Jul/Ago/Set 2012

51 Pages·2013·3.04 MB·English

ISSN 1981-8289
ÓRGÃO OFICIAL DE PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
EDITORIAL
Fragilidade: como reconhecer e evitar? ............................................................................................................................225
Maysa Seabra Cendoroglo
ARTIGOS ORIGINAIS
Síndrome metabólica em idosos remanescentes da Comunidade dos Quilombos – Macapá, Amapá .......................................226
Ana Laura Carvalho Leite Medeiros, Karla Helena Coelho Vilaça, Graziella França Bernardelli Cipriano, Carlos Roberto Carvalho Leite, Adriano Bueno Tavares
Fenótipo de fragilidade: quais itens são mais frequentes em um grupo de idosos de Belo Horizonte? ....................................237
Cintia da Silva Freire Jardim, Sheila Alves Gomes Tomaz, Vanessa Gomes da Silva, Silvia Lanziotti Azevedo da Silva, Rosângela Corrêa Dias
Associação entre autopercepção da saúde e síndrome da fragilidade em idosos ...................................................................246
Juliana Lustosa Torres, Rosângela Corrêa Dias, Silvia Lanziotti Azevedo da Silva
Efeito do exercício agudo realizado na plataforma vibratória sobre o equilíbrio estático e dinâmico de idosos .......................254
Marcelo Bigliassi, Erick Garcia Figueira da Costa, Franciele Fernanda Souza, Denilson de Castro Teixeira, Rubens Alexandre da Silva Júnior, Raymundo Pires Junior, Leandro
Ricardo Altimari
ARTIGOS DE REVISÃO
Dispositivos auxiliares de marcha: orientação quanto ao uso, adequação e prevenção de quedas em idosos ...........................261
Soraia Fernandes das Neves Glisoi, Juliana Hotta Ansai, Tamara Oliveira da Silva, Fernanda Pretti Chalet Ferreira, Aline Thomaz Soares, Kelem de Negreiros Cabral, Celisa
Tiemi Nakagawa Sera, Sérgio Paschoal
Biomarcadores na doença de Alzheimer ...........................................................................................................................273
Karen Cecília de Lima Torres, Rodrigo Ribeiro dos Santos, Filipe Camilo Mapa, Flávia Lanna de Moraes, Edgar Nunes de Moraes, Marco Aurélio Romano Silva
Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde do idoso por meio do SF-12 ..................................................................283
Keila Cristianne Trindade da Cruz, Déborah Cristina de Oliveira, Maria José D’Elboux
COMUNICAÇÃO BREVE
Fragilidade na doença renal crônica .................................................................................................................................293
Henrique Novais Mansur, Marcus Gomes Bastos
INTRUÇÕES AOS AUTORES ....................................................................................................................................................299
VOLUME 6 • NÚMERO 3 • JUL/AGO/SET 2012
ISSN 1981-8289
ÓRGÃO OFICIAL DE PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
EDITORIAL
Fragilidade: como reconhecer e evitar? ............................................................................................................................225
Maysa Seabra Cendoroglo
ORIGINAL ARTICLES
Metabolic syndrome in elderly remnants from Quilombo Community – Macapá, Amapá .......................................................226
Ana Laura Carvalho Leite Medeiros, Karla Helena Coelho Vilaça, Graziella França Bernardelli Cipriano, Carlos Roberto Carvalho Leite, Adriano Bueno Tavares
Phenotype of frailty: which items are more frequent in a group of community-dwelling elderly of Belo Horizonte? ...............237
Cintia da Silva Freire Jardim, Sheila Alves Gomes Tomaz, Vanessa Gomes da Silva, Silvia Lanziotti Azevedo da Silva, Rosângela Corrêa Dias
Association between self-rated health and frailty in elderly ...............................................................................................246
Juliana Lustosa Torres, Rosângela Corrêa Dias, Silvia Lanziotti Azevedo da Silva
Effects of acute exercise realized in vibratory platform on static and dynamic equilibrium in elderly people ..........................254
