Table Of ContentTheNotebooks of
Paul Brunton
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PAUL BRUNTON
(1898-1981)
IDEIAS EM PERSPECTIVA
The Notebooks ofPaul Brunton
Traduzido por um grupo de voluntários.
Coordenado e revisado por:
MARISA GONTIJO MACHADO
FLORA LISSANDRELLO
ULA CANÇADO ALMEIDA
A Editora Pensamento agradece o idealismo
do grupo de tradutores, cuja dedicação tornou
possível esta edição. EDITORA PENSAMENTO
São Paulo
§
ESTE LIVRO FOI DEDICADO
àquele Sábio do Oriente sob cuja ordem foram escritas estas pá
ginas: a alguém de incrível sabedoria e de incessante beneficência.
Ademais, envolvi este livro em tecido cor de laranja-vivo, assim como
envolveste o teu corpo em tecido da mesma cor — a cor de Sannyasi —
a marca daquele que renunciou ao mundo, como tu o fizeste. E, se
as cartas dadas pelo destino convidaram-me a vestir tecido de outro
matiz, se me ordenaram a misturar-me e a mesclar-me com o mundo
e a ajudar a prosseguir o seu trabalho, estejas certo de que, em algum
lugar nas profundezas do meu coração, reuni todos os meus desejos
num pequeno monte e tudo ofereci ao Poder Superior Inominado.
- P .B
Sumário
Introdução dos editores americanos 11
1 A BUSCA
A escolha da Busca — Caminho independente — Grupos organizados —
Autodesenvolvimento — Estudante/Instrutor 19
2 PRÁTICAS PARA A BUSCA
O longo caminho da formiga — Trabalhando em si mesmo mii 33
3 RELAXAMENTO E RETIRO
Pausas intermitentes — Tensão e pressões — Relaxamento do corpo,
respiração e mente — Centros de retiro — Solidão — Apreciação da
Natureza — Contemplação do pôr-do-sol 40
4 MEDITAÇÃO ELEMENTAR
Local e condições — Pensamentos errantes — Prática da atenção con
centrada — Pensamento meditativo — Imagens visualizadas — Mantras
— Símbolos — Afirmações e sugestões * » . . 49
5 O CORPO
Higiene e purificações — Alimento — Exercícios e Posturas — Respi
rações — Sexo: importância, influência, efeitos || 65
6 AS EMOÇÕES E A ÉTICA
Elevar o caráter — Reeducar os sentimentos — Disciplinar as emo
ções — Purificar as paixões — Refinamento e cortesia — Evitar o fa
natismo 77
7 O INTELECTO
Natureza — Serviços — Desenvolvimento - Treino semântico — Ciên
cia — Metafísica — Pensamento abstrato . \+ V* )£? 90
8 O EGO
Que sou eu? — O pensamento-do-eu — A psique . . . *^ . . 102
9 DO NASCIMENTO AO RENASCIMENTO
A experiência de morrer — Após a morte — Renascimento — Tendên
cias passadas — Destino — Liberdade — Astrologia . . . . . .. 113
10 A CURA DO EU
Carma, relação com a saúde — Força-de-vida na saúde e na doença —
Drogas e bebidas na relação corpo-mente - Corpo etérico e corpo
astral na saúde e na doença — Desordens mentais — Psicologia e
psicanálise y^^má^^kM^àUmá^ . .. 126
7
NEGATIVOS: SOMBRA ESCURA SOBRE O MUNDO
24 A PAZ DENTRO DE VOCÊ
11 OS N B G A l l v u^ ego - Presença no mundo - Em pensamentos,
| z eg n0
Seja calmo — Pratique o desapego — Busque uma Quietude mais pro
S S t o "s e paixões violentas - Seu dano visível e invisível
1 38 funda . . . . * *. . 316
12 REFLEXÕES 147 25 A MENTE-DO-MUNDO NA MENTE INDIVIDUAL
Seu encontro e intercâmbio — A iluminação que permanece — Santos
i a FXPERIÊNCIA HUMANA
e sábios 4» • • • #B5 327
Situação - Acontecimentos - Uções - Crise mundial - Reflexões
na velhice - Reflexões sobre a juventude 157 26 AIDÉIA-DO-MUNDO
A divina ordem do universo — A mudança como atividade universal —
14 AS ARTES NA CULTURA . • Polaridades, complementaridades e dualidades do universo - A ver
Apreciação - Criatividade - Genialidade - A experiência da arte e dadeira ideia sobre o homem • • • ••••••• 343
