Table Of ContentIbmec  Análise Verbal – Prova A
 
Utilize o texto abaixo para responder os testes de 1 a 5. 
 
Dinossauros em tempos difíceis  
A sobrevivência da espécie (dos escritores) e da cultura é uma boa causa  
Minha  vocação  nasceu  com  a  idéia  de  que  o  trabalho  literário  é  uma 
responsabilidade que não se limita ao lado artístico: ela está ligada à preocupação moral 
e à ação cívica. Até o presente, esses fatores animaram tudo o que escrevi e, por isso, 
vão fazendo de mim, nesta época da realidade virtual, um dinossauro que usa calças e 
gravata, rodeado de computadores. 
[...] Em nossa época se escrevem e publicam muitos livros, mas ninguém à minha 
volta - ou quase ninguém, para não discriminar os pobres dinossauros - acredita mais 
que  a  literatura  sirva  de  grande  coisa,  a  não  ser  para  evitar  que  as  pessoas  se 
aborreçam muito no ônibus ou no metrô, e para que, adaptada para o cinema e a 
televisão, a ficção literária - se for sobre marcianos, horror, vampirismo ou crimes 
sadomasoquistas, melhor - se torne televisiva ou cinematográfica. 
Para sobreviver a literatura tornou-se light - é um erro traduzir essa noção por 
“leve”, porque, na verdade, ela significa "irresponsável" e, muitas vezes, idiota. 
[...] Se o objetivo é apenas o de entreter e fazer com que os seres humanos passem 
momentos agradáveis, perdidos na irrealidade, emancipados da sordidez cotidiana, do 
inferno doméstico ou da angústia econômica, em descontraída indolência intelectual, 
as ficções da literatura não podem competir com as oferecidas pelas telas, seja de 
cinema ou de TV. As ilusões forjadas com a palavra exigem a participação ativa do 
leitor, um esforço de imaginação, e, às vezes - quando se trata de literatura moderna -, 
complicadas operações de memória, associação e criação, algo de que as imagens do 
cinema e da televisão dispensam os espectadores. E, por isso, os espectadores se 
tornam cada vez mais preguiçosos, mais alérgicos a um entretenimento que requeira 
esforço intelectual. 
Digo isso sem a menor intenção beligerante contra os meios audiovisuais, e a 
partir de minha condição confessa de apreciador de cinema - vejo dois ou três filmes 
por  semana  -  que  também  desfruta  com  prazer  um  bom  programa  de  TV  (essa 
raridade). Mas, justamente por isso, com o conhecimento de causa necessário para 
afirmar que nenhum dos filmes que vi, e me divertiram tanto, me ajudou a compreender 
o labirinto da psicologia humana como os romances de Dostoïevski - ou os mecanismos 
da vida social como os livros de Tolstoi e de Balzac, ou os abismos e os pontos altos 
que podem coexistir no ser humano, como me ensinaram as sagas literárias de um 
Thomas Mann, um Faulkner, um Kafka, um Joyce ou um Proust. 
As ficções apresentadas nas telas são intensas por seu imediatismo e efêmeras 
por seus resultados. Prendem-nos e nos desencarceram quase de imediato - das ficções 
literárias  nos  tornamos  prisioneiros  pela  vida  toda.  Dizer  que  os  livros  daqueles 
escritores entretêm seria injuriá-los, porque, embora seja impossível não ler tais livros 
em estado de transe, o importante de sua boa literatura é sempre posterior à leitura - 
um efeito deflagrado na memória e no tempo. Ao menos é o que acontece comigo, 
porque, sem elas, para o bem ou para o mal, eu não seria como sou, não acreditaria no 
que acredito nem teria as dúvidas e as certezas que me fazem viver. 
(Mario Vargas Llosa, in: O Estado de S. Paulo, 1996) 
 
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Ibmec  Análise Verbal – Prova A
 
