Table Of ContentObra originalmente publicada sob o título Readings in Social Theory, 7th Edition
ISBN 0078026849 / 9780078026843
Original edition copyright© 2014, McGraw-Hill Global Education Holdings, LLC., New
York, New York 10121. All rights reserved.
Portuguese language translation copyright© 2016, AMGH Editora Ltda., a Grupo A
Educação S.A. company. Ali rights reserved.
Gerente editorial: Letícia Bispo de Lima
Colaboraram nesta edição:
Editora: Priscila Zigunovas
Assistente editorial: Paola Araújo de Oliveira
Capa: Márcio Monticelli
Imagem da capa: ©thinkstockphotos.com/danielvfung, Busy Street
Preparação de originais: Cristine Henderson Severo
Leitura final: Grasielly Hanke Angeli
Editoração: Techbooks
Produção digital: Loope www.loope.com.br
1
F223l Farganis, James.
Leituras em teoria social: da tradição clássica ao pós-modernismo [recurso
eletrônico] /James Farganis; tradução: Henrique de Oliveira Guerra; revisão
técnica: Alexandre Barbosa Pereira. - 7. ed. - Porto Alegre : AMGH, 2016.
e-PUB.
Editado como livro impresso em 2016.
ISBN 978-85-8055-561-5
1. Sociologia. I. Título.
CDU316
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo - CRB 10/2094
Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à
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e outros), sem permissão expressa da Editora.
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O autor
JAMES FARGANIS nasceu e cresceu em Nova York, frequentou escolas públicas nova
iorquinas e obteve seu B.A. no Brooklyn College e seu Ph.O. em estudos
governamentais pela Cornell University. Lecionou em diversas faculdades e
universidades, incluindo o Harpur College em SUNY Binghamton, o Brooklyn College e
o Queens College, e na pós-graduação da New School for Social Research. É professor
emérito de sociologia no Vassar College, onde lecionou teoria social e sociologia
política, presidiu o departamento de sociologia e ajudou a criar e mais tarde dirigiu o
primeiro programa da faculdade em estudos multidisciplinares: o Programa em
Ciência, Tecnologia e Sociedade. Conta com uma National Endowment for the
Humanities (NEH) Summer Fellowship, uma NEH Program Development Grant e uma
Fulbright Senior Scholar Grant para a Austrália. Seus artigos sobre teoria social já foram
publicados em conceituados periódicos, como Th.e British. Journal of Sociology, Sociological
Focus, Journal of Psych.iatry and Law e Theory and Society, e tem escrito resenhas e análises
para outros periódicos, como Contemporary Sociologtj, Social Forces, Polity e Th.e American
Política/ Science Review. Atuou no conselho editorial da Polity e como editor
correspondente da Th.eory and Society.
Prefácio
Esta coletânea, organizada a partir dos escritos originais dos principais teóricos sociais
acompanhados por ensaios introdutórios, destina-se a cursos de teoria social em todos
os ruveis. Os estudantes que tiverem aqui seu primeiro contato com Marx, Durkheim e
Weber considerarão especialmente valiosos os ensaios introdutórios. Eles se concentram
em alguns dos principais temas e contribuições conceituais desses pensadores clássicos,
os fundadores da sociologia.
A partir de perspectivas diferentes, cada ensaio apresenta uma interpretação
convincente sobre a sociedade moderna e, portanto, lança o desafio de descobrir as
suposições não declaradas de cada teórico e inquirir como e por que cada um difere do
outro.
Para estudantes intermediários e avançados, a seleção de pensamento sociológico
contemporâneo proporcionará uma valiosa experiência intelectual. Essas leituras tanto
desafiam quanto aprofundam os escritos clássicos anteriores. Aqui, exploraremos as
diferentes escolas de pensamento, desde o "funcionalismo" até a "teoria do conflito",
desde a "escolha racional" até a "fenomenologia", na medida em que cada escola tenta
trazer uma perspectiva sobre a modernidade e uma exploração da metodologia
adequada para o estudo da sociedade.
Os capítulos finais introduzem os leitores à teoria crítica da Escola de Frankfurt, por
meio dos textos de Herbert Marcuse e Jiirgen Habermas, e aos desafiadores escritos dos
pós-modernistas Michel Foucault e Jean-François Lyotard. Essas fontes originais, junto
com os ensaios introdutórios, concentram a atenção do estudante na promessa de uma
abordagem racional e crítica para a compreensão da sociedade contemporânea e no
valor da abordagem dos pós-modernistas, que contesta a própria ideia de razão
intelectual privilegiada em favor de uma abordagem múltipla e panorâmica para a
compreensão humana.
