Table Of ContentANPOF - Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia
Diretoria 2015-2016
Marcelo Carvalho (UNIFESP)
Adriano N. Brito (UNISINOS)
Alberto Ribeiro Gonçalves de Barros (USP)
Antônio Carlos dos Santos (UFS)
André da Silva Porto (UFG)
Ernani Pinheiro Chaves (UFPA)
Maria Isabel de Magalhães Papaterra Limongi (UPFR)
Marcelo Pimenta Marques (UFMG)
Edgar da Rocha Marques (UERJ)
Lia Levy (UFRGS)
Diretoria 2013-2014
Marcelo Carvalho (UNIFESP)
Adriano N. Brito (UNISINOS)
Ethel Rocha (UFRJ)
Gabriel Pancera (UFMG)
Hélder Carvalho (UFPI)
Lia Levy (UFRGS)
Érico Andrade (UFPE)
Delamar V. Dutra (UFSC)
Equipe de Produção
Daniela Gonçalves
Fernando Lopes de Aquino
Diagramação e produção gráfica
Maria Zélia Firmino de Sá
Capa
Cristiano Freitas
  Marx e marxismo / Organizadores Marcelo Carvalho, Mauro Castelo 
M    3  6  9              D Bardanocso I ndtee Mrnoaucriao,n Jaaidsi rd Ae nCtautnaelos.g Saãçoã oP anual oP :u AbNlicPaOçãFo,  2(0C1I5P.)
                       356 p. – (Coleção XVI Encontro ANPOF)
                       Bibliografia
                       ISBN 978-85-88072-25-1
                       1. Marx, Karl, 1818-1883  2. Marxismo  I. Carvalho, Marcelo  II. 
                Moura, Mauro Castelo Branco de  III. Antunes, Jadir  IV. Série
                                                                                                                               CDD 100
COLEÇÃO ANPOF XVI ENCONTRO
Comitê Científico da Coleção: Coordenadores de GT da ANPOF
Alexandre de Oliveira Torres Carrasco (UNIFESP)
André Medina Carone (UNIFESP)
Antônio Carlos dos Santos (UFS)
Bruno Guimarães (UFOP)
Carlos Eduardo Oliveira (USP)
Carlos Tourinho (UFF)
Cecília Cintra Cavaleiro de Macedo (UNIFESP)
Celso Braida (UFSC)
Christian Hamm (UFSM)
Claudemir Roque Tossato (UNIFESP)
Cláudia Murta (UFES)
Cláudio R. C. Leivas (UFPel)
Emanuel Angelo da Rocha Fragoso (UECE)
Daniel Nascimento (UFF)
Déborah Danowski (PUC-RJ)
Dirce Eleonora Nigro Solis (UERJ)
Dirk Greimann (UFF)
Edgar Lyra (PUC-RJ) 
Emerson Carlos Valcarenghi (UnB) 
Enéias Júnior Forlin (UNICAMP)
Fátima Regina Rodrigues Évora (UNICAMP)
Gabriel José Corrêa Mograbi (UFMT)
Gabriele Cornelli (UnB)
Gisele Amaral (UFRN)
Guilherme Castelo Branco (UFRJ)
Horacio Luján Martínez (PUC-PR)
Jacira de Freitas (UNIFESP)
Jadir Antunes (UNIOESTE)
Jarlee Oliveira Silva Salviano (UFBA)
Jelson Roberto de Oliveira (PUCPR)
João Carlos Salles Pires da Silva (UFBA)
Jonas Gonçalves Coelho (UNESP)
José Benedito de Almeida Junior (UFU)
José Pinheiro Pertille (UFRGS)
Jovino Pizzi (UFPel)
Juvenal Savian Filho (UNIFESP) 
Leonardo Alves Vieira (UFMG)
Lucas Angioni (UNICAMP)
Luís César Guimarães Oliva (USP)
Luiz Antonio Alves Eva (UFPR)
Luiz Henrique Lopes dos Santos (USP)
Luiz Rohden (UNISINOS)
Marcelo Esteban Coniglio (UNICAMP)
Marco Aurélio Oliveira da Silva (UFBA)
Maria Aparecida Montenegro (UFC)
Maria Constança Peres Pissarra (PUC-SP)
Maria Cristina Theobaldo (UFMT)
Marilena Chauí (USP)
Mauro Castelo Branco de Moura (UFBA)
Milton Meira do Nascimento (USP)
Osvaldo Pessoa Jr. (USP)
Paulo Ghiraldelli Jr (UFFRJ)
Paulo Sérgio de Jesus Costa (UFSM)
Rafael Haddock-Lobo (PPGF-UFRJ) 
Ricardo Bins di Napoli (UFSM)
Ricardo Pereira Tassinari (UNESP)
Roberto Hofmeister Pich (PUC-RS)
Sandro Kobol Fornazari (UNIFESP)
Thadeu Weber (PUCRS)
Wilson Antonio Frezzatti Jr. (UNIOESTE)
Apresentação da Coleção 
XVI Encontro Nacional ANPOF
 
