Table Of ContentL.Souza; K.M.A.B.VS.Dória
Levantamento de plantas alimentícias não convencionais em
Caraguatatuba-SP
Flávia Cristina Ribeiro Santos1, Karolina Marie AlixBenedictte Van Sebroeck Dória2
1 Graduando em Ciências Biológicas, Centro Universitário Módulo, Campus Martim de Sá,
[email protected]
2 Orientadora, Centro Universitário Módulo, Campus Martim de Sá, [email protected].
Resumo
A maioria das pessoas não tem o conhecimento que as plantas alimentícias não-convencionais
(PANC) podem servir de alimento. Pois, de modo geral, são plantas descartadas pelo grande
comércio. Este desuso, é sobretudo, devido à falta de informação da sua utilidade e preparo. Há
muitas perdas de plantas silvestre que possuem altos valores nutritivos, maiores do que plantas
domésticas. A alimentação da sociedade é reduzida em apenas 110 espécies, ou seja, a maioria
é cultivada de forma intensiva e com grande uso de agroquímicos. As PANC também podem
ajudar muitas famílias humildes a se reestruturarem, através da agricultura familiar que
poderiam cultivar espécies nativas, garantindo também a reprodução e conservação desse
patrimônio cultural. O presente trabalho teve como objetivo realizar o levantamento de plantas
alimentícias não convencionais em Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo, enfatizando a
importância desse recurso vegetal e fornecer informações básicas para aporte de outras
pesquisas com este enfoque.No centro do município de Caraguatatuba foram coletadas 18
famílias com uma riqueza de 24 espécies com potencial alimentício.
Palavras-chave: Plantas alimentícias. Botânica econômica. Nutrição.
Survey of unconventional food plants in Caraguatatuba-SP
Abstract
Most oh the people do not have the knowledge that unconventional food plants can serve as
food. In general, they are plants that were discarded by the commerce. This disuse is mainly
due to lack of information of its usefulness and preparation. There are many losses of wild
plants that have high nutritional values larger than houseplants. The society alimentation is
reduced in only 110 species; in other words, the most of these plants are grown intensively and
with great use of agrochemicals. The unconventional food plants can also help many humble
families to restructure by family farmers who could cultivate native species; also ensuring the
reproduction and conservation of this cultural heritage.This study has objective realize the
survey of unconventional food plant in Caraguatatuba, northern cost of Sao Paulo, and
emphasizing the importance of these plants resource. As a result, provide basic information that
contribute to others research with this focus.In the center of the city of Caraguatatuba were
collected 18 families with a wealth of 24 species with potential food.
Key words: food plants, economic botany, nutrition.
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L.Souza; K.M.A.B.VS.Dória
Introdução O município de Caraguatatuba está situado
em uma região de domínio da Mata
Plantas Alimentícias Não-Convencionais Atlântica, possui 74,98% de sua área
(PANC) são todas as espécies consideradas recoberta por vegetação natural. Parte dessa
invasoras por não possuírem grande biodiversidade está situada na sua planície
importância econômica e ecológica, são costeira de 32 Km de extensão, com
restritas a determinadas regiões. De modo fragmentos de ecossistemas associados de
geral, são plantas descartadas pelo comércio restinga e manguezais (SMA/IF, 2001;
por desconhecerem o seu benefício e FILHO, 2001).
aplicação. Desta maneira muitas espécies de
plantas são altamente nutritivas, sendo que
várias partes de sua estrutura podem ser Objetivos
utilizadas, como: suas raízes, caules, flores,
frutos ou sementes (KINUPP, 2004; O objetivo deste trabalho foi realizar o
RAPOPORT,1998; AZURDIA, 1984). levantamento e um catálogo fotográfico das
As PANC poderiam ser utilizadas para espécies de PANC que ocorrem no centro
atingir a autossuficiência de muitas do município de Caraguatatuba-SP,
comunidades desfavorecidas (LADIO, identificando,fotografando e abrangendo o
2005). Calcula-se que são perdidas conhecimento sobre as mesmas no
toneladas por hectare de recursos vegetais município.
que poderiam ser utilizados para a
alimentação (RAPOPORT, 1997; DÌAZ
BETANCCOURT,1999). Essa perda não é
Material e Métodos
somente pelo desaparecimento da
biodiversidade, mas também do
O trabalho de campo foi realizado no
conhecimento das comunidades
município de Caraguatatuba, Litoral Norte
tradicionais que durante muito tempo foram
de São Paulo no período de 1 de agosto a 1
utilizados, porém subestimados pelos
de setembro de 2016.
cientistas (ALTIERI,1991; RIBEIRO,
Foram realizadas excursões às regiões para
2002).
coleta, a observação e a documentação
A alimentação da sociedade atual é reduzida
fotográfica através de um celular androide
em apenas 110 espécies, ou seja, a maioria
Motorola G3.