1.  Dos fragmentos seguintes, aponte aqueles que também atribuem à literatura uma 
função cívica e transformadora.  
 
I “As palavras escritas freqüentemente escoiceiam as verdades oficiais, como cavalos 
alados. Mordem os torturadores, atacam os corruptos e os burocratas, conduzidas pela 
ética de quem as organiza. Além disso, elas nos fazem sonhar; abrem portas, janelas, 
cofres, alçapões e caixas de Pandora; permitem que as flores nasçam em pleno asfalto; 
transformam o naufrágio da velhice num tempo de ventura, quando restam apenas o 
homem e a alma.” 
(Rodolfo Konder in O Estado de S. Paulo, 8/3/1999) 
 
II “Pertenço àqueles que ainda acreditam que livros impressos têm um futuro e que 
todos os receios ‘a propos’ de seu desaparecimento são apenas o exemplo derradeiro 
de outros medos ou de terrores milenaristas em torno do fim de alguma coisa, inclusive 
do mundo.” 
(Umberto Eco in Folha de S. Paulo, 14/12/2003). 
 
III “Heráclito disse — e já repeti isso em demasia — que ninguém desce duas vezes o 
mesmo rio. Ninguém desce duas vezes o mesmo rio, porque suas águas mudam. Mas o 
mais terrível é que nós não somos menos fluidos do que o rio. Cada vez que lemos um 
livro,  o  livro  mudou,  a  conotação  das  palavras  é  outra.  Ademais,  os  livros  estão 
impregnados do passado.” 
(Jorge Luis Borges, Cinco Visões Pessoais p.20. Editora UNB) 
 
IV   “Oh!Bendito o que semeia 
  Livros... livros à mão cheia... 
  E manda o povo pensar! 
  O livro caindo n’alma 
  É germe — que faz a palma, 
  É chuva — que faz o mar.” 
(Castro Alves, Obra Completa. Ed. Nova Aguilar.) 
 
(a) I e IV 
(b) II e III 
(c) I e III 
(d) II e IV 
(e) III e IV 
 
2.  Assinale a alternativa que melhor corresponde à idéia central do texto de Mario 
Vargas Llosa. 
 
(a) Os meios audiovisuais diminuíram o poder da palavra escrita.  
(b) O  papel  cívico  da  literatura  está  na  complexidade  do  conteúdo  da  obra  e 
dispensa o leitor. 
(c) O avanço da tecnologia audiovisual contribuiu para a morte da literatura. 
(d) A literatura que não mobiliza o leitor torna-se estéril. 
(e) A literatura light possibilita a fuga da realidade objetiva. 
 
 
 
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Ibmec  Análise Verbal – Prova A
 
3.  “...  me  divertiram  tanto,  me  ajudou  a  compreender  o  labirinto  da  psicologia 
humana como os romances de Dostoïevski— ou os mecanismos da vida social como 
os livros de Tolstoi e de Balzac, ou os abismos e os pontos altos que podem coexistir 
no ser humano, como ensinaram as sagas literárias de um Thomas Mann...” 
 
Segundo o fragmento, a natureza humana é 
 
(a) insegura e instável. 
(b) introspectiva e desequilibrada.  
(c) solitária e imprevisível.  
(d) efêmera e contrastante. 
(e) complexa e ambígua. 
 
4.  A metáfora que dá título ao texto refere-se  
 
(a) ao papel secundário dos livros na sociedade imagética. 
(b) ao anacronismo dos escritores clássicos.  
(c) aos escritores que negam o caráter efêmero da literatura de entretenimento. 
(d) ao desprestígio dos autores consagrados. 
(e) aos escritores que tentam emocionar seus leitores. 
 
5.   “E, por isso, os espectadores se tornam cada vez mais preguiçosos, mais alérgicos 
a um entretenimento que requeira esforço intelectual.” 
 
