Diagnóstico quantitativo e qualitativo dos canais 2, 3, 5 e 7 da cidade de Santos – SP

2017·1.1 MB·

by  Pivelli, Sandra Regina Pardini

S. R. P. Pivelli

Diagnóstico quantitativo e qualitativo dos canais 2, 3, 5 e 7 da cidade
de Santos – SP.
Sandra Regina Pardini Pivelli¹
¹Bióloga Msc. Prefeitura Municipal de Santos – Secretaria de Meio Ambiente –
Departamento de Controle e Políticas Ambientais
Resumo
Durante os meses de agosto, setembro, outubro e novembro de 2017 a arborização dos
canais de drenagem 2, 3, 5 e 7 foi inventariada de forma quantitativa e qualitativa, com
o objetivo de identificar a riqueza e abundância na distribuição das espécies ao longo de
sua extensão. Foram contabilizadas 61 espécies totalizando 1214 indivíduos,
pertencentes a vinte sete famílias. Fabaceae, Myrtaceae e Bignoniaceae foram as mais
numerosas com dez, nove e oito espécies respectivamente. No canal 2, 408 indivíduos
pertencentes a 40 espécies foram registrados, sendo a espécie mais abundante o
Guanandi Calophyllum brasiliense Cambess (n=183). A contagem no canal 3 obteve
312 indivíduos pertencentes a 33 espécies. O Jambolão Syzygium cumini ( L.) Skeels
destacou-se numericamente (n=118). No canal 5 foram contabilizados 304 indivíduos,
pertencentes a 34 espécies, sendo o Inga Inga laurina. (Sw.) Wild. (n=96) a espécie
predominante. No canal 7 foram contabilizados 190 indivíduos pertencentes a 31
espécies. A espécie mais numerosa foi o Ipê-cascudo Handroanthus chrysotrichus Mart
(n=29). Dez espécies não foram identificadas. A alta frequência de poucas espécies
plantadas em sequencia foi o padrão obtido na análise da distribuição dos exemplares.
Quanto à origem o número de espécies exóticas foi 32, nativas regionais 20 e nativas
não regionais 9. A maioria das espécies (n= 36) possui síndrome de dispersão zoocórica.
A realização deste inventário objetivou proporcionar dados a serem considerados na
manutenção e no planejamento das áreas verdes do município, que deverá priorizar a
utilização de espécies nativas regionais para conservar e conectar as diferentes áreas que
compõem a floresta urbana do município de Santos.
Palavras-chave: canais, arborização, inventário

Abstract
Quantitative and qualitative diagnosis of channels 2, 3, 5 and 7 of the city of Santos
- SP.
During the months of August, September, October and November of 2017 the
afforestation of the drainage channels 2, 3, 5 and 7 was quantitatively and qualitatively
inventoried with the objective of identifying the richness and abundance in the
distribution of the species along its extension. A total of 61 species were registered,
totaling 1214 individuals, belonging to twenty seven families. Fabaceae, Myrtaceae and
Bignoniaceae were the most numerous with ten, nine and eight species respectively. In
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channel 2, 408 individuals belonging to 40 species were recorded, the most abundant
species being Guanandi Calophyllum brasiliense Cambess (n = 183). The count in
channel 3 obtained 312 individuals belonging to 33 species. The Jambolão Syzygium
cumini (L.) Skeels was numerically prominent (n = 118). In channel 5, 304 individuals
belonging to 34 species were counted, Inga Inga laurina. (Sw.) Wild. (n = 96) is the
predominant species. In channel 7, 190 individuals belonging to 31 species were
counted. The largest species was the Ipê-cascudo Handroanthus chrysotrichus Mart (n =
29). Ten species were not identified. The high frequency of a few species planted in
sequence was the standard obtained in the analysis of the distribution of the specimens.
The number of exotic species was 32, regional native 20 and non-regional native 9.
Most species (n = 36) have zoocoric dispersion syndrome. The objective of this
inventory was to provide data to be considered in the maintenance and planning of the
green areas of the municipality, which should prioritize the use of regional native
species to conserve and connect the different areas that make up the urban forest of the
municipality of Santos.
Key words: channels, afforestation, inventory

