Table Of Contento
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N
5
Segurança
e Qualidade
Núcleo Básico
Segurança e Qualidade
João Eduardo Ferreira
Laszlo Szabados Júnior
Leia Paes dos Santos
Adherbal Caminada Netto
São Paulo
2011
GOVERNADOR
Presidência
Geraldo Alckmin
João Sayad
Vice-presidência
VICE-GOVERNADOR
Ronaldo Bianchi, Fernando Vieira de Mello
Guilherme Afif Domingos
DIRETORIA DE PROJETOS EDUCACIONAIS SECRETáRIO DE DESENVOLVIMENTO
Direção: Fernando José de Almeida Coordenação editorial: Luiz Marin ECONôMICO, CIêNCIA E TECNOLOGIA
Gerência: Monica Gardelli Franco, Júlio Moreno Edição de texto: Marcos Aparecido da Paixão
Paulo Alexandre Barbosa
Coordenação Técnica: Maria Luiza Guedes Secretário editorial: Antonio Mello
Equipe de autoria Centro Paula Souza Revisores: Ana Maria Cortazzo Silva,
Coordenação geral: Ivone Marchi Lainetti Ramos Ana Maria de Carvalho Tavares
Coordenação da série Núcleo Básico: Direção de arte: Bbox Design
André Müller de Mello
Ilustrações: Carlos Grillo e Rodval Mathias
Autores: João Eduardo Ferreira, Laszlo Szabados
Pesquisa iconográfica: Completo Iconografia
Júnior, Leia Paes dos Santos, Adherbal Presidente do Conselho Deliberativo
Caminada Netto Capa
Yolanda Silvestre
Revisão técnica: J oyce Maria de Sylva Tavares Bartelega Fotografia: Eduardo Pozella, Carlos Piratininga
Equipe de Edição Tratamento de imagens: Sidnei Testa Diretora Superintendente
Coordenação geral: C arlos Tabosa Seabra, Abertura capítulos: © Mircea Bezergheanu/ Laura Laganá
Rogério Eduardo Alves Shutterstock
Vice-Diretor Superintendente
César Silva
Chefe de Gabinete da Superintendência
Elenice Belmonte R. de Castro
Coordenadora da Pós-Graduação,
O Projeto Manual Técnico Centro Paula Souza – Coleção Técnica Interativa oferece aos alunos da instituição conteúdo relevante à formação técnica, à
educação e à cultura nacional, sendo também sua finalidade a preservação e a divulgação desse conteúdo, respeitados os direitos de terceiros. Extensão e Pesquisa
O material apresentado é de autoria de professores do Centro Paula Souza e resulta de experiência na docência e da pesquisa em fontes como livros, Helena Gemignani Peterossi
artigos, jornais, internet, bancos de dados, entre outras, com a devida autorização dos detentores dos direitos desses materiais ou contando com a per-
missibilidade legal, apresentando, sempre que possível, a indicação da autoria/crédito e/ou reserva de direitos de cada um deles. Coordenador do Ensino Superior
Todas as obras e imagens expostas nesse trabalho são protegidas pela legislação brasileira e não podem ser reproduzidas ou utilizadas por terceiros, por de Graduação
qualquer meio ou processo, sem expressa autorização de seus titulares. Angelo Luiz Cortelazzo
Agradecemos as pessoas retratadas ou que tiveram trechos de obras reproduzidas neste trabalho, bem como a seus herdeiros e representantes legais,
pela colaboração e compreensão da finalidade desse projeto, contribuindo para que essa iniciativa se tornasse realidade. Adicionalmente, colocamo-nos Coordenador de Ensino Médio e Técnico
à disposição e solicitamos a comunicação, para a devida correção, de quaisquer equívocos nessa área porventura cometidos em livros desse projeto. Almério Melquíades de Araújo
Coordenadora de Formação Inicial e
Educação Continuada
Clara Maria de Souza Magalhães
Coordenador de Desenvolvimento
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
e Planejamento
(Bibliotecária Silvia Marques CRB 8/7377)
João Carlos Paschoal Freitas
F383
Coordenador de Infraestrutura
Ferreira, João Eduardo Rubens Goldman
Núcleo básico: segurança e qualidade / João Eduardo Ferreira, Laszlo Szabados Júnior, Leia
Coordenador de Gestão Administrativa
Paes dos Santos, Adherbal Caminada Netto (autores); Joyce Maria de Sylva Tavares Bartelega
(revisora); André Müller de Mello (coordenador). — São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011. e Financeira
(Coleção Técnica Interativa. Série Núcleo Básico, v. 5) Armando Natal Maurício
Manual técnico Centro Paula Souza Coordenador de Recursos Humanos
Elio Lourenço Bolzani
ISBN 978-85-8028-055-5
Assessora de Comunicação
I. Administração — programa de qualidade 2. Comportamento — trabalhador I. Ferreira,
Gleise Santa Clara
João Eduardo II. Szabados Júnior, Laszlo III. Santos, Leia Paes dos IV. Caminada Netto, Adherbal
