Table Of ContentJosé Henrique Porto Silveira
(organizador)
GESTÃO AMBIENTAL
Volume 1
José Henrique Porto SIlveira
(Organizador)
Gestão Ambiental
Volume 1
1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
2017
José Henrique Porto Silveira
(organizador)
Gestão Ambiental
Volume 1
1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G393
Gestão Ambiental volume 1/ Organizador José
Henrique Porto Silveira – Belo Horizonte (MG)
Poisson, 2017
326 p.
Formato: PDF
ISBN:
978-85-93729-10-2
DOI: 10.5935/978-85-93729-10-2.2017B001
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
1. Meio ambiente. 2. Gestão I. Silveira,
José Henrique Porto. II. Título
CDD-658.8
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de
responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores.
www.poisson.com.br
[email protected]
Apresentação
Ao leitor atento, basta passar os olhos pelos títulos dos trabalhos apresentados nesta
coleção sobre gestão ambiental para ter a dimensão da amplitude do tema e sua
propagação no meio acadêmico, dado o caráter multi e interdisciplinar quer o permeia. Na
administração, na pedagogia, na psicologia, na economia, nas engenharias se multiplicam
as discussões sobre o tema e, consequentemente, trabalhos, estudos e pesquisas
relacionados vão sendo produzidas.
Trata-se de uma temática atual, mesmo não sendo um assunto novo já que desde a década
de 1990 foi sendo incorporada gradativamente em diversos segmentos do setor industrial
brasileiro, notadamente aqueles cuja produção visava o mercado externo. Naquela época o
mercado exportador era o mote, hoje é necessidade e condição de sobrevivência no mundo
corporativo.
Tendo em conta a importância e a premência diante dos crescentes desafios
socioambientais que se apresentam para o setor produtivo, principalmente, a gestão
ambiental evolui com a mesma intensidade, para dar conta do avanço nas restrições
impostas pelas legislações ambientais, pelas exigências dos consumidores com consciência
ambiental e, também pela real internalização da dimensão ambiental nos negócios.
Neste sentido, os trabalhados apresentados refletem o que enunciamos até então: o caráter
multi e interdisciplinar e a atenção aos desafios de uma temática em evolução. Mas é preciso
avançar mais e mais, com vista especialmente a alcançar a transdisciplinaridade, quando
então a questão será tratada em perspectiva sistêmica, não de um sistema de gestão
ambiental como hoje conhecemos, mas de gestão ambiental em perspectiva sistêmica, ou
seja, compreendido e praticado em função de relações sistêmicas. Quando isso ocorrer e os
diversos campos do conhecimento pensarem a gestão ambiental em conjunto, certamente
que o resultado será sucesso da academia na construção do conhecimento a ser aplicado.
E pensando nas empresas ou no contexto empresarial, principalmente, é importante haver
sinergia entre os diferentes departamentos envolvidos com gestão ambiental, para que a
ação conjunta resulte no sucesso nas relações com o ambiente e também com a sociedade,
o que pode possibilitar começarmos a ensaiar uma nova denominação: gestão para a
sustentabilidade.
Ao dizer isso não estamos criticando o que está sendo aqui apresentado, mas valorizando o
envolvimento de tantos estudantes, professores e profissionais com a gestão ambiental,
explorando os diversos campos do conhecimento com os quais o tema faz conexão.
Que a leitura, então, dos trabalhos apresentados seja inspiradora da continuidade e evolução
da produção acadêmica e que resultem em aplicação nas empresas, nos órgãos públicos e,
sem dúvida, nos diversos cursos de graduação, pós-graduação, formando profissionais
qualificados e que pensem a gestão ambiental em perspectiva sistêmica.