o misticismo - Reflexões sobre a pintura, a escultura, a literatura,
a poesia e a música 169 27 A MENTE-DO-MUNDO
Deus como Indivíduo Supremo - Deus como Mente-em-Atividade -
15 O ORIENTE Como Logos Solar -i 3 54
Encontros com o Ocidente - Povos, lugares, e práticas orientais -
28 O SOLITÁRIO
Ditos dos filósofos - Escolas de filosofia 179
A Mente-em-si-mesma - A Mente Única - Como Absoluto . .. J . . 35*
16 OS SENSITIVOS
Experiências áuricas e psíquicas — Intuições — Seitas e cultos 193
17 O IMPULSO RELIGIOSO
Origem — Reconhecimento — Manifestações — Religiões tradicionais
e religiões menos conhecidas — A conexão com a filosofia 207
18 A VIDA REVERENTE
Prece - Devoção — Adoração — Humildade — Entrega — Graça: real
e imaginária 217
19 O REINO DA RELATIVIDADE
A consciência é relativa — O sonho, o sono e o estado de desperto — O
tempo como passado, presente e futuro — O espaço — Um ponto de
vista duplo - O vazio como fato metafísico 228
20 O QUE É A FILOSOFIA?
Definição - Totalidade - Equilíbrio - Realização no homem 242
21 O MENTALISMO
A mente e os cinco sentidos — O mundo como experiência mental —
O mentalismo é a chave para o mundo espiritual 271
22 A INSPIRAÇÃO E O EU SUPERIOR f
Intuição, o começo - Inspiração, o fim - Sua presença - Vislum
bres H 285
23 CONTEMPLAÇÃO AVANÇADA
O caminho longo da formiga - O caminho direto do pássaro - Exer-
«fcjoi para a prática - Quietude contemplativa - "Por que Buda sor-
nU 4 ~~ (ie x e r c í c io Caminho Celestial - O exercício Caminho da Ser
pente - O vazio como experiência contemplativa 300
8
Introdução dos Editores Americanos
Ideias em Perspectiva é uma visão panorâmica representativa de mais de 7.000
páginas de anotações guardadas por Paul Brunton para publicação póstuma. É a
peça introdutória de um trabalho muito mais amplo ao qual Dr. Brunton se refe
riu como seu Sumário.
Unhamos o plano original de iniciar este projeto com um conjunto de sete
a dez volumes. Milhares de cartas espontâneas, entretanto, vindas de todos os la
dos do mundo, nos impeliram a acelerar a'publicação — e muito trabalho resta
para ser feito de nossa parte, antes que a amplitude, a profundidade e a beleza
raras do material contido nestes cadernos possam ser adequadamente apresen
tadas ao público. Embora estejamos felizes em atender a tantos pedidos sinceros,
queremos fazer isso de um modo que melhor possa servir ao projeto maior que
ainda temos em mãos. Algumas observações preliminares devem ajudar a minimi
zar o risco de os cadernos serem julgados de maneira imprópria, por estarem sen
do apresentados prematuramente, de forma demasiado breve.
Pára colhermos a safra espiritual máxima a partir desses "pensamentos-se-
mentes" — especialmente os que foram escritos depois de abril de 1963 — devemos
tentar apreciar um estado de mente e coração que é raro em qualquer século. Plo-
tino nos dá um dos melhores relatos da realização desse estado quando escreve:
O Princípio-Intelectual é uma atividade autoconcentrada, mas a Alma tem dois
aspectos: um interior, concentrado sobre o Princípio-Intelectual, e outro fora dele, vol
tado para o exterior. Através do primeiro aspecto, ela mantém a semelhança com a sua
fonte; através do segundo, mesmo em sua dessemelhança, ela ainda chega à semelhança
em virtude da açâo e da produção. Em sua açáo, a Alma continua a contemplar, e sua
produção gera formas — intelecções independentes, por assim dizer — com o resultado
de que todas as suas criações são representações da Intelecção divina e do Intelecto divi
no, moldados segundo o arquétipo do qual todas são emanações e imagens. Tais criações,
quanto mais próximas de seu arquétipo, mais verdadeiras são, sendo que a mais distan
ciada conserva alguma débil semelhança com a fonte. - v. 3-7., tradução de MacKenna
Seria um erro pensar que mesmo um sábio aja com a onisciência da Mente
Divina (Princípio-Intelectual). Mas podemos pensar que um sábio desde que
ele às vezes expresse os pensamentos dessa Mente Divina com a qual se tornou
internamente sintonizado - produza essas "intelecções independentes" ou intui
ções espirituais, e as traduza para a linguagem contemporânea. A Mente-do-Mun
do (Princípio-Intelectual, Deus) usa esses indivíduos espiritualmente maduros, eno
brecidos e purificados, como veículos através dos quais pode moldar imagens de
si mesma em nosso mundo. Os aforismos e máximas filosóficas que esses sábios
nos apresentam dão-nos algum vago reflexo, ao menos, do que está acontecendo
nas profundezas do Mistério - profundezas das quais temos conhecimento, mas
nas quais somos incapazes de penetrar sem a ajuda de uma sabedoria superior.