Sobre o verbo requerer é correto afirmar que 
 
a)  segue o modelo do verbo querer; é irregular; o pretérito imperfeito do subjuntivo 
é requisesse. 
b)  não segue o modelo do verbo querer; a 3ª pessoa do singular no pretérito mais 
que perfeito do indicativo é requerera. 
c)  segue  o  modelo  do  verbo  querer;  a  3ª  pessoa  do  singular  do  imperativo 
afirmativo é requeira.  
d)  não segue o modelo do verbo querer; é regular em todos os tempos, a 3ª pessoa 
do singular do pretérito perfeito do indicativo é requereu. 
e)  não segue o modelo do verbo querer; mas é irregular nos tempos do subjuntivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ibmec  Análise Verbal – Prova A
 
Leia os fragmentos abaixo, extraídos da palestra proferida por Umberto Eco, na 
Biblioteca de Alexandria, para responder às questões de 6 a 8. 
 
[...]  O  que  pretendo  fazer,  hoje,  é  tentar  desemaranhar  uma  mixórdia  de  receios 
entrelaçados  acerca  de  problemas  diversos.  Clarear  nossas  idéias  acerca  desses 
problemas diversos pode também nos ajudar a compreender melhor o que, em geral, 
entendemos por livro, texto, literatura, interpretação e assim por diante. Desse modo, 
veremos como, a partir, de uma pergunta tola, se podem produzir muitas respostas 
sábias, e essa provavelmente é a função cultural de entrevistas ingênuas. Comecemos 
com uma história egípcia, muito embora contada por um grego. Segundo Platão, em 
“Fedro”, quando Hermes — ou Thot, o suposto inventor da escrita — apresentou sua 
invenção para o faraó Thamus, este louvou tal técnica inaudita, que haveria de permitir 
aos seres humanos recordarem aquilo que, de outro modo, esqueceriam. 
  Mas Thamus não ficou inteiramente satisfeito. “Meu habilidoso Thot”, disse ele, 
“a memória é um dom importante que se deve manter vivo mediante um exercício 
contínuo. Graças a sua invenção, as pessoas não serão mais obrigadas a exercitar a 
memória. Lembrarão coisas não em razão de um esforço interior, mas apenas em 
virtude de um expediente exterior”. 
[...]  Na  década  de  1960,  Marshall  McLuhan  escreveu  seu  livro  “A  Galáxia  de 
Gutemberg”,  no  qual  declarava  que  a  maneira  linear  de  pensar,  respaldada  pela 
invenção da imprensa estava em via de ser substituída por um modo mais global de 
percepção  e  de  compreensão,  por  meio  de  imagens  de  TV  ou  de  outros  tipos  de 
aparelho eletrônico. Se não McLuhan, certamente muitos de seus leitores apontaram o 
dedo para a tela da TV e depois para o livro impresso e disseram: “Isto vai matar 
aquilo”. 
  Se ainda estivesse entre nós, hoje, McLuhan seria o primeiro a escrever algo 
como “Gutemberg contra-ataca”. Sem dúvida, um computador é um instrumento por 
meio do qual é possível produzir e editar imagens, sem dúvida as instruções são 
fornecidas por ícones; mas também não há dúvida de que o computador se tornou, 
acima de tudo, um instrumento alfabético. Em sua tela, correm palavras e linhas 
escritas e, para usar um computador, é preciso saber ler e escrever. 
(Folha de S. Paulo. Mais! 14/12/2003) 
 
6.  Sobre  o  emprego  dos  pronomes  demonstrativos,  na  frase  —“Isto  vai  matar 
aquilo.”— pode-se inferir que  
 
(a) tanto isto como aquilo generalizam e depreciam o caráter transitório dos meios 
de comunicação. 
(b)  isto  designa  o  objeto  próximo  ao  enunciador,  enquanto  o  pronome  aquilo 
refere-se ao objeto afastado geograficamente do enunciador e do interlocutor. 
(c) os  pronomes  isto  ou  aquilo  imprimem  um  sentido  pejorativo  aos  seres 
nomeados. 
(d) isto  se  refere  à  TV  como  o  objeto  do  momento  presente,  enquanto  aquilo 
imprime ao livro um caráter de objeto ultrapassado. 
(e) o pronome isto faz referência ao que ainda será mencionado na oração, enquanto 
o pronome aquilo refere-se ao que já se mencionou. 
 
