Table Of ContentUNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA E MUSEOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA
GEOVÁ SILVÉRIO DE PAIVA JÚNIOR
OBSERVANDO O SÁBADO:
Um estudo etnográfico entre jovens Adventistas do Sétimo Dia
(Recife – PE)
RECIFE
2013
GEOVÁ SILVÉRIO DE PAIVA JÚNIOR
OBSERVANDO O SÁBADO:
Um estudo etnográfico entre jovens Adventistas do Sétimo Dia
(Recife – PE)
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Antropologia da Universidade Federal de
Pernambuco como requisito parcial para
obtenção do título de mestre em
Antropologia sob a orientação da Profª. Drª.
Roberta Bivar Carneiro Campos.
RECIFE
2013
Catalogação na fonte
Bibliotecária Maria do Carmo de Paiva CRB-4 1291.
P149o Paiva Júnior, Geová Silvério de.
Observando o sábado: um estudo etnográfico entre jovens Adventistas
do Sétimo Dia (Recife - PE) / Geová Silvério de Paiva Júnior. - Recife: O
autor, 2013.
197 f. : il. ; 30 cm.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Roberta Bivar Carneiro Campos.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco,
CFCH. Programa de Pós-Graduação em Antropologia, 2013.
Inclui referências, apêndices e anexos.
1. Antropologia. 2. Jovens – Vida religiosa. 3. Adventistas – Recife
(PE). 4. Religião e cultura. I. Campos, Roberta Bivar Carneiro
(Orientadora). II. Título.
301 CDD (22.ed.) UFPE (CFCH2013-134)
Geová Silvério de Paiva Júnior
“Observando o sábado: um estudo etnográfico entre jovens Adventistas do Sétimo
Dia.”
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Antropologia da
Universidade Federal de Pernambuco como
requisito parcial para a obtenção do título
de Mestre em Antropologia.
Aprovado em: 09/07/2013.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Profª Drª Roberta Bivar Carneiro Campos (Orientadora)
Programa de Pós-Graduação em Antropologia – UFPE
________________________________________________________
Profª Drª Mísia Lins Reesink (Examinadora Titular Externa)
Programa de Pós-Graduação em Antropologia – UFPE
________________________________________________________
Profª Drª Maria de Fátima Paz Alvez (Examinadora Titular Externa)
Departamento de Ciências Domésticas – UFRPE
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a minha linda semente do bem (good seed) Danielle Dutra
cujo fruto a florescer de nossa amizade foi esta dissertação. Graças a ela fui apresentado a
família Adventista do Sétimo Dia muito receptiva a minha pessoa e a minha pesquisa que
dentre seus membros destaco e agradeço imensamente aqueles que foram meus interlocutores
mais próximos: Erivan França, Wládvia Magdalla, Erick Garcia e Enéias Pergentino. Meu
obrigado também pelo tempo ao pastor José Orlando e ao ancião Paulo Correia, ambos da
IASD Central do Recife. Ao pastor Otávio Barreto do distrito da Várzea pelo seu interesse em
meu trabalho e por compartilhar um pouco de sua trajetória de vida e também a Clezia Braga
pela gostosa conversa e esclarecimentos a respeito da religião. Não posso esquecer-me
daquele que se tornou um grande amigo na minha empreitada antropológica: Thiago Cruz.
Com certeza nossa amizade é um laço que fica.
Uma pesquisa de mestrado não é feita sem passar por instituições, logo meus
agradecimentos ao CNPq pelo meu financiamento como bolsista e ao corpo de funcionários e
docente do PPGA da UFPE. Deste último destaco os professores os quais foram meus mestres
no primeiro ano do mestrado: Vânia Fialho, Josefa Salete e Luiz Felipe. Somam-se a eles as
professoras que muito me ensinaram desde meu tempo de graduação: Mísia Reesink e Lady
Selma. Obrigado também aos professores que contribuíram com o meu trabalho durante a
qualificação do meu projeto e a pré-banca: Judith Hoffnagel, Parry Scott e Bartolomeu Tito.