Marcelo Bigliassi, Erick Garcia Figueira da Costa, Franciele Fernanda Souza, Denilson de Castro Teixeira, Rubens Alexandre da Silva Júnior, Raymundo Pires Junior,
Leandro Ricardo Altimari
REVIEWS
Auxiliary devices for walking: guidance, demands and falls prevention in elderly ................................................................261
Soraia Fernandes das Neves Glisoi, Juliana Hotta Ansai, Tamara Oliveira da Silva, Fernanda Pretti Chalet Ferreira, Aline Thomaz Soares, Kelem de Negreiros Cabral, Celisa
Tiemi Nakagawa Sera, Sérgio Paschoal
Biomarkers in Alzheimer disease .....................................................................................................................................273
Karen Cecília de Lima Torres, Rodrigo Ribeiro dos Santos, Filipe Camilo Mapa, Flávia Lanna de Moraes, Edgar Nunes de Moraes, Marco Aurélio Romano Silva
Assessment of quality of life related to health of the elderly through the SF-12. ..................................................................283
Keila Cristianne Trindade da Cruz, Déborah Cristina de Oliveira, Maria José D’Elboux
BRIEF COMUNICATION
Frailty in chronic kidney disease ......................................................................................................................................293
Henrique Novais Mansur, Marcus Gomes Bastos
INSTRUCTIONS FOR AUTHORS .............................................................................................................................................299
VOLUME 6 . NÚMERO 3 . JUL/AGO/SET 2012

Geriatria & Gerontologia
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ERRATA Editorial
Na Edição ABR/MAI/JUN 2012, Volume 6 - Número 2, página 148, publicamos erroneamente a Conclusão do
Artigo “O estilo defensivo dos cuidadores de pacientes oncológicos em cuidados paliativos”. A nota abaixo
refere-se à Conclusão correta: Fragilidade: como reconhecer e evitar?
O estilo defensivo dos cuidadores de pacientes
oncológicos em cuidados paliativos
O envelhecimento se caracteriza por declínio de vários sistemas do organismo. No
The defensive style of caregivers of oncology patients in palliative care
entanto, o espectro das diferentes possibilidades de envelhecer é muito amplo. Em um
extremo podemos observar o envelhecimento ativo enquanto em outro encontraremos a
Rejimara Alves Fernandes1, Marta Solange Streicher Janelli da Silva2, Eda Schwartz3
fragilidade caracterizada por baixa reserva funcional, maior sucetibilidade à dependên-
cia e morte. A identificação de como está se dando o envelhecimento é muito importan-
te a nível individual para que medidas intervencionistas e preventivas possam otimizar
esse processo e permitir que o idoso envelheça de forma ativa. A nível populacional, a
identificação da população frágil e particularmente dos pré-frágeis, é fundamental para
CONCLUSÃO o estabelecimento de políticas públicas e equacionamento do sistema de saúde. A rele-
vância dessa percepção é mundial e muitos critérios tem sido identificados para que a
1Residente no Programa
de Residência Integrada prática clínica, geriátrica e gerontológica possa incluir essa abordagem. A perda de peso,
Multiprofissional em Saúde
Este estudo evidenciou que os cuidadores de pacientes oncológicos em cui- a exaustão, a fraqueza muscular, a baixa velocidade de caminhada e a pouca atividade físi-
Área de Concentração: Atenção
a Saúde Oncológica da dado paliativo com internação domiciliar apresentam com maior intensidade ca são critérios que vem sendo utilizados para identificar esse perfil de envelhecimento.
Universidade Federal de Pelotas as defesas pertencentes ao estilo defensivo maduro, como a antecipação. Essas
Na revisão sistemática publicada no JAGS em 2011, a velocidade de marcha e a cognição
(UFPEL), Pelotas, RS, Brasil.
defesas são a principal manifestação das angústias, como modelo de proteção
2Orientadora, mestre em foram apontadas como ferramentas importantes no screening desses pacientes. O equi-
Educação Física e professora aos cuidados prolongados e às sobrecargas geradas por se prestar assistência
líbrio e a flexibilidade, também tem sido propostos por especialistas. No Brasil o estudo
assistente da UFPEL. ao familiar doente.