José Hrnrique Porto Silveira
SUMÁRIO
Capítulo 1 - Eco-empreendedor. Uma taxonomia usando motivações
e gestão para uma economia verde 6
Capítulo 2 - O papel proativo da controladoria na otimização da eficácia
da gestão ambiental do consumo de água em organizações militares
através do reuso 16
Capítulo 3 - O gerenciamento de resíduos sólidos de uma empresa
papeleira do estado do paraná: estudo sobre formas de redução deste custo 28
Capítulo 4 - Compreensão do processo de internalização da sustentabilidade
ambiental nas organizações: contribuições neoinstitucionais 39
Capítulo 5 - Estudo dos impactos ambientais causados pelos processos de
pintura industrial com tinta líquida e tinta pó 50
Capítulo 6 - Implantação de um sistema de Gestão Ambiental – Relevância e
as etapas iniciais 67
Capítulo 7 - Análise da percepção ambiental e comportamento de consumo
dos acadêmicos do curso de administração – cpaq/ufms 78
Capítulo 8 - Evidenciação dos gastos ambientais numa empresa produtora
de bioenergia: um estudo de caso 89
Capítulo 9 - Gestão voltada à sustentabilidade: o caso veísa veículos ltda 100
Capítulo 10 - Responsabilidade Social e Sustentabilidade sob influência
do Marketing Social: Estudo de caso de um hospital 112
Capítulo 11 - Desenvolvimento e efetividade de programas ambientais
em uma indústria de commodities de Ponta Grossa - PR 121
Capítulo 12 - Estudo para o aproveitamento econômico do resíduo de
construção e demolição 131
Capítulo 13 - Diagnóstico dos impactos ambientais no setor de mineração 140
Capítulo 14 - Identificação e análise de estratégias de Ecoinovação:
Estudos de casos múltiplos em empresas de base tecnológica incubada s 152
Capítulo 15 - Custos Ambientais: Base teórica para construção de
um modelo de pesquisa empírica 169
Capítulo 16 - Análise metacognitiva da Gestão Ambiental: Uma abordagem
interdisciplinar na utilização de mapas conceituais 179
Capítulo 17 - O impacto da energia eólica na geração de emprego e renda:
um estudo de caso no Parque Eólico da Microrregião da Serra Dr Santana/RN. 188
Capítulo 18 - Práticas de redução da contaminação ambiental realizadas
por empresas industriais: um estudo em empresas bolivianas 199
Capítulo 19 - Gestão de recursos naturais: estudo de caso na Bacia
Hidrográfica do Rio Jacaré, Sergipe 205
Capítulo 20 - A antropização, os efeitos das alterações climáticas e
os impactos socioambientais: o caso de Marquês De Souza/Rs-Brasil 215
Capítulo 21 - Avaliação da gestão ambiental no município de Taperoá- PB 226
Capítulo 22 - Gestão sustentável: estudo nas empresas do setor madeireiro 239
Capítulo 23 - Análisis de la cobertura del sistema de recojo de residuos
sólidos urbanos: Un estudio aplicado a la Ciudad de Sucre 251
Capítulo 24 - O desenvolvimento sustentável: estudo de caso em uma
empresa de plano de saúde em Santa Maria– RS 262
Capítulo 25 - A disseminação de instrumentos econômicos nos
estados: Um estudo panorâmico 274
Capítulo 26 - Reúso de água na indústria calçadista de Sobral - Ce 290
Autores 299
Capítulo 1
ECO-EMPREENDEDOR. UMA TAXONOMIA USANDO MOTIVAÇÕES
E GESTÃO PARA UMA ECONOMIA VERDE
Alessandro Aveni
Resumo: Qual são as características do eco-empreendedor e como pode contribuir para
uma economia verde? Justifica-se esta pergunta para uma falta na literatura brasileira da
discussão sobre esta categoria e sua ligações com uma economia verde e sustentável.
Também se justifica a discussão pois, na literatura há dificuldade em definir tipos de
empreendedores Os eco-empreendedor pode ter comprometimentos de intensidade
diferente a respeito à sustentabilidade e uma economia verde. Nesse sentido uma seção do
ensaio mostra a relação entre motivações dos empreendedores a respeito a economia verde
e a sustetabilidade. EM outra seção se mostra as características de um empreendedor
verde, suas dificuldades de avaliação nas contas nacionais. Em uma derradeira seção
frisa-se os fatores básicos de uma gestão “verde” como pilar para o eco-empreendedor se
tornar parte de um eco mudança em direção de uma nova economia. Este ensaio espera
esclarecer e motivar mais pesquisa sobre o eco-empreendedorismo ou empreendedorismo
verde, uma categoria que tem um destino de crescimento futuro devido aos custos em
aumento das externalidades do sistema econômico atual e por que há uma vontade geral
de reduzir os impactos antrópicos na natureza. Por exemplo, nas cidades as soluções para
uma economia verde como reciclagem, tratamento do lixo, tratamento das águas e dos
esgotos, redução dos impactos da mobilidade (uso de petróleo) e uso de sistemas de
trabalho virtual serão sempre mais necessárias e esperam eco-empreendedores.
