Table Of ContentCiência do futuro e futuro da ciência:
redes e políticas de nanociência e
nanotecnologia no Brasil
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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Jorge Luiz dos Santos Junior
Ciência do futuro e futuro da ciência:
redes e políticas de nanociência e
nanotecnologia no Brasil
Rio de Janeiro
2013
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Copyright 2013, Jorge Luiz dos Santos Junior.
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Capa Carlota Rios
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CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/NPROTEC
S237 Santos Junior, Jorge Luiz dos
Ciência do futuro e futuro da ciência: redes e
políticas de nanociência e nanotecnologia no Brasil/
Jorge Luiz dos Santos Junior. – Rio de Janeiro:
EdUERJ, 2013.
260 p.
ISBN 978-85-7511-287-8
1. Ciência e tecnologia – Brasil. 2. Nanociências –
Brasil. 3. Nanotecnologia – Brasil. I. Título.
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Sumário
Prefácio – Ciência do futuro: comunidades científicas e o ciclo da
política de nanociência no Brasil .......................................................................................9
Apresentação ..........................................................................................................................13
Capítulo 1 - Da revolução invisível ao risco global: nanotecnologia, um novo
paradigma tecnoeconômico? .............................................................................................21
1.1 - Fairy tales científicos: ideias, sonhos e pesadelos atômicos ................................22
1.1.1 - A inquisição das ideias e a materialização dos sonhos .........................22
1.1.2 - O átomo e os novos espaços: o invisível que salta aos olhos .............24
1.1.3 - Máquinas moleculares: o pesadelo de novas (des)aventuras ..............27
1.2 - Do fairy tale ao scientific tool: a nanotecnologia....................................................29
1.2.1 - Uma nanodefinição ......................................................................................29
1.2.2 - Redenção: promessas das nanotecnologias .............................................31
1.3 - Do scientific tool ao grey goo: as críticas ....................................................................40
1.3.1 - O sacrifício: perigos e riscos associados ..................................................40
1.3.2 - O cientista redentor e o público fiel: riscos, conflitos e
diálogos..........................................................................................................................45
1.3.3 - Contribuições da sociologia do risco para a análise de novas
tecnologias ....................................................................................................................55
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1.4 - Paradigmas técnico-científicos e mudanças ...........................................................59
1.4.1 - A destruição criativa dos ciclos inovativos .............................................59
1.4.2 - Afinal, é a nanotecnologia uma inovação radical capaz de
promover mudança de paradigma? ........................................................................66
1.5 - Estado da arte das N&Ns no Brasil: breve história e inventário
das ações ....................................................................................................................................73
1.5.1 - As primeiras experiências e as institucionalidades................................73
1.5.2 - Alguns resultados e prospecções................................................................78
Capítulo 2 - Ideologia e política industrial e de ciência e tecnologia no
Brasil ........................................................................................................................................83
2.1 - Política industrial como política pública ................................................................84
2.2 - Planejamento e desenvolvimento da política científica e tecnológica no
Brasil: marcos históricos e breve análise das políticas ....................................................90
2.2.1 - Alguns marcos teóricos e históricos da política científica e
tecnológica brasileira ..................................................................................................90
2.2.2 - As primeiras ações: as décadas de 1950-1960 .......................................94
2.2.3 - Auge e declínio: a política científica e tecnológica brasileira nas
décadas de 1970-1980 ...............................................................................................98
2.2.4 - Entre os anos 1990 e os anos 2000: um resgate do
planejamento e das instituições? ..........................................................................108
2.3 - As conformações políticas e as críticas às políticas científicas e
tecnológicas no Brasil ..........................................................................................................113
2.4 - Políticas científicas e tecnológicas: agenciamento, redes e comunidades
de pesquisa .............................................................................................................................120
2.4.1 - Políticas científicas e tecnológicas sob a perspectiva da
Teoria da Agência (ou Agente-Principal) ..........................................................121
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2.4.2 - Políticas científicas e tecnológicas e a análise estrutural
de redes sociais ..........................................................................................................127
2.4.3 - Políticas científicas e tecnológicas sob a perspectiva das
comunidades de pesquisa ......................................................................................131
Capítulo 3 - Policy e politics do setor de N&N no Brasil: os laços
da rede ..........................................................................................................139
3.1 - Aspectos metodológicos da análise ........................................................................140
3.2 - O atual Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação .......................142
3.3 - Policy: as políticas explícitas para N&N no Brasil .............................................145
3.3.1 - Os macroplanos da política brasileira de nanotecnologia ...............146
3.3.2 - Os editais de pesquisa e fomento e a execução da política .............153
3.3.3 - Análise da orientação da política ...........................................................158
3.4 - Politics: as redes e a comunidade de pesquisa .....................................................173
3.4.1 - A metodologia da Análise Estrutural de Redes Sociais ....................173
3.4.2 - Análise estrutural da RedeNano ............................................................181
3.4.3 - Comunidade de pesquisa e o ciclo da política ...................................200
3.5 - Sobre as preocupações fundamentais do estudo ................................................221
3.6 - Resultados da policy e da politics: um balanço analítico ...................................227
Considerações finais .........................................................................................................237
Referências ..........................................................................................................................245
Apêndice ..............................................................................................................................257
Sobre o autor ......................................................................................................................259
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Prefácio
Ciência do futuro: comunidades
científicas e o ciclo da política de
nanociência no Brasil
O tema das nanociências e nanotecnologias é abordado por Jorge
Luiz dos Santos Junior com base em uma problematização sociológica.
