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DIRECTOR
Nº 1240 / 14 Março de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€
João Peixoto de Sousa
www.vidaeconomica.pt
Norte precisa 
José Silva Peneda, ex-ministro e eurodeputado do PSD, denuncia 
SUPLEMENTO ARAN
de um programa 
“Governo ajustou QREN  específico 
ARAN RECONHECIDA  de relançamento 
COMO ENTIDADE  económico 
DE UTILIDADE 
O QREN está em vigor há 
PÚBLICA ao calendário eleitoral”
15 meses, mas até hoje ainda 
Pág. III
não se investiu um euro. José 
Silva Peneda diz, em entrevista 
exclusiva à VE, que se trata de 
MERCADOS
um atraso propositado do Go-
A nossa análise verno, com fins eleitoralistas.
CITIBANK LANÇA  “Também  poderemos  estar 
perante um caso de azelhice, des-
BANCA DE RETALHO 
leixo ou incompetência”, acres-
REMUNERANDO  centa o eurodeputado do PSD.  
A 4% OS DEPÓSITOS  “Não podemos esquecer-nos que 
À ORDEM Penalizar o investimento  o Governo se comprometeu, em 
declaração solene, através do Con-
Pág. 41
em nome do défice  selho de Ministros, que o QREN 
estaria em vigor a 1 de Janeiro de 
INFORMÁTICA é uma estratégia errada 2007. Mas pior do que este atraso 
é não existir qualquer tipo de ex-
PHC  OLHA 
plicação para o mesmo”. 
PARA ESPANHA  Seja  como  for,  “com  isto, 
COM CAUTELA  penaliza-se o aumento de inves-
timento em nome do défice, o 
E AVANÇA NO MERCADO 
que é completamente errado em 
AFRICANO
termos de política económica”. 
Pág. 25
Pág. 10
GESTÃO “Azelhice“ 
e  “incompetência” 
Carlos Pimenta, professor 
política atrasam 
da FEP, afirma
execução do QREN
“ECONOMIA SOMBRA 
CORRESPONDE A 20% 
Golden Assets quer duplicar gestão de activos em Portugal
DO PIB NACIONAL”
Pág. 16
A Golden Assets, que tem uma carteira de activos sob gestão em Portugal de 126 milhões de euros, quer “duplicar 
PME os seus resultados em 2008” - afirma Pedro Azevedo, administrador daquela consultora e gestora de patrimónios.
Com uma estratégia assente  no rigor de análise, a Golden Assets proporcionou, em 2007, taxas de retorno de 12% 
UNIÃO EUROPEIA  e 18%. Quanto ao mercado accionista, “apesar de a volatilidade continuar alta, pensamos que já não constitui uma 
APOIA EMPRESAS  oportunidade de ganhos”, vaticina.
Pág. 36
COM 320 MILHÕES 
DE EUROS  75% DOS FUNDOS NOVA LEGISLAÇÃO  SKANDIA  CREDORES CHEGAM 
Pág. 18
DE INVESTIMENTO  PODE CONDICIONAR  PROPÕE SOLUÇÕES  MAIS RÁPIDO 
PERDEM VALOR TURISMO  DE ARQUITECTURA  À EXECUÇÃO
RESIDENCIAL ABERTA 
Durante o período de quebra  Os credores já podem solicitar 
PARA AUMENTAR 
das bolsas mundiais,  dos 269 fun- A nova lei dos empreendimen- por via electrónica o certificado 
dos de investimento domiciliados  tos turísticos, que vigorará no pró- NÍVEL DE POUPANÇA que atesta a sua dúvida e que lhes 
em Portugal,  199  perderam valor. ximo mês de Abril, pode condi- permite dar entrada mais rapida-
Os mais penalizados foram ine- cionar o desenvolvimento de pro- mente num processo executivo. As 
quivocamente os fundos de acções  jectos turísticos na área residen- injunções estão centralizadas no 
devido à fuga de capitais dos mer- cial. Segundo alguns responsáveis  Balcão Nacional de Injunções, em 
cados accionistas, mais voláteis e  do sector, que participaram num  Matosinhos, que tramita a infor-
arriscados que os das obrigações  encontro organizado pela revista  mação recebida de todas as secreta-
e das matérias-primas. As obriga- “Vida Imobiliária”,  o novo en- rias judiciais do país. No primeiro 
ções de taxa fixa foram os activos  quadramento jurídico ignora, na  dia, mais de quatro mil credores 
mais  procurados como refúgio. totalidade, o turismo residencial. José Pereira Dias, director-geral da Skan- aderiram à via electrónica. 
Pág. 40 Pág. 20 dia Link em Portugal. Pág. 38 Pág. 5
01240
9 720972 000037
2 ACTUALIDADE sexta-feira, 14 Março de 2008
Abertura
CAUSAS DO DIA-A-DIA NESTA EDIÇÃO
MANIFESTAÇÕES 
EM DEMOCRACIA
A cedência a grupos de pressão, ou o 
acolhimento de qualquer populismo, com o 
mero fi to de agradar a gregos e a troianos 
ANTÓNIO VILAR
e de manter o poder a qualquer preço, é 
ADVOGADO
antoniovilar@antoniovilarpt censurável.
Devemos a James Buchanan, prémio Nobel da Economia em 1986, a de- Pág. 5 Pág. 12 Pág. 16
monstração de que os cidadãos não dão o seu acordo a um sistema de decisão 
política puramente baseado na decisão por maioria. Segundo Buchanan, há, 
pois, três níveis diferentes de decisão colectiva: o nível constitucional, onde 
imperam regras fundamentais cuja alteração exige maiorias qualifi cadas; o  ACTUALIDADE CREDORES CHEGAM MAIS RÁPIDO À EXECUÇÃO
nível da aplicação da lei, onde o poder judicial arbitra confl itos; e, por fi m, o 
É um passo importante dado pelo Governo. Os credores com difi cul-
nível a decisão política, ou da governança. Num Estado de Direito, o equilí-
dades em cobrarem as suas dívidas já podem solicitar, por via elec-
brio dos poderes terá de conformar-se, pois, com as competências e limites as-
trónica, o seu certifi cado e assim darem entrada mais rapidamente 
sinalados legalmente aos protagonistas de todos aqueles níveis e de cada um.
num processo executivo. As injunções estão agora centralizadas no 
É por isso que a grande manifestação de professores da última semana não 
há-de aparecer como algo de dramaticamente anormal. Levar ao espaço pú- Balcão Nacional de Injunções, em Matosinhos.
blico o descontentamento civil e, até, a indignação cívica face a certas políti-
cas públicas faz parte do metabolismo das sociedades democráticas. Aliás, a  PME EMPRESAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
democracia assenta, por natureza, mais no confl ito do que no consenso – o  Existem alguns indícios de melhoria no sector da construção. Mas 
que nada tem de grave, ao menos até certo ponto. E a participação activa dos 
não o sufi ciente para acalmar os receios dos agentes do mercado 
cidadãos na vida pública – também através de manifestações de massas – não 
dos materiais de construção. Estes estão preocupados com o que 
é senão um sinal de vitalidade democrática. Ou deveria sê-lo.
se passa no país vizinho, donde a crise fi nanceira parece estar para 
A cedência a grupos de pressão, ou o acolhimento de qualquer populismo, 
durar e a requalifi cação urbana deixa muito a desejar, na óptica da 
com o mero fi to de agradar a gregos e a troianos e de manter o poder a qual-
quer preço, é que já parece censurável. E, dito isto, é óbvia a conclusão de que  Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC).
a governação liderada pela “rua” ou pelas sondagens, ou pela opinião publica-
da, em desrespeito de regras éticas, dos direitos fundamentais dos cidadãos, e  NEGÓCIOS E EMPRESAS “ECONOMIA SOMBRA CORRESPONDE 
das leis que nos regem e das instâncias que as aplicam, é má para a sociedade  A 20% DO PIB NACIONAL”
e péssima para a democracia.
A “economia sombra” não é fácil de quantifi car e qualifi car, mas 
O governo maioritário do PS, há três anos em funções, em várias áreas 
corresponderá a cerca de 20% do PIB nacional. É uma área em que 
teve a ousadia de inovar e reformar uma sociedade com múltiplas estruturas 
há de tudo um pouco, desde o desvio de fundos até complexos me-
arcaicas, medíocres e, até, pacóvias, tanto quanto organizadas para favorecer 
canismos de corrupção. Esta a perspectiva do economista e docente 
corporativismos inaceitáveis e proporcionar vida facial à corrupção. Em mui-
tos aspectos correspondeu, desse modo, às expectativas mais profundas dos  Carlos Pimenta, responsável pela primeira pós-graduação em Gestão 
cidadãos em geral, ainda que muito tenha, ainda, fi cado adiado e, em certos  da Fraude.
aspectos, as medidas tomadas possam ser criticáveis.
Mas é inegável que nestes três anos Portugal começou a mudar.
Ora é este movimento de mudança que não pode parar – sufragado oportu-
namente em eleições, respeitando os princípios constitucionais e obedecendo  HUMOR ECONÓMICO
às decisões do poder judicial.
Por mais fortes que sejam as razões dos professores – e dos juízes, dos far-
macêuticos, dos advogados, etc. – exige-se ao Governo da República que 
cumpra os objectivos que apresentou a sufrágio e que lhe deram a vitória. 
Sem autoritarismo, mas com competência; sem autismo, mas com fi rmeza 
democrática.
E das oposições – actualmente meros sacos de gatos bravos dum processo 
de autofagia – esperar-se-ão alternativas esclarecidas e melhores para os pro-
blemas nacionais.
Um governo sem oposição credível anda perto do precipício.
Uma maioria invertebrada não merece mais apoio.
BREVE
CMVM QUER TORNAR COIMAS MAIS PESADAS
EMPRESAS CITADAS RECTIFICAÇÃO
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários acha que é necessário tor-
nar mais gravosas as penas e as coimas aplicadas às empresas. Carlos 
GALP 
Tavares, presidente da entidade reguladora, também defende alterações  McDonald´s ...........................04 Quinta Essência ....................16
às regras incriminadoras. Em dois anos, as coimas aplicadas foram de 100  COM PLANO DE 
mil euros. EDP .....................................04 Heinz ...................................18
INVESTIMENTOS DE 
Perante este cenário, Tavares é de opinião que as multas não serão sufi cien-
temente gravosas. No caso das sociedades abertas/cotadas, defende que  TAP ......................................04 Optimus ...............................19 5,3 MIL MILHÕES
se justifi ca que a competência contra-ordenacional seja repensada. Mesmo 
assim, faz notar que dos 29 países Portugal está entre os 28 que aplicam  José de Mello Saúde ..............05 TMN .....................................19
O plano de investimentos da 
sanções criminais no âmbito do abuso de informação privilegiada e entre os 
Galp Energia, para o período 
25 que também as aplicam nos casos de manipulação de informação. BPN .....................................05 Vodafone ...............................19
2008  a  2012,  envolve  um 
total de 5,3 mil milhões de 
Sonae ...................................05 Siemens ...............................19
euros. São abrangidas as áre-
Corticeira Amorim ..................05 PT ........................................19 as de exploração e produção, 
refi nação e distribuição e gás 
EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR- Casais ..................................05 CB Richard Ellis ....................20 e  energia.  O  plano  abrange 
DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de  vários projectos em território 
Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima  DST .....................................05 Jones Lang LaSalle ................22 nacional.
Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; 
E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e  Ao canalizar mais de metade 
McLane Portugal ...................12 C&W .....................................22
Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto  do investimento previsto para 
- Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE  Portugal, o grupo energético 
LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815  Habiserve .............................12 Metro do Porto ......................23
contribui para o crescimento 
415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail assinatu
[email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém  Hoermann .............................12 Chip7 ...................................23 efectivo do PIB nacional, es-
E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009 timado em cerca de três mil 
EMPRESA  MEMBRO DA EUROPEAN  TIRAGEM CONTROLADA  Vital Dent .............................12 PHC .....................................25 milhões de euros. Vai também 
CERTIFICADA BUSINESS PRESS PELA: contribuir para a redução em 
Aerosoles ..............................14 Visa ......................................30 cerca de 520 milhões de euros 
na factura das importações e 
Fly London ............................14 Finibanco .............................33 criar mais de 7300 empregos 
directos e indirectos. A maior 
Eject ....................................14 Unicer ..................................45
fatia do investimento destina-
se à divisão de refi nação e dis-
Fladgate Partnership ..............14 Publicis ................................45
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 23.800 tribuição.
  4000 Município (Porto)            TAXA PAGA Gesventure ............................15 Iglo ......................................46
Registo na D G C S nº 109 477  •  Depósito Legal nº 33 445/89  •  ISSN 0871-4320  •  Registo do ICS nº 109 477
Foto do Santander
4 ACTUALIDADE sexta-feira, 14 Março de 2008
24% 8,9 15%
milhões de euros
Peso da banca  Contribuição
estrangeira Investimento de África
no mercado  do fisco na formação para as receitas
nacional de funcionários da TAP
ECONÓMETRO TENDÊNCIAS
FERREIRA DE OLIVEIRA
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS ESTÁ A DESCER
Os lucros milionários da Galp não ficaram a dever-se, em grande parte, ao 
aumento do preço do petróleo. Ferreira de Oliveira é reconhecidamente um  800000
gestor de topo e que conhece profundamente o mercado energético. A em-
presa tem diversificado os seus investimentos e as renováveis começam a  700000 747880 726523 708507
apresentar resultados positivos. Além disso, o responsável da energética tem  600000
619399
sabido lidar com os recursos humanos e os custos têm sido controlados. 
500000
Mesmo em empresas ricas, este factor é determinante. A empresa tem feito 
esforços consideráveis para reduzir os deperdícios. 400000
300000
AMÉRICO AMORIM
200000
Até se pode pensar que a lista dos mais ricos da “Forbes” mais não é que 
100000
uma feira de vaidades. Não será assim. Os nomes que lá aparecem são de 
empresários e, naturalmente, o facto de Amorim aparecer como o mais rico  0
1996 2005 2006 2007
de Portugal acaba por ter efeitos na actividade das suas empresas. Seja 
Fonte: Ministério das Finanças
como for, o “Rei da Cortiça” ultrapassou o “homem Sonae”, Belmiro de 
Azevedo. Ainda que seja sempre um exercício complicado e até algo utópico 
saber as razões concretas para as subidas e descidas destes milionários, a  INVESTIMENTOS DA EDP DISPARAM
realidade é que Américo nunca perde nos negócios que faz. Ainda que arris-
(mil milhões de euros)
que menos que o seu colega Belmiro de Azevedo.
3
JOSÉ PENEDOS 2.5
2.6
O presidente da REN anunciou investimentos de 1,43 mil milhões de euros 
2
na rede de abastecimento. Só por si já é uma boa notícia e que apenas 
tarda por tardia. Mas Penedos tem um outro mérito, está interessado em 
1.5
que os processos sejam mais transparentes. Portanto, as populações vão  1.5
1.4
ser informadas sobre o que vai ser feito. Entretanto, problemas antigos  1
continuam ainda por resolver, mas a empresa tem revelado maior abertura 
ao debate. 0.5
0
JOSÉ SÓCRATES 2005 2006 2007
Fonte: EDP
Os portugueses começam a dar-se conta que o Governo não está a agir da me-
lhor maneira em diversas áreas. E o primeiro-ministro parece estar a refugiar-
-se no seu mutismo para evitar dar a cara pelos seus ministros. A ministra da  IMPORTAÇÕES EXTRACOMUNITÁRIAS ACELERAM
Educação sofreu uma pesada derrota, o ministro da Agricultura estava melhor  (em milhões de euros)
como eurocrata, o ministro do Ambiente nem se sabe onde anda, o que signifi-
1400
ca que não há política para esta área, Santos Silva diz o que não deve e revela 
1350
um autoritarismo latente, na pior acepção da palavra. Alberto Costa é salvo, 
1300
“in extremis”, pelo secretário de Estado, de resto é sabida a sua falta de tacto 
político. Quanto a Mário Lino, o que diz hoje pode não ser verdade amanhã. 1250
1200
1150
1100
FACTOS RELEVANTES
1050
1000
950
CRIAÇÃO DE TRABALHO NÃO ESCONDE
900
Jan./07 Fev./07 Mar./07 Abr./07 Mai./07 Jun./07 Jul./07 Ago./07 Set./07 Out./07 Nov./07 Dez./07 Jan./08
FRAGILIDADES NO EMPREGO EUROPEU
Fonte: INE
Quase 6,5 milhões de novos  globais para encontrar um equi- rem a reformas de fundo ao nível 
postos de trabalho foram criados  líbrio entre mais flexibilidade no  da legislação laboral.
REVISTA DE IMPRENSA
na União Europeia, ao longo dos  mercado de trabalho e seguran- Entretanto, algumas regiões e 
dois últimos anos. E estão pre- ça do emprego. Até ao momento,  grupos têm sido menos benefi-
vistos  mais  cinco  milhões  até  o seu desempenho relativamen- ciados. As pessoas pouco quali- FINANCIAL TIMES
ao final do ano que vem. Apesar  te  a  componentes  específicas  ficadas, os deficientes e os mi-
de o relatório sobre emprego da  de flexigurança tem-se revelado  grantes ainda defrontam proble- McDonald´s supera expectativas
Comissão Europeia revelar opti- menos positivo. A segmentação  mas. O desemprego dos jovens 
mismo, há áreas de preocupação  do mercado de trabalho perma- continua  a  ser  um  problema  McDonald´s, a principal cadeia de comida rápida a nível mundial, au-
persistente,  nomeadamente  o  nece uma problema significativo  grave em muitos Estados-mem- mentou as suas vendas nas lojas abertas há menos de um ano. O aumento 
desemprego dos jovens e o in- em vários Estados-membros, es- bros. A realidade é que, entre os  foi de 11,7%, em Fevereiro, superando as expectativas dos analistas.
vestimento insuficiente em edu- tando muitos deles a centrarem  jovens, a probabilidade de estar  As vendas totais de multinacional norte-americana cresceram cerca de 
cação e formação. esforços em aspectos específicos  desempregado mais do que du- 8,3% nos Estados Unidos e mais de 15% na Europa. Já a divisão que in-
Cerca de metade dos países  da regulamentação do mercado  plica em relação ao conjunto da  tegra os mercados do Pacífico, do Médio Oriente e África  aumentou em 
está  a  desenvolver  estratégias  de trabalho, em vez de procede- mão-de-obra. quase 11% o respectivo volume de negócios. A empresa viu a sua acção 
sair reforçada na bolsa de Nova Iorque.
INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO
EXPANSIÓN
ADAPTA-SE AOS DESAFIOS DO MERCADO
Crise financeira aumenta ataques de coração
Apesar  de  uma  ligeira  que- A análise corrobora o “Estudo  versidade. Assim, ambos os es-
bra  no  número  de  empresas  estratégico das indústrias de ma- tudos asseveram que a indústria  Perto de dez mil pessoas deverão perder o emprego, este ano, no sector fi-
que compõem o sector, a pro- deirae mobiliário”, da responsa- de mobiliária foi um dos secto- nanceiro londrino (conhecido por City), o que ficará a dever-se à crise nos 
dução nacional de mobiliário e  bilidade da AIMMP, que adianta  res tradicionais da indústria na- mercados e à quebra e ao desaparecimento de alguns fundos e entidades 
colchões apresentou aumentos  que o sector tem revelado uma  cional que mais cresceram nos  de investimento.
consideráveis no volume de ne- grande  capacidade  de  adapta- mercados internacionais e que  Esta situação poderá resultar num crescimento considerável de ataques de 
gócios e no valor acrescentado.  ção às solitações do mercado.  conheceu  uma  evolução  mais  coração. Uma análise recente dá conta que poderão ocorrer até cinco mil 
Também se verificou uma taxa  O  desenvolvimento  tecnológico  significativa no desenvolvimen- mortes por ataque de coração, a juntar às cerca de 50 mil que têm lugar 
de variação elevada em termos  e  a  flexibilidade  na  produção  to de produtos, estratégias de        todos os anos no Reino Unido. Entre os falecidos haverá ainda que con-
de produtividade, revela um es- possibilitaram desenvolver novos  marketing e evolução na cadeia  tabilizar os os investidores e os aforradores, para além dos profissionais do 
tudo da AEP. produtos e estilos, a par da di- de valor. sistema financeiro (...).
sexta-feira, 14 Março de 2008 ACTUALIDADE 5
Balcão Nacional de Injunções vai acelerar obtenção do certificado de dívida
Credores chegam mais rápido à execução
Os credores com dificuldade em cobrar as suas dívidas já podem solicitar por 
via electrónica o certificado que atesta a sua dúvida e que lhes permite dar 
entrada mais rapidamente num processo executivo. As injunções estão agora 
centralizadas no Balcão Nacional de Injunções, em Matosinhos, que tramita 
a informação recebida de todas as secretarias judiciais do país. Só no primeiro 
dia, mais de quatro mil credores pediram o seu certificado de dívida por via 
electrónica.
