Table Of Contentsérie(Principios 172
Zelia de Almeida Cardoso
Iniciacao ao latim
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editoraattea [EDICAO REVISTA]
série @® rincipios
Zelia de Almeida Cardoso
Professora titularde Lingua e Literatura Latina do Departamento
de Letras Classicas e Vernaculas da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciéncias Humanasda Universidade de Sao Paulo
Iniciacao ao latim
Edicao revista
editoradtiea
©ZeliadeAlmeidaCardoso
Editor-chefe Carlos S. MendesRosa
Editoraassistente TatianaVieiraAllegro
Coordenadoraderevisao Ivany Picasso Batista
Revisores MauricioKatayamaeAlessandraMirandade Sa
Estagiaria MarianadeCarvalhoMarcondesde Souza
ARTE
Diagramadora LeslieMorais
Editoracaoeletrénica MoacirK. Matsusaki
IMPRESSAOANTERIOR
Diretor editorial adjunto: Fernando Paixao * Coordenadora editorial: Gabriela Dias » Editor
adjunto: Carlos S. Mendes Rosa * Editora assistente: Baby Siqueira Abrao * Revisao: Ivany
Picasso Batista (coord.) * Estagiarias: Aline RezendeMota e Bianca Santana * Editor de arte:
Antonio Paulos * Assistentede arte: ClaudemirCamargo * Capa projeto grafico: Homemde
Mello&TroiaDesign*Editoragaoeletrénica:MoacirK. Matsusaki
EpDI¢A0ORIGINAL
Diregao: SamiraYoussefCampedelli e Benjamin Abdala Junior * Preparagdo de texto: Ivany
PicassoBatista* Edicdodearte(miolo):MiltonTakedaeDivinaRochaCorte
CIP-BRASIL. CATALOGACAO-NA-FONTE
SINDICATONACIONALDOSEDITORESDELIVROS, RJ.
C2691
6.ed.
Cardoso,ZeliadeAlmeida, 1934-
Iniciago ao latim / Zelia de Almeida Cardoso. - 6.ed. - So Paulo : Atica, 2009.
109p. -(Principios; 172)
Incluibibliografia
ISBN978-85-08-10357-7
1.Lingualatina. I. Titulo. IL Série.
08-4573. CDD478
CDU 811.124
ISBN978 85 08 10357-7 IMPORTANTE:Aocomprarumlivro,vocéremuneraereco-
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Sumario
1. A lingualatina e sua formacao histérica 5
Preliminares 5
Origem do latim 5
Evolugao do latim 6
Importanciado latim 9
2. Classificagao tipolégica do latim 11
O léxico latino 12
A formagao de palavras 13
3. O sistema fonético latino 14
A representagao grafica dos fonemas 15
Silaba, quantidade silabica, acentuagéo 16
4. Morfologia nominal latina 18
Flexao do substantivo 19
Género do substantivo 20
Numero do substantivo 21
Casos do substantivo 21
Classificag4otematica dos substantivos: as declinagées 23
Primeira declinagdéo 24
Segunda declinagéo 27
Terceira declinagéo 32
Quarta declinagéo 39
Quintadeclinagéo 41
Flexao do adjetivo 42
Classes de adjetivos 43
Graus dos adjetivos 47
Numerais 51
Pronomes 56
Pronomespessoais 56
Pronomespossessivos 58
Pronomes demonstrativos 58
Pronomesrelativos e interrogativos 62
Pronomesindefinidos 64
O sistema verballatino 65
Os temposverbais, os modos pessoais e as formas nominais 65
Vozes verbais 68
Conjugacées 68
Conjugacdo dos modospessoais nos tempos do infectum 69
Conjugacao dos modospessoais nos tempos doperfectum 80
Formasnao pessoais do verbo latino 84
O verbo esse 89
Verbosirregulares 90
Verbos defectivos 94
Alguns empregos dos modosverbaispessoais 95
6. Aspalavrasinvariaveis em latim 97
Advérbios 97
Particulas interrogativas 99
Preposigdes 100
Conjungdes 104
Interjeigdes 104
7. Observagées finais 103
8. Vocabulario critico 104
9. Bibliografia comentada 107
1 A lingualatina e
sua formacao historica
Preliminares
Aoiniciar-seumestudodalingualatinaseria convenien-
te que se propusessem algumasperguntasreferentes a hist6-
ria, ao dominio e a importancia do idioma. O que é 0 latim?
Onde e quando foi falado? Como surgiu? Que grau de pa-
rentesco teve com outras linguas que lhe foram contempora-
neas? Comose processou a sua evolucao? Por que desapa-
receu como lingua viva, falada em comunidades linguisti-
cas? Que linguas gerou? Qual a sua importancia histérica?
Qual o interesse, hoje, do conhecimento do latim?
Fildlogos e gramaticos do passado e do presente reali-
zaram pesquisas tentando encontrar respostas para essas
perguntas e chegaram a conclus6es importantes, das quais
fazemos uma pequenasintese.
Origem do latim
O latim era a lingua falada no Lacio (Latium), regido
da Italia central, onde, em meadosdo século VIII a.C., foi
fundada a cidade de Roma. Havia um estreito parentesco
entre o latim e dois outros idiomas falados, antigamente, na
Peninsula Italica: 0 osco, lingua do Samnio (Samnium) e
da Campania (Campania), e o umbro, lingua da Umbria
(Umbria). A grande semelhanga entre esses trés idiomas fez
supor a existéncia de uma lingua unica, a qual se convencio-
nou denominar“italico” e que teria dado origem eles.
