Table Of ContentESTABELECIMENTO DE UMA
CLASSIFICAÇÃO DO FORMATO DA
ARCADA MAXILAR NO PACIENTE
PORTADOR DE FENDA LÁBIO-PALATINA
Dissertação de candidatura ao grau de Mestre em Cirurgia Ortognática e
Ortodontia apresentada na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Elisa Ribeiro Miranda
Orientador: Professor Doutor Josep Maria Ustrell
Co-orientador: Dr. João Correia Pinto
Porto
2012
Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
II
Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
Dedicatórias
Ao meu pai, o meu modelo, o meu porto seguro, que acredita sempre em mim até
quando nem eu própria acredito.
A minha mãe, por ser a minha sombra, tudo acontece e é mais fácil porque no seu
silêncio colmata os espaços que nem me apercebo que existem.
A minha avó Elisa, a minha "mãe"', aquela cujos olhos vêm-me pela manhã e
desejam-me bom dia, e esperam por mim, ansiosos, por uma boa noite. Viu-me
crescer e transformar-me no que sou hoje.
A minha avó Ofélia, sei que estarias e que estás orgulhosa. Porque os anjos não
morrem..e porque sei que estás sempre comigo..tantas saudades...
Ao Daniel, pela paciência, carinho e empenho neste projeto, para que passasse de um
sonho a realidade.
III
Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
Agradecimentos
Ao Professor Doutor José Amarante, pela coragem, visão e generosidade, que
culminaram no marco histórico que foi a criação do Mestrado em Cirurgia Ortognática
e Ortodontia.
Ao Professor Doutor Josep Maria Ustrell pelas indicações inteligentes e assertivas, e
pelo exemplar altruísmo, mais uma vez demonstrado na orientação desta dissertação.
Ao Dr. João Correia Pinto, o verdadeiro diplomata, pela universalidade do querer e
inflexibilidade da vontade.
À Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, pela excelência/exigência do seu
ensino.
Ao Jaime, o meu “Mestre”. Provou que é nas ocasiões difíceis que se encontram os
grandes amigos e os verdadeiros Homens.
Ao Dr. Eduardo Mendes, o meu outro “Mestre”, aquele que estava sempre atento ao
que acontecia à menina Elisa.
Ao meu primo Engº. Jorge Ribeiro, pela acutilância e assertividade dos seus
comentários sobre esta dissertação. Um espírito cheio de talento e generosidade.
À Vera, pela sua incansável paciência e, sobretudo, pela sua amizade. Sempre
otimista mesmo quando tudo parecia perdido.
Aos colegas do Mestrado que partilharam esta aventura e se transformaram em
amigos.
Aos auxiliares de ação médica dos Serviços de Estomatologia do Hospital de S.João
pelo exercício competente das suas funções.
IV
Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
ÍNDICE
RESUMO ............................................................................................................................................. VII
ABSTRACT .............................................................................................................................................IX
RÉSUMÉ ................................................................................................................................................XI
ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................................ XIII
ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................................................. XV
ÍNDICE DE GRÁFICOS ......................................................................................................................... XVII
ÍNDICE DE FOTOGRAFIAS ................................................................................................................... XIX
ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS UTILIZADOS NO TEXTO ..................................................................... XXI
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................. 5
2.1 – ENQUADRAMENTO ........................................................................................................... 5
2.2 – FENDAS LÁBIO-PALATINAS ............................................................................................. 13
Definição ............................................................................................................................ 13
Desenvolvimento Craniofacial ........................................................................................... 14
Desenvolvimento Embrionário .......................................................................................... 19
Aspetos Anatómicos da Fenda Lábio-Palatina ................................................................... 20
Classificação das Fendas .................................................................................................... 21
Etiologia .............................................................................................................................. 33
Patogenia............................................................................................................................ 41
Epidemiologia ..................................................................................................................... 44
Características Dentárias e Faciais dos Pacientes Portadores de Fissura Labio-Palatina .. 50
Tratamento......................................................................................................................... 51
Sistemas de Avaliação das Fendas Lábio-Palatinas ............................................................ 56
2.3 – FORMATO DAS ARCADAS ............................................................................................... 59
3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 73
3.1 - OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................................... 73
3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 73
4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 75
4.1 – MATERIAL........................................................................................................................ 75
V
Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
Amostra .............................................................................................................................. 75
Critérios .............................................................................................................................. 77
Material .............................................................................................................................. 78
4.2 - MÉTODOS ........................................................................................................................ 79
5. RESULTADOS ................................................................................................................. 81
6. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 99
7. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 103
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 105
VI
Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
RESUMO
Nos pacientes não portadores de fenda lábio-palatina, diferentes autores já
caracterizaram o formato das arcadas maxilares, existindo, portanto, uma linguagem
universal entre profissionais, tendo como referência aspetos ósseos ou dentários. No
que se refere aos pacientes portadores de fenda lábio-palatina existe um vazio de
caracterização dificultando, desta forma, a comunicação entre os profissionais da área.