Introdução XX, propiciou o começo do processo no
município de forma sistemática. A
Ao longo da história brasileira a
escolha de poucas espécies plantadas
natureza tem sido sistematicamente
sequencialmente predomina até hoje,
descaracterizada principalmente pelo
com poucas alterações. De acordo com
crescimento rápido e descontrolado das
LANGOWSKI & KLECHOWICZ
cidades, que com frequência
(2001), a vegetação urbana desempenha
estrangularam as áreas verdes
funções essenciais para os seres
(CARVALHO, 2003). A cidade de
humanos tais como o sombreamento, a
Santos encontra-se inserida na Mata
diminuição de ruídos, a melhoria na
Atlântica, ecossistema intensamente
qualidade do ar, a regularização do
modificado, cujos remanescentes ainda
clima e do ciclo hidrológico do solo e o
existem predominantemente na área
acesso ao lazer e a recreação. Apesar
continental e do maciço da Ilha de São
disso, as áreas destinadas ao plantio de
Vicente. Os canais de drenagem
árvores estão cada vez mais restritas.
definiram o desenho urbano da porção
Neste aspecto, os canais constituem
insular plana do município, demarcando
áreas estratégicas na formação de
o sistema viário e o parcelamento do
corredores verdes. Planejar a
solo. O plantio de árvores ao longo de
arborização é indispensável para o
sua extensão foi feita inicialmente com
desenvolvimento urbano, a fim de
a função de baixar a temperatura e
potencializar seus benefícios e reduzir
reduzir os ventos fortes. Há poucos
impactos ambientais. Para tanto, o
registros históricos da arborização da
estudo da composição florística das
cidade de Santos. Provavelmente o
áreas antrópicas e naturais citadinas é
plantio de Jambolões ainda
imprescindível, pois permite o
predominantes nos canais do Orquidário
conhecimento da diversidade e
(canal 0) e da Avenida Washington Luiz
adaptação das espécies, fornecendo,
(canal 3), iniciado no início do século
assim, parâmetros de manejo. Com esta
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perspectiva, este inventário contabilizou obter dados para estruturar a
1214 árvores em cerca de 8 km de manutenção e o planejamento das áreas
percurso, obtendo-se uma média de 2 verdes do município.
árvores a cada 10 m. Sessenta e uma
Metodologia
espécies, com predominância de treze,
compõem a arborização dos canais 2, 3, As árvores presentes nas calçadas dos
5 e 7. As espécies exóticas (n=32) ainda canais e em suas laterais foram
representam maioria, demonstrando a identificadas e contabilizadas a partir de
ênfase da função paisagística na escolha observações e registros realizados a pé
de exemplares para o plantio. O Brasil ao longo de sua extensão. No canal 2 o
possui a maior diversidade arbórea do inventário se estendeu da Av.
mundo com cerca de oito mil espécies, Presidente Wilson até a Av. Senador
que podem contribuir na conservação Pinheiro Machado, incluindo a Praça
dos ecossistemas originais. Para tanto, Dutra Vaz, em frente ao Prédio da
há que se planejar a estruturação de Receita Federal, totalizando 2.330 m de
áreas verdes fundamentadas nas percurso. No Canal 3 o inventário se
diferentes funções ecológicas estendeu da Av Presidente Wilson até a
desempenhadas pelas árvores, pois Rua Brás Cubas, totalizando 3.100 m de
como mostra este estudo, a função caminhada. No canal 5 o trabalho se
estética está bem representada no estendeu da Av. Bartolomeu de Gusmão
município até o presente momento. até a Av. Mário Covas, totalizando
1.900 m de percurso. No canal 7, o
Objetivos
caminho percorrido foi da Av. General
Este trabalho inventariou a riqueza e
San Martin a Av. Bartolomeu de
abundância da arborização existente nos
Gusmão, totalizando 843 m de
canais 2, 3, 5 e 7 com o objetivo de
caminhada (Figura 1).

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Figura 1- Imagem do Google Maps 2017 localizando os canais 2, 3, 5 e 7 em vermelho.
Adaptada pela autora.
As espécies foram identificadas a partir em croqui no caderno de campo
de livros mencionados nas referências (Quadro 1), situando os exemplares a
bibliográficas, além da consulta a partir da nomenclatura do arruamento
profissionais envolvidos no manejo da local e da infraestrutura urbana presente
arborização urbana. O registro foi feito para a passagem de pedestres.

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Quadro 1 – Croqui do canal 5 feito a partir das anotações em caderno de campo. Autoria
própria.

