Table Of ContentFILOSOFIA
Domingos Faria
Luís Veríssimo
03481832
De acordo com
Aprendizagens Essenciais
Explicação de todos os conteúdos
250 questões
com resposta detalhada
Simulador de exames online
Teste diagnóstico
com feedback online imediato
1
Ultimas provas oficiais
e respostas online
lpYí EDUCAÇAO
Introdução
Caro (a) estudante
Encontras-te neste momento a preparar-te para o Exame Nacional da disciplina de
Filosofia de acordo com as novas Aprendizagens Essenciais. Este üpo de prova testa a tua
capacidade de demonstrar competências num determinado período de tempo. Para seres
bem-sucedido apresentamos te aqui um ginásio mental para praticares as tuas competên
cios filosóficas, no qual podes rever com o maior rigor e clareza tudo o que estudaste nas
aulas de Filosofia, bem como podes aplicar esses conhecimentos ao longo de uma serie
de exercícios propostos e confrontar as tuas respostas com as soluções apresentadas.
A obra encontra-se estruturada em duas partes principais. A primeira tem uma revisão
dos conteúdos lecionados de acordo com as Aprendizagens Essenciais. Cada um dos
capítulos desta primeiro parte inclui a apresentaçao dos conteúdos fiiosoficos de um modo
claro e rigoroso, um esquema organizador um resumo dos conteúdos apresentados,
uma lista de palavras-chave que destaca os principais conceitos explorados ao longo do
capitulo, e uma ficha formativa para cada unidade temática com diferentes tipologias de
questões A estrutura gerai das fichas formativas e a seguinte Grupo I. com questões de
escolha múltipla; Grupo II, com itens de construção de resposta restrita, e Grupo III. com
itens de construção de resposta desenvolvimento.
Para responderes as questões de escolha míiitipia deves começar por ler atentamente
o enunciado da questão e tentar excluir as alternativas que estejam claramente erradas.
Assim, ficas com mais tempo para te debruçares sobre as restantes alternativas, por forma
a encontrares a solução do exercício.
As questões do Grupo II sao, geia Imente, questões Interpretativas. que testam a tua
compreensão dos problemas, teorias e argumentos estudados. Deves, por isso, demons
trar inequivocamente que compreendes aquilo que é perguntado, sem te alongares em
dissertações vagas em torno do assunto da questão
Por fim, no que diz respeito as questões de desenvolvimento, importa salientar que,
embora estas questões apelem, quase sempre, a uma tomada de posição pessoal acerca
de um determinado problema filosoflco, a sua avaliaçao nao recai sobre a posição de
fendida, mas sim sobre a forma como são articuladas razões para fundamentar a mesma.
Isto significa que, ao responderes a este tipo de perguntas, deves sempre começar por
demonstrar que compreendes qual é o problema filosófico em causa e, em seguida, de
ves apresentar as pnncipais posiçoes em confronto em reiaçao ao mesmo. Indicando qual
delas subscreves. Por último, deves tentar argumentar com rigor a favor da tua perspetiva
e contra as perspetivas a que te opões.
A segunda parte deste livro conta com três provas-modelo e as respetivas soluções.