V. Bartelega, Joyce Maria Sylva Tavares VI. Mello, André Müller de VII. Título Procurador Jurídico Chefe
Benedito Libério Bergamo
CDD 373.27
Sumário
10 A evolução da segurança e da qualidade 59 Capítulo 2
no mundo do trabalho
Ergonomia
15 Capítulo 1 2.1 Conceituação ................................................................. 60
Gestão de saúde e segurança do trabalho 2.2 Objetivos da ergonomia .............................................. 61
1.1 Evolução histórica ......................................................... 17 2.3 Ramificações da ergonomia ........................................ 62
Capa: Jhullyan Wandryus
nS 1.2 Normas regulamentadoras – NR .............................. 18 2.4 Lesões por Esforços Repetitivos (LER) .................... 62 Chaves Maia e Renan Ayoub
AgE Picolo, alunos do Centro
M
R i 1.3 Acidentes: impactos, prejuízos e causas ................... 36 2.4.1 Tendinite ............................................................ 63 Paula Souza
A
ulS Foto: Eduardo Pozella e
nS/P 1.3.1 Impactos sociais e para o trabalhador na 2.4.2 Tenossinovite .................................................... 64 Carlos Piratininga
ARti ocorrência do acidente de trabalho ............ 36 2.4.3 Síndrome de De Quervain ............................ 64
M
M
DElfi 1.3.2 Danos causados ao trabalhador ................... 37 2.4.4 Síndrome do túnel do carpo ......................... 64
©
1.3.3 Prejuízos para a empresa ............................... 38
65 Capítulo 3
1.3.4 Custos resultantes para a sociedade .......... 39
Prevenção e combate a incêndios
1.3.5 Análise preliminar das condições
de trabalho ........................................................ 39 3.1 Combate a incêndios ................................................... 66
1.3.6 Acidentes de trabalho e doenças 3.2 Formas de combustão ................................................. 67 on/oCk
RDinER/nStoCk 1.4 Comissdãoec Ionrtreernntae ds ed oP rtervaebnaçlhãoo .d...e.. .A...c..i.d..e..n...t.e..s.. .............. 3491 3.3 Formas de propagação ................................................ 67 © MAluSSHuttERSt
© PEtER gASPl/lAti 1.5 Prevenção de riscos ambientais ................................. 42 33..45 CMléatsosidfiocsa çdãeo edxotsin içnãcoê nddoi ofos .g.o... ........................................................................ 6780
1.5.1 A importância de conhecer os riscos ......... 42
3.6 Agentes extintores ....................................................... 70
1.5.2 Avaliação de riscos .......................................... 43
1.5.3 Ações do PPRA ............................................... 47
71 Capítulo 4
Ck 1.6 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Primeiros socorros
DC)/lAtinSto E1q.6u.1ip amEeqnutipoasm deen Ptoro dteeç Pãroo Cteoçlãeot ivCao (lEePtiCva) .(.E..P...C...). .. 4499 4.1 Hemorragia .................................................................... 72 © AuDREy uttERStoCk
gES/CoRbiS ( 11..66..32 QEquuaipnadmo eunstaor does EPProIst .e..ç..ã..o... .I.n..d...i.v..i.d..u..a..l. ..(.E..P...I.). .. 4499 44..32 FQruateuimraasd .u...r..a.s... .................................................................................................................................. 7734 DER-bEll/SH
AgE iMA 1.6.4 Classificação dos EPIs ..................................... 50 4.4 Acidentes com animais peçonhentos ...................... 75 Sni
t
Ri
HE
© 1.7 Serviços perigosos e insalubres ................................. 56 4.5 Parada cardiorrespiratória (PCR) .............................. 76
1.8 Sistemas de gestão da saúde e 4.6 Convulsões ..................................................................... 76
segurança ocupacional ................................................. 57
Sumário
77 Capítulo 5 7.1.7 Gráfico de controle ........................................ 113
Qualidade total 7.1.8 Brainstorming ..................................................... 114
7.1.9 Fluxograma ....................................................... 115
5.1 Histórico da gestão pela qualidade no mundo ....... 80
gES
y iMA 5.1.1 Primeira fase: inspeção ................................... 80 7.1.10 Gráfico de tendências .................................... 116
t