 
 
 
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Ibmec  Análise Verbal – Prova A
 
7.  “Se não McLuhan, certamente muitos de seus leitores apontaram o dedo para a tela 
da TV...” 
 
A expressão se não mantém o mesmo sentido do texto quando substituída por 
 
(a) Não faz outra coisa exceto estudar. 
(b) Leve agasalho, caso contrário sentirá frio. 
(c) Criança pequena deve ser vigiada, do contrário se machuca. 
(d) São homens não apenas inteligentes, mas também honestos. 
(e) Quando não uma missão impossível, esta é, pelo menos, uma tarefa muito 
difícil. 
 
8.  Segundo o texto, Thamus, teme que 
 
(a) a escrita amplie a faculdade humana de pensar livremente. 
(b) a escrita entorpeça o poder da mente, ao fornecer ao homem uma memória 
gravada.  
(c) os egípcios, pela escrita, ampliem seus conhecimentos e libertem-se do jugo do 
faraó.  
(d) a escrita se torne uma ameaça ao poder, portanto a rejeita taxativamente . 
(e) a escrita, como qualquer nova invenção tecnológica, estimule as pessoas a se 
afastarem de suas obrigações cotidianas.  
 
Leia este excerto do poema Galáxias, de Haroldo de Campos, para responder às 
questões de 9 a 13. 
 
e começo aqui e meço aqui este começo e recomeço e remeço e arremesso e aqui me 
meço quando se vive sob a espécie de viagem o que importa não é a viagem mas o 
começo  da  por  isso  meço  por  isso  começo  escrever  mil  páginas  escrever 
milumapáginas  para  acabar  com  a  escritura  para  começar  com  a  escritura  para 
acabar começar com a escritura por isso recomeço por isso arremesso por isso teço e 
escrever  sobre  escrever  é  o  futuro  do  escrever  sobrescrevo  sobrescravo  em 
milumanoites milumapáginas ou uma página em uma noite que é o mesmo noites e 
páginas mesmam ensimesmam onde o fim é o comêço onde o escrever sobre o escrever 
é  não  escrever  sobre  não  escrever  e  por  isso  começo  descomeço  pelo  descomeço 
desconheço e me teço um livro onde tudo seja fortuito e forçoso um livro onde tudo seja 
não esteja seja um  umbigodomundolivro um umbigodolivromundo um livro de viagem 
onde a viagem seja o livro o ser do livro é a viagem por isso começo pois a viagem é o 
começo... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ibmec  Análise Verbal – Prova A
 
9.  Em qual das alternativas, há, no fazer poético, a preocupação com a forma, como no 
fragmento  “e  começo  aqui  e  meço  aqui  este  começo  e  recomeço  e  remeço  e 
arremesso...”? 
 
(a) “Longe do estéril turbilhão da rua, 
Beneditino, escreve! No aconchego 
Do claustro, na paciência e no sossego, 
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!” 
(Olavo Bilac) 
(b) “Eu sonho com um poema 
cujas palavras sumarentas escorram 
como a polpa de um fruto maduro em tua boca, 
um poema que te mate de amor 
antes mesmo que tu lhe saibas o misterioso sentido: 
basta provares o seu gosto...” 
(Mario Quintana) 
(c) “ O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
que chega a fingir que é dor 
a dor que deveras sente.” 
(Fernando Pessoa) 
 
 
(d) “ Sua rima, inda que seja 
Bordada de prata e de ouro, 
Para a gente sertaneja 
É perdido esse tesôro. 
Com o seu verso bem feito, 
Não canta o sertão dereito, 
Porque você não conhece 
Nossa vida aperreada. 
E a dô só é bem cantada, 
Cantada por quem padece.” 
(Patativa do Assaré) 
(e) “Penetra surdamente no reino das palavras 
Lá estão os poemas que esperam ser escritos. 
Estão paralisados, mas não há desespero, 
há calma e frescura na superfície intacta.” 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
10. Sobre o poema concreto de Haroldo de Campos só não é possível afirmar que 
 
(a) há a quebra da sintaxe convencional e abandono do verso e da métrica. 
(b) a ausência dos sinais de pontuação permite a interação do leitor. 
(c) há uma organização seqüencial não linear. 
(d) a inovação do poeta concreto consiste em escrever sobre o ato de escrever. 
(e) estão presentes as funções poética e metalingüística. 
 