3Co-orientadora, doutora em FIBRA apresenta resultados populacionais alarmantes e esclarecedores da nossa reali-
Enfermagem e professora adjunta Isso indica que esses cuidadores manifestam um bom enfrentamento da
da UFPEL. dade. O reconhecimento dessa situação nos desafia a buscar alternativas de prevenção e
situação vivenciada, demonstrando resiliência, o que não significa que o indiví-
medidas de contenção desse processo para que os idosos brasileiros possam envelhecer
duo saia da crise ileso, mas que se adapta ao contexto, superando as condições
adversas. É possível observar também que as mulheres apresentam maior com qualidade de vida.
intensidade do estilo defensivo maduro, talvez por estarem mais preparadas
Maysa Seabra Cendoroglo
para vivenciar a sobrecarga da assistência continuada, que já vem imposta
Editora
pelo estigma de elas serem responsáveis pelo cuidado dos familiares doentes.
Dessa forma, os mecanismos maduros sugeriram a evolução do processo
adaptativo e sua maturidade enquanto indivíduo que oferece cuidados a seu
familiar em processo de fim de vida, e o amadurecimento da vida humana é
acompanhado pela evolução desses processos adaptativos.
A contribuição desta pesquisa foi identificar o estilo defensivo e as defesas
que pontuaram maior intensidade nos cuidadores de pacientes oncológicos
em cuidados paliativos. Como eixo para futuros estudos propõe-se a verifica-
ção das causas da maior utilização dessa defesa específica, e a necessidade de
fortalecer de forma hierárquica e assertiva o uso frequente do estilo defensivo
maduro e de defesas mais adaptativas.
227
Síndrome metabólica em idosos quilombolas
ARTigO ORigiNAL
Síndrome metabólica em idosos remanescentes
iNTRODUÇÃO
da Comunidade dos Quilombos – Macapá, Amapá
existentes, principalmente no que se refe-
re às populações tradicionais, como as in-
13,14
Metabolic syndrome in elderly remnants from Quilombo Community – Macapá, Amapá A síndrome metabólica (SM) é caracteri-
dígenas e quilombolas.
zada pela interação de fatores de risco cardio-
Os remanescentes das comunidades dos
Ana Laura Carvalho Leite Medeiros¹, Karla Helena Coelho Vilaça¹, Graziella França vascular, relacionados à deposição1 central de
quilombos são caracterizados como grupos
gordura e à resistência à insulina. Apesar de
Bernardelli Cipriano¹, Carlos Roberto Carvalho Leite², Adriano Bueno Tavares²
étnico-raciais, segundo critérios de autoatri-
intensas pesquisas, ainda não há um consen-
buição, com trajetória histórica própria, do-
so sobre os critérios que definem a SM. Des-
tados de relações territoriais específicas, com
ta forma, as principais definições atualmente
presunção de ancestralidade negra relaciona-
utilizadas são do National Cholesterol Edu- 15
da à resistência à opressão histórica sofrida.
cation Program’s Adult Treatment Panel III
2
A Secretaria Especial de Promoção da Igual-
(NCEP/ATPIII) e da International Diabetes
2
dade Racial (Seppir, 2010) estima a existência
Federation (IDF), que incluem os critérios de
diabetes mellitus
de 3.900 comunidades quilombolas em todo
obesidade central, hipertensão arterial, disli-
3,4
RESUMO
o país, acrescentando que tais comunidades
pidemia e (DM).
1Universidade Católica de Brasília Objetivo:Comparar a prevalência da síndrome metabólica (SM) com diferentes critérios de classificação corresponderiam a 325 mil famílias, numa
Em estudos de prevalência sobre SM,
Brasília, DF, Brasil. e perfil lipídico em idosos remanescentes dos quilombos. Métodos: Foram avaliados 110 idosos, 54 razão de pou1c6,o17 mais de oitenta famílias por
2Universidade Federal da Paraíba têm-se identificado diferenças importantes
remanescentes dos quilombos (IRQ), média de idade 71,1 ± 9,6 anos. A classificação para SM ocorreu pela comunidade. Especificamente no caso de
João Pessoa - PB, Brasil. deste parâmetro, o que demonstra variabili-
International Diabetes Federation (IDF) e National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III idosos que fazem parte de comunidades re-
dade em relação ao gênero, entre diferentes
(NCEP/ATPIII). Os IRQ foram pareados e comparados a um grupo controle de 56 idosos não remanescentes 5-7 manescentes dos quilombos, não se conhe-
regiões e grupos étnicos, bem como crité-
dos quilombos (INRQ) com idade média 68,8 ± 5,7 anos. Foram submetidos a uma entrevista, avaliação
cem pesquisas que demonstrem aspectos
rios para classificação, podendo propiciar
clínica, antropométrica e bioquímica. Resultados: A prevalência de SM entre os IRQ foi de 18,5% e 38,9%, 8
epidemiológicos dessa população, dada a au-
e nos INRQ foi de 34% e 64,3%, pelos critérios do NCEP/ATPIII e da IDF. Pelo NCEP/ATPIII, o critério de SM diagnósticos inespecíficos.