vE/gEt 5.1.2 Segunda fase: controle estatístico 7.1.11 Matriz GUT ....................................................... 118
CHi da qualidade ...................................................... 83 7.1.12 Planejamento de ações (5W2H) .................. 119
R
A
n
o
ult 5.1.3 Terceira fase: garantia da qualidade .............. 84 7.2 Método de análise e solução de problemas ............ 120
H
©
5.1.4 Quarta fase: gestão da qualidade total 7.2.1 Etapas do MASP ............................................... 121
(Total Quality Management — TQM) ........... 85
7.3 Análise do Modo de Falha e seus Efeitos (FMEA) . 130
87 Capítulo 6
133 Capítulo 8 M
o
Programa de organização e limpeza Sistema de Gestão da Qualidade oCk.C
t
6.1 A metodologia do 5S ................................................... 89 tERS
8.1 Princípios da gestão de qualidade ............................. 135 ut
H
6.2 Registrar a situação atual e a nova situação ............ 90 A/S
MAgES 8.2 Requisitos mínimos para o SGQ ............................... 137 A HoR
oto/gEtty i 6.3 6Im.3p.1la nt1aço ã-o S ednosso 5 dS e.. ..u..t.i.l.i.z..a..ç..ã..o... ./. .s..e..l.e...ç..ã..o.. .(..S..e..i.r.i.).. . ........ 9911 8.3 Sistema de gestão integrado ....................................... 137 © nAtAliy
Rf
oPPE 6.3.2 2o - Senso de organização / 139 Capítulo 9
© P ordenação (Seiton) .......................................... 93
Produtividade
6.3.3 3o - Senso de limpeza (Seiso) ........................ 95
9.1 Kaizen .............................................................................. 141
6.3.4 4o - Senso de padronização (Seiketsu) ........ 97
9.2 Seis Sigma ....................................................................... 144
6.3.5 5o - Senso de autodisciplina (Shitsuke) ....... 97
9.2.1 O programa ...................................................... 144
99 Capítulo 7
9.2.2 A metodologia .................................................. 147 Ck
o
t
Análise e melhoria de processos 9.3 Controle Estatístico do Processo (CEP) ................. 148 tERS
t
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ttERStoCk 7.1 7Fe.1r.r1a meEnsttraast difiac aqçuãaoli d .a..d..e.......................................................................................... 110033 99..33..12 TVaiproiasç ãdoe: ccoaunstaros lceo dmau qnusa eli deasdpee .c..i.a..i.s. ........................ 114591 © APDESign/S
u
H
x/S 7.1.2 Folha de verificação ........................................ 104 9.3.3 Controle de processo .................................... 153
o
olb 7.1.3 Gráfico de Pareto ............................................ 105
H
© 157 Referências bibliográficas
7.1.4 Diagrama de causa e efeito ........................... 106
7.1.5 Histograma ........................................................ 108 159 Anexo
7.1.6 Gráfico de dispersão ...................................... 112
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As modernas linhas A evolução da segurança EPis – Equipamentos
do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e, portanto, aquilatar os benefícios
de produção industrial, de Proteção individual:
advindos da implantação, da implementação e da manutenção desse sistema.
atendem a normas a tecnologia a serviço
e da qualidade no
que preservam a saúde da segurança.
Veremos finalmente o Sistema de Gestão Integrado (SGI), que nada mais é do
do trabalhador.
que a aplicação conjunta pela organização dos conceitos e das práticas relativos
mundo do trabalho à Qualidade, ao Meio Ambiente e à Segurança e Saúde do Trabalho (SST),
como aqueles apresentados nas normas da ABNT NBR ISO 9001, ABNT
NBR ISO 14001 e OSHAS 18001.
Neste livro procuraremos conhecer os conceitos e as práticas de segurança e
qualidade. Hoje, esses dois importantes campos do conhecimento e empreen- Integrar qualidade, meio ambiente e segurança e saúde do trabalho pode parecer
dimento humanos caracterizam a forma responsável de atuar de organizações uma coisa lógica, natural para nós hoje em dia, mas nem sempre foi assim. Ao
“de todos os tipos e tamanhos”, sejam públicas, sejam privadas, com ou sem contrário, podemos dizer, sem exagero, que o advento da chamada Revolução
fins lucrativos. Industrial foi uma tragédia do ponto de vista desses três aspectos fundamentais
para a nossa vida.