A publicação dos 24 volumes da Coleção XVI Encontro Nacio-
nal ANPOF tem por finalidade oferecer o acesso a parte dos trabalhos 
apresentados em nosso XVI Encontro Nacional, realizado em Campos 
do Jordão entre 27 e 31 de outubro de 2014. Historicamente, os encon-
tros da ANPOF costumam reunir parte expressiva da comunidade de 
pesquisadores em filosofia do país; somente em sua última edição, foi 
registrada a participação de mais de 2300 pesquisadores, dentre eles 
cerca de 70% dos docentes credenciados em Programas de Pós-Gradu-
ação. Em decorrência deste perfil plural e vigoroso, tem-se possibilita-
do um acompanhamento contínuo do perfil da pesquisa e da produção 
em filosofia no Brasil.
As publicações da ANPOF, que tiveram início em 2013, por 
ocasião do XV Encontro Nacional, garantem o registro de parte dos 
trabalhos apresentados por meio de conferências e grupos de traba-
lho, e promovem a ampliação do diálogo entre pesquisadores do país, 
processo este que tem sido repetidamente apontado como condição ao 
aprimoramento da produção acadêmica brasileira.
É  importante  ressaltar  que  o  processo  de  avaliação  das 
produções publicadas nesses volumes se estruturou em duas etapas. 
Em primeiro lugar, foi realizada a avaliação dos trabalhos submetidos 
ao  XVI  Encontro  Nacional  da  ANPOF,  por  meio  de  seu  Comitê 
Científico, composto pelos Coordenadores de GTs e de Programas de 
Pós-Graduação filiados, e pela diretoria da ANPOF. Após o término 
do evento, procedeu-se uma nova chamada de trabalhos, restrita aos 
pesquisadores que efetivamente se apresentaram no encontro. Nesta 
etapa, os textos foram avaliados pelo Comitê Científico da Coleção 
ANPOF XVI Encontro Nacional. Os trabalhos aqui publicados foram 
aprovados nessas duas etapas. A revisão final dos textos foi de respon-
sabilidade dos autores.
A Coleção se estrutura em volumes temáticos que contaram, em 
sua organização, com a colaboração dos Coordenadores de GTs que 
participaram da avaliação dos trabalhos publicados. A organização te-
mática não tinha por objetivo agregar os trabalhos dos diferentes GTs. 
Esses trabalhos foram mantidos juntos sempre que possível, mas com 
frequência privilegiou-se evitar a fragmentação das publicações e ga-
rantir ao leitor um material com uma unidade mais clara e relevante.
Esse trabalho não teria sido possível sem a contínua e qualificada 
colaboração dos Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em 
Filosofia, dos Coordenadores de GTs e da equipe de apoio da ANPOF, 
em particular de Fernando L. de Aquino e de Daniela Gonçalves, a 
quem reiteramos nosso reconhecimento e agradecimento.
 
