Table Of ContentJANEIRO
JUNHO
2012
ISSN 1519-4906
1
Línguas e instrumentos linguisticos 29 / Campinas: CNPq -
Línguas e instrumentos linguisticos 23/24 / Campinas: Capes-Procad -
UUnniivveerrssiiddaaddee EEssttaadduuaall ddee CCaammppiinnaass;; EEddiittoorraa RRGG,, 22001121 ::
UUninciacmamp,p 1, 9199977-2-2000192
Semestral.
ISSN 1519-4906
1. Línguística - Periódicos 2. Análise do discurso - Periódicos
3. Semântica - Periódicos 4. História - Periódicos I. Universidade
Estadual de Campinas
CDD - 410.05
- 412.05
- 900
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Impresso no BrasIl
509
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2012
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LÍNGUAS E INSTRUMENTOS LINGÜÍSTICOS
Edição: Projeto História das Idéias Lingüísticas no Brasil
Editora RG
Diretores/Editores: Eduardo Guimarães e Eni P. Orlandi
Comitê Editorial: Bethania Sampaio Mariani (UFF),Carolina Zucolillo
Rodriguez (Unicamp), Claudia Pfeiffer (Unicamp), Carlos Luis
(Argentina), Charlote Galves (Unicamp), Diana Luz Pessoa de Barros
(USP), Eduardo Guimarães (Unicamp) Elvira Narvaja de Arnoux
(Argentina) Eni P. Orlandi (Unicamp), Francine Mazière (França),
Francis Henry Aubert (USP), Freda Indursky (UFRGS), Jean-Claude
Zancarini (França), José Horta Nunes (Unesp), José Luiz Fiorin (USP),
Lauro Baldini (Univás), Luiz Francisco Dias (UFMG), Maria Filomena
Gonçalves (Portugal), Mónica Zoppi-Fontana (Unicamp), Norman
Fairclough (Inglaterra), Rainer Henrique Ramel (México), Rosa Attié
Figueira (Unicamp), Sheila Elias de Oliveira (Unicentro), Silvana
Serrani-Infante (Unicamp), Simone Delesalle (França), Suzy Lagazzi
(Unicamp), Sylvain Auroux (França)
Comitê de Redação: Carolina Zucolillo Rodriguez, Claudia Pfeiffer,
José Horta Nunes, Lauro Baldini, Mónica Zoppi-Fontana, Sheila Elias
de Oliveira, Suzy Lagazzi
Secretaria de Redação: Sheila Elias de Oliveira, Lauro Baldini e Vinícius
Massad Castro
Revisão dos artigos: Todos os artigos são revisados por pares
observando-se os seguintes parâmetros: nível de contribuição para
a comunidade científica, qualidade da escrita do texto, relevância da
bibliografia.
Mês e ano dos fascículos: junho e dezembro
Periodicidade de circulação: semestral
ISSN: 1519-4906
Número seqüencial de páginas: a numeração inicia sua contagem na
página de olho da revista, figurando – em algarismos arábicos – a partir
da página número cinco até o final.
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SUMÁRIO
Apresentação
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Uma prática de ensino transversal
Eni Puccinelli Orlandi
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Gramatização das línguas e instrumentos linguísticos:
a especificidade do dicionário regionalista
Verli Petri
23
A política da diversidade na sala de aula
Ana Cláudia Fernandes Ferreira e Débora Massmann
39
El primer diccionario integral del español de la argentina:
reflexiones acerca del alcance de “integral”
Daniela Lauria
53
A língua brasileira em sua memória discursiva poética:
espaço de desdobramentos
Ligia Caldonazo Cardoso
93
Atuação inquisitorial no Brasil: contribuição nos processos
de identificação de um sujeito brasileiro
Gileade Godoi
101
Estudo do campo de conhecimento fonoaudiológico
e a clarificação do seu objeto científico
Renata Chrystina Bianchi de Barros
117
CRÔNICAS E CONTROVÉRSIAS
Peirce e Lacan: as sobras deixadas pelo simbólico
Mírian dos Santos*
137
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RESENHA
AUROUX, SYLVAIN. Matematização da linguística e natureza
da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2012. Danilo Ricardo de Oliveira
149
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APRESENTAÇÃO
O número 29 de Línguas e Instrumentos Linguísticos traz um conjun-
to de textos que tomam como objeto de reflexão a construção de saberes
e de políticas de Estado sustentadas em saberes.