Online encontras disponível um teste diagnostico, um simulador de exames, as ultimas
provas oficiais de exame e os respetivos cnterios de classiticaçao. uma calculadora de
tabelas de verdade e a possibilidade de esclareceres alguma duvida que tenhas com os
Autores desta obra
Bom trabalho e boa sortel
Os Autores
ÍNDICE
A açao humana e os valores
4. Determinismo e liberdade na ação humana 72
4.1 O problema da compatibilidade 76
Introdução___________________i
A resposta mcompatiDilista 76
índice remissivo 4 A resposta compatibillsta 78
4.2 O problema tradicional 83
Ferramentas do trabalho filosófico Dctcrmmrsmo moderado 83
Llberxjsmo 83
1. Abordagem introdutória a filosofia
Determinismo radical 85
e ao filosofar 8
Esquematizando 88
11 O que é a filosofia? 8
Resumo 89
1.2 As questões da filosofia 9
Conceitos 90
Competências relativos a problemas 13
Questões propostas 91
Competências rdauvas a conceitos 14
5. A dimensão pessoal e social da ética 95
13 Teses e argumentos, validade, verdade
e solidez 16 5.1 Não cognitivismo 99
Competências relativas a teses 20
5.2 CognitJvIsmo 100
Competências rdalrvns a argumentos 23
Subjetrvismo 100
Resumo 31 Criticas ao subjetrvnmo 101
Conceitos 31 Relafivismo 103
Quostóes propostas 32 Críticas ao relat/vismo 105
Objetrvivno 106
2. Lógica formal 35
Criticas ao objetrvismo 107
2.1 Lógica preposicional clássica 35
Esquematizando 107
2.2 Prncipais formas de inferência validas 49 Resumo 108
2.3 Principais faladas formais 50 Conceitos 109
Esquematizando 51 Questões propostas 110
Resumo 52
6. A necessidade de fundamentação da moral
Conceitos 53 - análise comparativa de duas perspetivas
Questões resolvidas e questões propostas 54 filosóficas 114
O problema do criteno etico
3. Lógica informal 58
da iroralidade de uma ação 114
3.1 Argumentos não dedutivos 58 6.1 O utilrtarismo de Jobn Stuart Mlll 114
Argumentos indutivos 58 O principio da ufildade (ou principio
Argumentos por analogia 59 da maior felicidade) 115
Argumentos de autoridade 61 Hcdomsmo 118
Consequencialismo: intenção
3.2 Falácias informais 63
e consequências 121
PetKzao de pnncipio 63
Pnncípios secundários: t> inexistência
Falso dilema 63 dc regras morais absolutas 121
Falsa relação causal 64 Criticas a etica de Mill 123
A<J nomrnem 64
6.2 A ética deontológica
Ad popufam 65
do Immânuel Kant 128
Apelo a ionorância 65
A boa vontade 128
Boneco de palha 65
Agir cm conformidade com o dever
Derrapagem__________________________ 66 e agir por dever 130
Resumo 66 Máxima, impeiativo hipotético
e imperativo categórico 133
Conceitos 67
Deontologia: o dever c a lei moral 134
Esquematizando 68
Heteronomia e autonomia da vontade 142
Questões propostas 69
Criticas a etica de Immanuel Kant 143
Esquematizando 144
Resumo 145
Conceitos 147
Questões propostas 148
7. O problema da Justiça social 151 Dimensões da açao humana
O probema da organização ce uma e dos valores
sociedade justa 151
10. A dimensão estética - a criação artística
7.1 A teoria da justiça de John Rawis 151 e a obra de arte 228
Os princípios d a justiça 152 10.1 O problema da definição da arte 228
|!) Argumento do eoud íbrlo reflettdo 154
10.2 Teorias essencialistas: â arte como
|l| Argumento da posição originai 155
representação, a arte como expressão
7.2 Crftico libertarista de Robert Nozick 158 e a arte como forma 229
A ane como representação 229
7-3 Crrtica comumtansta
de Michaei Sandel 160 Críticos a teoria representadonista 232
A arte como expressão 232
Esquematizando 161
Criticas à teoria expressivista 234
Resumo 162
A ade como forma 236
Conceitos 163
Cntcas a teoria formafcsta 239
Questões propostas 164
10 3 Teorias nõo essencialrstas. a teoria
institucional e a teoria histórica 241
O conhecimento e a racionalidade
A teoria institucional da arte 241
científica e filosófica