Na literatura, as fendas lábio-palatinas estão descritas, quer no que respeita à sua
origem embriológica, quer sob o ponto de vista de sistemas de classificações destas,
bem como os fatores que influenciam a dimensão das arcadas. No que concerne ao
padrão do formato dos maxilares nos pacientes portadores de fendas lábio-palatinas,
não existe uma norma que nos oriente sobre isso. Como tal, o objetivo deste trabalho
é o estabelecimento de um modelo que permita a classificação do formato das
arcadas maxilares em pacientes portadores de fenda lábio-palatina. Para tal, serão
marcados e usados pontos de orientação que permitam reproduzir o formato.
Os objetivos específicos são: elaborar um modelo de classificação original, que seja
objetivo e compreensível, permitindo a comunicação entre os profissionais, com
recurso a parâmetros reprodutiveís; e estabelecer um padrão do formato das arcadas
nos pacientes portadores de fenda lábio-palatina.
A amostra é compreendida por 120 indivíduos portadores de fissura lábio-palatina: 53
elementos do sexo feminino e 67 do sexo masculino. Foram selecionados pacientes
com idades entre os 2 e os 28 anos. Estes pacientes foram divididos em 4 faixas
etárias, por uma questão de otimização dos resultados, sendo assim mais fácil a sua
interpretação. A primeira faixa etária estabeleceu-se entre os 2 e os 7 anos; a segunda
entre os 7 e os 14 anos; a terceira entre os 14 e os 21 anos; e a quarta, com idades
superiores a 21 anos. Esta divisão foi feita tendo em conta o protocolo que é utilizado
nos pacientes portadores de fissura lábio-palatina no Hospital de São João. Entre os 2
e os sete anos, encontram-se pacientes que foram submetidos a queiloplastia (3
meses de idade), palatoplastia (9 meses de idade) e a cirurgias secundárias (a partir
dos 4 anos de idade). Entre os 7 e os 14 anos, estão os pacientes cuja arcada está a
ser preparada para enxerto ósseo secundário (entre os 8 e os 11 anos), dependendo
da formação do canino (deve ter 1/3 da raiz formada). Os outros dois grupos etários
compreendem pacientes que estão em tratamento ortodôntico ativo, incluindo alguns
doentes que foram submetidos a enxerto terciário. Os critérios de exclusão foram:
indivíduos com ausência de fenda lábio-palatina, de ambos os géneros, com idades
VII
Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
compreendidas entre os 2 e os 28 anos. Os critérios de inclusão foram: indivíduos de
ambos os géneros, portadores de fenda lábio-palatina, com idades compreendidas
entre os 2 e os 28 anos.
Tal como referido na revisão bibliográfica33, o sexo masculino é mais afetado que o
sexo feminino. De acordo com os dados obtidos, dos 120 pacientes em análise, 67
eram do género masculino e 53 do género feminino. Em relação ao tipo de fenda, os
dados encontrados permitiram-nos constatar o que estudos anteriores já
demonstraram, ou seja, que a maioria das fendas são unilaterais12. No presente
estudo, dos 120 pacientes em análise 71 apresentavam fenda unilateral e 21 fenda
bilateral. Foi-nos também permitido concluir que o formato predominante é o ogival,
com uma incidência de 70 indivíduos. O formato parabólico apresentou uma incidência
de 30 indivíduos; o triangular 14 e o semi-circular 6 indivíduos. Em termos percentuais,
a faixa etária entre os 2 e os sete anos, também corrobora as nossas conclusões:
50,94% dos pacientes presentes neste grupo etário apresenta formato ogival; 30,19%
formato parabólico. Por outro lado, no grupo etário entre os 7 e os 14 anos, 66,67%
dos indivíduos apresenta formato ogival, e 20% parabólico. No grupo entre os 14 e os
21 anos, 61,11% apresenta também formato ogival e 27,78% formato parabólico.