é cultivada de forma intensiva com grande
Cada espécie botânica foi documentada
uso de agroquímicos. São consumidas em
com duas fotografias padrões à saber: uma
grande quantidade variedades de trigo,
fotografia no local de ocorrência, e uma
batata, milho e o arroz, enquanto existem
fotografia macro. Sempre que possível,
entre 12.500 e 15.00 plantas alimentícias no
amostras vegetais com flores foram
planeta (RAPOPORT, 2001).
documentadas.
Essa alta produção de alimentos reduz a
As famílias botânicas seguiram o Sistema
biodiversidade que poderia ser consumida
de Classificação proposto por Angiosperm
pela a população por não possuírem
Phylogeny Group III (com base em JUDD
qualquer valor econômico, que é a base de
et al., 2009; e SOUZA e LORENZI, 2008).
produções agrícolas, florestais, pecuárias
(KINUPP, 2007; BRASIL, 2013).
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Para a composição da área de estudo foram Rodovia Governador Mario Covas, no
selecionadas as principais ruas do centro da limite oeste, Rua São Sebastião, Avenida
cidade, onde há intensa movimentação de Brasil, Rodovia Doutor Manoel Hipólito do
cidadãos, conforme demonstrado na Figura Rêgo e Rua Aparecida do Norte como limite
1. leste. Todas as ruas que se encontram dentro
Foram selecionadas como ruas limitantes a: desses limites estão incluídas neste
Avenida Doutor Costa Filho, Rua levantamento de campo.
Guarulhos, Avenida Prisciliana de Castilho,
Fonte: Google Maps (2016) – adaptado.
Figura 1 – Limite do Centro de Caraguatatuba para o levantamento das PANC
Resultados e Discussão uma espécie, que em vários casos foram
encontradas em diferentes pontos de coleta
O centro de Caraguatatuba é explorado pelo de dados. Kinnup e Barros (2004) relataram
turismo devido sua beleza cênica, uma vez a presença de 312 espécies de PANC na
que há uma ampla avenida em frente à praia. região metropolitana de Porto Alegre, sendo
Foram observadas para coleta dos dados 33 as famílias Myrtaceae e Asteraceae como as
ruas incluindo avenidas/travessas/praças no que apresentaram maior riqueza.
Centro de Caraguatatuba. Foi encontrada Dentro das 25 espécies encontradas a
uma diversidade de 24 espécies distribuídas família mais abundante foi a Asteraceae, um
em 18 famílias botânicas. dos fatores que garantem seu sucesso
A Asteraceae é a que apresenta a maior biológico é a elevada capacidade de
riqueza de espécies com 5 indivíduos com dispersão, em função da presença de frutos
potencial alimentício (Figura 2), a segunda com pappus, estruturas de aderência, na
é a família Commelinaceae com 2 maioria plumosos (VENABLE, 1983).
indivíduos, as demais contam com apenas
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Fonte: os autores
Figura 2 - Diversidade de famílias botânicas encontradas nas diferentes ruas e avenidas do
centro de Caraguatatuba – SP, 2016
As Asteraceae constituem a maior família indireta na obtenção de produtos, como
de Eudicotiledôneas, com 1.620 gêneros e girassol, camomila e carqueja. (VITTO;
23.600 espécies (STEVENS, 2012). PETENATTI, 2009).
Estima-se que cerca de metade das espécies A riqueza de 24 espécies com potencial
ocorrem no Novo Mundo e no Brasil tem-se alimentício foiilustrada na figura 3, cujas as
registros de aproximadamente 250 gêneros espéciesencontram-se com as respectivas
e 2.000 espécies, distribuídas em todo o frequências de observação nos diferentes
território nacional (LORENZI, 2008). Do locais amostrados. As espécies mais
ponto de vista econômico, cerca de 40 encontradas nas ruas foram:
espécies têm importância direta na Crepisjaponica, Euphorbiaprostata,
alimentação humana com potencial Amaranthusviridiscom 27, 17 e 16 locais
nutricional, como alface e chicória, e catalogados respectivamente.