Não há maneira melhor de o estudante de sociologia desenvolver uma capacidade
intelectual profundamente crítica do que esmiuçar cada um dos principais teóricos. Em
cada caso, mergulhe em seus pressupostos ocultos, sua metodologia, seus argumentos
fundamentados e suas conclusões e pergunte a si mesmo com quem concorda ou
discorda e por que, com base nos pressupostos que tiver levantado e nas provas que
puder apresentar. Essa prática é um exercício intelectual de valor inestimável, e a teoria
social provê os meios para torná-lo possível.
Mudanças capítulo por capítulo
O Capítulo 1 inclui um novo artigo de Karl Marx e Frederick Engels: "A ideologia
alemã".
O Capítulo 2 inclui um novo artigo de Emile Durkheim: "As regras do método
sociológico".
O Capítulo 6 inclui um novo artigo de Talcott Parsons: "Idade e sexo na estrutura social
dos Estados Unidos".
O Capítulo 8 inclui um novo artigo de Peter Blau: "A estrutura das parcerias sociais".
Os temas sexo, género e teoria queer agora ganharam um capítulo próprio, o Capítulo 13.
O conteúdo sobre teoria crítica da raça foi expandido e colocado em um capítulo
próprio, o Capítulo 14. Novos artigos incluem "Reconstruindo identidades raciais", de
K. Anthony Appiah, e "O conceito de pós-racial", de David A Hollinger.
O Capítulo 15 inclui um novo artigo de David Held e Anthony McGrew: "Mundo
dividido, nações divididas".
Agradecimentos
Sou extremamente grato aos seguintes colegas, pela perspicácia e pelo incentivo de seus
comentários que contribuíram com esta edição:
Judith R. Halasz, da State University of New York, em New Paltz;
Paul S. Gray, do Boston College;
Neal King, do Virginia Tech;
Dom1a K. Crossman, da Ohio Sta te University; e
Clayton Peoples, da University of Nevada, Reno.
A leitura cuidadosa do texto e as sugestões ponderadas desses analistas refletem-se nas
mudanças que fiz nesta reedição, mudanças pelas quais, na condição de organizador,
assumo plena responsabilidade.
O trabalho integrado com o pessoal de apoio da McGraw-Hill possibilitou um
processo de revisão e reescrita bem-sucedido. Gina Boedeker, atual diretora de gestão,
expressou sua constante confiança neste livro. Ela, Nicole Bridge (editora de
desenvolvimento) e Karyn Morrison (editora de permissões) merecem meus
agradecimentos especiais pela dedicação e pelo comprometimento ao longo do preparo
desta edição. Por fim, quero agradecer a George Ritzer por endossar a ideia original, por
seu apoio contínuo ao projeto como editor de consultoria e por sua duradoura amizade.
James Farganis
Sumário
Introdução Da tradição clássica ao pós-modernismo: um panorama
Parte 1 A tradição clássica
1.Karl Marx: Alienação, luta de classes e consciência de classe
Introdução
Karl Marx e Frederick Engels: O manifesto do partido comunista
Karl Marx: O fetichismo das mercadorias e o seu segredo
Karl Marx e Frederick Engels: A ideologia alemã
2.Émile Durkheim: Anomia e integração social
Introdução
Émile Durkheim: As regras do método sociológico
Émile Durkheim: Suicídio egoísta e suicídio anômico
Émile Durkheim: As formas elementares da vida religiosa
3.Max Weber: A jaula de ferro
Introdução
Max Weber: A ética protestante e o espírito do capitalismo
Max Weber: Burocracia
Max Weber: Poder, dominação e tipos de autoridade
4.Georg Simmel: Dialética do indivíduo e da sociedade
Introdução
Georg Simmel: A metrópole e a vida mental
Georg Simmel: O estrangeiro
5.George Herbert Mead: O self emergente
Introdução
George Herbert Mead: Mente, self e sociedade
Parte li Teoria sociológica contemporânea
6.Funcionalismo
Introdução
Kingsley Davis e Wilbert E. Moore: Alguns princípios de estratificação
Talcott Parsons: idade e sexo na estrutura social dos Estados Unidos
Robert K. Merton: Funções manifestas e latentes
7.Teoria do conflito
Introdução
Ralf Dahrendorf: Estrutura social, grupos de interesse e grupos de conflito
C. Wright Mills: A estrutura do poder nos Estados Unidos
Richard L. Zweigenhaft e G. William Domhoff: As ironias da diversidade
8.Teoria das trocas e da escolha racional