A frequencia relativa dos exemplares espécies comuns às duas comunidades,
mais numerosos foi calculada, assim n°sp p1 é o número total de espécies da
como a similaridade existente entre as comunidade 1 e n° sp p2 é o número
espécies dos canais foi obtida a partir do total de espécies da comunidade 2.
Índice de Sorensen, utilizando-se a
Resultados
seguinte fórmula:
Mil duzentos e catorze árvores
I = 2w x 100/n°sp p1 + n°sp p2 pertencentes a 61 espécies, incluídas em
vinte sete famílias foram contabilizadas
Onde I é o índice de similaridade entre
em 8.173 m de percurso (Tabela 1).
as comunidades, w é o número de

Tabela 1: Lista das espécies encontradas nos canais 2, 3, 5, e 7. S.D.= Síndrome de
Dispersão (ZOO = zoocoria ; ANE = anemocoria; BAR = barocoria); Org =Origem
(E=exótica; N=nativa regional; Nnr = nativa não regional). Autoria própria.
Nº Família Nome científico Nome popular SD Org Canais
Schinus terebinthifolia
1. Anarcadiaceae Aroeira-pimenteira ZOO N c2,c3
Raddi
2. Anarcadiaceae Schinus molle L. Aroeira-salsa ZOO N c2,c3
3. Anarcadiaceae Mangifera indica L. Mangueira ZOO E c2,c3,c5
Schefflera actinophylla Arvore-guarda-
4. Araliaceae ZOO E c5
(End.)Harms chuva
Araucaria columnaris
5. Araucariaceae Pinheiro ANC E c5
Hook
Dypsis lutescens H.
6. Arecaceae Areca-bambu ZOO E c5
Wendll
Livistona chinensis
7. Arecaceae Palmeira-de-leque ZOO E c2,c5
Jacquin
Syagrus romanzoffiana
8. Arecaceae Jerivá ZOO N c7
Cham.
Handroanthus
9. Bignoniaceae Ipê-cascudo ANC Nnr c2,c3,c5,c7
chrysotrichus Mart
Handroanthus
Ipê-amarelo-da-
10. Bignoniaceae serratifolius ANC N c2,c3,c5,c7
mata
(A.H.Gentry) S.Grose.
Handroanthus
11. Bignoniaceae Ipê-roxo ANC Nnr c2,c3,c7
impetiginosus Mart.
Handroanthus
12. Bignoniaceae heptaphyllus (Vell.) Ipê-roxo ANC Nnr c5,c7
Mattos
13. Bignoniaceae Jacaranda puberula Caroba ANC N c7
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Cham.
Tabebuia pentaphylla
14. Bignoniaceae Ipê-rosa ANC E c2,c3,c5,c7
Hemsl
Tabebuia roseoalba
15. Bignoniaceae Ipê-branco ANC Nnr c2,c3,c5,c7
Ridl.
Tecoma stans (L.) Juss.
16. Bignoniaceae Ipê-de-jardim ANC E c2,c5
ex Kunth
Ceiba speciosa (St.
17. Bombacaceae Paineira ANC Nnr c5
Hil.)
18. Bombacaceae Pachira aquática Aub. Monguba ZOO Nnr c7
Pseudobombax
19. Bombacaceae glandiflorum Embiruçu ANC N c2,c3,c5
(Cav.)A.Rob.
Cordia abyssinica
20. Boraginaceae Cordia-africana ZOO E c7
Lam.
Licania tomentosa
21. Chrysobalanaceae Oiti ZOO Nnr c3,c5
Benth
Calophyllum
22. Clusiaceae Guanandi ZOO N c2,c3,c7
brasiliense Cambess.
23. Combretaceae Terminalia catappa L. Chapéu-de-sol ZOO E c2,c3,c5,c7
24. Fabaceae Bauhinia variegata L. Pata-de-vaca AUT E c2,c3
Caesalpinea echinata
25. Fabaceae Pau-Brasil BAR Nnr c2,c3, c7
L.
26. Fabaceae Cassia fistula L. Cássia AUT E c7
27. Fabaceae Cassia javanica L. Cássia AUT E c5
28. Fabaceae Delonix regia Hook. Flamboyant BAR E c2,c3,c5,c7
Caesalpinia
29. Fabaceae Flamboyanzinho BAR E c2
pulcherrima (L.) Sw.
Inga laurina (Sw.)
30. Fabaceae Ingá ZOO N c2,c3,c5,c7
Wild.
Senna bicapsularis (L.)
31. Fabaceae Canudo-de-pito AUT N c2,c3
Roxb.
Senna multijuga
32. Fabaceae (Rich.) H.S.Irwin & Pau-cigarra BAR N c5
Barneby
33. Fabaceae Tipuana tipu L. Tipuana ANC E c2
34. Lameaceae Persia americana L. Abacateiro ZOO E c7
Lagerstroemia indica
35. Lythraceae Resedá ANC E c2,c3,c5,c7
L.
36. Magnoliaceae Michelia champaca L. Magnólia-amarela ZOO E c2,c3
37. Malpighiaceae Malpighia glabra L. Acerola ZOO E c2,c3
38. Malvaceae Hibiscus arboreus L Hibisco ANC E c2,c7
39. Malvaceae Hibiscus tiliaceus L. Algodão-da-praia ANC E c7
Tibouchina granulosa
40. Melastomataceae Quaresmeira ANC N c2,c3,c5,c7
Cogn.
Artocarpus
41. Moraceae Jaqueira ZOO E c2
heterophyllus Lam.
42. Moraceae Ficus elastica L. Falsa-seringueira ZOO E c2
43. Moraceae Ficus enormis L. Figueira-mata-pau ZOO N c2
44. Moraceae Ficus benjamina L. Figueira ZOO E c2,c3,c5,c7
Eugenia involucrata Cereja-do-Rio-
45. Myrtaceae ZOO N c2
DC. Grande
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46. Myrtaceae Eugenia sprengelii DC Eugenia ZOO N c3,c7
47. Myrtaceae Eugenia uniflora L. Pitangueira ZOO N c7
Myrciaria cauliflora
48. Myrtaceae Jabuticabeira ZOO N c7
(Mart).O.Berg
Psidium cattleyanum
49. Myrtaceae Araçá ZOO N c7
Sabine
50. Myrtaceae Psydium guajava L. Goiabeira ZOO N c2,c3,c5,c7
Syzygium cumini ( L. )
51. Myrtaceae Jambolão ZOO E c2,c3,c5,c7
Skeels
Syzygium malaccense
52. Myrtaceae Jambo ZOO E c7
L.
53. Myrtaceae Callistemon spp. Escova-de-garrafa BAR E c5
Eriobotrya japonica
54. Rosaceae Ameixeira-amarela ZOO E c2,c3,c5,c7
(Thunb.) Lind.
55. Rutaceae Murraya paniculata L. Murta ZOO E c3,c7
Sapindus saponaria
56. Sapindaceae Sabão-de-soldado ZOO Nnr c2,c5
Var.
Labramia bojeri A.
57. Sapotaceae Abricó-da-praia ZOO E c2,c3
DC.
58. Solanaceae Brunfelsia uniflora L. Manacá-de-cheiro ZOO N c3
Cecropia pachystachya
59. Urticaceae Embaúba ZOO N c2,c3
Loefl.
60. Verbenaceae Duranta repens L. Pingo-d'ouro ZOO E c5,c7
61. Podocarpaceae Podocarpus sp. Pinheirinho ZOO E c3,c5

