilitate the practice of letterpress in the workshop. It may also lead to the
creation of a database, by setting the record of the school’s typographical collection in 2016.
The Project Report divides into two main parts, plus appendices. The first part consists in
the historical contextualization of the subject matter, in which the outcome of the theoretical
research is presented. The second part corresponds to the description and analysis of the work-
shop’s movable type collection, preceded by a detailed account of the criteria for that selection
and analysis, and of the means used to carry it out. Finally, the appendix provides supplementa-
ry documentation, mostly unpublished, concerning: lists and inventories of the movable type
collection; printing proofs; quotes and invoices relative to typographic material acquired by
Ar.Co; letters; and other documents from the early days of the workshop.
KEYWORDS
Typography; Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual; Letterpress; Graphic Design
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NOTA EDITORIAL
Este trabalho está arranjado graficamente com base no artigo 40º do Capítulo III do
Regulamento de Estudos de Pós-Graduação da Faculdade de Belas-Artes (Diário da República,
2.ª série – N.o 198 – 14 de Outubro de 2016).
De acordo com o referido regulamento, “O modelo de layout gráfico do trabalho final, com a
inclusão da capa e outros elementos de referenciação regulamentar, é divulgado na página da
internet da FBAUL, sendo de utilização obrigatória”.

A liberdade gráfica no trabalho foi limitada pelas seguintes “normas de redação do documento:
formato A4, corpo 12, espaço entrelinhas 1,5, tipo Times New Roman ou Arial, margens 3 cm”.
Nas páginas que antecedem esta nota foi usado o modelo gráfico obrigatório, elaborado pela
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, que utiliza um tipo de letra Garamond,
nos seus pesos Regular e Bold. Nesta página e nas restantes, não podendo manter-se o uso da
Garamond, escolheu usar-se, de entre as duas opções permitidas, o tipo de letra Times New
Roman, nos seus vários pesos.
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