Mais de quatro mil injun- o credor tenha de interpor uma  notificados  para  pagar  a  dívida 
ções  foram  requeridas  acção judicial declarativa, para que  ou  contestá-la.  Perante  este  úl-
através  da  internet  no  a dívida seja reconhecida, e que só  timo caso, o processo segue para 
primeiro dia de vida do Balcão  depois possa avançar para uma ac- tribunal, numa acção declarativa 
Nacional de Injunções, revelou o  ção executiva. A injunção sempre  para se apurar a autenticidade da 
Ministério da Justiça. Na verdade,  foi um procedimento mais sim- dívida  alegada  pelo  requerente. 
os pedidos de injunções por via  ples e célere do que a acção judi- Com a entrada em vigor do Bal-
electrónica corresponderam nesse  cial declarativa, mas com a criação  cão Nacional de Injunções, o en-
dia a mais de 98% do total de in- do Balcão Nacional de Injunções  vio da injunção para o tribunal é 
junções requeridas, o que demons- o Governo tenciona tornar todos  agora feito por via electrónica e 
tra um elevado índice de adesão ao  estes  procedimentos  ainda  mais  o requerente avisado de todos os 
novo canal de acesso às injunções.  rápidos, uma vez que os dados são  passos do processo via e-mail. Se, 
É no recém-criado Balcão Na- directamente introduzidos no sis- ao invés, o devedor não contes-
cional de Injunções, que o Pri- tema informático. Além disso, o  tar a dívida, o credor recebe um 
meiro-Ministro  inaugurou  em  processo fica também mais barato,  título  executivo  electrónico  que  Só no primeiro dia, mais de quatro mil credores pediram o seu certificado de dívida por 
Matosinhos,  que  estão  agora  uma vez que o custo da entrega de  lhe permite interpor uma acção  via electrónica.
centralizados todos os dados refe- requerimento por via electrónica  executiva  para  cobrança  judicial 
já era o procedimento mais utili- face àqueles que recorrem à acção 
rentes a injunções requeridas e a  é reduzido para metade face ao  da  dívida,  entregando  apenas  o 
zado pelos credores, exactamente  judicial declarativa. 
decorrer. As informações chegam  custo da tradicional entrega em  código que lhe foi atribuído pelo 
pela sua simplicidade e celeridade.  Com isso, o Executivo espera 
por  via  electrónica,  através  do  suporte papel. Balcão. Caberá, depois, ao agente 
Segundo as estatísticas do Minis- também  acelerar  a  cobrança  de 
programa Citius, onde advogados  de execução ou ao tribunal confir-
tério da Justiça, as acções judiciais  dívidas, fonte de atraso na econo-
e solicitadores introduzem direc- Multas aos resistentes mar on-line os dados da injunção 
declarativas para certificar dívidas  mia nacional. Só no dia de estreia 
tamente os dados, ou através de  associados ao código apresentado. 
rondam actualmente as 100 000.  do Balcão Nacional de Injunções 
ficheiro informático recebido nas  Aos  advogados  e  solicitadores  Esta entrega do código electrónico 
Com a redução das taxas de jus- os  requerimentos  apresentados 
várias secretarias judiciais espalha- que  não  apresentem  o  requeri- torna ainda desnecessária a entrega 
tiça a aplicar aos requerimentos  correspondiam a 3,9 milhões de 
das pelo país. Com tendência para  mento de uma injunção por via  de certidões em papel para recupe-
de injunções e a desmaterialização  euros em dívida a mais de quatro 
diminuir estão os pedidos de in- electrónica  será  cobrada  uma  ração do IVA.
dos  procedimentos,  o  Governo  mil credores.
junções entregues em papel. Nes- multa de 48 euros. Os mandatá- Anualmente,  são  interpostas 
acredita que aumente o número 
tes  casos,  cabe  aos  funcionários  rios deverão recorrer ao sistema  cerca de 280 mil injunções. Este  ANA SANTOS GOMES
da secretaria judicial introduzir os  informático Citius, acessível em  de credores a recorrer à injunção  [email protected]
dados no sistema informático, que  http://citius.tribunaisnet.mj.pt, 
CUSTO DE UMA INJUNÇÃO
os encaminha também para o Bal- para aí preencherem directamente 
cão Nacional de Injunções. o formulário electrónico com os  Valor do procedimento Entrega em papel Entrega por via electrónica
Com a tramitação da injunção  dados  do  requerimento.  Podem  Até 1875 euros 24 euros 12 euros
acelerada, é mais fácil para o cre- ainda, em alternativa, enviar para 
De 1875 a 3750 euros 48 euros 24 euros
dor obter o certificado que atesta  um  ficheiro  informático  previa-
a dívida declarada, caso não surja  mente elaborado para este efeito.  De 3750 a 15 000 euros 96 euros 48 euros
qualquer oposição fundamentada  Se o requerimento for apresentado  Mais de 15 000 euros 192 euros 96 euros
do devedor. A injunção constitui  directamente pelo credor, poderá 
Mais 48 euros por cada       Mais 24 euros por cada        
precisamente um título executivo  ser entregue nas secretarias judi-
assinado pelo secretário judicial e  ciais em ficheiro electrónico ou  Mais de 30 000 euros 15 000 euros, até ao limite  15 000 euros, até ao limite 
com o qual o credor poderá avan- em papel. de 250 000 euros de 250 000 euros
çar imediatamente para o processo  Seguindo a tramitação habitual 
executivo. Evita, desta forma, que  das injunções, os devedores são  Fonte: Ministério da Justiça
José de Mello Saúde compra clínica   Governo acaba com a aposentação 
ao Grupo Português de Saúde compulsiva como sanção disciplinar
A José de Mello Saúde, liderada por Sal- de consulta, uma unidade de fisioterapia, três  O Governo aprovou, na generalidade,  Tudo “sem prejuízo da salvaguarda dos 
vador de Mello, chegou a acordo, a semana  salas de bloco operatório com capacidade de  na reunião de Conselho de Ministros da  direitos individuais” que, em muitos casos, 
passada, com o Grupo Português de Saúde  internamento, uma gama alargada de espe- semana  passada,  o  Estatuto  Disciplinar  saem até “mais reforçados”.
(GPS), integrado na Sociedade Lusa de Ne- cialidades médicas e serviço de atendimento  dos Trabalhadores que Exercem Funções  Das alterações aprovadas destacam-se a 
gócios (SLN), para adquirir a Clínica Uni- permanente, para além da oferta ao nível da  Públicas e que deverá substituir o regime  redução dos prazos de prescrição do direito 
med de Cascais, a primeira do GPS constru- imagiologia e da hemodiálise. anterior, datado de 1984. de instaurar procedimento disciplinar (de 
ída de raiz, inaugurada em Outubro de 2006  A José de Mello Saúde reconhece que a Clí- Os  principais  objectivos  prendem-se  3 anos para 1 ano e de 3 meses para 1 mês, 
e que representou então um investimento  nica Unimed Cascais “estava dotada de equi- com a “adequação ao novo regime sobre  quando for directamente constatada pelo 
superior a 20 milhões de euros. A concretiza- pas profissionais de reconhecida experiência”,  vinculação, carreiras e remunerações, do  superior hierárquico) e a fixação de um 
ção deste negócio, que se segue à saída de José  com “equipamento moderno e elevado nível  regime disciplinar, que passa a ser aplicá- prazo de 18 meses para a conclusão dos 
de Oliveira e Costa da liderança, transitória,  de conforto”, a que se juntam acordos com  vel a todos os trabalhadores que exercem  processos, uma vez que antes não existia 
do GPS e da presidência executiva do Banco  as principais seguradoras e subsistemas de  funções públicas, qualquer que seja a mo- qualquer prazo.
Português de Negócios (BPN), vai permitir  saúde.  Esta aquisição ao Grupo Português  dalidade de vinculação”. Assim, em vez de  Elimina-se ainda o dever de participação 
à José de Mello Saúde juntar as actividades  de Saúde, concretizada menos de um mês  dois estatutos disciplinares – um aplicável  de infracção disciplinar e reduzem-se as pe-
e valências do Instituto Médico de Cascais,  depois da abertura da Clínicacuf Torres Ve- aos funcionários e agentes e outro aos con- nas disciplinares. 
uma unidade de ambulatório que já integra- dras e da inauguração oficial do Institutocuf  tratados – passa a haver apenas um.  Assim, desaparece a pena de inactividade 
va o seu universo de participações, com as ac- Diagnóstico e Tratamento, em Matosinhos,  O Governo quer ainda fazer a “aproxi- e a de aposentação compulsiva constante 
tividades e valências da Clínica Unimed. Daí  revela “mais uma importante etapa na estra- mação ao regime laboral comum”, desig- do anterior estatuto, mantendo-se a pena 
surgirá a nova Clínicacuf Cascais, já a partir  tégia de crescimento e expansão da rede Saú- nadamente no que se refere às penas e res- de suspensão. 
do início do mês de Abril. A futura Clínica- decuf, reforçando, ao mesmo tempo, o com- pectiva medida e à “adequação do estatuto  Desaparece, também, a pena de perda 
cuf Cascais, que representa para a JMS um  promisso assumido no sentido de contribuir  disciplinar – na linha da simplificação e  de dias de férias, constante do Código do 
investimento de 23 milhões de euros, está  activamente para a melhoria e modernização  aceleração  dos  procedimentos  adminis- Trabalho, e que até agora era aplicável aos 
localizada numa área considerada “com ex- dos cuidados de saúde em Portugal”, explica  trativos – a objectivos mais pragmáticos,  trabalhadores em regime de contrato indi-
celentes acessibilidades”, possuindo cerca de   a José de Mello Saúde em comunicado. mediante a introdução de mecanismos que  vidual de trabalho. 
13 500 m2 de construção, distribuídos por 7  impõem maior celeridade na tramitação 
pisos. Esta unidade vai dispor de 40 gabinetes  teresasilveira@TvEiRdaEeScAo nSoImLViEcaIR.pAt dos procedimentos disciplinares”.  teresasilveira@TvEiRdaEeScAo nSoImLViEcaIR.pAt
6 ACTUALIDADE sexta-feira, 14 Março de 2008
Empresas portuguesas marcam presença na BIEMH
A 25ª edição da Bienal Espanhola de Máquinas e Ferramentas (BIEMH), realizada recentemente na Feira de Exposições 
de Bilbau, contou com 1761 expositores de 36 países, distríbuidos por 788 stands.