Mesmo sem conhecer pessoalmente agradeço a professora Maria de Fátima Paz por sua
atenção e considerações nos e-mails trocados. Com maior destaque devo mencionar minha
mentora Roberta Bivar Carneiro Campos que ao longo destes seis anos de convivência me
guiou pela antropologia, mais que isso, me ensinou através de seu exemplo o tipo de
profissional, de professor e orientador que almejo ser. Portanto, exponho aqui meus sinceros
agradecimentos por tudo e minha profunda admiração.
Sou grato aos velhos e novos amigos da turma de mestrado em antropologia 2011.1.
Muitas alegrias, angustias, aperreios e risadas foram compartilhados em meio a coversas nos
corredores ou pela universidade, cafezinhos, almoços, cervejas, viagens, entre outros
momentos que guardarei com carinho em minha memória. Foi muito bom conhecer Rodrigo,
Ana Sávia, Shirley, Marina, José Roberto, Lorenzo. Foi muito bom me aproximar mais e estar
com Nilvânia, George Michael, Patrícia Lima, Rafael Acioly. Isto para citar apenas alguns
nomes. Agradeço aos bons e divertidos momentos com a amiga de vida acadêmica Iana
Vasconcelos. Ao Núcleo de Estudo de Religiões Populares (NERP) e a seus membros por
momentos de crescimento intelectual, relaxamento, descontração e divertimento (o Maranhão
que o diga!). Sei que não contemplei todos que passaram pela minha vida acadêmica nesta
última fase, mas os agradeço só pela simples passagem, pois disso alguma coisa sempre fica.
A minha amiga irmã Juliana Cíntia meu muito obrigado simplesmente por existir em
minha vida. Companheira inseparável dos percalços da vida acadêmica nossas conversas e
desabafos são a fonte de nossa persistência e de nosso desejo de sucesso. Ao amigo João
Araújo minhas desculpas pela ausência e meu obrigado pela paciência. Mais recentemente
devo agradecer ao novo amigo Elias Roberto pelas suas não doces palavras a me motivar a
sair de intermináveis ―40%‖ de dissertação, obrigado pela sua chatice.
Mais que obrigado pela compreensão, perdão aos familiares pela minha falta de
contato nos últimos meses. Obrigado também pela amizade Carla Moura (semente do mal –
bad seed), Gabriela Falcão, Natália Tenório, Simone Azevedo, Leonardo Rocha, Núbia Costa,
Natália Suzana, entre tantos outros que de perto e de longe sei que estão comigo, torcendo por
mim. Por fim um agradecimento especial à mulher que tenho como segunda mãe: Maria José
(Nênê) por estar comigo todos estes anos.
Feliz Sábado!
(Saudação adventista)
RESUMO
Os fiéis da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) possuem, na sua identidade
religiosa, as duas principais marcas da denominação: a certeza no retorno de Cristo e a guarda
do sábado. A primeira sustenta a base teológica a partir da qual o universo simbólico da
igreja, desde a época em que era um movimento sectário, se estruturou; já a segunda é a que a
torna mais conhecida (a partir de uma relação de estranhamento) tanto no campo religioso
como na sociedade em geral. Através de uma abordagem antropológica, o presente trabalho
busca compreender etnograficamente a Igreja Adventista do Sétimo Dia e os seus fiéis, em
especial os mais jovens, por meio de trabalho de campo realizado entre setembro de 2011 e
outubro de 2012, na cidade de Recife - PE. A observação do sábado foi o aspecto
privilegiado, tanto metodologicamente quanto na acepção nativa. Sendo sua prática
compreendida entre o pôr do sol das sextas-feiras e o pôr do sol dos sábados, os adeptos da
IASD devem se abster neste período de atividades seculares que visem o interesse próprio
para vivenciar um tempo de descanso, o qual permite maior comunicação com Deus,
consequentemente gerando benefícios emocionais, espirituais e corporais que restauram a
integralidade do ser. O sábado, mais que um mandamento divino ou um preceito religioso, é
um princípio moral, ético e cristão. A sua guarda por parte dos Adventistas do Sétimo Dia é
desafiadora na nossa cultura regida por uma lógica (cristã católica) dominical, ocasionando
diversos dilemas para os fiéis na esfera pública, principalmente no mundo do trabalho e dos
estudos. Este estudo etnográfico ilustra e reflete sobre a cultura sabática de jovens Adventistas
do Sétimo Dia da cidade de Recife – PE e os dilemas oriundos de seu exercício em uma esfera
pública laica.