Cnticas a teoria institucional da arte 244
8, Analise comparatrva de duas teorias A teoria histórica da arte 245
explicativas do conhecimento 158 Cnticas a teoria histórica da arte 247
Tipos de conhecimento 168
Esquematizando 249
A definição tripartida de conhecimento 169
Resumo 250
8.1 O problema da possibilidade
Conceitos 252
do conhecimento 171
Questões propostas 253
O desafio cético 171
A resposta fundaciomsta 172 11 A dimensão rei ti osa 256
Descartei a mpoita racionaiistô 174 11.1 O problema da existência de Deus 257
Hume n resposta empirbto 184 O conceito teísta de Deus 257
Esquematizando 193 11.2 Argumentos sobre o existência
Resumo 194 de Deus 257
Conceitos 197 Argumento cosmologico 257
Questões propostas 198 Argumento teleologlco 259
Argumento ontológico 263
9. O estatuto do conhecimento cientifico 201
Argumento do mal para a discussão
9.1 O problema da demarcação da existene a de Deus 265
do conhecimento c ientifico 202
11.3 OTidersmode Pascal 271
Cnteno da vcnticabilidade 202
Esquematizando 275
Objeções ao criterlo da verincabitodade 203
Resumo 278
Critério de faKlfkzatx iidade 2 04
Objeções «o Critriio de falsrficabilidàde 206 Concertos 278
Questões propostas 275
9.2 Problema do método cientifico 207
Resposta indutrvrsta 207
Provas-modelo
Objeções ã tesposia indutivlsia 208
Prova-modelo 1 283
Resposta falsfficacionista 210
prova-modeio 2 200
Objeções ã resposta talsificacionista 212
Prova-modelo 3 282
9.3 Problema da evolução da ciência 213
Soluções 29S
A perspetiva de Popper 213
A perspetiva de Kuhn 214
9.4 Problema da objetividade da ciência 217 A
Popper sobre a objetividade 217 auLadigital
Kuhn sobre a objetividade 218
Discussão das posições de Popper e Kuhn 219
✓ TESTE DIAGNÓSTICO
Esquematizando 220
✓ SIMULADOR DE EXAMES
Resumo 221
✓ EXAMES E RESOLUÇÕES
Conceitos 223
Questões propostas 224 Acesso em www leyaeducacao com
índice remissivo
A Conexão necessana 187 Empinsmo "87
Apnori9 Conhecimento 168 169. 171 Epistemologia 11.168
Conhecimento apostenort 173 Estimulação de emoçoes 233
Acaso 259
Conhecimento a priorl 173 Etlca 114. 128
Ações conforme o dever 130
Conhecimento cicntrfico 202 Etica normativa 114
Ações contrarias ao dever 30
Conhecimento por contacto "68 Expressão de emoções 232
Ações por dever 131,133
Acordo hipotético 156 Conhecimento pratico 168 F
Conhecimento pr□posicionai 168
Adbomínem 64 Falacia da aflrmaçao da
Conjeturas e refutações 210 211 consequente 50
Adpoputum 65
Conjunção constante 188 Falacia da amostra nao
Agregacionlsmo 121
representativa 69
Consequenciallsmo 121
Âmbito 40
Falácia da falsa analogia 60-61
Contraposição 50
Apelo a iqnorancla 65
Contratuallsmo 152 Falacia da generalização
Argumento 23-24 preciprtada 59
Corroboração 212
Argumentos de autoridade 61 Falácia da negação da
Cosmologlco 257
Argumentos dedutivos 35 antecedente 51
Crença 1f>9
Falácia de apelo ilegítimo
Argumentos indutivos
|de generalização e previsão) 58 Crenças baslcas 172 a autoridade 62
Argumentos não dedutivos 58 Crenças não básicas 172 Falácia informal 63
Crise científica 214 215 Falácia intencional 236
Argumentos por analogia 59
Cnterio etico da moralidade Falácias formais 50
Arte 228.230. 23l 232. 236. 242
de uma ação '14
245 Falsa relação causal 64
Artefacto 242 Falsifkacionismo 210
D
Atribuição de estatuto 242 Falsificado 204
Dedução 211-212
Autonomia da vontade 142 Falsificavel 204
Definição circular *"
Falso dilema 63
B Definição demasiado
abrangente 14 Fideismo 271
Bens sociais primários '56 Forma significante 236-237
Definição demasiado restrita 15
Boa vontade 128-129.135 Formas de encarar a arte 247
Definição explicita 14
Boneco de palha 65 -66 Funções de verdade 42-44
Deísmo 257
c Demarcaçao 202 Fundaciomsmo 172
Deontologia 134 G
Casos de Frankfurt 81
Derrapagem 66