Palavras Chave: Empreendedorismo verde, eco-empreendedor, economia verde, eco-
economia, sustentabilidade.
7
1. INTRODUÇÃO
Entre as questões mais debatidas hoje em dia há a sobre o “capitalismo verde” ou natural2. Hoje se
possibilidade de mudar o atual sistema econômico discute também de enviro-capitalism3. No Brasil
“sujo” para uma economia verde “limpa”. Um ator o desenvolvimento sustentável, sustentabilidade
fundamental dessa mudança será o “empreendedor e economia “verde” talvez sejam usados com o
verde” ou eco-empreendedor. Esta categoria, além do mesmo sentido. Contudo a sustentabilidade refere-
mais conhecido modelo clássico de empreendedor, se primariamente ao ser humano4 e secundariamente
iniciou a ser discutida internacionalmente nos anos ao meio ambiente, ou seja, há um foco diferente
801 como novo rumo internacional para uma economia mesmo tratando dos mesmos conceitos: sociedade,
sustentável. Nos anos 90 Bennett (1991), Berle (1991) economia e meio ambiente. Entretanto nasce a dúvida
Blue (1990) Anderson e Leal (1997), Andersen (1998), se o empreendedorismo verde é também sustentável.
Hostager et al. (1998), Keogh and Polonsky (1998), Além disso deve-se diferenciar o empreendedor e o
Adeoti (2000), Larson (2000) and Kyrö (2001).) iniciaram empresário, assim como se fala de “empresas verdes”
pesquisas acerca do “Empreendedor Verde” ou quando as empresas usam um “marketing verde”.
“Empreendedor do meio ambiente” ou “Empreendedor As ações empresariais a favor do meio ambiente são
Responsável. Foi um deles, Isaak (1998), o primeiro a confundidas sempre com ações sustentáveis. Nessa
usar o termo “ecoempreneur” ou eco-empreendedor. seção tenta-se esclarecer alguma coisa a respeito.
Qual são as características do empreendedor verde
e como pode contribuir para uma economia verde? Um primeiro passo para entender o empreendedorismo
Justifica-se esta pergunta para uma falta na literatura verde ou eco-empreendedorismo deve passar para
brasileira da discussão sobre esta categoria e as definição do que é empreendedor. Diferencia-
ligações com uma economia verde e sustentável. se, portanto, empreendedor do Empresário que
Nesse ensaio quere-se mostrar uma área de gerencia a empresa. Em outras palavras nem sempre
pesquisa sobre empreendedorismo verde ou do eco- o Empresário é um Empreendedor. Isso é evidente
empreendedorismo, nas características do fenômeno e quando novos negócios nascem por necessidade5.
suas relações com o meio ambiente. Na primeira seção Também é evidente quando os novos negócios nascem
do ensaio é discutida uma taxonomia da categoria e na como copia ou aumento de negócios já existentes no
segunda coloca-se suas características. Uma segunda mercado, nesse caso fala-se de novos empresários
parte discute as características do empreendedor ou novos negócios no mercado. Para entender quem
verde e sua classificação. Um terceira tenta esclarecer monta uma lanchonete é um novo empresário não é
mais uma diferencia entre empreendedor clássico e empreendedor, mesmo se, vulgarmente, se associa a
eco-empreendedor ou seja na gestão e assim entender mesma definição, pois o sentido no vocabulário é o
as relações entre eco-empreendedores e a economia mesmo.
verde. Uma derradeira seção fecha o ensaio. 2 Veja-se os trabalhos dos pesquisadores do
Rocky Mountain Institute. WWW.rmi.org. E os trabalhos de
A.Lovins.