Eni Orlandi, em Uma prática de ensino transversal, analisa a obra
de J. Peytard e E. Genouvrier Linguistique et enseignement du français
(1970). A partir do que chama de transversalidade, a autora busca, “no
processo de constituição do saber, relações nem diretas, nem lineares,
nem exatas entre disciplinas, produzindo um atravessamento”. A leitu-
ra transversal permite observar o modo como, na relação entre língua
e literatura enquanto objetos de conhecimento, Peytard e Genouvrier
dialogam com as disciplinas Linguística e Literatura sem toma-las como
campos prontos, e nesse gesto constroem a possiblidade de uma prática
de formação e ensino que inscreve o professor de língua na produção do
conhecimento, e não apenas na aplicação de modelos pré-estabelecidos
e compreendidos como acabados.
Em Gramatização das línguas e instrumentos linguísticos: a especifici-
dade do dicionário regionalista,
Verli Petri, ao refletir discursivamente sobre a especificidade dos
dicionários regionalistas, traz uma questão importante para a História
das Ideias Linguísticas: é possível desvincular o processo de dicionari-
zação do processo de gramatização da língua? Questão que podemos
desdobrar em outras, tais como: se assumirmos que um dicionário re-
gionalista gramatiza, que língua é esta que ele gramatiza? Que relação se
põe entre língua regional e língua oficial ou nacional neste instrumento?
Que sentidos pode ter descrever e instrumentar uma língua, tal como
preconiza o conceito de gramatização proposto por Sylvain Auroux em
A revolução tecnológica da gramatização (1992)? Ou ainda, o que pode
significar gramatizar para além de descrever e instrumentar? O artigo
de Petri nos convoca, assim, a rediscutir o conceito de gramatização.
É também de dicionarização que trata o quarto artigo deste número,
de Daniela Lauria: El primer diccionario integral del español de la ar-
gentina: reflexiones acerca del alcance de “integral”. Neste caso, o gesto
de instrumentação busca dar conta do geral da língua de um país. No
entanto, a história de colonização da Argentina faz com que sua língua
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oficial seja atravessada pelo sentido de regional em relação à metrópole.
Situando-se na perspectiva da análise glotopolítica, e dialogando com a
História das Ideias Linguísticas, a autora questiona o termo “integral”
no título do dicionário. Colocando em relação as questões postas por
Petri e Lauria, podemos perguntar discursivamente sobre a contradição
entre o integral e o regional da descrição das línguas, relativamente ao
efeito de completude produzido nesta relação, se tomada empíricamen-
te como relação parte-todo.
A política da diversidade na sala de aula, de Ana Cláudia Fernandes
Ferreira e Débora Massmann, interroga a relação entre diversidade e
unidade, completude e parcialidade por outra via – a da legislação sobre
o ensino no que diz respeito às políticas de inclusão de sujeitos com defi-
ciências. Tomando como corpus a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) de 1961 e outros textos jurídicos, como a Constituição
Federal de 1988, a LDB de 1996, e o Decreto de 2011 que institui o Plano
Nacional da Pessoa com Deficiência, as autoras realizam um percurso
enunciativo pelos modos de designar o sujeito tomado como “diferente”,
dando visibilidade à heterogeneidade na nomeação deste sujeito e refle-
tindo sobre o modo como os nomes se inscrevem no desenvolvimento
das políticas educativas ao longo do tempo.