Considerada a terceira maior  O evento contou ainda com a 
feira do sector das máqui- nona  edição  do  Prémio  Nacio- Empresas com falta
nas e ferramentas, a BIE- nal de Desenho para Máquinas e  de capacidade
MH 2008 contou com a presença  Ferramentas, organizado pela BAI 
para comprarem
de  várias  empresas  portuguesas,  Agência de Inovação, com a cola-
algumas delas com apoio da AIM- boração da AFM e do BEC.  novos equipamentos
MAP - Associação dos Industriais  A  “ONA  Electroerosión”  foi 
Metalúrgicos, Metalomecânicos e  este ano distinguida pelo júri por  A outra empresa presente foi a 
Electrocromagem, a operar na 
Afins de Portugal. conseguir a “integração de dife-
termolacagem  e  nos  equipa-
O director da AIMMAP, Ra- rentes elementos, sua ergonomia e 
mentos para panificação. O seu 
fael  Campos  Pereira,  destaca  a  comunicação”. As empresas Ibar- sócio-gerente,  Domingos  Tei-
“oportunidade única que a feira  mia Innovatek e Danobat conse- xeira, considera esta uma feira 
de Bilbau dá aos fabricantes para  guiram também distinções pelos  excelente a todos os níveis. São 
acompanhar de perto as últimas  seus projectos.  apresentadas as máquinas mais 
tecnologias e modelos na genera- A Feira de Bilbau constitui uma oportunidade única para acompanhar de perto  Na categoria de máquinas de  modernas do sector, ainda que 
lidade das indústrias”. O número  as últimas tecnologias e modelos na indústria das máquinas e ferramentas. grande tamanho o prémio foi para  o tecido empresarial nacional 
tenha grandes dificuldades na 
de participantes e visitantes au- a  Nicolás  Manufacturing  pela 
aquisição de tal tipo de equi-
mentou e as doze empresas que  “coerência,  equilibrio,  elegância 
vantagens apontadas pelos portu- pamento. 
entraram na BIEMH com o apoio  gueses presentes em Bilbau. Empresas portuguesas  e pela integração de critérios de  Também  para  este  empresá-
da AIMMAP mostraram-se “mui- A organização do evento conside- presentes na BIEMH ecodesenho e dispositivos de se- rio, a visita realizada a Bilbau 
to satisfeitas com o evento”. gurança  no  funcionamento”  da  teve a ver com a necessidade 
ra a afluência de visitantes estrangei-
 Na BIEMH 2008, os fabrican- Albino – Guimarães da Silva máquina LANZA.  de conhecer o que se está a 
ros “excelente”, tendo em conta a si-
tes e distribuidores mais relevantes  AMOB – Máquinas e Ferramentas fazer em termos de novas tec-
tuação macroeconómica de alguma  Cifial – Centro Industrial Ferragens Conhecer tendências nologias, a par da recolha de 
da área das máquinas e ferramentas 
incerteza e desaceleração.  Electrocromagem do Bonfim e gerir contactos informação.  Basicamente,  foi 
deram a conhecer as mais recentes  Em Bilbau estiveram presentes  T.S.F. Metalúrgica de Precisão com a intenção de saber o que 
tecnologias e serviços das empre- profissionais de países de referên- Fersal – Fernando Almeida era suportável para uma empre-
sas líderes na sua especialidade.  cia pelo elevado nível de industria- Lopez e Rico As empresas portuguesas que es- sa deste tipo, numa actividade 
Este ano, o número de visitan- lização, como a Itália, Alemanha e  MBO BINDER – Máquinas Gráficas tiveram representadas na 25ª edi- em rápida evolução. Uma coisa 
M. António Silva ção da BIEMH fazem um balanço 
tes da BIEMH ultrapassou as 52  Suíça, e representantes de países  é certa, as empresas nacionais 
mil pessoas, o que significou um  que começam a ganhar visibili- MOpetciâcnuitc –a  KEnxaucthta positivo desta feira. têm uma capacidade financeira 
crescimento de 12%, no que diz  dade no sector, como a China e a  PJ Ferramentas A AMOB – Máquinas e Ferra- muito reduzida para absorve-
mentas destaca o número de visi- rem este tipo de produto.
respeito a visitantes estrangeiros,  Rússia.  SNA Europe (Industries)
tantes da feira, que se mostraram  “Penso que este tipo de indús-
e 9,4% de visitantes da casa. A  VERCOR – Artigos Eléctricos
“mais interessados e mais activos”.  tria, no nosso país, está quase 
feira foi uma parceria do Centro  Expectativas superadas A empresa destaca os “contactos  condenado.  Logo  à  partida, 
de Exposições de Bilbau (BEC)  e  cação, no cliente e seus processos,  não existe pessoal qualificado. 
proveitosos” que se adquirem nes-
da Associação de Fabricantes de  O presidente da AFM, Koldo  onde  se  realizaram  uma  grande  Por sua vez, os equipamentos 
te tipo de iniciativas e que nesta 
Máquinas e Ferramentas (AFM) e  Arandia, diz que esta edição da   quantidade de contactos de boa  são cada vez mais complexos e 
feira  se  sentem  particularmen-
contou com a presença de várias  BIEMH superou as expectativas  qualidade que garantem uma ocu- obrigam a ter operadores alta-
te porque “o País Basco é muito  mente preparados. O que im-
empresas portuguesas.  e que “tecnologicamente tratou-se  pação completa, graças aos pedi-
forte no sector” em que a AMOB  plica  elevados  investimentos. 
Conhecer as novas tendências  de uma exposição muito interes- dos que se vão fechar durante os 
opera.  A tendência é para os produtos 
e gerir contactos são as principais  sante, centrada sobretudo na apli- próximos meses”. 
A Opticut – Knuth Lda. acredi- serem cada vez mais oriundos 
ta que só daqui a três meses é que  dos mercados externos”, expli-
cou Domingos Teixeira. No caso 
Feiras internacionais são indispensáveis nas estratégias empresariais se podem avaliar os resultados da 
da sua empresa, a opção foi 
participação na feira, já que “os re-
operar em nichos de mercado. 
As empresas nacionais estão conscientes da neces- casse a Bilbau para participar na feira. Aliás, como  sultados não são imediatos”, mas  Apenas  produz  equipamentos 
sidade de participarem nas feiras internacionais. A  fez questão de afirmar o empresário, não se trata de  “as perspectivas são boas”.
ligeiros, o que ainda tem al-
M. António Silva e a Termolacagem são dois exem- uma feira para angariar clientes, mas sobretudo para  A T.S.F. - Metalúrgica de Preci- gum mercado. Os atrasos nos 
plos dessa realidade. Ambas estiveram presentes na  recolher o máximo de informação possível. Além dis- são faz também um balanço posi- pagamentos representam outro 
BIEMH, em Bilbau. Os objectivos foram comuns,  so, há sempre a possibilidade de fechar negócio para 
tivo da participação na BIEMH.  problema grave, mas tal tam-
saber qual o estado da indústria a nível internacio- aquisição de uma máquina, ainda que não se esteja 
A feira é uma boa oportunidade  bém depende da forma como é 
nal e conhecer as novas tecnologias, numa fileira em  numa fase muito propícia a investimentos. Todavia, 
permanente evolução técnica. só quem investe é que tem capacidade para perma- para “conhecer novas tecnologias”  gerida a empresa. “Haverá que 
ter  cuidados  acrescidos,  agir 
A primeira empresa dedica-se à fundição de latão e  necer neste mercado tão concorrencial. e fazer “bons contactos”. Pedro 
com muita cautela, para evitar 
acabamentos, sendo que o seu sócio-gerente, Antó- Para António Silva, um dos principais problemas  Sousa, da T.S.F., destaca ainda o 
o alargamento dos prazos.”
nio Silva, deixou claro que se trata de uma feira de  que se colocam à sua actividade prende-se com os  crescente número de portugueses 
elevada competitividade, com a particularidade de  atrasos nos pagamentos. Para agravar ainda mais a 
na feira. 
abranger toda a fileira da metalomecânica. “A feira  situação, quando se tratam de exportações, os re-
permite ter uma visão alargada do actual estado do  embolsos do IVA também tarda. É por isso que não  Juan Fernandez, da MBO Bin- é a melhor forma de ter conheci-
sector, como se está a desenvolver, os problemas  é possível fazer os necessários investimentos ao rit- der – Máquinas Gráficas, destaca  mento das novidades mais impor-
que se colocam e que estratégias devem ser defini- mo desejável. Por outro lado, continua a verificar-se  a eficácia da comunicação pessoal  tantes.
das. As novas tecnologias têm uma lugar de desta- concorrência desleal. “Pensa-se menos na qualida- que se faz neste tipo de eventos. A 
que neste certame.” Não é um acaso que se tratase  de e mais em preços baixos. O cliente acaba por sair  empresa já esteve presente noutras  MARIANA PINTO
da terceira vez que esta empresa da Trofa se deslo- a perder”, concluiu. E GUILHERME OSSWALD
edições da feira e acredita que esta 
[email protected]
“Profissão: Engenheiro” Golf Quinta da Barca inaugura
encerra hoje na FEUP
escultura de Noé Diniz
Decorre há quatro dias na Faculdade  porcionadas aquando da escolha de um 
No próximo domingo, dia 16 de  dade da SSAB Swedish Steel em Portugal, 
de Engenharia da Universidade do Porto  dos cursos superiores ali ministrados.