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Fonte: os autores
Figura 3 - Diversidade das espécies catalogadas nas diferentes ruas e avenidas do centro de
Caraguatatuba – SP, 2016
Tabela 1- Espécies de PANC encontradas nas diferentes ruas e avenidas do centro de
Caraguatatuba – SP, 2016
RUA/ AVENIDA/ NOME LOCAL DE
NOME CIÊNTIFICO FAMILIA
TRAVESSA POPULAR OCORRÊNCIA
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Hibiscus rosa-sinensis Hibisco Malyaceae Nativa da Ásia
Melão de são-
Momordicacharantia Cucurbitaceae Nativa do Japão
Caetano
AV. DR. ARTUR DA Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae Nativa do Brasil
COSTA FILHO
Bidens pilosa Picão Asteraceae Nativa da Amazônia
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Rumexacetosella Azedinha Oxalidaceae Nativa da América do Norte
Bougainvillea glabra Primavera Nyctaginaceae Nativa do Brasil
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L.Souza; K.M.A.B.VS.Dória
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
RUA PAUL HARRIS Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
Bougainvillea glabra Primavera Nyctaginaceae Nativa do Brasil
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Taraxacumofficinale Dente de leão Asteraceae Nativa das Américas
Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
verdadeiro
RUA GUARULHOS Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Portulacaoleracea Beldroega Portulacaceae Nativa da Europa
Solanumamericanum Maria preta Solanaceae Nativa das Américas
Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
RUA PADRE Rasteiro
ANCHIETA Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
verdadeiro
Tradescantiapallidapurpurea Trapoeraba roxa Commelinaceae Nativa do México
Tabebuia chrysotricha Ipê Amarelo Bignoniaceae Nativa do Brasil
RUA SEBASTIÃO
MARIANO Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae Nativa do Brasil
NEPOMUCENO
Tradescantiapallidapurpurea Trapoeraba roxa Commelinaceae Nativa do México
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
RUA GABRIEL
QUADROS Euphorbiaprostrata Quebra Pedra Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
RUA LUIZ PASSOS
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
JUNIOR
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
verdadeiro
RUA MAJOR AYRES
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Portulacaoleracea Beldroega Portulacaceae Nativa da Europa
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
RUA SÃO BENEDITO verdadeiro
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Portulacaoleracea Beldroega Portulacaceae Nativa da Europa
VILA BRASIL Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
RUA JOSE DAMAZO Rasteiro
SANTOS Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
verdadeiro
Tradescantiapallidapurpurea Trapoeraba roxa Commelinaceae Nativa do México
Hibiscus rosa-sinensis Hibisco amarelo Malyaceae Nativa da Ásia
PRAÇA CÂNDIDO
Quebra Pedra
MOTA Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa das américas
Rasteiro
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
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L.Souza; K.M.A.B.VS.Dória
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa das américas
Rasteiro
RUA NOVE DE JULHO Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
rumexacetosella Azedinha Oxalidaceae Nativa da América do Norte
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
PRAÇA DO MUSEU Rasteiro
Bougainvillea glabra Primavera Nyctaginaceae Nativa do Brasil
Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
Tradescantiapallidapurpurea Trapoeraba roxa Commelinaceae Nativa do México
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
AVENIDA PADRE Quebra pedra
ANCHIETA Phyllanthusniruri L. verdadeiro Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
Portulacaoleracea Beldroega Portulacaceae Nativa da Europa
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae Nativa do Brasil
Hibiscus rosa-sinensis Hibisco rosa Malyaceae Nativa da Ásia
PRAÇA DOUTOR
DIOGENES RIBEIRO Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae Nativa do Brasil
DE LIMA
Tamarindus indica Tamarindo Fabaceae Nativa da Amazônia
Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
verdadeiro
RUA SANTA CRUZ Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae Nativa do Brasil
Alliumschoenoprasum Cebolinha Alliaceae Nativa da Europa
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Solanumamericanum Maria preta Solanaceae Nativa das Américas
RUA SÃO JOSE DOS Melão de são-
Momordicacharantia Cucurbitaceae Nativa do Japão
CAMPOS Caetano
Bidens pilosa Picão Asteraceae Nativa da Amazônia
Plantago major Tansagem Plantaginaceae Nativa da Europa
Commelinaerecta Trapoeraba azul Commelinaceae Nativa das Américas
Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae Nativa do Brasil
Tradescantiapallidapurpurea Trapoeraba roxa Commelinaceae Nativa do México
Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
verdadeiro
RUA FREI PACÍFICO Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
WAGNER Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Cichoriumintybus Almeirão Asteraceae Nativa da Europa
Solanumamericanum Maria preta Solanaceae Nativa das Américas
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