No que diz respeito à saúde e à segurança do trabalho, por exemplo, abordaremos
a aplicação das Normas Regulamentadoras (NRs), o uso correto dos equipamen- Não é difícil encontrar nos arquivos de jornais e nas bibliotecas fotos de como
tos de proteção, as formas de prevenção e de combate a incêndios e a análise er- eram as fábricas e as oficinas ainda no princípio do século XX: ambientes caó-
gonômica dos locais de trabalho. Assim, poderemos compreender a importância ticos, escuros, sujos, poluídos e atulhados de máquinas, materiais e pessoas. Era
de um ambiente seguro e sadio para o desenvolvimento de nossa atividade laboral muito comum verem-se crianças de pouco mais de dez anos trabalhando em con-
com confiança e qualidade. dições inacreditavelmente precárias, lado a lado com os adultos. Contaminantes
de todos os tipos, fios e contatos elétricos desencapados, máquinas sem guardas,
Quanto à qualidade, iremos conhecê-la de forma mais substancial, pois trata- enfim, um sem-número de improvisações – as chamadas gambiarras – eram a re-
remos da Qualidade Total (conceito hoje muito utilizado por inúmeras orga- gra, não a exceção. Equipamentos de proteção individual ou coletiva são termos
nizações em todo o mundo) e dos custos que nos permitem avaliar a eficácia que só viriam a ser inventados muito tempo depois. A consequência não poderia
10 11
NúCLEO BáSICO – SQ APRESENTAÇÃO
ser outra: acidentes e doenças em decorrência do trabalho, que incapacitavam e oCk trabalhadores e
matavam tanto quanto as piores guerras da época, arrastando famílias inteiras à tERSt empresas devem
ut observar a utilização
pobreza e ao desespero. H
on/S correta de EPis.
C
A
Entretanto, a substituição dos antigos artesãos altamente especializados, cujos MERi
©
trabalhos ainda hoje nos impressionam pela dedicação a seus ofícios, pela pro-
dução mecanizada introduziu uma vasta quantidade de imperfeições sistemáti-
cas, que só as máquinas produzem. Assim, a qualidade, que antes era tida como
certa, passou a ser um enorme problema para os gerentes das fábricas modernas.
Tanto assim que a primeira metade do século XX viu surgir nos EUA o que
chamamos hoje de controle da qualidade, uma tentativa de amenizar, através
das inspeções do produto final, o impacto negativo da grande quantidade de
defeitos nos produtos manufaturados.
Graças à crescente conscientização sobre o valor do trabalho, e em consequência
do trabalhador, ocorrida ao longo do século XX, a preocupação com a seguran-
ça e a saúde nos ambientes laborais levou os países civilizados a introduzir leis e
regulamentações destinadas à proteção da integridade física e mental daqueles
que, com seu esforço diário, constroem a prosperidade dessas nações.
nos primórdios da D.
industrialização, até RESERVE
crianças atuavam na TS
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linha de produção. ALL RI
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CTI O Brasil possui hoje um dos melhores conjuntos de diplomas legais no que diz
COLLE respeito à SST em todo o mundo. Na prática do dia a dia, essa legislação se
R
GE traduz na aplicação das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho
N
A
GR e Emprego. Apesar disso, nossos índices relativos à SST estão longe do que se
HE
© T poderia considerar ideal. Ou seja, há ainda muito a fazer.
Na segunda metade do século passado, o surgimento de indústrias com níveis
muito elevados de risco – caso da indústria nuclear para geração de energia –
Em empresas que Ck levou à constatação de que não se podia confiar apenas na inspeção do produto
o
industrializam alimentos, nSt final para verificar a qualidade do que se produzia. Assim nasceu a ideia de se
Ati
equipamentos garantem C)/l “garantir a qualidade”, ou seja, de se ter a confiança de acertar antes de fazer. Ao
D
a higiene e a qualidade RbiS ( mesmo tempo, a formulação da teoria geral dos sistemas, proposta inicialmente
dos produtos. Co pelo biólogo austríaco Karl Ludwig von Bertalanffy e ampliada por cientistas
oRbiS/ como Charles West Churchman e Russel Akoff nos Estados Unidos, conduziu
C
DPA/ ao que hoje em dia conhecemos como sistemas da qualidade, ou sistemas
olf/ integrados, que reúnem ações relativas à qualidade, ao meio ambiente e à saúde
W
nS e à segurança do trabalho.