Março,  a  SSAB  Swedish  Steel  baseada na oferta não só de aços mas tam-
(FEUP) a iniciativa “Profissão: Engenhei- Recorde-se que a FEUP regista habitu-
inaugurará, com a empresa For- bém de produtos finais quando solicitados 
ro”, que encerra hoje, sexta-feira, às 18h00.  almente taxas de empregabilidade muito 
mstampa,  uma  escultura  da  autoria  do  pelos clientes, utilizando o seu know-how 
Com cerca de mil alunos inscritos, oriun- altas: em 2006, e num total de 604 alunos 
arquitecto Noé Diniz, no Golf Quinta da  e o elevado rol de parceiros, entre os quais 
dos de 30 escolas, esta iniciativa tem como  formados, 92,4% obtiveram emprego até 
Barca, escultura esta inserida no patrocínio  a Formstampa. A parceria estabelecida en-
objectivo mostrar aos estudantes pré-uni- seis meses depois de terminarem o curso e 
do buraco “Green Steel”, o buraco 1 deste  tre a SSAB e a Formstampa será portanto 
versitários quais as saídas profissionais pro- 57,6% até um mês depois. 
campo de golfe, situado em Esposende.  celebrada com o patrocínio do buraco de 
A inauguração da escultura realizar-se-á  golf “Green Steel”, cujo principal objectivo 
durante o Torneio dos 3 Ferros, organizado  é, entre outros, o desenvolvimento de rela-
Estatuto dos Benefícios Fiscais alterado pelo Golf Quinta da Barca, com o apoio  ções empresariais.
das  empresas  patrocinadoras  do  buraco  Após a apresentação da escultura e da 
Green Steel (SSAB Swedish Steel e Forms- inauguração do buraco “Green Steel”, os 
O Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF)  alterações, efectuadas em 2001), a conso- tampa), bem como da Arcádia, prestigiada  convidados  poderão  conhecer  em  por-
vai ser republicado. lidação de todas alterações produzidas e a  pelos seus históricos e apeteciveis chocola- menor o projecto da SSAB, bem como 
Ao abrigo de uma autorização legislativa,  harmonização e simplificação das disposi- tes.  degustar a fantástica paisagem deste local 
o Governo acaba de aprovar em Conselho  ções vigentes, por forma a que os mesmos  A  inauguração  iniciar-se-á,  assim,  às  esplêndido, tendo também a possibilidade 
de Ministros um decreto-lei que republica  conceitos sejam, tanto quanto possível, ex- 11h00 com a apresentação da escultura que  de conhecer melhor o desporto magnífico 
o EBF, “visando a sua actualização (após as  pressos com os mesmo vocábulos técnicos”. marca o início de uma nova etapa na activi- que é o golfe.
sexta-feira, 14 Março de 2008 ACTUALIDADE 7
Conferência Events Marketing Experiences revela casos de sucesso
Eventos são um canal privilegiado 
para o marketing das empresas
Cada vez mais as empresas procuram, como estratégia de marketing, associar-se a eventos 
de cariz cultural ou social. Apesar da reconhecida eficácia como meio de divulgação de 
produtos e serviços, há dificuldade em medir e quantificar o sucesso destas iniciativas. 
Estas foram algumas das principais conclusões retiradas da primeira conferência Events 
Marketing Experiences, realizada recentemente no Sheraton Porto Hotel & Spa.
É hoje impossível ignorar a importância dos eventos como forma de 
O encontro serviu ainda para apresentar vários casos de sucesso na área dos eventos. difusão e promoção de produtos e serviços.
Representando  já  uma  importante  Consultants, e do papel dos “eventos de  empresarial e deve fazer parte da sua es- investimento dos patrocinadores”. A neces-
parcela da estratégia de marketing  luxo para nichos de mercado de turismo”,  tratégia, no sentido de contribuir para o  sidade de validação deste tipo de investi-
de  algumas  empresas  nacionais  e  abordado por Mário Sacramento, admi- desenvolvimento  económico,  cultural  e  mentos, facilitando o processo de decisão 
internacionais, os eventos são uma forma  nistrador da  Portugal Deluxe. Procurando  social do País”.  e de identificação de oportunidades através 
simples de envolver e atrair um elevado nú- sempre um equilíbrio entre conteúdos téc- Por outro lado, o director-geral da Cision  de sucessos e falhanços anteriores, exige a 
mero de clientes ou potenciais clientes num  nicos e práticos, foram apresentados, ainda  Portugal referiu também que o impacto do  “necessidade de quantificação do retorno 
ambiente que visa a promoção e divulgação  durante esta primeira sessão do evento, os  investimento realizado em termos de pro- do investimento”. 
das marcas e serviços das empresas interve- exemplos do Millenium BCP, da RedBull  moção do desenvolvimento cultural e social  Para Uriel Oliveira, é também importante 
nientes. Portugal e da Fundação de Serralves.  possibilita, simultaneamente, uma optimiza- a “integração do patrocínio na estratégia de 
Apesar de ainda não ser uma prática mui- De certo modo associado a este último caso,  ção do retorno no que se refere à visibilidade  comunicação da empresa”, fidelizando acti-
to consensual, é já impossível ignorar a exis- o dia terminou com a apre- e notoriedade da marca. vos e maximizando os resultados. “Esta não 
tência desta forma de difusão e promoção  sentação de José Santos, di- A integração Seguindo  o  mesmo  pode ser considerada como uma acção avul-
de produtos e serviços. Porém, subsistem  rector-geral da Cision Por- modelo de apresentações  sa, ela deverá ter por objectivo criar valor à 
do patrocínio
ainda algumas divergências na avaliação da  tugal, sobre “a importância  e debates, o segundo dia  marca de modo contínuo e perdurável”, re-
sua eficácia, uma medição e quantificação  do mecenato”. na estratégia do seminário principiou  feriu.
necessárias para determinar o sucesso destas  O  mecenato  “é  o  in- com a avaliação da “im- No desenvolvimento da sua apresenta-
iniciativas e prever a evolução da percepção  centivo  e  patrocínio  de  de comunicação  portância dos eventos e  ção, o vice-presidente da Cision Portugal 
do público sobre a marca. artistas e literatos e, mais  seu retorno para o país”,  abordou ainda a estimativa dos impactos 
da empresa fideliza 
O programa do primeiro dia iniciou- amplamente, de activida- uma  exposição  a  cargo  geográficos e demográficos do evento, da 
se com a participação de Gonçalo Mayan  des artísticas e culturais.  activos e maximiza  de Pedro Mello Breyner,  quantificação dos valores tangíveis e intan-
Gonçalves, Vereador da Cultura, Despor- Num  sentido  mais  am- Gestor  de  Eventos  do  gíveis para a marca e da avaliação dos efei-
resultados
tos e Lazer da Câmara Municipal do Porto,  plo, fala-se de mecenato  Turismo de Portugal. Ao  tos no mercado.
que procurou partilhar “a importância dos  para designar o incentivo  longo desta segunda ses- Através deste seminário foi assim possível 
eventos para uma autarquia”.  financeiro de actividades culturais, como  são foram também realizadas exposições  contactar com alguns marketeers nacionais 
Por outro lado, foram também debatidas  exposições de arte, feiras de livros, peças de  sobre as experiências e ensinamentos da  e estrangeiros, responsáveis pela organização 
questões associadas à “complexidade cres- teatro, produções cinematográficas, restau- Unicer, da cadeia de hotéis Sheraton e da  de alguns dos mais importantes eventos na-
cente dos eventos empresariais”, através de  ro de obras de arte e monumentos”.  Renault Portugal. cionais, compartilhar as suas experiências, 
Pedro Rodrigues, director-geral da Desafio  Para José Santos, “a Responsabilidade  Já  próximo  do  momento  de  encerra- os seus sucessos e insucessos e saber como 
Global, do papel da “televisão – uma shop  Social das empresas é de particular im- mento, Uriel Oliveira, Vice-presidente da  avaliam o retorno do seu investimento.
window internacional”, por Andrew Mar- portância no âmbito das políticas de de- Cision Portugal, foi convidado para abor-
FERNANDA SILVA TEIXEIRA
riott, director-geral da Pitlane Productions  senvolvimento  sustentável  e  cidadania  dar “a avaliação do retorno dos eventos e  [email protected]
Municípios têm poderes  PUB
reforçados no QREN
O  Governo  vai  submeter  à  da  execução  descentralizada  ou 
aprovação dac Assembleia da Re- na contratualização de parcerias 
pública duas propostas de lei que  para gestão de parcelas dos pro-
dão  um  novo  enquadramento  gramas operacionais regionais.
ao associativismo municipal no  Incentiva-se, ainda, a constitui-
QREN – Quadro e Referência  ção de CI com delimitação equi-
Estratégico Nacional.  valente à das NUTS II.
Uma dessas propostas visa re- A segunda proposta de lei visa 
formular  o  modelo  associativo  criar  um  quadro  institucional 
municipal  actual,  adequando-o  específico  para  as  áreas  metro-
às necessidades da nova Lei das  politanas de Lisboa e do Porto, 
Finanças Locais, do Quadro de  de forma a criar uma autoridade 
Referência  Estratégica  Nacional  efectiva à escala metropolitana.
As  áreas  metropo-
litanas passam a de-
sempenhar um papel 
de escala mais elevada 
ao  nível  do  planea-
mento e gestão da es-
tratégia de desenvol-
vimento  económico, 
social e ambiental do 
(QREN) e da descentralização de  seu território e terão condições 
competências. Esta proposta de  para assegurar a articulação entre 
lei vem, assim, determinar a tipo- os municípios, bem como entre 
logia, natureza e constituição das  os municípios e os serviços da ad-
associações de municípios, pre- ministração central.
vendo dois tipos de associações  Prevê-se, também, que as actu-
de municípios: as fins múltiplos,  ações das entidades públicas de 
onde se incluem as comunidades  nível metropolitano passam a ser 
intermunicipais (CI) e  as de fins  planeadas pelas áreas metropoli-
específicos. tanas.
Relativamente às CI, valoriza-se  As áreas metropolitanas serão 
o seu papel nos órgãos de aconse- consideradas parceiras do Gover-
lhamento estratégico dos progra- no em matéria de descentraliza-
mas  operacionais  regionais  do  ção de competências e de partici-
QREN, bem como na previsão  pação na gestão do QREN.
8 OPINIÃO sexta-feira, 14 Março de 2008
A. MAGALHÃES 
Regionalização, precisa-se PINTO
Economista
[email protected]
http://poliscopio.blogspot.com
Palavra  amiga  –  todaverdade.blog. Há uma conclusão evidente do alinha- à paisagem dos burros de carga que car- sido infligidos ao resto do país, em ter-
com  -  chamou  a  minha  atenção  mento  destes  dados.  Afirme-se,  ainda,  regam Lisboa. Salazar está vingado. Atrás  mos de desenvolvimento equilibrado e 
para uma colecção de dados esta- que se, em lugar do Norte, tivéssemos  dele veio quem dele bom fez. É que o fe- com idênticas oportunidades para todos. 
tísticos,  relativos  aos  anos  2003/2005,  utilizado para termo de comparação o  nómeno da indisponibilidade de cursos  Chega de retórica. Ninguém pode ser dis-
que, pela sua amplitude, permitem veri- resto do País como um todo, as compa- há anos atrás, de escolas condizentes com  criminado por nascer em Bragança ou no 
ficar muitas das distorções regionais que  rações ainda seriam mais favoráveis a Lis- a  ocupação  demográfica  do  território,  Areeiro. Chega.
sabemos existirem, mas de cuja dimensão  boa. A conclusão evidente é que não há  impediu a formação de técnicos; a ine- O segundo sentimento é de tristeza. 