11
Quando quer que esses escritos tenham sido criados, a tarefa de "organizá-los" como "Ideias Esboçadas". P.B. voltava com regularidade ao material desse está
prova ser intransponível. Milhares de mentes verdadeiramente grandes e inspiradas gio e revisava muitas de suas notas, colocando-as em forma mais literária. As ver
sões revisadas eram então novamente datilografadas e fichadas por tópicos em ca
descobriram, ao ler os Upanishads hindus, por exemplo, que é impossível reduzir
dernos intitulados "Ideias Intermediárias". Um segundo exame e revisão literá
a totalidade das intuições espirituais "apreendidas" neles a qualquer espécie úni
ria se seguiam, depois dos quais o material "final" era datilografado, e então in
ca de conjunto sistemático. Quem quer que a tenha sinceramente tentado aban
cluído em cadernos intitulados simplesmente "Ideias". A qualquer momento, um
donou a tarefa considerando-a irrealizável, apesar de alguns terem descoberto, atra
novo material para cada estágio poderia ser encontrado no seu gabinete de tra
vés de seu esforço ao executá-la, que a mente que sistematiza friamente está num
balho.
plano inferior ao da mente que descobre, em momentos de reverência. O tipo de
ordem coerente e lógica que julgamos tão importante para a preservação da nossa A preferência de P.B. por essa forma de escrever está mais bem expressa
num de seus próprios verbetes, escritos provavelmente em 1980:
sanidade no mundo dos sentidos é inadequada no campo dessa revelação: essa or
dem é transcendida — ainda que certamente não contradita — pela inimaginavelmen-
te grandiosa Ordem Divina, da qual nossos melhores pensamentos nada mais são A poesia atinge seu apogeu quando leva o homem para a beleza espiritual.
que ténues representações. Exigir que o superior se amolde às leis do inferior é Essa é também, na verdade, a missão de todas as outras artes. Escrever um livro que
irá sustentar um único tema por trezentas páginas é uma realização intelectual admi
privar-nos de nosso próprio Melhor.
rável, mas não é realmente a minha forma; abandonei isso há muito tempo. O ho
A mente receptiva, introvertida e aquietada do sábio espelha perfeitamen
mem tem de expressar-se à sua própria maneira, a maneira que está de acordo com
te os poderes da Mente Divina, que se desdobra temporalmente em tudo o que sua natureza inata. Prefiro escrever uma única ideia sem nenhuma referência às que
é verdadeiro ou real no nosso mundo. Quando existem condições adequadas, o vêm antes ou às que virão em seguida, e escrevê-la de um modo concentrado. O úni
co livro que eu poderia preparar agora seria um livro de máximas, com ideias suges
sábio pode descobrir que está sendo usado para anunciar externamente o que está
tivas. Não tenho a paciência de continuar sempre dizendo a alguém numa centena
sendo pensado de modo indivisível na Mente mais ampla e indivisa, com a qual está
de páginas o que poderia ser dito em apenas uma.
internamente unificado e externamente em harmonia. A ideação da Mente Divi
na permanece indivisível e inteira, mas sua representação no nosso mundo — atra
Na época em que os atuais editores foram convidados para o projeto, mais
vés do sábio que escreve ou fala sob a sua inspiração — se amolda às leis da tem
de 7.000 páginas, datilografadas em espaço simples, dessas "intelecções indepen
poralidade e à linguagem contemporânea. Embora o que o sábio nos dê através
dentes" haviam sido produzidas — junto com cerca de 3.000 páginas de material
de sua fala ou escrita não deva ser equiparado à Inteligência indiferenciada da Cons
de pesquisas relacionadas com elas. Durante seus dois últimos anos de vida, P.B.
ciência universal viva, é na verdade um reflexo preciso dessa Inteligência em ter
concebeu o atual sistema de classificação e começou a treinar alguns estudantes
mos mais acessíveis às nossas mentes espiritualmente mais jovens. Uma sabedoria
para introduzir nas novas categorias as anotações que já existiam. Desde sua mor
em ação, cuja profundidade não pode ser calculada, toma-se vagamente, dispo
te, em 27 de julho de 1981, temos levado a cabo a reclassificação, fazendo o má
nível para nós; algo do seu plano fundamental toma-se disponível para guiar nos
ximo possível para seguir suas diretrizes. O leitor deve ficar bem ciente de que,
sas aspirações diárias.