9 sência de informações específicas e correntes
17,18
mais prevalente foi baixo HDL-c. No perfil lipídico dos grupos, houve diferença de colesterol total (p ≤
Em um estudo realizado na Venezuela,
sobre condições de vida e saúde.
0,037), (VLDL p ≤ 0,001) e triglicerídeos (p ≤ 0,001). Os IRQ apresentaram redução na glicemia de jejum e
demonstrou-se que a prevalência de SM au-
triglicerídeos. Conclusão: Os IRQ apresentaram menor prevalência de SM em ambas as definições e valores Nesse contexto, o presente estudo visou a
menta com a idade e com a obesidade e
significativamente menores de triglicerídeos, colesterol total e VLDL-c. obter e comparar a prevalência de SM em ido-
observou-se que a obesidade, a hipertensão
sos de uma comunidade remanescente de qui-
Palavras-chave: síndrome X metabólica, fatores de risco, idoso, grupos étnicos. arterial sistêmica (HAS) e a história fami-
lombo (IRQ) com uma amostra de idosos não
liar de DM apresentam associação com a
ABSTRACT remanescentes (INRQ) do Estado do Amapá,
SM. Além disso, verificou-se maior preva-
utilizando-se as definições do NCEP-ATPIII e
Objective:To compare the prevalence of the metabolic syndrome (MS) with different classification criteria lência de SM no grupo de mestiços. Entre as
da IDF, assim como apresentar características
and lipid profile in elderly remnants from Quilombo (IRQ). Methods: We evaluated 110 elderly, IRQ 54, mulheres, não se observaram diferenças em
gerais e antropométricas e o perfil lipídico
the criteria for MS was to the International Diabetes Federation (IDF) and National Cholesterol Education relação às etnias.
10 dessas populações.
Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP/ATPIII). They were compared to 56 elderly no remnants of a
Velásquez-Meléndez et al. estudaram MÉTODOS
Quilombo (INR) submitted to an interview, and underwent clinical, anthropometric and biochemical
uma população brasileira rural e observaram
evaluation. Results: The prevalence of MS among IRQ was 18.5% and 38.9%, and INRQ was 34% and 64.3%
maior prevalência de SM entre mulheres ido-
11,12
by NCEP/ATPIII and IDF. NCEP/ATPIII, the most prevalent criterion of MS was low HDL-c. Lipid profile of the
sas. Outros estudos, utilizaram os critérios
groups was no difference in total cholesterol (p ≤ 0.037), VLDL (p ≤ 0.001) and triglycerides (p ≤ 0.001). O estudo foi caracterizado como analí-
da Organização Mundial da Saúde (OMS) e re-
Conclusion: The IRQ had a lower prevalence of MS in both settings and lower levels of triglycerides, total tico observacional transversal. Na pesquisa
velaram maior prevalência de SM em indiví-
cholesterol and VLDL-C. foram avaliados 110 idosos, sendo 54 rema-
duos com idade superior a 55 anos.
nescentes de uma comunidade de quilombos
Keywords: Metabolic syndrome X, risk factors, aged, ethnic groups.