dificilmente nos apercebemos. Sobretudo  igualdade de oportunidades para quem  xistência de técnicos era (é) impedimen- A solidariedade nacional, termo tão em 
naquilo que mais evidente parecia e que,  está em Lisboa e numa região (apesar de  to à instalação mais avultada de investi- voga nos alvores de “Abril”, não passou 
vamos lá, mais me interessava, a compa- tudo) relativamente desenvolvida como é  mentos  mais  reprodutivos.  Num  ciclo  de uma nuvem. Lisboa está refastelada 
ração entre o Norte, onde vivo, e Lisboa,  o Norte. Valerá a pena perguntar porquê.  infernal que não se vê como interromper,  a olhar para o seu umbigo, enquanto vê 
donde dimanam quase todas as decisões  Já o faremos adiante. especialmente quando se  o resto do país a tas-
que influenciam o meu viver. Valeu a  - Não obstante esta situação da popula- anda a discutir a avalia- quinhar  umas  ervas 
Gastar milhões 
pena. Ao fim de alguns cálculos e alguns  ção activa, a produtividade das gentes de  ção  dos  professores  em  no  jardim.  Gastar 
raciocínios, foi possível mais sentir do  Lisboa era, em 2003, muitíssimo maior.  lugar  destes  temas  de  num aeroporto em  milhões  num  aero-
que entender – é tão difícil entender! – o  Lisboa contribuía para o PIB com 38%  verdadeiro interesse para  porto em Lisboa, em 
Lisboa, em lugar 
país que temos. Vou pedir ao leitor que  do total nacional, enquanto o Norte só  o futuro. lugar  de  os  aplicar 
perceba comigo alguns factos detectados.  contribuía com 28%. O PIB per capi- Num quadro de abun- de os aplicar no  no  desenvolvimento 
E no final conversamos. ta era então, no Norte, de 9.900 euros,  dância que devia enver- das outras regiões, é 
desenvolvimento 
- Em 2005, a população activa do Nor- enquanto em Lisboa atingia o valor de  gonhar Lisboa, mas que  um crime sem nome. 
te (1.917.900) é equivalente a 139% da  18.200 euros. Quase o dobro. realmente envergonha o  das outras regiões,  Recordo-me  de,  em 
população  activa  de  Lisboa  e  Vale  do  Encontra-se, nas estatísticas em análi- país mais pobre, é natu- campanha,  Durão 
Tejo(daqui para a frente chamada Lisboa)  se, boas razões para esta maior produti- ral que Lisboa gaste mui- é um crime sem  Barroso  ter  gritado 
(1.411.500). vidade. Desde logo, o maior nível de em- to. Veja-se: nome.  aos quatro ventos:
- No mesmo ano, havia 174.000 desem- prego em Lisboa do que no Norte.  Mas  - Lisboa importou bens  - Se eu for Primei-
pregados no Norte e 121.200 em Lisboa. também a formação bruta de capital fixo  no valor de 20.940.459  ro-Ministro, não ha-
- Isto é, em Lisboa havia proporcional- – investimento – ao longo dos anos privi- euros e exportou um valor de 6.447.325  verá uma única obra faraónica enquanto 
mente, muito menos desempregados do  legiando a capital. Mas uma outra razão  euros. houver gente a precisar do Estado.
que no Norte;  em cada duzentos pessoas  detém porventura a maior quota de ex- - Quer dizer, a balança de pagamentos  Pois. E foi-se embora, logo que lhe apa-
a trabalhar, havia mais um desemprega- plicação para as diferenças de produtivi- de Lisboa com o exterior é um desastre.  receu melhor emprego. Era de Lisboa.
do no Norte do que em Lisboa; com esta  dade. Em 2005, em Lisboa, quase 22%  Só cobre o que importa em 31%. Uma ideia forte. Isto não pode conti-
crueldade evidente: os desempregados à  dos trabalhadores tinham formação es- - Daí uma consequência importante:  nuar assim. Tem que ser definitivamente 
procura do primeiro emprego eram, no  colar superior, enquanto, no Norte, essa  o resto do país tem que importar menos  interrompido.  Porque,  se  não  fizermos 
Norte, o dobro dos que  percentagem  era  de  do que exporta para conseguir reequi- nada, dentro de alguns anos o fosso ter-
estavam em idêntica si- apenas 10,4%. E bai- librar as coisas ou teríamos problemas  se-á acentuado. Falta porventura a res-
tuação em Lisboa A solidariedade  xando a análise ao nível  sérios com a Europa. Solução? O país  posta à maior questão: e como se inter-
- Mas não só havia  de trabalhadores com o  “paga” a maior parte das importações de  rompe isto?
nacional, termo 
menos  desempregados  terceiro ciclo, no Nor- Lisboa. Daí ressalta a ideia de mais força que 
como, dos empregados,  tão em voga  te apenas 15% tinham  É curioso verificar que quase dois mil  quero deixar aqui hoje. É urgente proce-
se trabalhava muito me- tal formação, enquanto  milhões de euros do défice comercial de  der à regionalização do país. Queremos 
nos alvores 
nos por semana do que  em Lisboa a percenta- Lisboa com o estrangeiro diz respeito a  mesmo governar a nossa terra. Não pode-
no Norte; assim: gem  subia  para  21%.  produtos alimentares. Quer dizer, se, um  mos esperar que sejam uns senhores bem 
de “Abril”, 
. enquanto no Norte  Isto é, e resumindo, em  dia, o país não  pagar as importações de  instalados na vida, lá para os lados de 
22% das pessoas traba- não passou  2005, quase metade da  Lisboa, esta pode bem morrer à fome. Pa- Lisboa, a zelarem pelos nossos interesses. 
lhavam  menos  de  36  população  trabalhado- rece chiste, mas não é. Porque, para que  Porque já mostraram que o não fazem. 
de uma nuvem.
horas por semana,  em  ra de Lisboa tinha por  Lisboa possa comer melhor, os outros, no  Ou porque não sabem ou porque não 
Lisboa  essa  percenta- habilitações o 3º. Ciclo  resto do país, têm necessariamente que  querem. E, já agora, podemos aproveitar 
gem subia para 26%; ou o ensino superior;  comer pior. a regionalização para dar a independência 
. 58%, no Norte, trabalhava entre 36  enquanto no Norte, apenas um quarto  Que fica desta exploração, que está longe  à região de Lisboa e Vale do Tejo. Já atin-
e 40 horas, em Lisboa essa percentagem  dos trabalhadores tinham tal formação. de ser exaustiva, sobre o documento que  giram o patamar de desenvolvimento que 
era de 55%; Isto é um grito contra o abandono a  tive em análise? Penso que alguns senti- lhes permite viver tranquilos. E daí talvez 
. E contra 20% das pessoas no Norte  que sucessivos governos foram deixando  mentos e algumas ideias chave. A ver: não. Estava a esquecer-me. É que se lhes 
a trabalharem mais de 40 horas, só havia  o resto do país, no plano da educação.  O primeiro sentimento é de uma rai- dermos a independência, os nossos im-
19% em Lisboa. Eça fez carreira, já que o país foi reduzido  va imensa contra os maus tratos que têm  postos deixam de ir para lá.
AZUIL BARROS As capacidades que deve ter para vencer 
Especialista no Crescimento 
de Negócios
Partner & Director Geral  no século XXI...
da  Quantum Portugal
www.QuantumCrescimentoNegocios.com
Se  já  desenvolve  uma  actividade  A primeira refere-se às vendas (refiro-me a clientes, fornecedores e co- O recrutamento 
empreendedora há já alguns anos,  No passado, tudo era mais fácil nes- laboradores internos). O seu negócio só cresce com pessoas. 
certamente, já notou que este novo  ta área: bastava entregar razoavelmen- Tem que construir uma organização. Tem 
século está recheado de novas exigên- te o seu produto e/ou serviço aos seus  Segue-se a promoção que ter capacidade para recrutar bons ele-
cias, muito diferentes das do passado.  clientes que estes continuavam a com- Nunca sabe quando irá aparecer alguém  mentos, que multipliquem os seus esfor-
Por um lado, ouve nos noticiários fala- prar-lhe e ainda lhe traziam recomen- que quer ou precisa do seu produto ou in- ços. Saliento-lhe que estes elementos, uma 
rem em novos negócios milionários, por  dações.  tegrar o projecto que está a desenvolver.  vez formados, requerem, de si, um grande 
outro olha para a actividade que desen- Onde já lá vão esses dias!? Nos dias  Por isso, tem que estar constantemente a  esforço de liderança e consomem-lhe mui-
volve e as coisas não lhe correm como  de hoje as vendas são totalmente dife- oferecer algo especial, para que consiga fa- to do seu tempo.
desejava. rentes: primeiro temos que, aquando a  zer a diferenciação no momento de decisão 
Há  competências  que,  nos  dias  de  apresentação de um produto válido no  de compra dos seus potenciais clientes. Por fim, organização
hoje, lhe são exigidas para conseguir le- seu mercado, saber falar das suas virtu- Deverá construir uma organização onde 
var os seus negócios mais além e que no  des e fazer com que alguém diga que  O reconhecimento as pessoas que a integram consigam obter 
passado não o eram. Contudo, posso as- “sim”, só depois é que vem o bom ser- Há empresas que trabalham com maior  os máximos resultados. Irá descobrir que 
segurar, que pode, simultaneamente, ga- viço. afinco para conquistar o reconhecimen- a recompensa é enorme, logo que consiga 
nhar essas novas competências necessá- A segunda refere-se à comunicação. to, do que propriamente por dinheiro.  encontrar sinergias e dinâmicas de grupo e 
rias para o futuro enquanto proporciona  É preciso aprender a comunicar. Que  Deverá procurar a oportunidade de per- de equipa que funcionem.
um fluxo de receita aceitável para a sua  formação dá à sua equipa, o que é que  tencer a uma elite. Permite-lhe afastar-se  Inclua na sua empresa essas novas com-
empresa, no presente. lhes ensina e, talvez o maior dom, saber  da “multidão” e fazer com que os outros  petências e verá que o século XXI está ple-
Seguem-se seis competências que con- como inspirar os outros com palavras.  o olhem de uma maneira diferente, que  no de oportunidades para si.
sidero indispensáveis para manter a sua  Inspirar as pessoas a verem-se elas pró- tomem decisões que de outro modo não  Comece já e tenha um GRANDIOSO 
empresa competitiva no futuro… prias melhores do que aquilo que são,  tomariam. 2008.
sexta-feira, 14 Março de 2008 OPINIÃO 9
MJCARVALHO
O JACINTO fechou!