 
 
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Ibmec  Análise Verbal – Prova A
 
11. Uma das figuras de linguagem presentes no poema é a aliteração, como exemplifica 
este fragmento:“...o futuro do escrever sobrescrevo sobrescravo em milumanoites 
milumapáginas ...” 
 
Assinale a alternativa em que não há aliteração. 
 
(a)  “De sino em sino 
o silêncio ao som 
ensino.”  
(Paulo Leminski) 
(b) Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!” 
(Fernando Pessoa) 
(c) “Auriverde pendão da minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança” 
(Castro Alves) 
(d)  “No mar, tanta tormenta e tanto dano, 
Tantas vezes a morte apercebida; 
Na terra, tanta guerra, tanto engano, 
Tanta necessidade aborrecida!”  
(Luís de Camões) 
(e) “Sou Ana, da cama, 
da cana, fulana, bacana 
Sou Ana de Amsterdam...” 
(Chico Buarque de Holanda) 
 
12. Sobre o poema de Haroldo de Campos só não é possível afirmar que 
 
(a) o poeta revê as tradicionais oposições verso/prosa, parte/todo, começo/fim. 
(b) a referência à narrativa universal As mil e uma noites reforça o poder da palavra. 
(c) a  importância  da  palavra  impressa  é  realçada  pelas  expressões: 
umbigodomundolivro, umbigodolivromundo, ensimesmam, milumapáginas. 
(d) o ato de escrever pressupõe a escolha criteriosa das palavras. 
(e) A metáfora viagem, presente no poema, refere-se à jornada da criação artística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ibmec  Análise Verbal – Prova A
 
13. Haroldo de Campos, em Galáxias, cria neologismos, assim como Manuel Bandeira, 
no poema intitulado Neologismo: 
 
“Beijo pouco, falo menos ainda. 
Mas invento palavras 
Que traduzem a ternura mais funda 
E mais cotidiana. 
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. 
Intransitivo: 
Teadoro, Teodora.” 
 
Considere as seguintes afirmações. 
 
I.  Em Bandeira e em Haroldo de Campos, a criação de neologismos tem por objetivo a 
exploração do significante como recurso expressivo. 
 
II.  O neologismo Teadorar, verbo intransitivo, intensifica o sentimento amoroso do 
poeta, por unir em um só vocábulo o nome da mulher amada, o objeto e a ação 
verbal. 
 
III. Haroldo de Campos e Bandeira, poetas concretistas, acreditam que os neologismos 
possibilitam a tradução emocional do eu lírico. 
 
IV. Tanto  Bandeira  quanto  Haroldo  de  Campos  renovam  a  sintaxe,  ao  criarem 
neologismos. 
 
Das afirmações acima estão corretas 
(a) I,III e IV. 
(b) I, II e IV. 
(c) II, III. 
(d) I e IV 
(e) I e II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ibmec  Análise Verbal – Prova A
 
Abaixo  está  reproduzido  um  cartão  postal  que  integra  a  correspondência  entre 
Guimarães Rosa e sua neta Vera Lúcia Tess. Leia-o para responder às questões 14 e 
15. 
 
 
14. Sobre o texto só não é correto afirmar que 
 
(a) Guimarães Rosa constrói um código íntimo de comunicação, restrito à criança e 
ao avô. 
(b) cria um contexto infantil possível de reconhecimento pela criança por meio da 
renovação sintática, da escolha lexical, do ritmo e da imagem. 
(c) o universo infantil é recriado pela linguagem não verbal, expressa nos desenhos 
e nos tipos de letra empregados. 
(d)  a menção aos contos de fadas é também um recurso persuasivo do enunciador. 
(e)  o encadeamento sintático, estabelecido pelos pronomes relativos configura a 
relação de dependência entre os pares: trem e outro trem; noivo e noiva; bruxa 
má e macacão. 
 
