Não à Recessão e ao Desemprego

96 Pages·1983·38.582 MB·Portuguese

by  Celso Furtado

CELSO FURTADO
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e ao desemprego
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NÃO
À RECESSÃO E AO
DESEMPREGO
Coleção ESTUDOS BRASILEIROS
Vol. 69
Direção de:
Aspásia Alcântara de Camargo
Juarez Brandão Lopes
Luciano Martins
CIP-Br asil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
Furtado, Celso, 1920-
F987n Não à recessão e ao desemprego / Celso Fur­
tado. — Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1983.
(Coleção Estudos brasileiros ; v. 69)
1. Brasil — Política econômica 2. Política
econômica I. Título II. Série
CDD-338.981
83-0526 CDU- 338.98 (81)
EDITORA PAZ E TERRA
Conselho Editorial:
Antonio Cândido
Celso Furtado
Fernando Gasparian
Fernando Henrique Cardoso
CELSO FURTADO
Não
à recessão e ao
desemprego
PAZ E TERRA
Copyright © by Celso Furtado
Revisão: Heitor Ferreira da Costa
José Antonio Arantes
Capa: Vicente Escorza
Direitos adquiridos pela:
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Lapa - São Paulo, SP
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1983
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
índice
Prefácio ................................... 9
1 — Uma nova política .................................................. 11
2 — Temas para um debate sobre as perspectivas da
economia brasileira................................................. 45
3 — Da dívida bem administrada 03' submissão ao
FMI .......................................................................... 57
4 — Um sistema de decisões “feudalizado” .............. 71
5 — A lógica da industrialização brasileira................ 79
6 — A crise econômica internacional e suas projeções
no Brasil 91
Prefácio
Os problemas tratados nas páginas que seguem são
de política econômica, portanto dizem respeito ao governo
da coisa pública. O tom*de denúncia que aflora em algumas
páginas será compreendido por quem tem consciência da
gravidade da situação a que foi conduzido nosso País. Du­
rante muitos anos fomos vítimas de políticas marcadamen-
te anti-sociais, que contribuíram para agravar malforma­
ções que nos vêm do passado. As desigualdades sociais
se aprofundaram, a massa dos excluídos cresceu ao mes­
mo tempo que se instalava a classe média na ilusão de
uma prosperidade sem limites. Agora descobrimos
também fomos vítimas de uma série de engodos,
-péêsa
É natural, portanto, que a cidadania se interrogue como foi
possível que nos deixássemos conduzir aonde estamos.
9
Como foi possível que o mesmo grupo de pessoas, que
empolgaram os postos de comando da economia, pudes­
sem insistir em tantos erros tanto tempo. Mas nossas
energias não se devem esgotar em perplexidade e indigna­
ção. Mais importante é encontrar uma pista que nos con­
duza à saída do subterrâneo em que fomos confinados.
As páginas que seguem foram escritas com o propósito de
ajudar na busca dessa pista: de dar argumentos aos que
na tribuna parlamentar, nas cátedras, na imprensa e nas
lideranças da sociedade civil estão lutando para restituir
confiança no futuro da Pátria. Vivemos um desses momen­
tos graves na história de um povo em que é dever maior
de todo cidadão interpelar os que estão no Poder e con­
tribuir com o melhor de sua capacidade na obra de recons­
trução que se impõe. Os muitos anos que dediquei ao
estudo dos problemas econômicos brasileiros me fazem
ver que a tarefa será árdua, mas não tenho dúvida de que
dispomos dos meios para realizá-la com êxito.
Rio de Janeiro, julho de 1983.
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Uma nova política
A situação de desgoverno
Pelo menos em torno de um ponto já existe consenso
entre brasi leiros:
na xw&fyt-
xfâfà. Tudo entre nós depende do Estado e este não apenas
perdeu o rumo mas está com seus instrumentos de con­
trole e comando seriamente avariados. Não se trata de
uma crise, circunscrita a certos setores econômicos, de
desajustamentos criados por uma conjuntura internacional
adversado unj^^^qííê^^
Apenas as atividades especulativas pros­
peram. Não existe iniciativa de novos investimentos repro­
dutivos e o parque industrial de que se havia dotado o País
está sendo desmantelado. Dá-se como certo que chegare­
mos ao final do decênio dos anos 80 com um nível de
emprego industrial não superior ao que havíamos alcança-
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