Em A língua brasileira em sua memória discursiva poética: espaço
de desdobramentos, Ligia Caldonazo Cardoso toma como objeto de es-
tudo a língua brasileira em versos de José Anchieta e de Tomás Antônio
Gonzaga, analisando o processo discursivo dos versos a partir da leitura de
anagramas. A identidade da língua é interrogada a partir da relação entre
literatura e história. Nas palavras da autora, a análise abre a interpretação
“para além da estrutura da língua e do conhecimento linguístico estável,
redesenhando outra forma de perceber o discurso, cujas malhas, na po-
ética, não se dá somente na representação do que é versificado, mas na
própria poesia de que toda a língua é capaz”.
Gileade Godoi, em Atuação inquisitorial no Brasil: contribuição nos
processos de identificação de um sujeito brasileiro, aborda outro aspecto
do Brasil colonial – a presença da Igreja Católica e do Tribunal da Santa
Inquisição. Tomando como corpus o Livro das Confissões e Denúncias
da última visitação feita pelo Santo Ofício ao estado do Grão-Pará e Ma-
ranhão, 59 anos antes da Independência do país, a autora reflete sobre
o modo como as visitações do Santo Ofício ao Brasil-Colônia, com suas
prescrições e proscrições, mobilizaram os processos de identificação de
um sujeito brasileiro; e, nesse jogo, como memórias intercontinentais
constituíram parte desse sujeito.
Em Estudo do campo de conhecimento fonoaudiológico e a clarificação
do seu objeto científico, Renata Chrystina Bianchi de Barros examina a
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clínica fonoaudiológica enquanto prática que tem sido exercida sem a
definição de seu objeto científico. Perscrutando os descritores utilizados
para indexação de trabalhos científicos da área, a autora aponta sentidos
latentes a serem mobilizados na discussão dos conhecimentos que sus-
tentam a prática clínica, de modo que este campo possa compreender
seu percurso histórico e as posições teóricas que têm fundamentado sua
práxis.
A Seção Crônicas e Controvérsias deste número traz uma reflexão
sobre as relações entre o semioticista americano Charles Sanders Peirce
e o psicanalista francês Jacques Lacan. Em Peirce e Lacan: as sobras dei-
xadas pelo simbólico, Mírian dos Santos sustenta que o que une diferen-
tes conceitos dos dois autores é a incompletude – do ser humano ou da
linguagem, do simbólico e das pulsões.
A resenha deste número, feita por Danilo Ricardo de Oliveira, é de
Matematização da linguística e natureza da linguagem, do filósofo e
historiador das ideias linguísticas Sylvain Auroux. Nesta obra, publica-
da no Brasil pela Hucitec, Auroux analisa a relação entre as ciências da
linguagem e a matemática, abordando as aproximações e os distancia-
mentos entre lógicos, linguistas e matemáticos e apresentando os im-
passes da constituição de uma linguística matemática. Este movimento
importante na história das ideias linguísticas é pensado nas relações que
o constituíram, nas contradições que se estabeleceram e nas consequ-
ências para as ciências envolvidas, em particular para a Linguística, em
relação à qual uma questão crucial é relançada: o objeto da Linguística
é matematizável?
Nos textos do número 29 de Línguas e Instrumentos Linguísticos,
podemos identificar dois eixos temáticos: a construção de campos de
conhecimento que tomam direta ou indiretamente a linguagem como
objeto de conhecimento; e as políticas de Estado, também divididas em
dois grupos: aquelas que, como a gramatização, incidem diretamente
sobre as línguas, ou as que trabalham mais diretamente sobre a identi-
dade dos sujeitos que falam as línguas de Estado. O conjunto dos textos
nos permite pensar na relação entre língua, linguagem e subjetividade a
partir do modo como o conhecimento e as políticas que dele se servem
mobilizam esta relação produzindo sentidos e constituindo práticas so-
ciais.
Os Editores
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Description:Gramatização das línguas e instrumentos linguísticos: a especificidade do dicionário regionalista. Verli Petri. A política da diversidade na sala de aula Petri e Lauria, podemos perguntar discursivamente sobre a contradição e “só há ideologia por e para sujeitos” (cf ALTHUSSER, s/d