RUA CAÇAPAVA
Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
Melão de são-
Momordicacharantia Cucurbitaceae Nativa do Japão
Caetano
Cichoriumintybus Almeirão Asteraceae Nativa da Europa
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L.Souza; K.M.A.B.VS.Dória
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
Hibiscus rosa-sinensis Hibisco Malyaceae Nativa da Ásia
Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
Rumexacetosella Azedinha Oxalidaceae Nativa da América do Norte
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
AVENIDA BRASIL Rasteiro
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Bidens pilosa Picão Asteraceae Nativa da Amazônia
Taraxacumofficinale Dente de leão Asteraceae Nativa das Américas
Portulacaoleracea Beldroega Portulacaceae Nativa da Europa
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Portulacaoleracea Beldroega Portulacaceae Nativa da Europa
Melão de são-
RUA APARECIDA DO Momordicacharantia Caetano Cucurbitaceae Nativa do Japão
NORTE
Solanumamericanum Maria preta Solanaceae Nativa das Américas
Psidiumacutangulum Araçá Myrtaceae Nativa do Brasil
Plantago major Tansagem Plantaginaceae Nativa da Europa
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
RUA BENEDITO Portulacaoleracea Beldroega Portulacaceae Nativa da Europa
ZACARIAS AROUCA Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
RUA Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
PINDAMONHANGABA Rasteiro
Eryngiumfoetidum Coentro Bravo Apiaceae Nativa das Américas
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
RUA JACAREÍ
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
RUA MOGI DAS
Quebra Pedra
CRUZES Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Emiliafosbergii Serralinha Asteraceae Nativa da Ásia
Taraxacumofficinale Dente de leão Asteraceae Nativa das Américas
RUA ILHABELA
Quebra Pedra
Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
RUA SANTO
Quebra Pedra
ANTONIO Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
verdadeiro
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
RUA FERNANDO Hibisco
Hibiscus rosa-sinensis Malyaceae Nativa da Ásia
COSTA vermelho
Hibiscus rosa-sinensis Hibisco Rosa Malyaceae Nativa da Ásia
RUA TEOTINO Maria sem
Catharanthusroseus Apocynaceae Nativa da África
TIBIRIÇÁ PIMENTA vergonha
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L.Souza; K.M.A.B.VS.Dória
Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae Nativa do Brasil
Alliumschoenoprasum Cebolinha Alliaceae Nativa da Europa
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae Nativa do Brasil
RUA ENGENHEIRO Quebra pedra
Phyllanthusniruri L. Phyllanthaceae Nativa da América do Sul
JOÃO FONSECA verdadeiro
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
Quebra Pedra
RUA TAUBATÉ Euphorbiaprostrata Euphorbiaceae Nativa da América do Sul
Rasteiro
Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Crepis japonica Crepe-do-japão Asteraceae Nativa do Japão
LUCAS NOGUEIRA
GARCEZ Amaranthusviridis L. Caruru Amaranthaceae Nativa da Amazônia
Fonte: os autores
Quanto à sua origem, das 24 espécies vantagens competitivas em relação às
encontradas 14 são nativas das Américas e nativas, causando desequilíbrios no
10 são espécies exóticas (Figura 4). Dentre ecossistema (PITELLI 2007). Uma espécie
as exóticas, 4 são originárias da Europa, 2 introduzida pode sobreviver sem causar
do Japão, 2 da Ásia, 1 da África e México. danos ao ecossistema por um período
As espécies invasoras geralmente possuem indeterminado até que possa ultrapassar
características adaptativas que facilitam sua certas restrições ambientais, reproduzir-se e
reprodução e dispersão. Dessa forma, as formar grandes populações, tornando-se
espécies exóticas podem passar a ter estabelecida (ZALBA 2005).
4
2 2
1 1
Nativa da Nativa da Nativa do Nativa da Nativa do
Europa ásia Japão África México
Fonte: os autores
Figura 4 – Local de origem das espécies catalogadas nas diferentes ruas e avenidas do centro de
Caraguatatuba – SP, 2016
Considerações Finais Existe pouca informação disponível por
parte da população sobre as PANC que
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L.Souza; K.M.A.B.VS.Dória
acabam por denomina-las como “mato”, fato dos hábitos alimentares serem
“daninhas” ou ainda “inços”. Muitas destas transmitidos por via oral e há um profundo
plantas são comestíveis, mesmo que em desinteresse por parte das novas gerações
desuso por parte da população, fato que em adquirir tais informações. De acordo
implica na retirada destas espécies do local. com Diaz-Betancourt et al. (1999), em
Segundo Rapoport e Ladio (1999)em média 10% do total de espécies vegetais de
diversas comunidades rurais e suburbanas o qualquer bioma é comestível, portanto, o
uso de plantas silvestres sofreu um número de espécies que podem ser
abandono. Os autores afirmam que diversos catalogadas no município de Caraguatatuba
fatores sócio-ecológicos contribuem para pode ser superior ao relatado aqui, pois esta
este abandono, dentre eles a intervenção da pesquisa foi direcionada apenas para a área
mídia que coloca estes produtos de origem urbana.
silvestre como “coisas do passado” e de
pessoas carentes. Além disso, destaca-se o
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