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C o n t r i b u i ç ão
para o estudo clínico
dos aneurismas da Horta
por Francisco Pereira Viana
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IMPRENSA NACIONAL de Jaime Vasconcelos
204, RUA DE JOSÉ FALCÃO, 206 - PORTO
Aneurismas da Horta
Francisco Alberto da Costa Pereira Viana
Assistente de Medicina Interna
Contribuição para o estudo clínico
dos
Hneurismas da Horta
Observações das Clínicas Escolares
DISSERTAÇÃO DE CANDIDATURA
AO GRAU DE DOUTOR
a^S \,\
TH
1934
IMPRENSA NïïCIOMftL de Jaime Vasconcelos
204, Rua de José Falcão, 206
PORTO
FACULDADE DE MEDICINA DO PORTO
D I R E C T OR
Prof. br. António de Almeida Garrett
S E C R E T Á R IO
Prof. Dr. Hernâni Bastos Monteiro
CORPO D O C E N TE
Professores Catedráticos
Dr. João Lopes da Silva Martins Júnior . Higiene
Dr. Alberto Pereira Pinto de Aguiar . . Patologia geral
Dr. Carlos Alberto de Lima . . .. . Patologia cirúrgica
Dr. José Alfredo Mendes de Magalhães. Terapêutica geral
Dr. Joaquim Alberto Pires de Lima . . Anatomia descritiva
Dr. José de Oliveira Lima Fisiologia geral e especial
Dr. Álvaro Teixeira Bastos Clínica cirúrgica
Dr. Manuel Lourenço Gomes . . .. Medicina legal
Dr. Abel de Lima Salazar Histologia e Embriologia
Dr. António de Almeida Garrett . . . Pediatria
Dr. Alfredo da Rocha Pereira . . .. Clínica médica
Dr. Carlos Faria Moreira Ramalhão . . Bacteriologia e Doenças inficiosas
Dr. Hernâni Bastos Monteiro . . .. Anatomia topográfica
Dr. Manuel António de Morais Frias . Clínica obstétrica
Dr. Amândio Joaquim Tavares . . .. Anatomia patológica
Dr. Jorge de Azevedo Maia Patologia médica
Vaga Farmacologia
Vaga Ginecologia
Vaga Dermatologia e sifiligrafia
Professores Jubilados
Dr. António Joaquim de Sousa Júnior
Dr. Thiago Augusto d'Almeida
Professor Honorário
Dr. Oscar Vogt
A Faculdade não responde pelas doutrinas expendidas na dissertação.
(§ 3.° do Art. 48.° do Regulamento da Faculdade de Medicina do Porto,
Decreto n.° 19.337, de 29-1-1931).
Ao Ex.M0 SENHOR PROFESSOR
DOUTOR
THIAGO AUGUSTO D'ALMEIDA
homenagem da mais alta admiração e
testemunho de respeitosa amizade do
afilhado e discípulo muito reconhecido.
Ao curso do V ano médico de 1926-1927 fêz o Senhor
Professor Thiago d'Almeida uma série de brilhantes lições
àcêrca dos aneurismas da aorta, estudados dentro do quadro
mais vasto da sífilis aórtica. Como procurássemos, então, assunto
para dissertação inaugural, ainda complemento obrigatório do
curso de Medicina, teve Sua Excelência a bondade de nos cha
mar a atenção para este interessante capítulo da patologia.
Começamos imediatamente o seu estudo e, depois de abolida a
dissertação inaugural pela reforma que sofreu a legislação
sobre o ensino médico, resolvemos aproveitar o que já estava
feito, dando-lhe o desenvolvimento compatível com as nossas
forças, logo que ao nosso espírito se impôs a obrigação de
submeter ao esclarecido critério do Conselho Escolar trabalho
demonstrativo do nosso labor no cargo que nos foi confiado.