Economista
[email protected]
O JACINTO  é  (era),  indiscutivel- perda de tempo; basta estar num sítio onde  por culpa dele mas por imposição do dono  É na gestão pública que mais se exigem 
mente, um dos melhores restau- controle tudo e todos os actores no proces- do espaço que, pura e simplesmente, en- as competências humanas definidoras do 
rantes do Porto, apesar de ser só  so. E o Jacinto Rocha tem essa percepção  taipou as instalações, não deixa ninguém  exercício da liderança organizacional: bom 
conhecido por uma população restrita da  permanente do local exacto, principalmen- lá entrar e retirou, à força, todo o equipa- senso, talento negocial e capacidade per-
cidade – na verdade, o JACINTO é (era) o  te quando é mais fácil perder-se o controlo  mento e existências. Como é óbvio, não  manente de diálogo e estabelecimento de 
concessionário do bar-restaurante do Hos- pela pressão da clientela nas horas de pon- vou fazer nenhum comentário a respeito  pontes de convergência de interesses – por 
pital de São João. ta. do processo litigioso que, entretanto, se  alguma razão é-lhe dada a responsabilidade 
Ganhou sempre, e por autêntica caba- Depois, a capacidade de exercer a efec- iniciou – os tribunais ajuizarão, a seu tem- de gerir meios financeiros públicos e escas-
zada, todas as guerras comerciais que lhe  tiva liderança dos colaboradores, fazendo  po, as razões e as atitudes tomadas.  sos.      
foram impostas – contra os concorrentes  deles – ou dos que, ao menos, compreen- Entretanto, a um simples mas nuclear  Aqui, o papel do Tribunal de Contas e 
institucionais (suportados pelos diversos e  dem as exigências de um negócio contin- aspecto  deveremos,  também  aqui,  estar  das diversas agências de auditoria do Esta-
endinheirados poderes em exercício) e os  gente – seguidores conscientes, a dar o litro  muito atentos, como contribuintes deste  do é crucial. Na realidade, é fundamental 
neófitos, nascidos e desenvolvidos no cen- e a prestar um serviço de excelência. país: ao facto possível de deste episódio de- dotá-los de meios humanos e técnicos su-
tro comercial vizinho.  Sou dos que, para além de cliente, ado- correrem elevadas indemnizações a serem  ficientes para poderem, a tempo e horas, 
A chave do sucesso é (foi) a tradicio- ro prestar atenção às metodologias e sis- eventualmente pagas, em última instância,  detectar o abuso de poder, a pesporrência 
nal, baseada nos seus três pilares básicos:  temas não escritos nem formalizados de  pelo Orçamento Geral do Estado.  insuportável ou o perfeito diletantismo da 
belíssima comida, preços concorrenciais e  funcionamento deste tipo de restaurantes,  Aí, alto e pára o baile!  gestão nova vaga que se julga detentora da 
rapidez na prestação do serviço. Dir-se-á  que podiam ser mesmo excelentes “case  Este é um dos aspectos que melhor ca- verdade só porque está ao serviço do Esta-
então, se isso é (era) assim, não há segredo  studies” de estudo e avaliação. Ali não há  racterizam a situação deplorável deste país:  do. Isto, obviamente e hoje, constata-se na 
nenhum. Erro colossal! – houve, de facto,  hierarquias  em  funcionamento,  não  há  a  total  impunidade  e  irresponsabilidade  gestão da cobrança dos impostos, no exer-
dois segredos muito bem preservados, em- funções predefinidas e estandardizadas por  criminal dos agentes do Estado quando,  cício corrente da justiça ou na adminis-
bora também à vista de toda a gente. posto de trabalho, não há programas em  pelas suas acções e decisões deliberadas,  tração central pública, camuflada ou não 
O primeiro chama-se o próprio Jacinto  utilização de satisfação do cliente – há só  acarretam prejuízos avultados no exercício  por modelos de titulação dos capitais que 
Rocha, sempre lá presente a qualquer hora  vendedores e fábrica, a trabalharem em di- das suas funções que, muitas das vezes e  procurem encapotar a própria responsabi-
e dia, com o dom espantoso e raro do do- recto, sem interferência de mais ninguém,  pela morosidade da justiça, só são conheci- lidade solidária do Estado.   
mínio total da coreografia na prestação do  em que as ordens são dadas em voz alta,  dos muitos anos depois de eles terem saído  O JACINTO fechou! Pois, é menos um 
serviço de restauração. Eu explico: o líder  não direccionadas mas sabendo-se, de an- de funções. Impunes e imunes a qualquer  “lugar” no conceito actual hospitalar – um 
num restaurante não precisa de estar em  temão, que alguém (e raramente sempre o  responsabilidade, estes agentes do Estado  dos tais “significados e símbolos … que nos 
todo o lado a todo o momento – basta es- mesmo) a vai cumprir. são efectivos criminosos não sentenciados  permitem sentir em casa ou, se quisermos, 
tar no milimetricamente preciso local nos  Assim é nas boas marisqueiras, por exem- que levam a sua vidinha no salta-pocinhas  nos permitem dizer … isto somos nós, por 
momentos  adequados.  Num  restaurante  plo; assim é (foi) no JACINTO.  dentro ou para dentro da administração  vermos respeitados os valores, as referên-
e por exemplo, estar na caixa é uma pura  O JACINTO fechou, não obviamente  pública. cias, a envolvente que nos criou” .
Empresas familiares
Dos  pequenos  projectos  turas da família, o impacto nos  traves  ao  desenvolvimento  do  Familiares, “apenas 10 em cada 
de rua a inúmeras gran- meios em que se encontra inse- projecto  empresarial  em  ques- 100 empresas familiares chegam 
des empresas dos mais  rida e a forma como são geridos  tão, tanto mais que parece claro  à quarta geração”. 
diversos sectores de actividade  e preparados os processos suces- que nem todos os membros da  Na mesma linha, outro repu-
é possível identificar inúmeras  sórios. família terão as mesmas capaci- tado  especialista  internacional, 
sociedades que se podem clas- Alguém  duvida  que  existe  dades e empenho dos seus ante- Roberto Morales, aproveitou a 
sificar  como  sendo  “empresas  uma relação quase umbilical en- cessores. sua  participação  num  seminá-
familiares”. tre o desenvolvimento de Cam- O mesmo tipo de juízo de va- rio promovido recentemente em 
A nível nacional, são “empre- po Maior e a história do Grupo  lor pode ser suscitado quanto às  Braga pelo BIC Minho – Ofici-
sas  familiares”  grandes  grupos  Delta do Comendador Nabei- condições em que deve ser con- na de Inovação para dar nota de 
económicos,  como  a  Sonae,  a  ro? cretizado o processo sucessório:  que “cerca de 50% das empre-
Corticeira  Amorim,  o  Grupo  E em quantas localidades são  quando? De que forma? Com  sas  familiares  desaparecem  na 
Espírito  Santo,  a  Têxtil  Ma- empresas  de  cariz  familiar  os  que protagonistas? segunda geração e apenas 15% 
nuel Gonçalves, o Grupo José  principais empregadores de toda  Ricardo Rio Para cada uma destas e de vá- sobrevivem à terceira”. 
de Mello, ou o Grupo Pestana,  uma região de algumas décadas  rias outras questões que surgem  É neste contexto que come-
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entre muitos outros. a esta parte? http://econominho.blogspot. neste contexto, as respostas são  çam a surgir várias formações es-
A  nível  local,  são  também  Neste  modelo  de  empresas,  com igualmente  diversificadas,  em- pecializadas de diversa natureza, 
“empresas familiares” alguns dos  tende a haver uma íntima asso- “Nem todos os  bora  com  traços  comuns  que  especialmente  dirigidas  a  estes 
principais grupos de construção  ciação entre o nome da família e  membros da família  resultam da doutrina e dos guias  públicos-alvo, a última das quais 
civil da região de Braga, como  a sua afirmação nos territórios,  terão as mesmas  de boas práticas que vão sendo  o 1º MBA em Gestão, Governo 
por  exemplo  os  Empreiteiros  uma tendência para uma maior  capacidades e  elencadas, mas que não podem  e Sucessão de Empresas Fami-
Casais, o Grupo DST, a Eusé- fidelização  dos  colaboradores,  empenho dos seus  ser aplicadas como guia genera- liares, que a APEF irá promover 
bio & Filhos, a Cantinhos ou a  uma lógica de continuidade de  antecessores.” lizado. em parceria com a Universidade 
Duarte e Filhos, também aqui  actuação e de uma superior cele- Talvez por força das dificulda- Fernando Pessoa, em Lisboa, a 
procurando invocar casos de di- ridade nos processos decisórios,  des que resultam destes factores,  partir de Abril próximo.
mensão diversa. que muitas vezes assumem até  recrutamento  e/ou  progressão  o  cenário  não  é  claramente  o  Na verdade, por mais que haja 
Na base desta classificação, de  um carácter informal. na carreira de gestores de topo  mais animador. também o percentual de suces-
que se poderiam enumerar várias  Ainda  assim,  existe  alguma  que não pertençam à família dos  Segundo John Davis, um dos  so nestes processos e haja situa-
outras ilustrações, está não ape- evidência de que este tipo de em- proprietários. maiores  especialistas  mundiais  ções bem sucedidas que parecem 
nas a propriedade das sociedades  presas  consegue  obter  maiores  Da mesma forma, há, por ve- na área, que esta semana parti- acontecer  com  naturalidade, 
mas também alguma capacidade  rendibilidades, seja pela superior  zes, alguma ligeireza na forma  cipou, no Porto, num seminário  talvez valha a pena pensar que 
de influenciar e controlar a res- facilidade de relacionamento en- como são tratadas as questões  promovido pela APEF – Asso- existe muita preparação anterior 
pectiva gestão, envolvendo mais  tre a equipa de gestores, seja pela  de natureza administrativa e fi- ciação Portuguesa de Empresas  e que mais vale prevenir. 
do que uma geração de protago- inerente associação entre os pro- nanceira entre familiares (com 
nistas. prietários e a gestão da empresa. o caso crítico da confusão entre 
Apesar  das  suas  múltiplas  Nestas duas vertentes, porém,  o património da empresa e da 
concretizações, a realidade das  podem  também  invocar-se  os  família) e uma certa propensão  ��������������������
“empresas familiares” apresenta  argumentos contrários e aspec- para o favorecimento de mem-
traços comuns que as tem trans- tos que poderão ser alguns dos  bros da família na sua progres- ���������
formado num universo apetecí- principais problemas que se co- são hierárquica – o que chega a 
vel para a profusa investigação  locam a estas sociedades: como  ser tido por natural. ��������������������������������������������������������������������������������
académica que vem sendo rea- as  condicionantes  ao  processo  O problema que se levanta nes- ����������������������������������������������������������
lizada, incidente sobre a cultu- de  angariação  de  fundos,  por  te domínio é que esse fenómeno  ���������������������������������
ra da empresa, a forma como a  forma a não pôr em causa o con- pode prejudicar a profissionali-
mesma acolhe os valores e pos- trolo familiar, ou as restrições ao  zação da gestão, colocando en- ���������������������������������������������������������������������
10 QREN sexta-feira, 14 Março de 2008
Silva Peneda, eurodeputado, contundente nas críticas que faz ao Executivo 
“Governo ajustou QREN
ao calendário eleitoral”
“Estamos em Março de 2008 e não se investiu, até agora, um só euro
do QREN”. O alerta é dado por Silva Peneda, eurodeputado do PSD,
que, numa entrevista à VE, explica este atraso com interesses eleitoralistas
do Governo. “Este atraso, seguido da abertura da torneira em 2008 parte final 
de 2009, vai ajudar, comcerteza, o calendário eleitoral do Governo”, destaca. 