Introdução
Peter Blau: A estrutura das parcerias sociais
James S. Coleman: Capital social na criação do capital humano
9.Sociologia fenomenológica e etnometodologia
Introdução
Peter Berger: O dossel sagrado
Harold Garfinkel: Estudos sobre os motivos rotineiros das atividades cotidianas
10.lnteração simbólica
Introdução
Herbert Blumer: Sociedade como interação simbólica
Erving Goffman: A representação do self na vida cotidiana
Arlie Hochschild: Explorando o coração gerenciado
Parte Ili Modernismo e pós-modernismo
11.Teoria crítica
Introdução
Herbert Marcuse: Homem unidimensional
Jürgen Habermas: A religião na esfera pública
12. Pós-modernismo
Introdução
Michel Foucault: O carcerário
Jean-François Lyotard: A condição pós-moderna: um relatório sobre o conheciment
o
Parte IV Além do pós-modernismo
13.Sexo, gênero e teoria queer
Introdução
Dorothy Smith: Experiência das mulheres como crítica radical da sociologia
Patricia Hill Collins: Pensamento feminista negro
Candace West e Don H. Zimmerman: Fazendo gênero
Steven Seidman: Desconstruindo a teoria queer, ou certas dificuldades em uma teori
a e política da diferença
14.Raça
Introdução
W. E. B. Du Bois: As almas da gente negra
Richard Delgado e Jean Stefancic: Teoria crítica da raça
David A. Hollinger: O conceito de pós-racial: Como a sua fácil rejeição oculta questõ
es importantes
K. Anthony Appiah: Reconstruindo identidades raciais
Parte V Globalização
15.Sociedade global
Introdução
David Held e Anthony McGrew: Mundo dividido, nações divididas
Joseph E. Stiglitz: Descontentamentos da globalização
Introdução:
Da tradição clássica ao pós-modernismo: um panorama*
I – A tradição clássica
Embora as teorias sobre a sociedade remontem aos gregos, a sociologia como investigação
científica e disciplinada tem origem mais recente. Auguste Comte (1798-1857) cunhou o
termo sociologia em 1822 para conotar o estudo sistemático da sociedade. As influências
sobre ele datam de Charles de Montesquieu (1689-1755) e das reflexões dos philosophes
durante o Iluminismo. De igual importância para Comte foram aqueles pensadores
conservadores que emergiram após a Revolução Francesa para condenar o Iluminismo e suas
doutrinas. François-Marie Arouet de Voltaire (1694-1778), Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778), Denis Diderot (1713-1784) e Jean-Antoine de Condorcet (1742-1794) foram os
pensadores do Iluminismo do século XVIII cujas visões otimistas sobre os direitos
individuais, a perfectibilidade humana e o progresso social foram absorvidas pela teoria
sociológica, como foram as opiniões conservadoras de Louis de Bonald (1754-1840) e Joseph
de Maistre (1754-1821) sobre a primazia do social, o papel da tradição e dos costumes na vida
social e a centralidade da família, da comunidade, dos grupos e das instituições em ordenar,
regulamentar e moldar as vidas dos indivíduos. Nas páginas seguintes, analisaremos
brevemente as principais ideias dos philosophes do Iluminismo e seus críticos conservadores.
A obra Cartas persas, de Montesquieu, publicada em 1721, quando ele tinha 32 anos, ilustra a
ideia de perspectiva sociológica. Montesquieu escreveu essa correspondência como se fosse
um intercâmbio entre persas visitando a França. Publicou-as anonimamente, alegando que os
persas que as escreveram tinham se hospedado em sua casa durante a visita. Nas cartas,
Montesquieu comenta, muitas vezes satiricamente, os costumes e os hábitos da sociedade
francesa do seu tempo. As capacidades de se afastar da sociedade, distanciar-se do que
aparenta ser natural e desenvolver uma perspectiva diferente em relação à habitual são
posturas sociológicas mostradas nesse trabalho pioneiro.
O trabalho mais famoso de Montesquieu, O espírito das leis, foi lançado em 1748. Nessa
obra, ele desenvolve sistematicamente suas opiniões sobre como a cultura de um povo é
afetada por geografia, clima e temperamento. Leis, costumes e formas de governo não são
fenômenos naturais, são moldados pelas condições circundantes em que determinado povo