O número de espécies exóticas amarela Michelia champaca L. com 30
foi maior (n= 32) ao de nativas (n=29) indivíduos. No canal 5 foram
(Figura 3). contabilizados 304 indivíduos,
pertencentes a 34 espécies. O Ingá, Inga
Dez espécies não foram
laurina (Sw.) Wild. foi a espécie mais
identificadadas, sendo 4 no canal 2,
abundante com 96 indivíduos, seguido
duas no canal 3 e duas no canal 5. O
pelo Oiti Licania tomentosa Benth com
canal 2 foi o que apresentou maior
47 indivíduos e o Flamboyant Delonix
diversidade (n=40). (Figura 5). No canal
regia Hook.com 41 indivíduos. No
2 foram contabilizados 408 indivíduos
canal 7 foram contabilizados 190
pertencentes a 40 espécies. O Guanandi
indivíduos pertencentes a 31 espécies,
Calophyllum brasiliense Cambess. foi a
sendo o Ipê-cascudo Handroanthus
espécie mais abundante com 183
chrysotrichus Mart o mais abundante
indivíduos, seguido pelo Ingá Inga
com 29 indivíduos, seguido do Ingá
laurina (Sw.) Wild. com 72 indivíduos e
Inga laurina (Sw.) Wild.com 27
o Chapéu-de-sol Terminalia cattapa L.
indivíduos e o Ipê-rosa Tabebuia
com 32 indivíduos. No canal 3 foram
pentaphylla Hemsl com 21 individuos
contabilizados 312 indivíduos
(Figura 4). As famílias mais numerosas
pertencentes a 33 espécies. O Jambolão
foram Fabaceae (10), Bignoniaceae (8)
Syzygium cumini (L.) Skeels foi a mais
e Myrtaceae (9) (Figura 2).
abundante com 118 indivíduos, seguido
pelo Chapéu-de-sol Terminalia cattapa
L. com 70 indivíduos e a Magnólia-
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Figura 2 - Expressividade das famílias botânicas obtidas a partir do inventário das
espécies dos canais 2, 3, 5 e 7. Autoria: própria.

