Table Of ContentEVANIR PAVLOSKI
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO E A ILHA:
ENTRE O PESADELO E O IDÍLIO UTÓPICO
CURITIBA
2012
EVANIR PAVLOSKI
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO E A ILHA:
ENTRE O PESADELO E O IDÍLIO UTÓPICO
Tese apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Letras do Setor de Ciências
Humanas, Letras e Artes da Universidade
Federal do Paraná como requisito parcial à
obtenção do título de Doutor (Área de
Concentração em Estudos Literários).
Orientador: Profº Dr. Paulo Astor Soethe
CURITIBA
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SISTEMA DE BIBLIOTECAS
BIBLIOTECA CENTRAL – COORDENAÇÃO DE PROCESSOS TÉCNICOS
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof.º Dr.º Paulo Astor Soethe pelas inestimáveis
contribuições e pela inabalável cortesia.
À minha família, cujo apoio e compreensão foram fundamentais para a
conclusão dessa jornada.
Aos meus amigos e amigas pelos momentos de descontração que se
mostraram essenciais para os momentos de trabalho.
Aos meus colegas de profissão cujo apoio profissional e firme certeza no
meu potencial representaram sempre um grande incentivo.
A todos os meus alunos e ex-alunos pela troca de idéias e experiências
que tanto contribuíram para muitas das reflexões aqui desenvolvidas.
Aos sempre prestativos Odair Rodrigues e Natalino Ernani Schreiber
pelos esclarecimentos e providenciais colaborações ao longo desses anos.
A todos aqueles que de alguma forma compartilharam comigo esta
empreitada e que, próximos ou distantes, fazem parte dessa realização.
Quando se traça um ideal, pode-se vislumbrar
o que se pretende, mas é preciso evitar o
impossível.
Aristóteles
SUMÁRIO
RESUMO..............................................................................................................
ABSTRACT..........................................................................................................
1. INTRODUÇÃO: A ESTÉTICA DA PREOCUPAÇÃO SOCIAL.....................1
2. EMBASAMENTO TEÓRICO E HISTÓRICO-CRÍTICO ..............................15
2.1. UTOPIA E DISTOPIA...............................................................................15
2.2. UTOPIA E MODERNIDADE.....................................................................34
2.2.1. MODERNIDADE UTÓPICA...................................................................37
2.2.2. MODERNIDADE DISTÓPICA...............................................................61
3. ADMIRÁVEL MUNDO NOVO E A ILHA: ENTRE O PESADELO E O IDÍLIO
UTÓPICO........................................................................................................87
3.1. HUXLEY: ROMANTISMO ANTICAPITALISTA E UTOPISMO
REACIONÁRIO...............................................................................................87
3.2. AS ENTRELINHAS DA IDEALIZAÇÃO UTÓPICA.................................114
3.2.1. COMUNIDADE....................................................................................114
3.2.1.1. CONTRATOS E UTOPIAS SOCIAIS...............................................117
3.2.1.2. OS ARCABOUÇOS UTÓPICOS......................................................138
3.2.1.3. ECONOMIA, CONSUMO E MISTIFICAÇÃO ...................................145
3.2.1.4. SEXUALIDADE: ASCESE OU CONTROLE?...................................154
3.2.2. IDENTIDADE.......................................................................................160
3.2.2.1. O INDIVÍDUO DA UTOPIA...............................................................190
3.2.2.2. O INDIVÍDUO NA UTOPIA...............................................................221
3.2.3. ESTABILIDADE...................................................................................256
3.2.2. O PESADELO DA ESTABILIDADE NA DISTOPIA.............................259
3.2.2. O SONHO DA ESTABILIDADE NA UTOPIA.......................................299
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................339
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:.............................................................351
RESUMO
O objetivo do presente trabalho é desenvolver uma análise comparativa entre
as obras Admirável mundo novo e A ilha, de autoria do autor britânico Aldous
Leonard Huxley e inscritas na chamada literatura utópica / distópica. Após
discorrer sobre a perenidade e a relevância do utopismo enquanto expressão
substancialmente crítica do pensamento humano ao longo dos séculos,
focalizamos a representatividade das projeções utópicas como signos da
modernidade e mecanismos de problematização da realidade experimental nos
séculos XIX e XX. Nesse contexto, defendemos a influência da sensibilidade
romântica nas figurações ficcionais de Huxley, aspecto que o caracteriza como
um autor vinculado à corrente ideológica denominada por Lukács de
romantismo anticapitalista. Ao longo da análise, demonstramos que elementos
problemáticos das projeções utópicas – o apagamento das individualidades e a
consequente normalização das identidades, a alienação e o impulso
materialista – são utilizados por Huxley como instrumentos de crítica à
expansão do racionalismo capitalista. Comprovamos no decorrer da
argumentação que tal processo de contestação se efetiva tanto pela
radicalização distópica em Admirável mundo novo, quanto pela destruição do
idílio utópico em A ilha. A complementariedade das duas perspectivas,
portanto, fornece subsídios para apontar a dicção literária de Aldous Huxley
como uma das mais críticas de seu tempo.
ABSTRACT
The aim of this work is to develop a comparative analysis between Brave New
World and Island, literay works written by the English writer Aldous Leonard
Huxley and belonging to the utopian / dystopian literature. After some
considerations about the perenniality and relevance of the utopian imagination
as a substantially critical expression of human thought throughout the centuries,
we focus on the importance of the utopian projections as signs of the modernity
and critical tools over the experimental reality in the 19th and 20th centuries. In
this context, we defend the influence of the romantic sensitiveness on Huxley’s
fictional figurations, aspect which defines him as part of the ideological current
named by Lukács as anti-capitalist romanticism. As we develop the analysis, we
show that some problematic elements from the utopian projections - the
obliteration of individuality and the consequent normalization of identities, the
alienation and the materialistic impulse are taken by Huxley as means to
criticize the spreading of the capitalist rationalism. As we demonstrate along the
discussion, such contestation process is conveyed through both the dystopian
radicalization in Brave New World and the destruction of the utopian idyll in
Island. Thus, the completion of these two perspectives gives us material to
mark Huxley’s literary discourse as one of the most critical voices of his time.
Description:idílio utópico em A ilha. A complementariedade das duas perspectivas, portanto, fornece subsídios para apontar a dicção literária de Aldous Huxley.