enquanto os escritos são de um sábio, a "organização" é, em grande parte, tra
Esse sábio, como você lerá na seção 25, permanece — ou mais precisamen
balho de estudantes. Muitas vezes uma passagem se ajusta a mais de uma catego
te torna-se — inteiramente humano, e realiza no seu ser e na sua vida a possibi
ria, e tivemos de escolher a que nos parecia mais apropriada. Em alguns casos, a
lidade que temos de alcançar esse enobrecimento e auto-aperfeiçoamento. O sá
classificação é reconhecidamente arbitrária e deve ser considerada como tal.
bio completamente desenvolvido, que em certo sentido é o mais simples e em ou
O mesmo é verdade com relação ao conteúdo do presente estudo. Um tra
tro o mais complexo dos seres humanos, modela uma herança que é muito mais
balho para publicação não-especialízada tem sempre de encarar a dificuldade de
do que um legado intelectual — ainda que, é claro, também o inclua. Não se tra
prever o nível do seu público leitor, e não há dúvida de que outras pessoas pode
ta de uma doutrina sistemática, estritamente formulada, rígida, toda ela num úni
riam ter selecionado outros escritos da volumosa lista de possíveis escolhas. As
co nível, mas sim um Modo de Ver e de Ser multifacetado e aberto ao novo — uma
anotações consistem em paras* como eram chamados por Paul Brunton. dirigi
Visão que se desenvolve e se completa dentro de nós como nossos próprios eus
dos a uma variedade de tipos de pessoas e a muitos níveis diferentes de desenvol
melhores, tomando-se Real. Ao assumirem sua herança espiritual, esses pioneiros
vimento dentro de tipos - semelhantes. Dentro do mesmo espírito, tentamos apre
da humanidade asseguram a realização final de uma semente semelhante dentro
sentar uma amostragem do material real: os conselhos são oferecidos a muitos ti
de cada um de nós. Podemos perceber que tudo o que é bom e nobre no nosso
pos diferentes e a muitos níveis diferentes. Onde contradições aparentes surjam,
Intimo está sendo alimentado pelo Conhecedor interior que afirma a si mesmo
considere primeiro que o conselho pode ser para alguém de nível diferente ou de
através das palavras por ele faladas e escritas.
tipo diferente do seu. Tome o que for pertinente e valioso para você: outros po
Umas poucas observações são também necessárias, tanto em relação à for
dem beneficiar-se com aquilo que não o atrai ou que não se aplica ao seu nível
ma destes escritos quanto à estrutura da sua organização por categorias. Por to
atiial.
do o período de trinta anos durante o qual se absteve de publicar novo material,
A pontuação e o uso de letras maiúsculas estão quase inteiramente como
P.B. aprofundou e ampliou sua pesquisa nos assuntos espirituais, e escreveu dia
nas anotações. Apesar de sabermos que os livros normais sobre regras de estilo
riamente. Seu método de escrever envolvia, para cada parte do material, um mí
ditariam a necessidade de muitos "melhoramentos", deixamos a vasta maioria dos
nimo de três estágios bem definidos. Era seu costume, durante anos, primeiro lan
çar no papel breves anotações, enquanto uma intuição era nova e vital. Essas no
* Paras: itens que representam reflexões independentes (N.T.)
tas manuscritas eram mais tarde organizadas por tópicos, datilografadas e fichadas
12
itens (paras) intatos. Ern geral, optamos pela autenticidade, em vez de impormos
nossas próprias preferências estilísticas. Introduzimos pequenas modificações so
mente naqueles casos, relativamente poucos, onde, especialmente nos estágios das
"ideias esboçadas" e "intermediárias", chegávamos a um acordo de que Paul Brun
ton aprovaria nossas modificações, por estarem esclarecendo o sentido pretendi
do por ele ou exprimindo mais suavemente esse sentido — processo no qual ca
da um de nós frequentemente trabalhou com ele no decorrer de seus dois últimos
anos de vida. Sempre que há discordância entre nós, os itens permanecem como
foram escritos, a fim de que os leitores debatam entre si sobre o que teria feito P.B.