Diretoria da ANPOF
 
Títulos da Coleção ANPOF XVI Encontro
Estética e Arte
Ética e Filosofia Política
Ética e Política Contemporânea
Fenomenologia, Religião e Psicanálise
Filosofia da Ciência e da Natureza
Filosofia da Linguagem e da Lógica
Filosofia do Renascimento e Século XVII
Filosofia do Século XVIII
Filosofia e Ensinar Filosofia
Filosofia Francesa Contemporânea
Filosofia Grega e Helenística
Filosofia Medieval
Filosofia Política Contemporânea
Filosofias da Diferença
Hegel
Heidegger
Justiça e Direito
Kant
Marx e Marxismo
Nietzsche
Platão
Pragmatismo, Filosofia Analítica e Filosofia da Mente
Temas de Filosofia
Teoria Crítica
Sumário
Ciência e Liberdade 
José Fredson Souza Silva  9
 
Ciência e valores: para uma compreensão crítica do ethos 
da prática científica 
Sabina Maura Silva  21
 
Hegel e Tolstói: um diálogo sobre as figuras do senhor e do servo 
Christiano Tortato  38
 
Do céu à terra: bases conceituais do pensamento dialético em Hegel e Marx 
Margarida Maria Sandeski  50
 
Lion Entre Hegel e Marx: A abstração real como médium especular 
da mercadoria e do espírito
Thiago Ferreira  63
 
A essencialidade negativa da Política em Marx 
Bruno Gonçalves da Paixão  74
 
Marx e a ascensão do bonapartismo: a história como luta de classes 
Carlos Batista Prado  86
 
Materialismo e essência humana no jovem Marx
Gedeão Mendonça de Moura  104
 
Marx e as formas de governo Republicanas n’O 18 de Brumário 
de Luís Bonaparte
Francielle Silva Cruz  112
 
Dillenburg A utilização da noção de “intermediário” por Marx 
Fernando Frota  123
 
Marx e a metafísica da mercadoria dinheiro 
Jadir Antunes  136
 
O Conceito Dialético de Estado em O Capital, de Karl Marx 
Joanir Fernando Ribeiro  148
A desmaterialização do Capital
Jefferson Martins Viel   167
 
A gênese do dever-ser e do valor a partir da essência teleológica do trabalho
Fátima Maria Nobre Lopes  180
  
A Dialética enquanto Método Cientificamente Correto 
Viviane Bonfim Fernandes  192
 
Apontamentos sobre o Método Dialético em Karl Marx 
Gerson Lucas Padilha de Lima  206
 
A Relação entre o Estado e a Sociedade Civil Burguesa: uma reflexão 
Mariana Secani Lucas Fredes  218
 
Direito e sociedade em Marx 
Amélia Coelho Rodrigues Maciel  230
 
A Emancipação em Marx e Habermas 
Jonece Maria Beltrame  244
 
Critérios para a legitimação de um ação transformadora em Ernst Bloch 
Anna Maria Lorenzoni  263
 
Haveria uma Ciência Social Marxista? 
Jair Antunes  269
 
Capital(ismo) e produção desejante: agenciamentos entre a crítica 
de Marx e a filosofia política deleuzo-guattariana 
Paulo Roberto Schneider Cívico  279
 
Análise crítica de Antonio Gramsci ao conceito de Filosofia em 
Benedetto Croce 
Ana Maria Said  294
 
Economia e Política no Behemoth de Franz Neumann
Gustavo José de Toledo Pedroso  303
  
Herbert Marcuse - 1966, deslocamento do lugar social da negação, 
compreensão marxista da alteração institucional qualitativa contemporânea
Alberto Dias Gadanha  322
  