No Brasil, país reconhecidamente mis- do Curiaú, localizada na área de Proteção
Endereço para correspondência: Graziella França Bernardelli Cipriano - Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Gerontologia - Universidade Católica de Brasília
(UCB) - SGAN 916 Módulo “B”. Av. W5 Norte, Sala 132 - Asa Norte - Brasília - DF - CEP: 70790-160 - Telefone: (61) 3448 7228, 3448 7229 - E-mail: [email protected]; cigenado, há carência de estudos epide- Ambiental do Rio Curiaú, no município de
[email protected]
miológicos, demográficos e pesquisas em Macapá, Amapá, Brasil. Foram elegíveis para
saúde sobre os diversos grupos étnicos a pesquisa os idosos com idade igual ou supe-
228 229
Geriatria & Gerontologia Síndrome metabólica em idosos quilombolas
Diagnóstico da síndrome metabólica
rior a sessenta anos, de ambos os sexos, que ortostática com os braços ao longo do corpo. necessários) foi usado para avaliar a diferença
apresentavam condições físicas, cognitivas e Para avaliação da altura, foi utilizado um an- de prevalência da SM entre os dois grupos de
Para diagnóstico da SM e posterior com-
intelectuais que permitissem a realização da tropômetro, com extensão de 1,93 m, com o paração das prevalências foram adotados os idosos. A razão de prevalência (risco relativo)
avaliação clínica, antropométrica e bioquími- paciente na posição ortostática. Para o diag- critérios do NCEP-ATPIII e da IDF. Segundo o foi calculada para estimar o risco de ocorrên-
ca. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de nóstico do estado nutricional dos indivíduos, NCEP/ATPIII, o diagnóstico de SM é realizado cia da SM com intervalo de confiança (IC) de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal foi utilizado o índice de massa corporal (IMC) a partir da presença de pelo menos três dos 95%. A significância estatística foi considerada
2
do Amapá, sob o número 039/08. O termo de [peso (kg)/altura (m )], de acordo com a clas- seguintes componentes: glicemia de jejum ≥ admitindo-se suomft wnaívreel crítico de 5% em todos
consentimento livre e esclarecido foi assina- os casos (p ≤ 0,05). Os dados foram analisados
sificação para o idoso: baixo peso (IMC < 22 110 mg/dL; pressão arterial sistólica (PAS) ≥
2 2 2
do pelos responsáveis autorizando a partici- kg/m ); normal (IMC 22 kg/m a < 27 kg/m ); 130 mmHg e pressão arterial diastólica (PAD) por meio do SigmaStat versão 2.0 e
2 20
pGarçuãpoo d cao pnetsrqouleisa. e sobrepeso (IMC > 27 kg/m ). ≥ 85 mmHg; circunferência da cintura (CC) > aRpErSeUseLTnAtaDdOoSs em tabelas e gráficos.
102 cm em homens e > 88 cm em mulheres;
A medida da circunferência da cintura foi
TG ≥ 150 mg/dL e HDL-c < 40 mg3/dL em ho- Características demográficas e sociais
realizada com fita métrica flexível, com preci-
mens e < 50 mg/dL em mulheres.
O grupo controle (GC) contou com 56 ido-
são de 1 mm, a qual foi posicionada horizon-
sos, com idade média de 68,8 ± 5,7 anos, sen- De acordo com a definição da IDF, o diag-
talmente no ponto médio entre a borda infe-
do 37 do gênero feminino. O GC foi recrutado nóstico da SM é feito a partir da presença Participaram do estudo 110 indivíduos. Os
rior da última costela e a crista ilíaca.
aleatoriamente a partir de grupos de convi- Avaliação laboratorial de obesidade central, definida pela medida idosos do grupo IRQ tiveram média de idade
vência de idosos da cidade de Macapá, sendo da CC, com valores diferenciados para gêne- de 71,1 ± 9,6 anos enquanto os idosos do grupo
submetidos a uma entrevista para descartar a ro e grupos étnicos, somado a pelo menos INRQ obtiveram uma média de 68,8 ± 5,7 anos.
possibilidade de pertencerem à comunidade A segunda etapa da pesquisa envolveu a dois dos seguintes fatores: TG ≥ 150 mg/dL Foi observada homogeneidade na amostra
remanescente do quilombo. Posteriormente, coleta de sangue venoso para realização dos ou tratamento específico para dislipidemia; estudada, com exceção da etnia. A faixa etária
o GC foi submetido ao mesmo protocolo de exames bioquímicos, os quais foram processa- HDL-c < 40 mg/dL para homens e < 50 mg/ preponderante nas duas amostras foi entre 60
avaliação dos IRQ. dos no Centro de Análises Clínicas da Faculdade dL para mulheres, ou tratamento específico a 69 anos, sendo de 26 (48,1%) para IRQ e 31
Avaliação clínica
SEAMA, em Macapá. A coleta de sangue venoso para dislipidemia; PAS ≥ 130 mmHg ou PAD (55,4%) para INRQ.