Em conclusão, mediante a união dos pontos propostos (A, A’, B, B’ e C) foi possível a
obtenção de formatos geométricos universalmente aceites. Obtiveram-se formatos
triangular, ogival, parabólico e semi-circular, sendo que o formato predominante é o
Ogival.
VIII
Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
ABSTRACT
While in patients without cleft lip palate, different authors have characterized the shape
of the maxillary arch, so there is a universal language between professionals, either
with reference of bone or tooth aspects, in case of patients with cleft lip and palate is a
void of characterization thus hindering communication between professionals. In the
literature cleft lip and palate are both already described as regards its embryological
origin, whether from the point of view of these classifications systems, and the factors
that influence the size of the arches, as regarding the standard format of the jaws in
patients with cleft lip and palate, there is no standard to guide us on this. As such, the
objective of this work is the establishment of a model that allows classifying the shape
of the maxillary arch in patients with cleft lip and palate.
For this purpose, will be labeled and used guidance points which allow play format. The
specific objectives are: prepare an original classification model, which is objective and
understandable, enabling communication between professionals, using reproducible
parameters; and establish a standard format of arcades in patients with cleft lip palate.
The sample comprised 120 individuals with cleft lip and palate: 53 elements female and
67 male. We selected patients aged 2 to 28 years. These patients were divided into 4
age groups, as a matter of optimizing the results, thus easier to interpret. The first set
aged between 2 and 7 years; the second between 7 and 14 years; the third between 14
and 21 years old and the fourth, ages upper to 21 years. This division was made
according to the protocol that is used in patients with cleft lip and palate at the Hospital
of St. John. Between 2 to 7 years, are patients who underwent lip repair (3 months old)
palatoplasty (9 months old) and secondary surgeries (from 4 years old). Between 7 and
14 years are the patients whose arch is being prepared for secondary bone graft
(between 8 and 11 years), depending on the training of the canine (must have 1/3 of
the root formed). The other two age groups include patients who are in active
orthodontic treatment, including some patients who underwent graft tertiary. Exclusion
criteria are: Individuals with no cleft lip palate, of both sexes, aged between 2 and 28
years. Inclusion criteria are: Individuals of both sexes, patients with cleft lip and palate,
aged 2 to 28 years.
As mentioned in the bibliographic review 33, males are more affected than females.
According to the data obtained from 120 patients analyzed, 67 were male and 53
female. Regarding the type of slot, the findings led us to conclude that previous studies
have shown, namely, that most of the slots are unilaterais12. In this study, the 120
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Estabelecimento de uma Classificação do Formato da Arcada Maxilar no
Paciente Portador de Fenda Lábio-Palatina
patients analyzed, 71 had unilateral cleft, 21 bilateral cleft. It also allowed us to
conclude that the predominant format was the ogival, with 70 cases. The parabolic
shape was 30 cases; the triangular 14 and the semi-circular 6 cases. In percentage
terms, aged between two and seven years, also corroborates our findings: 50.94% of
patients present in this age group has ogival shape; 30.19% parabolic shape.
Moreover, aged between 7 and 14, 66.67% of cases presents an ogival shape, and
20% parabolic. In the group between 14 and 21 years, 61.11% has also ogival shape
and 27.78% parabolic shape.
In conclusion, through the proposed joining points (A, A ', B, B' and C) it was possible
to obtain geometric shapes universally accepted. There was obtained triangular
shapes, ogival, parabolic or semi-circular. The format Ogival is the predominant.
X
Description:O mesmo autor refere que o sistema de fendas orofaciais mais antigo a produtos químicos agrícolas e industriais por Gordon e Shy, Laumon et.