Fizemos três concessões úteis ao "duende" da coerência. A ortografia ingle
sa foi mantida e obedeceu ao Oxford English Dictionary, com a seguinte exce-
ção: quando o O.E.D. cita duas ortografias corretas das quais apenas uma apare
ce no Webster s Third International, escolhemos o verbete comum a ambos. Apli
camos também as regras da Universidade de Chicago sobre o uso da virgula para
séries, naquelas séries em que virgulas já apareciam nas anotações. Finalmente, ins
tituímos uma colocação congruente de hífens nas palavras compostas.
Esperamos que os leitores de Paul Brunton perdoem nossas falhas pessoais
IDEIAS EM PERSPECTIVA
manifestadas neste volume e nos seguintes, e se solidarizem com a nossa sinceri
dade em tentar fazer o melhor e o mais perfeito trabalho que podemos. Somos
gratos a P.B. pela sua graça e orientação, e pela oportunidade de trabalhar com
este material. Estamos também profundamente agradecidos pelo amplo apoio mo
ral e clerical que nos está sendo dado por muitos amigos do "WisdonVs Goldenrod
Center for Philosophic Studies".
Informações adicionais sobre o andamento destas anotações de P.B. podem
ser obtidas escrevendo para:
Paul Brunton Notebooks
WisdonVs Goldenrod Ltd.
5801 route 414
Valois, NY 14888
14
§
O modo de usar um livro de filosofia não é esperar compreendê-lo na pri
meira tentativa, e, consequentemente, nâo é ficar desencorajado quando o fra
casso em compreendê-lo for frequente. Usando dessa cautela, o leitor deve cui
dadosamente prestar atenção a cada frase ou parágrafo que traga uma resposta
intuitiva no sentimento profundo do coração (que não deve ser confundida com
uma aquiescência intelectual do mecanismo lógico da cabeça). Tão logo e todas
as vezes que isso acontecer, o leitor deverá interromper a leitura, colocar mo
mentaneamente o livro de lado e render-se apenas às palavras catalisadoras. Que
essas palavras trabalhem à sua própria maneira sobre ele. Precisa apenas estar quie
to e receptivo, pois é a partir dessa atitude que finalmente pode perceber que uma
porta se abre para o seu ser interior e uma luz brilha onde antes não havia nenhu
ma. Quando o leitor passa por essa porta e entra nessa luz, o restante do livro será
fácil de compreender.
-P.B.
Se você sente que os princípios abordados nestas páginas são verdadeiros,
lembre-se então de que a maior homenagem que você pode prestar à Verdade é
usá-la. A paz espiritual é dada como um prémio àqueles que aspiram sabiamen
te e que trabalharão incansavelmente para realizar a sua aspiração.
- P B.
17
1
A BUSCA
A escolha da Busca - Caminho independente - Grupos orga
nizados - Autodesenvolvimento - Estudante/instrutor
A Busca do Eu Superior nada mais é que o estágio final da longa procura da
felicidade pelo ser humano.
§ Jjj|. £ Jj
Quando um homem sente imperiosamente a necessidade de respeitar a si
mesmo, ele ouviu um tímido sussurro do seu Eu Superior. Dai em diante
começa a procurar meios e maneiras de merecer esse respeito. Isso inicia a
sua Busca.
S f § 3
O ponto central dessa Busca é a abertura interior do coração do ego para o
Eu Superior.
f. § J
Essa Busca não é para aqueles que sentem falta de uma reunião social to
das as manhãs de domingo, onde podem exibir suas boas roupas e ouvir boas pa
lavras. É para aqueles que sentem falta na vida de alguma coisa grande à qual
possam se dedicar; que não conseguem descansar satisfeitos ocupando-se apenas
de ganhar seu pão com manteiga ou de gastar o tempo em prazeres. Que causa,
que missão pode ser maior do que cumprir o propósito superior da vida sobre a
terra?
§
Estamos aqui sobre a terra empenhados numa missão sagrada. Temos de
encontrar o que os teólogos chamam de alma, o que os filósofos chamam de Eu
Superior. É algo que está ao mesmo tempo à mão, e contudo bem distante, pois
é a fonte secreta da nossa corrente-de-vida, da nossa individualidade e da nossa
consciência. Mas porque nossa energia-de-vida está continuamente se escoando
através dos sentidos, porque nossa individualidade está continuamente identifi
cada com o corpo, e porque nossa consciência nunca se contempla a si mesma,
o Eu Superior necessariamente se esquiva de nós por completo.
§ i il >
:
Há quatro objetivos que a filosofia apresenta à mente do homem: (1)
conhecer-se; (2) conhecer o seu Eu Superior; (3) conhecer o Universo; (4) co-
19