Table Of ContentTradução
Joel Fontenelle Macedo
© 2007 by David Stafford
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Título original
Endgame, 1945
Capa
Rodrigo Rodrigues
Imagem de capa
De Agostini/Getty Images
Preparação
Diogo Henriques
Revisão Técnica
João Henrique Barone Reis e Silva
Revisão
Rita Godoy
Lilia Zanetti
Coordenação de e-book
Marcelo Xavier
Conversão para e-book
Freitas Bastos
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S777f
Stafford, David
Fim de jogo, 1945 [recurso eletrônico] : o capítulo que faltava da Segunda Guerra Mundial / David
Stafford ; tradução Joel Fontenelle Macedo. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Objetiva, 2014.
recurso digital
Tradução de: Endgame, 1945: the missing final chapter of World War II
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
656p. ISBN 978-85-390-0562-8 (recurso eletrônico)
1. Guerra Mundial, 1939-1945. 2. Europa - História, 1945-. 3. Livros eletrônicos. I. Título.
14-08511 CDD: 940.5421 CDU: 94(100)'1939/1945'
Para Ruth, que sobreviveu,
e em memória de Sydney, que lutou
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Dedicatória
Epígrafe
Introdução
Mapas
Parte um - Sexta-Feira, 20 de Abril de 1945
1. Primavera cruel
2. “Tristeza e escuridão”
3. Justiça vingadora
4. “Um estranho tom aperolado”
5. “Cair com heroísmo”
6. “Ich War Immer Dagegen”
Parte dois - De 20 a 30 de Abril de 1945
7. “Um clima de Alice no País das Maravilhas”
8. “O espetáculo mais abominável”
9. A morte de um ditador
10. A oferta de Himmler
11. “The Boulevard of Broken Dreams”
12. Refúgio Alpino
13. “A morte fugiu”
14. “A batalha mais amarga”
Parte três - Da morte de Hitler ao dia da vitória
15. Lidando com nazistas
16. O Cap Arcona
17. “O beco sem saída do Reich”
18. A pilhagem de Hitler
19. “A manhã enfim despontou”
Parte quatro - Do dia da vitória na Europa à conferência de Potsdam
20. O Dia da Vitória na Europa
21. “Fortuna nem sempre é alegria”
22. “Uma comédia grotesca”
23. “Uma cortina de ferro”
24. “Você perdia pessoas enquanto ganhava a liberdade”
25. Berlim: cidade cinza
26. Segunda-feira, 16 de julho de 1945
27. “Outros monstros em outras tocas”
Epílogo: O que aconteceu com eles?
Notas
Bibliografia
Caderno de fotos
Não digas nada além de O que será de mim?, pois, seja como for, tudo se
resolverá, e a questão há de chegar a um desenlace feliz... se te aparecer um
enorme javali, travarás a maior das lutas; se forem homens perversos, livrarás
a terra deles. Mas e se eu morrer? Morrerás como um bom homem, no
cumprimento de um nobre ato.
EPÍTETO
Estou cansado e enojado da guerra. Sua glória é pura tolice... Guerra é
Inferno.
GENERAL WILLIAM TECUMSEH SHERMAN
INTRODUÇÃO
G
uerras não terminam quando cessam as batalhas, e a vitória militar por si só
não garante a paz. Os feridos continuam a morrer. Os desalojados ainda
buscam um lugar para morar. Pais procuram por filhos perdidos entre os
escombros, e famílias e amigos tentam desesperadamente se reencontrar. Soldados
das forças derrotadas passam semanas, meses, e até mesmo anos, confinados em
campos de prisioneiros de guerra, quase sempre muito distantes de casa. Os
vitoriosos não convertem suas espadas em arados imediatamente. Eles perseguem
os líderes inimigos, enfrentam aqueles que desejam continuar a luta e trabalham
arduamente para estabelecer a lei e a ordem. Só então a paz pode vir. Pois ela exige
mais do que a ausência de conflito, e é mais difícil chegar a ela do que reduzir
cidades a escombros.