15. Sobre o fragmento “você vem cá, vovô conta estória” é correto afirmar que 
 
(a) o emprego do modo imperativo é um recurso do enunciador para convencer a 
criança a visitar o avô. 
(b) o mesmo fragmento encadeado por conectivos subordinativos pode corresponder 
a se você vir aqui, o vovô contará estória.  
(c) o mesmo fragmento encadeado por conectivos subordinativos pode corresponder 
a quando você vier aqui o vovô conta estória. 
(d) o emprego do indicativo em “você vem cá, vovô conta estória” justifica-se 
porque a vinda da criança é um fato hipotético. 
(e)  a  presença  da  vírgula  entre  as  orações  justifica-se  para  isolar  o  vocativo, 
elemento indispensável aos textos de correspondência. 
 
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Ibmec  Língua Inglesa – Prova A
 
PASSAGE ONE 
 
Great inventions generally fall into one of two categories: some are the product of a single 
person’s creative mind, descending on the world suddenly like a bolt out of the blue; others 
– by far the larger group – are the end product of a long evolution of ideas that have 
fermented in many minds over decades, if not centuries. The invention of logarithms 
belongs to the first group, that of the calculus to the second. 
  It is usually said that the calculus was invented by Isaac Newton (1642-1727) and 
Gottfried Wilhelm Leibnitz (1646-1716) during the decade 1665-1675, but this is not 
entirely accurate. The central idea behind the calculus – to use the limit process to derive 
results about ordinary, finite objects – goes back to the Greeks. Archimedes of Syracuse 
(ca. 287-212 B.C.), the legendary scientist whose military inventiveness is said to have 
defied the Roman invaders of his city for more than three years, was one of the first to use 
the limit concept to find the area and volume of various planar shapes and solids. For 
reasons that we shall soon see, he never used the term limit, but that is precisely what he 
had in mind. 
  Elementary geometry allows us to find the perimeter and area of any triangle, and 
hence of any polygon (a closed planar shape made up of straight line segments). But when 
it  comes  to  curved  shapes,  elementary  geometry  is  powerless.  Take  the  circle  as  an 
example. In beginning geometry we learn that the circumference and area of a circle are 
given by the simple formulas C = 2πr and A = πr2, respectively. But the seeming simplicity 
of these formulas is misleading, for the constant π appearing in them – the ratio of the 
circumference  of  a  circle  to  its  diameter  –  is  one  of  the  most  intriguing  numbers  in 
mathematics. Its nature was not fully established until late in the nineteenth century, and 
even today some questions about it remain unanswered. 
Maor, E. e: The Story of a Number. Princeton University Press, Princeton, N. J., 1994, p. 40. 
 
Please answer the following questions by choosing the alternative that best corresponds to 
what is contained in the preceding passage: 
 
16. The exact nature of π: 
 
(a) Was completely determined over one hundred years ago. 
(b) Is simple, but misleading. 
(c) Is well known, but only when one is computing the circumference and the area of a 
circle. 
(d) Is not entirely known even at present. 
(e) Has not been recognized as a significant mathematical fact. 
 
17. As an invention, that of the calculus can be classified as: 
 
(a) Having occurred as quickly and unexpectedly as a lightning bolt. 
(b) Having been disputed between Leibnitz and Archimedes. 
(c) Something that was not very accurate in the beginning. 
(d) Possible only after the logarithm had been invented. 
(e) The result of contributions of many people during a long period. 
 
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Description:Análise Verbal – Prova A. 1. Dos fragmentos seguintes, aponte aqueles que também atribuem à literatura uma função cívica e transformadora. I “As palavras .. It is usually said that the calculus was invented by Isaac Newton (1642-1727) and. Gottfried . Churchill, W. S. The Gathering Storm.