Causa 257 Graus de falsificabilklade 205
Desígnio 259
Ceticismo 171
H
Determinismo 73
Ciência extraordinarta 214 215
Determinismo moderado 75-76. 83 Hedonismo 18 -’19
Ciência normal 214-215
Determinismo radical 75 76, 85 Heteronomia da vontade 142
Cogito 177
Dever 129-130.134
I
Cognitivismo 99-100
Deveres Imperfeitos 40 141
Compatibilismo 75-76. 81 Ideias 184
Deveres perfeitos 140-141
Ideias adventícias 178
Comunrtarlsmo !60
Dignidade humana 142’
Conceção padronizada Ideias complexas 184
Dupla negação 50
da justiça 158 Ideias factícias 78
Duvida metódica 74
Condição necessária 14.19 Ideias matas 178
Condição suficiente 14,19 E Ideias simples 184
Conetivas 31 Emoção estetica 236-237 Igualrtarismo 151
ÍNDICE REMISSIVO
Imperativo categórico 133-134.142 O Regra mojom/n ’54
Imperativo hipotético ' 33-134 Objetividade 217-218 Regras morais absolutas 12’ 12 2
Impressões 184 Objetivismo 99,106 Relações de ideias 18S
Incomensurabilidade ?1G Obra de arte no sentido Relatlvismo 99,103
Incompatiblllsmo 75 76 classlftcativo 228, 242 243 Representação 229. 231
Indução 207.208 Obra de arte no sentido Responsabilidade moral ’2
Indutivismo 207 valoratívo 228. 244
Revolução científica 214-215
Inferências validas 49 Oficio 233
s
Inspetores de circunstâncias 47 Omnipotência 257
Instituição social 242 243 Omnisciência 257 Senso comum 2Ü2
Ontologlco 263 Silogismo disjuntivo 49
J
Operadores proposicionais 3l Silogismo hipotético 49
Juízo 95-96
Solidez 26
Juízos de facto 95. 97 p
Subjetividade 218
Juízos de valor 96-97 Panteísmo 257
Subjetivismo -i9-1(K i
Juízos morais 97 Paradigma 214
Justiça como equidade 152 Perceções 184 T
Justiça social 161
Perfeição moral 269 Tabelas de verdade 43, 46
Justificação 169-170
Petição de principio 63 Teísmo 257
L Posição original 155-156 Telcologico 259
Lei moral 134 Possibilidades alternativas 79.81 Teodicela 269
Leis de De Morgan 49 Prazeres inferiores ,49 Teoria expressrvista 232
Libertarlsmo 151 Prazeres superiores 119 Teoria formallsta 236
Libertismo 75-76.83 Pre-cléncia 214-215 Teoria institucional 242
Livre-arbltrio 72 Principio da copia 184 Teoria representacionlsta 231
Lógica formal 38 Principio da diferença 153 Teorias da obrigação 114
Lotaria natural 155 Principio da liberdade igual 153 Teorias do valor 114
Lotaria social 154 Principio da oportunidade Justa Teorias essencinlistas 228
153
Teorias nao essencialistas 229
M
Principio da utilidade 115. 117-118
Teste da universalização I •6
Mal gratuito 266. 26? Principio ublitansta 157
Mal Justificado 2 66 u
Progresso cientifico 213. 2)6
Mal moral 266
Proposição 6 Utilitarismo 114,121
Mal natural 26’
Propriedades extrínsecas
Manifestação de emoções 234 e relacionais 241 V
Máxima 133 Propriedades Intrínsecas Validade 25-26.46
Maximamente perfeito 264 e manifestas 228.241
Valoi Instrumental 114
Método cientifico 207
Q Valor intrínseco H4.128
Metodologia do equilíbrio
Variavels de formula 38 37
reflebdo ’64 Questões de facto 196
Variáveis proposicionais 36-37
Modt/s poncns 49-50
R Verdade 18,169
Moduí. tolten* 49 51
Racionalidade epistemlea 271 Verificado 202-203
Mundo da arte 241.243
Racionalidade prudencial 271. 273 Verificável 202-203
N Racional ismo 172,178,178 Verosimilhança 214
Negação 27-28. 36.43 Refutação 30 Veu de ignorância 156
Ferramentas
do Trabalho Filosófico
i. Abordagem introdutória à filosofia e ao filosofar
r
2. Lógico formal
3. Lógico informal
Ferramentas do Trabalho Filosófico
1. Abordagem introdutória à filosofia e ao filosofar
1.10 que é a filosofia
O que e a filosofia? Uma formo bastante diretn de responder a esta pergunta e dizer
que a filosofia é o que os filósofos fazem e indicar alguns exemplos da história da filosofia,
como Sócrates, Piatao. Aristóteles, Santo Agostinho, Tomás de Aquino. Descartes. Hume.