≥ 85 mmHg, ou tratamento para HAS; glice-
foi realizada por um sistema de coleta a vácuo diabetes mellitus
Em relação às características antropométri-
mia de jejum ≥ 100 mg/dL ou diagnóstico
após a entrevista que confirmava o jejum de
Os idosos foram avaliados a partir de uma cas, a médi2a observada para IMC no IRQ foi d2e 25
prévio de tipo 2 (DM2). Em
doze horas. A avaliação laboratorial foi com-
entrevista clínica composta por dados socio- ± 5,1 kg/m e no INRQ foi de 27,2 ± 3,9 kg/m (p <
relação à CC, para povos asiáticos, da Améri-
posta por dosagem de triglicerídeos (TG), co-
demográficos. Os voluntários foram submeti- 0,125). Tal homogeneidade também ocorreu na
ca do Sul e América Central, CC ≥ 90 cm em
dos a uma avaliação clínica e anamnese médi- lesterol total (CT), colesterol de alta densidade 4 circunferência da cintura (89 ± 9 cm e 93,6 ± 7,1
homens e ≥ 80 cm em mulheres.
ca, na qual se procedeu uma aferição da pres- (HDL-c), colesterol de baixa densidade (LDL-c) Análise estatística cm (p < 0,30).
e colesterol de muito baixa densidade (VLDL-c).
são arterial (PA), seguindo as recomendações A análise do perfil lipídico demonstrou que
da V1 9Diretriz Brasileira de Hipertensão Arte- As amostras de soro foram testadas para os IRQ apresentaram menores níveis de CT (178
rial. Na sequência, foram realizadas as me- determinação enzimática da glicose, TG, CT Os resultados foram expressos em valores ± 34,4 mg/dL; p = 0,037) e VLDL-c (20,6 ± 11,1
didas antropométricas e a coleta de sangue. e HDL-c por meio dos sistemas enzimáticos absolutos e as respectivas médias, desvios- mg/dL; p < 0,001) em relação aos INRQ. De for-
Avaliação antropométrica
padrões em porcentagens. Para verificação da
glucox 500, triglicerídeos 120, colesterol HDL ma semelhante, os níveis de TG dos IRQ (103,2
normalidade dos dados foi usado o teste de
e colesterol 250, utilizando o equipamento ± 55,6 mg/dL) foram menores do que nos INRQ
Kolmogorov-Smirnov. Para comparação das
semiautomático (Modelo Bio 2000, Bioplus). (153,4 ± 78,1 mg/dL; p < 0,05).
Para aferição da massa corporal, foi uti-
variáveis relativas às características gerais e
lizada uma balanç®a digital adulto com antro- O LDL2-1c foi estimado pela fórmula de Frie- aos critérios da SM, foi utilizado o teste t de Stu- Na análise dos critérios do NCEP/ATPII,
pômetro (Filizola ), com capacidade máxima dwald para valores de TG iguais ou inferiores a idade, a faixa etária e o gênero do grupo
dent para amostras pareadas e não pareadas,
de 200 kg. Solicitou-se aos participantes que a 400 mg/dL. Antes do início de cada rotina dos IRQ com SM apresentou média de idade
seguido pelo teste de Mann-Whitney quan-
retirassem os sapatos e permanecessem com laboratorial, o equipamento era calibrado e de 67,3 ± 8,3 anos. Destes, houve predomí-
do pertinente. O teste do qui-quadrado (teste
a menor quantidade de roupa possível, man- amostras controles eram testadas utilizando- nio de mulheres (70%) e de idosos na faixa
exato de Fisher ou teste G de William quando
tendo-se no centro da balança em posição -se soro controle N e P. etária de 60 a 69 anos (70%). Entre os INRQ