Marx entre Lucien Sève e Gustavo Bueno
Antônio José Lopes Alves  339
Ciência e liberdade
José fredson Souza Silva
Universidade Estadual de Santa Cruz 
A obra de Marx é um ambiente entrecortado por vários temas, 
que expressam sua busca por um “saber real” e o desejo de “fazer ci-
ência”, evidenciado no desenvolvimento do projeto que o acompanha 
desde sua juventude até sua morte, que é a compreensão dos funda-
mentos da sociedade civil burguesa, consagrado sob a alcunha de Crí-
tica da Economia Política.
Seu pensamento se caracteriza pela crítica da realidade social, 
orientado pela ideia de que essa realidade não se constitui em um sim-
ples aglomerado ou soma de partes isoladas, mas forma uma totalida-
de que somente pode ser compreendida por um método que vá além 
do mero conhecimento abstrato, bem como da simples constatação 
sensorial e empírica do objeto.
A ciência almejada por Marx busca averiguar os fatos cotidianos, 
partindo do ponto de vista da totalidade, buscando compreender a rea-
lidade e seus significados de forma singular, levando em consideração 
todas as suas determinações e suas mediações de maneira dialética. As-
sim, o conhecimento do objeto se efetiva por parte do sujeito quando ele 
leva em consideração os elementos próprios de sua constituição, a partir 
das determinações que são impostas ao mesmo, para ser o que é.
O conhecimento não pode ser entendido somente como uma 
acumulação de experiências ou ideias, que os homens desenvolvem 
por si mesmos, enquanto indivíduos isolados que elevam suas percep-
Marx e Marxismo.
Carvalho, M.; Branco de Moura, M. C.; Antunes, J.   Coleção XVI Encontro ANPOF: 
ANPOF, p. 9-20, 2015.
José fredson Souza Silva
ções a um plano universal. Segundo Marx, deve-se partir de pressu-
postos concretos, compreendidos como a ação dos homens reais e suas 
condições materiais de vida expondo,
O processo real da produção, partindo, para tanto, da produção 
material da vida imediata, e do ato de conceber a forma de inter-
câmbio correspondente a este modo de produção e engendrada 
por ele, quer dizer, da sociedade civil em suas diferentes fases, 
como o fundamento de toda a história, apresentando-a em sua 
ação como Estado e explicando a partir dela todos os diferentes 
produtos teóricos e formas da consciência, a religião, a filosofia 
a moral etc., assim como estudado, a partir dessa premissa, seu 
processo de nascimento, coisa que, naturalmente, permitirá ex-
por as coisas em sua totalidade.1 
A ciência em sua produção de conhecimento deve se guiar pelo 
ponto de vista da totalidade, sem abandonar a função prático-social 
de determinadas formas de consciência de todas as relações da vida 
humana, de modo concreto histórico e social.
 É essa categoria, a totalidade, que distingue a concepção meto-
dológica da produção do conhecimento científico de Marx, em relação 
à ciência econômica burguesa e não o primado do fator econômico, 
entendido como fundamento para a compreensão e explicação da re-
alidade histórico-social no qual os homens estão inseridos. É a intro-
dução da categoria da totalidade que diferenciará substancialmente a 
concepção de ciência de nosso autor, pois como nos diz Lukács, essa 
categoria é portadora do princípio revolucionário da ciência de Marx.2 
  Ao conceber o seu método para compreender a realidade hu-
mana material, social e histórica quis se distanciar tanto do legado 
idealista que segundo ele, pretendia ajustar tudo em um todo siste-
maticamente hierarquizado, bem como de um empirismo ingênuo va-
lorizando a imediaticidade da experiência e da realidade. Por esse mo-
tivo, desde os Manuscritos econômico-filosóficos constatamos suas críticas 
aos economistas clássicos, acerca de como os mesmos desenvolveram 
o conhecimento científico da nascente ciência econômica. Segundo ele, 
1  MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia alemã. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
2007. p. 61.
2   LUKÁCS, Georg. História e consciência de classe. Trad. Rodnei Nascimento. S. Paulo: Martins 
Fontes, 2003. p. 21.
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