Table Of ContentUNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
Francismary Alves da Silva
Combates de Alexandre Koyré:
por uma história do pensamento científico
Belo Horizonte
2015
Francismary Alves da Silva
Combates de Alexandre Koyré:
por uma história do pensamento científico
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em História da Universidade
Federal de Minas Gerais - UFMG.
Doutorado na Linha de Pesquisa Ciência e
Cultura na História.
Orientador: Prof.o Dr.o Mauro L. L. Condé
Belo Horizonte
2015
112.1 Silva, Francismary Alves da
S586c Combates de Alexandre Koyré [manuscrito] : por uma
história do pensamento científico / Francismary Alves da
2015
Silva Silva. - 2015.
205 f.
Orientador: Mauro Lúcio Leitão Condé.
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais,
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Inclui bibliografia
1. Koyré, Alexandre, 1892-1964. 2. Febvre, Lucien Paul
Victor, 1878-1956. 3.História – Teses. 4.Ciências –
Historiografia – Teses. Ciências – História - Teses. I.Condé,
Mauro Lúcio Leitão. II. Universidade Federal de Minas
Gerais. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. III.
Título.
Se os historiadores pudessem admitir a
existência de remendos na teia de Clio
poderiam talvez mais facilmente reconhecer
que não há rendas (Thomas Kuhn, 1971).
Para Cynthia e Ulisses,
Ana Laura e Adriano,
Mary e Chicão,
Com amor.
AGRADECIMENTOS
Foram quatro anos e meio desde o início do doutorado. Foram sete
residências, quatro cidades, em três regiões do Brasil, sudeste, norte, nordeste. Foram
diferentes hábitos, outras paisagens, velhos e novos amigos. Ciente da impossibilidade
de citar todos que fizeram parte dessa trajetória, arrisco-me com o que, nesse momento,
a memória permitir.
Agradeço a Mary e Chicão, Ana Laura, Adriano e Ulisses, por serem casa a
todo regresso. A vó Dete, vó Zaida e tio Dedé, também Duda e Clarinha, por residirem
eternamente em minha memória. Agradeço a Madô, Carlos Eduardo, Carla Soares, tia
Alice. Agradeço ao sistema público de ensino superior brasileiro, sobremaneira à
UFMG. Agradeço a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais,
FAPEMIG, que financiou esta pesquisa durante 2,5 anos. A Mauro Condé, pelos dez
anos de orientação e intersecção entre devaneios, aspirações e horizontes reais. Pela
amizade e parceria que esse caminho permitiu e permitirá construir. Aos professores
Carlos Alvarez Maia e José Carlos Reis, que enxergaram comigo um caminho para esta
pesquisa durante minha defesa de Mestrado. Ao professor Marlon Salomon, pelo
constante diálogo sobre Koyré. Aos professores Reinaldo Bechler, Beth Lara, Kátia
Baggio, Carol Vimieiro, Bernardo Jefferson, Anny Jaqueline, Betânia Figueiredo,
Graciela Oliver e Helena Mollo. Aos amigos do Scientia. Aos amigos que fiz ao longo
dos doze anos de UFMG, em especial a Samuel Andrade, Poliana Borges (e Simone),
Graice Barros, Gabriel Ávila, Paloma Porto e Ana Marília. A dona Lili e Tamara,
Cinara e Rafinha, pela amizade, e por terem me abrigado na capital mineira. A Wilson
de Avellar, Cândida Gomide e Ana Régis, pelos deliciosos encontros belorizontinos. A
Heloísa Helena, Selma Brito, Marcelo Sabino, Geo Coriolano, Edinaldo, Narcíso,
Eliene e Lou, pela saudade que sinto do tempo em que estive em Porto Velho com
vocês. Aos colegas e professores da Universidade Federal de Rondônia, em especial aos
amigos João Maurício, Carlos Trubiliano e Gilmara Franco, por terem feito do trabalho
um lar, e não o contrário. Aos colegas, estudantes e muitos amigos que me acolheram na
Universidade Federal do Sul da Bahia. À família Barra que me acolheu em Itabuna. Aos
estudantes da Universidade Federal de Rondônia, pela esperada visita que um dia lhes
farei.
A Filó e Cetim, por voltarem correndo para casa.
A Cynthia Barra, onde reside meu amor; e pelos lares que dele virão.
RESUMO
O presente trabalho tem como proposta uma revisão da produção histórica e historiográfica de
Alexandre Koyré (1892-1964), a partir de duas tradições que pouco dialogam entre si: a
História das ciências e a História propriamente dita. Com intuito de melhor compreender a
obra do historiador franco-russo como sendo um marco para a Historiografia das ciências,
busquei reavaliar a complexa relação dos trabalhos de Koyré com os historiadores das
ciências, tanto internalistas quanto externalistas. Por essa via, problematizei a noção koyreana
de “estrutura ou estilo ou unidade de pensamento”, o que possibilitou uma reavaliação do
estigma “internalista”, atribuído, ainda hoje, de forma equivocada e redutora aos trabalhos, e
ao legado, de Alexandre Koyré. Essa reflexão também possibilitou a retomada do
problemático distanciamento entre a História e a História das ciências. Desse modo, a partir
do pressuposto de que a periodização da História das ciências coincide com a periodização da
História da historiografia, foi possível estabelecer diálogos e, também, compreender
desencontros entre a obra de Alexandre Koyré e as inovadoras propostas daquela que foi
chamada, na contemporaneidade, de revolução francesa da historiografia; tal aproximação ao
movimento dos Annales foi feita, sobretudo, por meio da abordagem dos trabalhos de Lucien
Febvre (1878-1956).
ABSTRACT
This research aims to revisit the historical and historiographical production of Alexandre
Koyré (1892-1964) focusing on two traditions with little dialogue between them: the History
of sciences and the History itself. Intending for a better comprehension of the oeuvre of the
French-russian historian as a landmark to the Historiography of sciences, I reevaluate the
complex relations of Koyré with the historians of science, both internalists and externalists.
By this way, the koyrean notion of “structure, or style, or unit of thought” was problematized,
which allowed a reevaluation of the “internalist” stigma attributed until today, in a wrong and
reductionist way, to the works, and the legacy, of Alexandre Koyré. This analysis also made
possible to retake the questionable detachment between the History and the History of
sciences. Thus, from the presupposition that the periodization of the History of sciences
overlaps the periodization of the History of historiography it was possible to establish
dialogues and, also, comprehend the mismatches between the work of Koyré and the
innovative proposals of the movement contemporary known as the French Revolution in
historiography; the rapprochement with the Annales’ movement was made, mostly, through
the approaching of oeuvre of Lucien Febvre (1878-1956).
SUMÁRIO
Apresentação 10
Perguntas 13
A pergunta subjacente 13
Apontamentos sobre o autor – notas biográficas 15
Pergunta-se, então 24
Parte I: Alexandre Koyré na tradição da História das ciências
Cap. 1: O Internalismo 30
Movimento retrógrado 30
Eco Externalista? 37
O brado kuhniano 41
Aspiração internalista 51
A previous scene 62
Cap. 2: O “internalismo” de Alexandre Koyré 63
Antes, o inverso: os externalistas 63
Alexandre Koyré: “o internalista” 74
Koyré: um internalista 90
A função autor em Alexandre Koyré 94
Primeiro desfecho e algumas respostas 97
Parte II: Alexandre Koyré na historiografia tout court
Description:Alexandre Koyré (1892-1964), a partir de duas tradições que pouco . tese, seção intitulada Alexandre Koyré na tradição da História das ciências.