2. EMPREENDEDORISMO VERDE
3 Yandle, Bruce (February 01, 1999). “Enviro-
Capitalists: Doing Good While Doing Well by Terry
A. Anderson and Donald R. Leal: Capitalism and
O “capitalismo verde” nasce com empreendedores
Environmentalism Go Hand in Hand”. The Freeman
que criam negócios com baixo impacto no ambiente (Irvington-on-Hudson, New York: Foundation for Economic
e com a conversão de empreendedores aos modelos Education). http://www.thefreemanonline.org/book-reviews/
book-review-enviro-capitalists-doing-good-while-doing-well-
de negócios sustentáveis. Nesse ensaio assume-
by-terry-a-anderson-and-donald-r-leal/#.
se que o eco-empreendedor, por ser empreendedor 4 REPORT OF THE UNITED NATIONS
e atuar em um mercado, quer maximizar seus CONFERENCE ON ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT*
(Rio de Janeiro, 3-14 June 1992).Principle 1 Human beings
objetivos de lucro mas atuar com objetivos de
are at the centre of concerns for sustainable development.
sustentabilidade. Existem muitas definições e analises They are entitled to a healthy and productive life in harmony
with nature.
5 Segundo o relatório GEm....2009 , 38% das
1 Michael Schaper The Essence of Ecopreneurship empresas Brasileiras que são abertas como novo negocio
Greener Management International GMI 38 Summer 2002 são por necessidade.
Gestão Ambiental - Volume 1
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De um ponto de vista de especialistas em administração, que o empreendedor é aquele que detecta uma
referenciando Schumpeter, a diferença principal entre oportunidade e cria um negócio para capitalizar
empreendedor e empresário é que o empreendedor sobre ele, assumindo riscos calculados. Caracteriza
é principalmente um inovador (em particular inovador a ação empreendedora em todas as suas etapas, ou
em tecnologia). Schumpeter explica que a inovação, seja, criar algo novo mediante a identificação de uma
que inicia o ciclo de negócio, depois um período torna- oportunidade, dedicação e persistência na atividade
se práxis no mercado e o novo processo tecnológico que se propõe a fazer para alcançar os objetivos
vira conhecimento geral. Nesse momento o setor, pretendidos e ousadia para assumir os riscos que
em um ciclo é maduro, o empreendedor se tornou deverão ser calculados.
já empresário, ou seja, continua e aprimora o seu
negocio no setor e com ele há no setor entrada e saída Partindo do foco das mudanças do Mercado e das
de empresários. Em outras palavras, para Schumpeter inovações à direção do pensamento acadêmico
a diferencia entre empreendedor e empresário se pós-classico, em particular depois da segunda
coloca a respeito o ciclo de negocio além da inovação. guerra mundial e na área da Administração, foi
Entretanto pode ter casos de empreendedores tentar entender as qualidades e as capacidades dos
profissionais, ou seja de um ator do mercado que empreendedores. Fillon, mais recentemente coloca
inova continuamente como por exemplo foi Steve Jobs além das características dos empreendedores uma
da Apple. taxonomia de mercados. Por isso ele inclui também o
eco-empreendedor como ator entre outros.
Na definição de empreendedor clássico há também
outros fatores marcantes. Sua origem é nas escritas de Com estas bases teóricas resumidas deve-se entender
Say e Cantillon. O empreendedor numa visão clássica a diferença entre empreendedor “clássico” e “verde”.
complementando Schumpeter é um organizador, Este último é uma categoria que se diferencia entre
um individualista que serve como canalizador de outras por que ele visa em geral uma sustentabilidade
mudanças nos mercados. Indivíduo criativo que entre uso de recursos e negócios. O eco-empreendedor
imagina novas soluções de mercado, o empreendedor é um ator social e ambiental. (Anderson 1998; Azzone
é necessário sobretudo na falta da ação pública e and Noci 1998; Pastakia 1998) assim ele é um
serviços. O empreendedor se manifesta no tempo, empreendedor clássico motivado a criar negócios
no espaço (mercado) por que é um tipo de ator sustentáveis em geral e com baixo o impacto zero no
econômico inovador e oportunista que tem como fim a ambiente.