“O ano 2007 já passou, passaram já dois meses de 2008 e nada aconteceu
em termos de QREN”, diz ainda Silva Peneda. O eurodeputado fala, de igual 
forma, de um QREN centralizado, sem uma estratégia para o país, que não olha 
para as regiões – sobretudo para o Norte –, e que impede o seu progresso,
o crescimento do produto, do emprego.
tos. Concorda com esta críti- candidatura. Como comenta? Pior:  centralizada  em  termos 
ca? SP – Não são só os empresá- políticos. Apenas os ministros, 
SP – Bom, o Primeiro-Minis- rios que dizem. O próprio CES  em exclusivo, é que decidem so-
tro subscreveu uns protocolos  (Conselho Económico e Social),  bre o QREN. 
há pouco tempo sobre o QREN  num parecer que elaborou e que 
e fez disso uma festa. Ora, isso  foi já publicado, em Janeiro de  VE – O QREN foi elabora-
prova que há iniciativa por par- 2007, é muito demolidor relati- do numa lógica de distancia-
te dos privados. O que eu penso  vamente a este QREN. Os mo- mento,  de  afastamento  em 
é que não existe uma liderança  tivos apresentados? O facto de  relação à sociedade?
política efectiva no sentido de  este não apresentar uma estraté- SP – E em termos de calen-
gerir esse tipo de processos, algo  gia de desenvolvimento para o  dário  eleitoral  do  Governo. 
“Nunca um quadro de apoio teve uma gestão tão centralizada como esta”, destaca 
que existiu noutras alturas.   país. O que é muito grave, uma  Este atraso, seguido da abertura 
Silva Peneda, eurodeputado do PSD.
É  que,  de  facto,  é  preciso  vez que estamos a falar em sete  da torneira em 2008 parte final 
tempo, mas o problema é que  anos, em muito dinheiro, 22,5  de 2009, vai ajudar, com cer-
Vida Económica – Estamos,  termos de política económica.  as empresas já estão à espera há  mil milhões de euros para in- teza, o calendário eleitoral do 
em Março de 2008, e ainda  Mas, como não há explica- muito  tempo.  Além  disto,  os  vestir em sete anos. Quando é  Governo. O que é complicado, 
não se investiu, como diz, um  ção,  também  podemos  estar  processos agora assinados não  o CES a dizer isto, dá que pen- porque estamos a falar de um 
só euro do QREN (Quadro de  perante um caso de “azelhice”,  resolvem nada. O que interessa é  sar.  instrumento que devia servir o 
Referência  Estratégico  Na- de  incompetência,  pode  ser  que as verbas comunitárias che- Mas  este  parecer  diz  mais:  país e não o está a servir, porque 
cional). Que consequências é  desleixo, enfim, todo um con- guem ao nosso país e cheguem  afirma que este QREN foi ela- se perdeu um ano em termos 
que podem advir daqui?  junto de coisas. O que gostaria  de forma rápida. Vejo muitos  borado nos gabinetes, sem aus- de investimento. Uma situação 
Silva Peneda – Se há um in- é que o Governo explicasse os  anúncios, muitas coisas, realiza- cultação da opinião pública, das  que, como já afirmei, vai servir 
dicador, no nosso país, que nos  motivos  que  estão  por  detrás  das com pompa e circunstância,  empresas. Afinal, estamos a fa- o calendário político, eleitoral 
deve  preocupar,  e  preocupar  desta situação. E isto porque foi  mas não vejo é os documentos  lar de sete anos de investimento  do Partido Socialista. 
em grande medida, é a descida  o Governo, como já disse, que  necessários a serem entregues e  que não se vão repetir. Este ins-
do  investimento.  Entre  2004  se comprometeu e, quando o  aprovados em Bruxelas.  trumento devia ser um instru- VE  –  As  associações  em-
e  2007,  o  investimento,  em  fez, evocou um conjunto de ra- mento galvanizador dos agentes  presariais, à semelhança um 
Portugal, decresceu 24%. Pen- zões, todas elas muito positivas.  VE – Uma outra crítica que  económicos,  que  os  compro- pouco do que disse sobre os 
so que este indicador é o mais  Aliás, numa resolução do Con- é  feita  relaciona-se  com  o  metesse, que os entusiasmasse.  municípios, apontam o dedo 
relevante se tivermos em con- selho de Ministros, publicada,  facto de o QREN ser dema- Foi tudo menos isso. Nunca um  ao Governo por terem ficado 
ta um conjunto de objectivos,  em  2006,  o  Governo  explica  siado complexo, sobretudo no  quadro de apoio teve uma ges- arredadas deste QREN. Uma 
como, por exemplo, o cresci- o porquê da importância de o  que diz respeito aos avisos de  tão tão centralizada como esta.  vez  mais,  pergunto:  estas 
mento do produto, a criação  QREN entrar em vigor a 1 de  queixas têm razão de ser, fa-
de emprego.  Janeiro de 2007. zem sentido?
Ora, isto que acabo de afir- A verdade é que 2007 já pas- NORTE PRECISA DE UM PROGRAMA ESPECÍFICO  SP – Têm razão de ser, ab-
mar não pode estar desligado do  sou  e  não  existiu,  até  agora,  DE RELANÇAMENTO DA SUA ECONOMIA solutamente.  O  que  é  que  o 
QREN. O quadro estratégico é  qualquer  tipo  de  explicação  Governo  decidiu?  Optou  por 
um  instrumento  fundamental  sobre o assunto. Há, aliás, no  VE – Há pouco referiu que não existia uma estratégia para o  um  QREN  que  mobilizasse, 
para aumentar o investimento,  meio deste percurso, uma carta  QREN. Ora, o Governo apela a uma série de conceitos – ino- que entusiasmasse a sociedade 
seja ele público ou privado. A  da própria comissária europeia  vação, potencial humano, desenvolvimento tecnológico – que  portuguesa ou por um QREN 
verdade é que o ano 2007 já  da política regional dirigida ao  são definidores dessa mesma estratégia. O figurino ideal des- centralizado? Pela segunda hi-
passou, passaram já dois meses  Governo  em  que  esta  lhe  dá  te quadro, para este período e para a economia portuguesa? pótese,  claramente,  por  uma 
de 2008 e nada aconteceu em  um “valente puxão de orelhas”,  SP – Isso são frases feitas com as quais toda a gente está de acordo.  gestão  puramente  centralizada 
termos de QREN. Isto quando  chamando-o à atenção para este  Agora, temos o exemplo do Norte do país, uma região que, ao contrá- do QREN. 
o Governo, não nos podemos  atraso. É algo, como perpassa  rio de Lisboa e porque não vive num mercado protegido, tem sofrido 
esquecer, se comprometeu, em  do que já disse, que me indigna,  muito com a globalização. Afinal, Lisboa tem a administração pública,  VE – Lisboa e Vale do Tejo 
declaração  solene,  através  do  porque estamos a tratar da vari- os serviços, os clientes. Não é a globalização que os vai mudar. Ora,  foi contemplada na segunda 
Conselho  de  Ministros,  que  ável mais importante quando se  no Norte, as coisas passam-se de modo completamente diferente. No  fase de candidaturas, nalguns 
o QREN estaria em vigor a 1  fala da nossa política económi- Norte, é preciso exportar, vender, é preciso seduzir os clientes.  sistemas. Portugal poderá vir 
de Janeiro de 2007. Daí eu ter  ca: o investimento. Quer quei- Costumo dizer que o problema do Norte não é um problema re- a ter problemas com Bruxelas 
feito a observação que fiz e que  ram quer não, Portugal perdeu  gional, mas sim nacional. Quando o Norte estiver bem, o país estará  por causa disto?
citou nesta pergunta. Mas pior  um ano e dois meses, para já,  melhor. O que parece é que devia existir era um programa específico  SP – Penso que também aí 
do que este atraso é não exis- de benefícios, de recursos co- para o Norte, orientado para o Norte, no sentido de mobilizar os  o efeito estatístico tem alguma 
tir qualquer tipo de explicação  munitários. Mas o desconheci- agentes económicos e sociais, incluindo os sindicatos.  influência. De qualquer modo, 
para o mesmo. A que se deve  mento continua. Afinal, eu não  em  relação  a  esse  assunto,  a 
este atraso? O que está por trás  sei,  nem  o  Primeiro-Ministro  VE – Considera, por isso, que os programas regionais não  União Europeia é clara: as regi-
deste atraso? se pronunciou, até ao momen- abarcam os problemas do Norte? ões, cujo PIB “per capita” passa 
to, sobre quando é que vai en- SP – Não, de maneira nenhuma. No Norte nada está quantificado e  os 75% da média comunitária, 
VE – Terá a ver com o dé- trar, em 2008, o primeiro euro  sabe que, quando nada é quantificado, nada é medido, também nada  deixam de receber apoios. Mas 
fice? do QREN. Penso que será em  pode ser gerido.  mais  importante  que  o  mon-
SP – Há várias especulações  2008, mas eu não perguntava  tante de apoio que o QREN 
à volta deste assunto – essa é  o dia, perguntava o mês. Uma  VE – Estamos a falar de uma das regiões mais pobres da  contempla,  é  a  forma  como 
uma delas. Podemos estar pe- pergunta  que  ainda  não  teve  Europa? este está programado. E, aqui, 
rante  um  atraso  propositado.  resposta.  SP – O Norte era das regiões mais industrializadas da Europa há  eu gostava de o ver muito mais 
Isto é, penaliza-se a criação de  alguns anos atrás e, neste momento, é uma das mais pobres. É mais  orientado para as regiões, para 
postos de trabalho, penaliza-se  VE – As empresas queixam- pobre do que a Estremadura espanhola. O Norte é a região mais pobre  as suas necessidades específicas. 
o aumento de investimento em  se  também  do  facto  de  os  da Península e, fora deste espaço, para encontrar regiões mais pobres  E não vejo. 
nome do défice. O que me pa- prazos de candidatura a este  do que esta, só nos países de Leste.
rece completamente errado em  QREN serem demasiado cur- SANDRA RIBEIRO 
[email protected]