Kant. etc. Contudo, esta resposta nao e particuiarmente esclarecedora.
Outra possibilidade é recorrer a etimologia da palavra «filosofia», ou seja, procurai de
terminar o seu significado investigando a sua origem e a forma como esta e composta
a partir de outras palavras A este respeito, podemos d zer que a palavra «filosofia» tem
origem grega e e composta pelas palavras «phitia* e «soph/o», que significam respetiva
mente amor (amizade ou desejo) e sabedotla. Assim, atendendo a sua origem etimológica
chegamos a conclusão que a filosofia « o amor da sabedoria No entanto, esta abor
dagem também não é inteiramente satisfatória, pois não permite distinguir a filosofia de
outras atividades que envolvem a procura de algum tipo de sabedor a ou conhecimento,
como a física, a química, a biologia, a psicologia, a economia, a matemática, etc.
Uma outra forma bastante comum de caracterizar um determinado domin o do saber e
indicar qual é o seu objeto de estudo, isto é, o que é que estuda, e qual é o seu método de
investigação. Isto ê. como estuda. A este respeito podemos dizer que o objeto de estudo da
filosofia e um conjunto de problemas fundamentais acerca da natureza da realidade, do co
nhecimento e do valor e seu método é, sobretudo, a discussão critica e a argumentação.
Assim, podemos caracterizar a filosofia como sendo uma atividade conceptual e crítica
Dizer que a filosofia e uma atrvidade conceptual e apenas dizer que esta se ocupa de
problemas conceptuais, Isto é, que se dedica a analisar alguns conceitos fundamentais
que utilizamos no nosso dia a dia. na matcmatica c nas outras ciências, sem pensar multo
sobre eles e sem nos interrogarmos acerca do seu significado mais profundo - como os
corcertos de Deus, liberdade, necessidade, possibil dade, numero, conhecimento, justifi
cação, Justiça, etc. Por seu turno, afirmar que a filosofia é uma atividade crítica significa
simplesmente que pata fazer filosofia devemos procurar avaliar de fôrma rigorosa e im
parcial as razões que temos para pensar desta ou daquela maneira Deste modo, para
fazermos filosofia devemos ser capazes de formular problemas analisar conceitos funda
mentais. propor teorias (respostas para os problemas de que nos ocupamos), argumentar
a favor dessas teorias e imaginar possíveis objeções reiativamcnte as mesmas
Sécutoi v a rv a.C. Século rv a.c. Séculot rv è v
1. Abordagem Introdutória ■ filosofia e ao filosofar
1.2 As questões da filosofia
Como acabamos de ver, o filosofia ocupa-se de problemas conceptuais
Assim, alguns problemas filosóficos fundamentais consistem no esclarecimento de
conceitos. Como, por exemplo:
• O que è a realidade? • O que é uma evidência?
♦ O que é o consciência? • O que é a justiça?
♦ O que e a causalidade? • O que ê a coragem?
* O que e um numero’ • O que é a arte’
• O que é a verdade? • O que é a beleza?
• O que é o conhecimento? ■ etc.
Outros problemas filosoficos são acerca das relações entre conceitos Como par
exemplo.
- A mente e diferente do corpo?