Palavras chave: Juventude; Identidade Religiosa; Adventismo do Sétimo Dia; Cultura
Sabática; Esfera Pública.
ABSTRACT
The Seventh Day Adventist Church faithful have, in their religious identity, the two
main brands of denomination: the Christ returns sure and the Shabat. The first sustains the
theological base which the church symbolic universe has being derived since the age it was a
sectary movement; the second brand it is the one that makes such church the most known
(through a strangeness relationship), such in the religious field as well as in the society in
general. Through an anthropological approach, the current dissertation tries to understand,
ethnographically, the Seventh Day Adventism Church and its followers, the youngest in
special, by the fieldwork done between September 2011 and October 2012, in the city of
Recife, the capital of Pernambuco State. The Saturday observation was the gifted aspect, such
as methodologically as in the native conception (Shabat). As their practice happens between
the Fridays sunset and the Saturdays sunset, the Seventh Day Adventists must avoid secular
activities that seek their own interest in order to live a period of resting, which allows them to
have a better communication with God, consequently allowing the Adventists to obtain
emotional, spiritual and corporal benefits that restore the human being‘s integrity. The Shabat,
more than one divine commandment or religious precept, is a moral, ethic and Christian
principle. Its obeying by the Seventh Day Adventism Church adepts is a challenge in our
culture, which is driven by a dominical (Christian Catholic) logic; the Adventists‘ practice
brings about many dilemmas to their followers in the public sphere, mainly in the study and
work areas. This ethnographic study shows and reflects about the Shabat Culture Young
Seventh Day Adventists from Recife – PE, and their dilemmas arising from its implement in a
secular public sphere.
Key words: Young; Religious Identity; Seventh Day Adventism; Shabat Culture; Public
Sphere.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………..9
CAPÍTULO 1
Romantismos à parte, imponderáveis adentro: A construção etnográfica do
objeto.........................................................................................................................................15
1.1 Romantismos à parte...............................................................................................20
1.2 Interlúdio.................................................................................................................26
1.3 Imponderáveis adentro............................................................................................32
1.4 A construção etnográfica do objeto (e o objeto da etnografia)...............................46
CAPÍTULO 2
Esperando Cristo (ainda): O Adventismo do Sétimo Dia.........................................................51
2.1 Identidade iasdiana através de incursões a categoria seita......................................54
2.2 De seita a igreja: o início do tempo do fim.............................................................65
2.3 Ellen White: a mensageira do Senhor e o universo simbólico da IASD.................72
2.4 (Re) inventando uma tradição: a expansão mundial de uma nova igreja................76
CAPÍTULO 3
Observando o sábado: A marca que distingue..........................................................................82
3.1 Sexta-feira à noite....................................................................................................86
3.2 A Igreja Adventista do Sétimo Dia Central do Recife e a sua comunidade
religiosa.........................................................................................................................89
3.3 Sábado pela manhã: a escola sabatina.....................................................................94
3.4 Sábado pela manhã: o culto divino.......................................................................104
3.5 Sábado à tarde: os cultos vespertinos....................................................................109
3.6 Sábado à noite.......................................................................................................113
3.7 Itinerário sabático e as redes diferenciais de sociabilidade...................................114
Description:Natália Suzana, entre tantos outros que de perto e de longe sei que estão . 2.3 Ellen White: a mensageira do Senhor e o universo simbólico da IASD religião, acabo por montar um projeto de pesquisa a ser submetido à Daniel e Apocalipse como símbolos do desenvolvimento da história cristã.