Figura 3 – Origem das espécies em percentagem. Autoria própria.

Figura 4 – Comparação entre as espécies mais abundantes dos canais. Autoria própria.
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Figura 5 – Riqueza e abundância nos canais 2, 3, 5 e 7. Autoria própria.

Há predominância de uma do total das espécies (Tabela 3).
espécie por canal, sendo geralmente
Tabela 2 – Matriz de similaridade
distribuída de forma sequencial por toda
utilizando o Índice de Sorensen entre os
a sua extensão. Assim, os Guanandis no
canais. Autoria própria.
canal 2 compõem em termos de
abundância 45% do total das árvores C3 C5 C7
contabilizadas. Os Jambolões no canal 3
C2 67.69 47.89 53.75
trinta e oito porcento, os Ingás no canal
5 trinta e dois porcento e os Ipês no
C3 53.57 50.00
canal 7 trinta porcento. Em termos de
similaridade o canal 2 e o 3 apresentam C5 48.28
maior índice (n=68) (Tabela 2).
C7
Onze espécies estão presentes
nos quatro canais, representando 20%

Tabela 3 – Espécies que ocorrem em todos os canais. Autoria própria.
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Chapéu-de-sol Terminalia cattapa L.
Ficus Ficus benjamina L.
Flamboyant Delonix regia Hook.
Goiabeira Psidium guajava L.
Ingá Inga laurina (Sw.) Wild.
Ipê-cascudo Handroanthus chrysotrichus Mart
Ipê-rosa Tabebuia pentaphylla Hemsl
Jambolão Syzygium cumini ( L. ) Skeels
Mangueira Mangifera indica L.
Nespereira Eriobotrya japonica (Thunb.) Lind.
Quaresmeira Tibouchina granulosa Cogn.

Discussão gradativa substituição da flora nativa pela
exótica na arborização, que reduziu a
A realização de inventários sobre a
biodiversidade e unificou a paisagem de
arborização urbana é importante para
cidades distintas. O uso da vegetação
um bom planejamento ambiental, pois
nativa regional, em áreas verdes públicas,
para o uso adequado das árvores
oferece significativo ganho ambiental e
urbanas devem-se considerar tanto as
cultural (MACHADO, 2006). A
características fitogeográficas de cada
vegetação de Mata Atlântica encontra-se
região quanto as climáticas e
presente nos morros de Santos, porém
pedológicas específicas de cada lugar
apenas encostas mais íngremes, que ainda
(SILVA et al., 2007). Dessa forma, o
não foram ocupadas (OLIVEIRA, 2011).
conhecimento das espécies que foram
A maior parte do que restou deste
utilizadas nos canais de Santos pode
ecossistema encontra-se na área
contribuir para a remodelação dos
continental do município. Contudo, nem
corredores verdes já existentes, mesmo nesta localidade há prioridade no
interliga-los e, ainda, promover uso de espécies regionais na arborização.
possíveis substituições de indivíduos. Fragmenta-se ainda mais os
Porém há que se priorizar a utilização remanescentes com a introdução de
de espécies da Mata Atlântica regional exóticas, que podem adentrar as áreas
para o provimento da arborização da naturais, principalmente pelo processo de
cidade, pois sua riqueza (n=20) ainda é dispersão zoocórica, predominante nas
baixa considerando a totalidade das árvores utilizadas no plantio urbano. No
árvores plantadas nos canais estudados. entanto, as mudanças estão ocorrendo
gradativamente, procurando conciliar as
A distribuição sequencial homogênea
espécies existentes e as que estão por vir.
demonstra a predominância da função
Mudas nativas tem sido plantadas
paisagística na arborização destas vias,
substituindo exóticas que morreram,
que procura agregar localização,
porém ainda sem considerar o aspecto
facilidade de manejo e beleza estética.
regional. Acredita-se que isto ocorra
Isto não é exclusividade do município,
porque cada canal tem uma história e
pois nas cidades brasileiras houve uma
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