© JE
Esperamos que vocês possam, por meio deste livro e das aulas, adquirir novos
e importantes conhecimentos, que trarão benefícios não somente individuais,
como também a todos que estiverem ao seu redor, tanto no ambiente profissio-
nal como no social e no familiar.
12 13
Capítulo 1
Gestão de saúde
e segurança do
trabalho
núcleo básico – sQ capítulo 1
Figura 1.2
Ock A Revolução Francesa e seus
t
Atins desdobramentos recolocam
m/L o ser humano no centro do
u
b
g/AL pensamento ocidental.
n
h LEssi
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mbora seja ou devesse ser óbvio, não custa lembrar que o trabalho é
meio de vida, não de morte ou de deficiências físicas! Assim, o ob-
jetivo principal da promoção de uma Gestão de Saúde e Segurança
do Trabalho é, sem dúvida, resguardar a vida e a integridade física de quem 1.1 evolução histórica
trabalha. Contudo, como é comum acontecer quando se faz aquilo que é melhor
para as pessoas, a preservação da saúde do trabalhador no ambiente de trabalho Na Antiguidade, o trabalho, por mais insalubre que fosse e por mais grave que
e fora dele representa um claro benefício também para as organizações: redução viessem a ser suas consequências, era considerado algo inevitável, parte das vi-
dos custos, dos afastamentos e, portanto, otimização do tempo na programação cissitudes impostas aos seres humanos pelo sempre inexorável destino. É bem
e na realização das atividades. É uma abordagem em que todos ganham: a orga- verdade que era muito comum ter-se escravos para realizar as tarefas mais arris-
nização, o trabalhador e a sociedade. cadas, e isso vigorou por vários séculos.
Ao diminuir os custos e os prejuízos, a Gestão de Saúde e Segurança do Traba- No século XVIII, contudo, em decorrência do avanço científico da época, dois James Watt, (Greenock,
lho torna a empresa mais competitiva, o que certamente facilita a sensibilização fatores viriam contribuir para mudanças significativas nas condições de traba- Escócia, 19 de janeiro de 1736
de todos para o desenvolvimento de uma consciência coletiva de respeito à inte- lho. O primeiro foi a invenção da máquina a vapor por James Watt e a me- — Heathfield, Inglaterra,
gridade física dos trabalhadores e melhoria contínua dos ambientes de trabalho. canização das manufaturas (deveriam ter passado a chamar-se mecanofaturas, 25 de agosto de 1819)
não é verdade?). Assim, o trabalho puramente braçal e consequentemente a matemático e engenheiro
Assim, a identificação de riscos dentro do ambiente de trabalho deve ser tarefa escravidão tornaram-se estorvos para a expansão do Império Britânico, basea- escocês, foi membro da
do trabalhador, do empreendedor e de todos os que colaboram para o sucesso da da na produção em massa do que antes era feito a mão. Além disso, assistiu-se Academia Francesa de
Ciências, da Sociedade Real
organização e para o êxito do programa de gestão. ao progressivo desaparecimento das associações de trabalhadores, chamadas
de Edimburgo e da Sociedade
de collegia no tempo dos romanos e guildas na Idade Média, com seus mes-
Real de Londres.
tres, obreiros superespecializados, aprendizes e também escravos. Tudo isso foi
Figura 1.1
substituído por três categorias que persistem em nossos dias: o empresário, o
O trabalhador deve Ock funcionário administrativo e o operário.
t
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identificar os riscos em seu tE
t
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ambiente de trabalho. As V./sh Ome snetgou dnod op efantsoarm, ceonntote imlupmorinânisetoa ,d uam cha armeaaçdãoa Raoe vaoblsuoçluãoti sImndou dstarsi aml,o fnoia roq suuiargs ie-
n
Api à estagnação provocada pelo poder religioso sobre as atividades seculares. Com
R
A
© s seus ideais baseados nos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, as
Revoluções Americana de 1776 e Francesa de 1789 concorreram decisivamente
para recolocar o ser humano no centro do pensamento ocidental.
O primeiro princípio, ao quebrar as antigas e consagradas formas de trabalhar,
provocou ainda maior deterioração das condições laborais. O segundo, em con-
trapartida, veio despertar os corações e as mentes, para usar uma expressão con-
sagrada pelo cinema, para a necessidade de uma nova estruturação das relações
de trabalho. Assim, após os tempos conturbados que caracterizaram boa parte
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