Os estudos de sociologia da ciência, da tecnologia e da inovação apontam
que estamos diante de uma tecnologia disruptiva e os estudos de socio-
logia do risco apontam os limites éticos e ambientais dessa tecnologia e
as controvérsias científicas envolvidas nela. Jorge, no entanto, parte de
tais estudos para construir uma nova problematização das nanociências e
nanotecnologias, lançando mão também da Teoria da Agência, da Socio-
logia Relacional e da metodologia de Análise Estrutural de Redes Sociais.
Tendo na bagagem questões fundamentais e uma forte base teórica e
metodológica, Jorge aceita o desafio de desvendar o ciclo da política de na-
nociência e nanotecnologia no Brasil e a comunidade científica ali envolvida.
Suas preocupações de fundo giram em torno do gerenciamento dos
riscos da atividade nanocientífica e do empreendimento nanotecnológico, da
participação dos atores sociais externos à comunidade de pesquisa e à tecno-
cracia estatal e dos retornos sociais provenientes dos investimentos públicos
nessa atividade.
Seu tema central – a participação da comunidade científica no ciclo
da política de nanotecnologia e nanociência no Brasil – é analisado a partir
das inter-relações entre os diversos atores que compõem essa complexa rede
e do argumento de que existe um processo de penetração no Estado de
frações da comunidade científica que ditam as regras do jogo, constroem
agendas e direcionam a política.
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10 Ciência do futuro e futuro da ciência
Jorge constrói seu itinerário de pesquisa partindo da análise dos des-
caminhos da política industrial brasileira desde os anos 1950, quando são
criados os aparatos institucionais para o desenvolvimento científico. Sua ên-
fase recai sobre as políticas explícitas dos textos oficiais e sobre o fomento
à pesquisa científica via agências de pesquisa, como o Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em seguida, analisa
programas governamentais de fomento à pesquisa, a configuração dos grupos
de pesquisa, a atuação dos movimentos sociais e o papel das empresas no que
se refere à inovação tecnológica.
Dedica-se, então, a mapear e analisar minuciosamente os editais de
pesquisa da área de nanociência e nanotecnologia lançados pelo CNPq,
no período entre 2000 e 2010, e pela Financiadora de Estudos e Projetos
(FINEP), no período entre 2004 e 2010. Depois, analisa os projetos contem-
plados em cada edital e seus respectivos atores. Finalmente, passa à Platafor-
ma Lattes, também do CNPq, para analisar a trajetória e as relações sociais de
todos aqueles envolvidos nos editais, constituindo a “comunidade científica”
objeto da investigação. Foca as relações orientador-orientando e de coautoria
em artigos científicos para elaborar a complexa rede de nanociência e nano-
tecnologia no Brasil.
Com isso, Jorge propõe uma metodologia de análise da elaboração de
políticas públicas por meio de um enfoque ainda pouco usual no Brasil, o
das redes sociais. Ao final, tem plenas condições de comparar os objetivos
propostos com os resultados práticos das políticas científicas e tecnológicas
brasileiras, além de desvendar o caso específico das políticas de nanociência e
nanotecnologia no país.
A rede de pesquisa em nanociência e nanotecnologia, analisada a par-
tir dos dados levantados neste livro, mostra claramente os vícios, as centra-
lidades, as exclusões e a concentração disciplinar que imperam nas políticas
de ciência e tecnologia no Brasil. A rede mostra as fragilidades da política e
uma comunidade de pesquisa extremamente hermética à consideração dos
possíveis riscos sociais e ambientais, além do pouco espaço dado à partici-
pação social e às vozes críticas a essa opção tecnológica. Mostra que existe
uma “periferia” dentro dos estudos de nanociência e nanotecnologia, sem
acesso aos recursos de pesquisa. Mostra que a comunidade de pesquisa da
nanociência e nanotecnologia é composta majoritariamente por pesquisa-
dores das áreas de física e química, portanto, com pouco caráter interdisci-
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