As histórias da Segunda Guerra Mundial na Europa terminam invariavelmente
com a rendição dos exércitos alemães e a celebração do Dia da Vitória, uma terça-
feira, 8 de maio de 1945 (ou 9 de maio para a antiga União Soviética). De uma
perspectiva estritamente militar, isso não passa de ilusão, porque as batalhas
continuaram até bem depois dessa data. Todavia, mesmo nos lugares onde
cessaram os conflitos, os soldados aliados não depuseram suas armas de uma hora
para outra, comemoraram animados e voltaram para casa. Pelo contrário, para a
maioria deles, o Dia da Vitória foi simplesmente uma breve pausa na prolongada e
extenuante experiência de estar sob um uniforme e pronto para a guerra. Graças à
visão maníaca de Adolf Hitler, a Europa em 1945 era uma zona de desastre, e as
consequências da guerra mostraram-se tão exigentes quanto as próprias batalhas.
Eram necessários a rendição de milhões de soldados inimigos; a repressão
urgente de saques, motins e violência gratuita; o restabelecimento severo e
implacável da lei e da ordem; a restauração dos serviços básicos de eletricidade, gás,
água e saneamento; a reconstrução de estradas, ferrovias e sistemas de comunicação
danificados; a busca pelo ouro e os objetos de arte europeus pilhados em larga
escala; e, ainda, encontrar os líderes nazistas e fascistas fugitivos da justiça. Aqueles
que participaram desses esforços não pararam de escrever seus diários e cartas para
casa, nem acharam que a guerra estivesse terminada; os que estavam envolvidos
diretamente na batalha temiam ser transferidos para o Extremo Oriente, para o
desfecho do conflito contra os japoneses, que ainda resistiam.
A luta tampouco se tornou menos sangrenta quando a libertação surgiu no
horizonte. Nas semanas finais da guerra, com efeito, desenrolaram-se alguns de seus
episódios mais cruéis, proporcionando um clímax terrível para o conflito já
marcado por brutalidade e mortandade sem precedentes na história. Desde o Dia
D, em junho de 1944, os exércitos aliados sofreram uma dura sequência de revezes
que adiaram persistentemente o dia da vitória. Quando, por fim, penetraram no
coração da Alemanha, Hitler deixou claro que lutaria até o amargo desenlace.
Referindo-se ao armistício firmado pela Alemanha no final da Primeira Guerra, ele
declarou energicamente à Wehrmacht, em seu discurso no “Dia em Memória dos
Heróis” — 11 de março de 1945 —, que “o ano de 1918 não se repetirá”. Para isso,
nenhum preço, nem mesmo a destruição total, seria alto demais. Uma semana
depois, ele expediu aquela que ficou conhecida como a Ordem de Nero. Nada
deveria ser deixado para uso do inimigo: minas deveriam ser explodidas; canais,
bloqueados; telecomunicações, danificadas; e a herança cultural alemã, destruída.
Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, expressou o mesmo
niilismo gélido em palavras mais contundentes: “Se tivermos que sair de cena”,
escreveu em um estilo tipicamente teatral, “trancaremos tão bem a porta que
nenhum outro governante jamais voltará a abri-la”. O que isso significava, em
resumo, era que os soldados aliados deveriam esperar uma luta sem piedade até a
morte.1
Para os civis, a libertação marcou o início e não o fim de suas tribulações, um
momento agridoce de exultação e desespero. Foi somente com a invasão dos
campos de concentração de Buchenwald, Belsen e Dachau, em abril de 1945, que a
extensão plena das atrocidades nazistas se tornou visível aos olhos ocidentais. Para
os sobreviventes, o trauma de retornar ao lar foi o começo de um processo
doloroso de readaptação à vida normal. Enquanto isso, para os milhares de judeus
que descobriram que não tinham mais lar ou família para onde voltar, começava
uma verdadeira luta em prol da construção de seu próprio Estado de Israel. Para os
civis que não haviam sido mandados aos campos — a grande maioria dos europeus
—, o Dia da Vitória foi pouco mais do que um momento de breve alívio em uma
vida de contínuas privações e luta diária.
Foi também um tempo de retaliação e vingança. A Segunda Guerra Mundial
precipitou o clímax de duas décadas de rivalidade étnica e conflitos ideológicos, e
Description:Concluir a narrativa da Segunda Guerra Mundial no Dia da Vitória é deixar a história apenas parcialmente contada. A guerra não termina quando cessam as batalhas. Soldados derrotados enfrentam longos dias como prisioneiros, os feridos continuam a morrer, pais buscam obstinadamente pelos filhos de