Por outro lado, o confronto de raizes vocabulares exis-
tentes no latim com raizes de palavras pertencentes a algu-
masdas antigas linguas faladas na India, na Pérsia, na Gré-
cia, na Galia, na Germania e em outras regides, bem como
certa semelhanga entre as estruturas gramaticais de tais lin-
guas, permitiram aos estudiosos do assunto formular a hipo-
tese da existéncia de umalingua primitiva que teria gerado
esses idiomas. Deu-se 0 nome de “indo-europeu” a essa
hipotética lingua-mae.
Sup6e-se que o indo-europeu foi falado por um povo
que se dispersou, por razdes até hoje desconhecidas, alguns
milénios antes de Cristo, espalhando-se pela Europa e pela
Asia.
A dispersao do povo acarretou profundas modifica-
goes linguisticas no idioma, inicialmente uno. O indo-euro-
peu dividiu-se em numerosas linguas, cada uma das quais
gerou posteriormente outros tantos idiomas. Essas linguas
foram agrupadas, pela proximidade linguistica, em diversos
ramos:italico, helénico, céltico, germanico, baltico, eslavo,
indo-iranico e outros. Muitas dessas linguas estao hoje
extintas ou mortas. As remanescentes sao faladas em grande
parte do mundoocidental e em algumasregides do Oriente.
Evolucao dolatim
Durante o longo periodo de tempo em quefoi utilizado
comolingua viva, o latim sofreu, evidentemente, profundas
transformagoées. Ha grande diferenga entre a lingua dos pri-
meiros documentosescritos e a dos textos dos tabeliaes por-
tugueses que, no século XII de nossaera, ainda se utilizavam
do antigo idioma. Ha sensivel dessemelhanga entre o latim
das obrasliterarias do século I a.C.e as inscrig6escristas dos
primeiros tempos.
Por essa raz4o costuma-se caracterizar o latim confor-
me a épocae as circunstancias em que foi usado.
Latim pré-historico era a lingua dos primeiros habi-
tantes do Lacio, anterior ao aparecimento dos documentos
escritos. Deve ter sido falado entre os séculos XI e VII ou
VI a.C.
Latim proto-historico é 0 que aparece nos primeiros
documentos da lingua. Sao exemplosdessa fase as inscrigdes
encontradas no cipo do Forum — provavelmente do século
VI a.C. — e no vaso de Duenos, de fabricagéo um pouco
mais recente, talvez do século IV a.C.
Latim arcaico era a lingua utilizada entre o século III a.C.
e o inicio do século I a.C. Manifesta-se em antigos textos
literarios — obras de Névio, Plauto, Enio, Cataéo —, bem
como em epitafios e textos legais. Inicialmente pobre, com
vocabulario reduzido e estruturas morfossintaticas nao rigo-
rosamente determinadas, a lingua tende, com o passar do
tempo, a firmar-se, enriquecer-se e aperfeicoar-se, gracas,
sobretudo, ao desenvolvimentoda literatura e a influéncia da
cultura helénica.
Latim classico é 0 que floresce a partir do segundo
quartel do século I a.C., quando sao compostas as grandes
obras que marcaram os momentos mais importantes da prosa
e da poesia latina: as obras de Cicero, Virgilio, Horacio, Tito
Livio e de numerosasoutras figuras de relevo. E uma lingua
cultivada, artistica, profundamente diferente do que seria o
latim falado, mesmopelasclasses sociais mais cultas. O latim
classico se preservou gragas a conservagao de inumerasobras
literarias e ¢ dessa modalidade linguistica que puderam ser
depreendidos os fendmenos gramaticais do idioma.
Latim vulgarera a lingua falada pelo povo. Como toda
lingua oral, esteve sujeita a alteragdes determinadas por di-
versos fatores: épocas, delimitagdes geograficas, influéncias
estrangeiras, nivel cultural dos falantes etc. Nunca foi unifor-
me. Embora sejam pouquissimas as fontes de que dispomos
para o conhecimento do latim vulgar, podemos lembrar os
dialogos das comédias de Plauto (séc. III-II a.C.), que regis-
tram algumas formas populares da lingua, os poemasdecir-
cunstancia de Catulo (séc. I a.C.) — bilhetes em verso, de
carater muitas vezesjocoso, enderegadosa pressupostos ami-
gos —, algumasdascartas de Cicero (séc. I a.C.) dirigidas a
familiares, inscri¢6es cristas, feitas sem nenhuma preocupa-
cao literaria, textos edificantes cristaos e, finalmente, 0 Appen-
dix probi, curioso glossario andnimo, destinado a corrigir
possiveis desvios da norma culta da lingua, que deveriam
estar tornando-se comuns. Gragas a esse glossario podemos
perceber que a “lingua do povo”, o chamado sermo vulgaris,
se distanciava do latim classico, forma linguistica refinada e
elaborada, observada nas grandesobras.
Latimpos-classico é 0 que se encontra nas obraslitera-
rias compostas entre os séculos I e V de nossa era. Embora
ainda surjam textos de grande valor, a lingua comega a per-
der a pureza e a perfeig¢ao que a haviam caracterizado no
periodo anterior. Diminuia distancia entre a lingualiteraria e
a falada eja se prenuncia a dialetacao violenta da qual se ori-
ginariam as linguas romanicas.
Com asinvasées dos povosbarbaros e o esfacelamento
do Império Romano, o latim perdeu a sua unidade como
lingua, gerando inimeros falares locais que se desenvolve-
riam em numerosos idiomas. As classes cultas, entretan-
to, procuraram ainda, por muito tempo, manter o uso do
latim. Os tabeliaes utilizavam-no até o século XII em docu-
mentos oficiais, muito embora nesses textos a lingua ja se
mostre bastante deteriorada. A Igreja fez do latim a sualin-
gua oficial, sendo tal idioma obrigatorio, até 1961, tanto