• A existência de Deus e compatível com a existência de mal no mundo’
» Pode uma vida humana ter objetiva mente sentido?
- Podem haver guerras Justas?
• O aborto ê moralmente permissível?
■ etc.
Os problemas conceptuais de que se ocupa a filosofia nao sao problemas empíricos,
isto é, não se resolvem com base na observação e na experiência — tal como acontece com
os problemas da ciência - mas sim atiaves do pensamento, apenas - tal como acontece
com os problemas da matemática. No entanto, ao contrário dos problemas da matemáti
ca. os problemas da filosofia nao se resolvem com base em cálculos ou métodos formais
de prova. E, ao contrário das c encias empíricas, a filosofia e considerada uma atividade
o prlorl, isto é, os problemas de que se ocupa podem ser resolvidos apenas pelo pensa
mento, através de uma reflexão cuidada acerca da forma como as corsas sao. da rorma
como as corsos podem ser e da forma como estas devem ser,
Tomás dr Aqui no Dcscodes Humr Kant
9
Ferramentas do Trabalho Filosófico
Tal como na ciência existem vánas disciplinas cientificas (como, por exemplo a física,
a química, a biologia. etc.), também no filosofia existem diferentes disciplinas fliosoflcas
consoante o conjunto especifico de problemas de que se ocupam, como, por exemplo: a
metafísica, a eplstemologla. a axlologla a ética, a filosofia da arte, a lógica, etc. Em se
guida, veremos do forma mais aprofundada em que consistem algumas destas disc plmas
filosóficas e as questões de que se ocupam
Metafísica
A metafísica é a disciplina filosófica que se ocuoa dos problemas fundamentais acerca
da natureza da realidade O problema centra da metafísica pode ser formulado nos se
guintes termos: <O que e que há?*, ou seja, os filosofos que se dedicam á metafísica pro
curam. entre outras coisas, determinar que tipos de coisas existem, de que forma existem
e por que razao existem.
Aqui ficam alguns exemplos de problemas de que se ocupa a metafísica:
1. A maioria de nós acredita que o mundo ê composto por coisas que existem no es
paço e no tempo, como pedras, plantas e planetas, mas o que dizer de cotsas como
mentes, valores, conceitos, numeros, propriedades e relações, isto é, o que dizer de
coisas que a primeira vista, não parecem ter uma existência concreta, espaclolem-
porai? E o que dizer do próprio espaço e do próprio tempo?
2. Sabemos que ha coisas que existem mas podem deixar de existir. Mas será que hã
coisas que existem necessariamente?
E coisas que nao existem mas que poderiam existir?
Será que ha coisas simplesmente impossíveis, isto c, coisas que nao existem nem
poderiam existir’
Sera que ha coisas que, embora possam existir quando consideradas separadamente,
não podem coexistir, isto é, existir simultaneamente, pois são incompatíveis entre si?
3 A primeira vista, achamos que uma maçã pode ser de vãnas cores sem deixar de ser
uma maçã, mas se alterarmos radicalmente as suas propriedades (por exemplo di-
gerindo-a) ha um ponto a partir do qual podemos dizer que a maçã deixou de existir?
Ouais sao as condiçoes oe persistência das coisas, isto é. em que circunstâncias
dizemos que uma coisa que existe num dado momento continua a existir num mo
mento posterior?
Haverá propriedades essenciais que nos permrtem reconnecer uma coisa como a
mesma em diferentes momentos’
E quanto as pessoas? Sera que ha propriedades essenciais para se ser uma deter
minada pessoa (isto e. propriedades com as quais podemos afirmar que somos essa
pessoa e sem as quais podemos dizer que deixamos de o ser)?
4. Alem disso, acreditamos que existem coisas como automóveis vermelhos, livros ver
melhos e maçãs vermelhas; mas em que consiste a «vermelhidão»? Será que a ver
melhidão existe da mesma forma que os automóveis, os livros e as maçãs? Ou será
que a sua existência depende das nossas mentes de uma forma que a existência de
automóveis, livros e maçãs não depende?
■0