A base deste estudo é constituída por vinte e duas obser
vações pessoais e por algumas centenas de observações que
pudemos encontrar na bibliografia consultada. E' muito redu
zido o número de casos pessoalmente observados para um tra
balho desta natureza. Esta deficiência, devida à situação de
plorável dos serviços hospitalares da Faculdade, procuramos
atenuá-la lendo e analisando com o maior cuidado as obser-
vagões alheias para podermos, baseados em todas, construir os
quadros semiológicos e clínicos desta afecção e podermos tirar
as conclusões terapêuticas que expomos. Aliás, o estudo dos
casos publicados seria sempre complemento indispensável em
trabalho desta índole, pois que, por muito extensa que fosse
a lista de observações directas, nunca poderia abranger a tota
lidade, nem talvez mesmo a maior parte dos casos possíveis.
Embora orientados para o estudo clínico dos aneurismas aór
ticos, não podíamos, de modo algum, pôr de lado o estudo
anátomo-patológico e etiológico desta afecção, tanto mais que
nesses campos, onde muitos têm trabalhado, nem tudo está
esclarecido. Desses capítulos nos ocupamos pois também, não
para expor trabalho próprio de investigação experimental, mas
apenas para apresentar o que nos parece mais plausível e racio
nal à face das observações clínicas e das verificações necrópsicas.
Vasto é o assunto e semeado de escolhos que, momento a
momento, embaraçam os passos incertos de quem principia.
Tema em que se ilustraram os nomes de Lancisi, Morgagni,
P. Broca, W. Stokes, Cardarelli, Muchard, para não citar
senão alguns dos maiores, não deveria ser aproveitado para
trabalho de principiante, mas sim de mestre a quem a longa
prática e o cotejo de muitas observações dão a segurança que
nos falta. Assim, ao trabalho realizado não damos mais valor
do que o de simples achega para estudo de maior vulto que tente
alguém a quem não faleça nem a competência filha de qua
lidades innatas, nem a que provém de dilatada experiência.
Entregando-o agora à apreciação do douto Conselho da
Faculdade, não podemos deixar de exprimir o nosso sincero
agradecimento aos Senhores Professores Thiago d'Almeida,
Rocha Pereira e Azevedo Maia pelas facilidades que nos de
ram no estudo e aproveitamento dos casos por nós observados,
e sem as quais nos era vedado percorrer terreno tão eriçado
de obstáculos.
Porto, Março de IÇ34..
P. V.
I
I N T R O D U Ç ÃO
*
Para o estudo das afecções aórticas, mais ainda do que para o da
maior parte das dos outros órgãos, é indispensável um conhecimento per
feito da anatomia da aorta e da sua fisiologia. A situação deste vaso,
ocupando primeiro o mediastino anterior, descrevendo em seguida um
arco que abraça órgãos de primeira importância, para passar depois para
o mediastino posterior, e daí, através do diafragma, para o abdómen,
acarreta-lhe numerosas relações de vizinhança, variáveis com o segmento
considerado e cujo conhecimento é do domínio da anatomia topográfica.
Além destas relações imediatas há a atender ainda, no estudo da afecção
de que tratamos, à situação dos órgãos próximos, embora não contíguos,
que podem também sofrer com o desenvolvimento largo dum aneurisma
aórtico. Mas as relações que a artéria aorta contrai com os outros órgãos
da economia não são apenas as de simples vizinhança: outras mais ínti
mas existem estabelecidas através dos vasos que da aorta partem a irri
gar esses órgãos, irrigação de que em grande parte depende o seu fun
cionamento. Deste modo a aorta encontra-se em relação, anatómica ou
funcionalmente, com todo o organismo, e o que mais impressiona, em
contraste com este facto indiscutível, ó a insidiosidade, a pobreza sinto-
matológica, de muitas afecções aórticas. Esta circunstância, que não é
exclusiva da aorta, é uma das que traduzem o formidável poder de adap
tação do organismo a novas condições de funcionamento, principalmente
se estas se estabelecem lentamente. Podemos encontrar, e encontram-se
frequentemente, sinais físicos devidos a uma lesão aórtica — ausência de
Description:Bacteriologia e Doenças inficiosas. Dr. Hernâni Bastos Monteiro Anatomia topográfica. Dr. Manuel António de Morais Frias . Clínica obstétrica. Dr. Amândio Joaquim Tavares Anatomia patológica. Dr. Jorge de Azevedo Maia. Patologia médica. Vaga. Farmacologia. Vaga. Ginecologia. Vaga.