liderança de um mercado o de um nicho por meio de
uma oportunidade inovadora. Uma taxonomia que serve para diferenciar
empreendedor nas suas motivações, em particular
P. Drucker, ressalta em seus livros, que o empreendedor entre emppreendedor que visa a sustentabilidade
é, pela grande maioria das vezes, um líder individualista e eco-empreendedor puro é de Taylor e Walley
e visionário que depende do seu conhecimento dos (2003) 6. A dupla tentou mostrar as motivações e os
negócios (conhecimentos específicos operacionais, objetivos de todos os que querem abrir um negocio
cultura empresarial e conhecimentos das bases de “verde”. O modelo deles tem como base o trabalho
administração empresarial) e das oportunidades que sobre as quatro dimensões do empreendedorismo
ele sabe reconhecer e explorar com próprio risco. de Thompson (1998). Este ultimo autor coloca as
Assim podemos inferir que cada “cultura” nacional dimensões do empreendedor em um dos quadrantes
tem uma maneira de manifestar o fenômeno, ou seja, do grid que possui quatro eixos. Um eixo tem o
o fenômeno depende dos lugares e dos momentos significado de mostrar o estilo do empreendedor.
históricos.
6 David Taylor and E. E. (Liz) Walley The Green
Entrepreneur: Visionary, Maverick or opportunist?
Entre os acadêmicos brasileiros Dornelas coloca Manchester Metropolitan University Business School
WPS047, 2003
Gestão Ambiental - Volume 1
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De um lado há o empreendedor individualista e de às características do empreendimento, ou seja,
outro o empreendedor “social”. Um outro eixo que empreendedores clássicos que tem uma base de
limita a classificação do empreendedor é relativo inovação tecnológica até empreendedores visionários
que antes da inovação tecnológica privilegiam uma
nova maneira de fazer negócios.
Tabela 1 – Tipologia do eco-empreendedor
Orientação Economica
"AD HOC" Oportunista
Eco-empreendedor inovador
Motivação Motivação
verde verde
fraca forte
Visionário Visionário
Etico Craque
Orientação a sustentabilidade
Fonte: Taylor e Walley (2003)
Partindo do modelo de Thompson (1998) Taylor e Walley para sustentabilidade. Contudo nesta categoria não
complementam as dimensões do empreendedor se pode posicionar (mas depende do tipo de projeto
com as do eco-empreendedor. Na tabela 1 há as analisado) as empresas que usam só o “marketing
conclusões do ensaio deles. Na tabela mostram-se as verde” para criar um diferencial de mercado. Estas
motivações “verdes” e de sustentabilidade mostrando empresas não são a rigor empreendedoras (já existem
quatro tipologias: o Empreendedor oportunista “ad e não estão inovando) e também não estão criando uma
hoc” ou clássico, Empreendedor oportunista inovador, (ou uma parte de) inovação e um negócio sustentável.
Empreendedor visionário craque e Empreendedor O objetivo delas é de mercado: fazer promoção e
visionario ético. publicidade para influenciar e diferenciar os nichos
de mercado. Esta diferencia será mais clara na ultima
Os empreendedores com fraca motivação verde seção quando se mostra o tipo de administração de
tendem ao resultado econômico enquanto os com um empreendedor verde.
mais motivação querem mudar o mundo dos negócios.
Os mais orientados a inovação tecnológica são O segundo tipo “oportunista inovador” se coloca no
menos ligados a mudanças estruturais e de longo mercado como o primeiro tipo, em busca de ganhos
prazo que são à base da sustentabilidade. Assim financeiros, mas com objetivos e motivações ligadas a
os dois pesquisadores definem quatro tipos de eco- mudanças estruturais do mercado, ou seja mais para
empreendedores. uma economia verde (oportunidades de negócios do
tipo mudanças na estrutura de mercado, mudanças
O primeiro tipo, o empreendedor “ad hoc”, é um demográficas, mudanças de percepção, novos
ator que olha a oportunidade de negócio (ad hoc) conhecimentos). As mudanças podem se ligar a quatro
no mercado, há pouco foco no meio ambiente e na tipologias de oportunidades7 das sete colocadas por
sustentabilidade, há mais motivações financeiras, ou
7 As oportunidade colocadas para Drucker
seja, o eco-emprendedorismo é mais uma oportunidade em DRUKER, P.F., DRUKER, P.F., Inovação e espírito
empreendedor, Editora Cenage Learning São Paulo 2008:
de ganho que uma postura ética ou uma motivação
Gestão Ambiental - Volume 1
Description:Ao leitor atento, basta passar os olhos pelos títulos dos trabalhos apresentados nesta coleção sobre gestão ambiental para ter a dimensão da amplitude do tema e sua propagação no meio acadêmico, dado o caráter multi e interdisciplinar quer o permeia. Na administração, na pedagogia, na