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© 2011, Elsevier Editora Ltda.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei no 9.610, de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser
reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos,
mecânicos, fotográfi cos, gravação ou quaisquer outros.
Copidesque: Ivone Teixeira
Revisão: Carla Hauer
Editoração Eletrônica: Estúdio Castellani
Elsevier Editora Ltda.
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ISBN 978-85-352-4143-3
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CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
C872c Costa, Indio da, 1938-
Cartas a um jovem arquiteto: concepção, forma e emoção / Indio da Costa.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
il. – (Cartas a um jovem... )
ISBN 978-85-352-4143-3
1. Costa, Indio da, 1938-. 2. Arquitetos – Brasil. 3. Arquitetura – Descrição
ocupacional. 3. Orientação profi ssional. I. Título. II. Série.
10-6356. CDD: 720.981
CDU: 72(81)
À Ana Maria (companheira dedicada e incansável) e aos
meus quatro filhos – Gabriela (que sempre me emociona
pela compreensão e meiguice), Guto (grande parceiro,
forte e solidário), Antonio Pedro (idealista, dinâmico e
cheio de entusiasmo e energia) e Mariana (corajosa, po-
livalente, amorosa e atenta) –, que são os meus melho-
res amigos.
INTRODUÇÃO
Quando fui convidado a escrever este livro, a pri-
meira coisa que me ocorreu foi a enorme responsa-
bilidade de influenciar jovens profissionais com a
minha experiência, que se pauta em um mundo tão
diferente do que esse jovem, a quem me dirijo, irá
viver. Achei que um jovem de hoje estaria em muito
melhores condições de me escrever uma carta, não
para interferir no meu passado, já estratificado, mas
no meu futuro.
Até agora, aprendi tão pouco diante do que tenho ainda
por aprender que me pareceu difícil aceitar esse desafio.
Por outro lado, como nunca consegui deixar de aceitar de-
safios – por mais insanos que pudessem parecer –, concor-
dei de imediato, com um sorriso e um aperto no coração.
Ter de abrir antigos baús, que me reservam encontros
carregados de lembranças e emoções, reunir fragmentos
dispersos pelo tempo e reorganizá-los na minha memória...
Logo eu, que tanto desconfio da experiência, achando que,
na maioria das vezes, ela não é senão a estratificação de
vícios e hábitos que não se justificam mais.
Eu, que tento todas as manhãs me livrar do que
aprendi para renascer a cada dia.
Quem me convidou não sabia que estava me fazendo
rever experiências, conceitos e certezas, quando me ocor-
rem muito mais dúvidas e perguntas do que afirmações.
Ao mesmo tempo em que me sinto envolvido por
uma fluidez, transparência, permeabilidade e quebra de
limites entre exterior e interior, passado, presente e fu-
turo – características que se mostram muito claramente
na minha arquitetura –, posso afirmar que a minha vida,
contrariamente, seguiu sempre reta, sólida e firme, aten-
dendo muito mais à intuição do que ao planejamento,
que é a minha ferramenta básica de trabalho.
É essa aparente contradição que faz com que eu me
sinta livre em relação ao futuro.
E, como o passado só é mutável quando revisto sob
outro ângulo, voltar a ele tem algo de estimulante e
desconfortável.
Na verdade, vim vida afora otimizando o presente,
construindo, assim, um passado feliz e garantindo um
futuro cada vez melhor. Dito assim, parece, à primeira
vista, que vivo inconsequentemente e que venho pau-
tando minha vida movido por um imediatismo hedonista
e descontínuo. Não é verdade. Ao contrário, minha vida
seguiu sempre os padrões do meio, do espaço e do tem-
po em que estou vivendo, preservada sempre a liberdade
de questioná-los, criticá-los ou modificá-los à medida
que os observo atentamente.
Se o meu destinatário espera encontrar respostas e
certezas aparentemente ligadas ao conceito de matu-
ridade, vai se surpreender, porque, se essa maturidade
realmente existe, para mim ela está sempre um passo à
frente. É uma meta que vai se conquistando aos poucos,
nunca chega ao fim, e vai se afastando, à medida que
dela vamos nos aproximando.
1. O INÍCIO
Nasci numa noite fria de inverno, na casa dos meus
pais, em Pelotas, Rio Grande do Sul, à luz de velas (fal-
tou energia na hora do meu nascimento). Imagino que
esse momento tenha sido muito impactante e de gran-
de deslumbramento para mim, pois até hoje continuo
fascinado pela vida, por suas surpresas e imprevistos.
Independentemente de os momentos serem tristes ou
alegres, bons ou maus, bem ou malsucedidos, são sem-
o
pre fascinantes e estimulantes. Talvez o tremor lumino- et
uit
so que imagino fosse de muitas velas, para garantir a rq
A
M
visibilidade da parteira, e tenha se confundido para mim E
V
O
com a própria imensidão de um céu estrelado que até M J
U
hoje me comove, por seu mistério e infinitude, como se A
S
A
T
fosse visto pela primeira vez. R
A
C
3
Quando eu tinha 2 anos, meus pais se mudaram para o
Rio de Janeiro comigo e com o meu único irmão mais ve-
lho. Entretanto, os vínculos emocionais com o Rio Grande
do Sul nunca se perderam, por causa de uma família muito
grande do lado materno e também muito arraigada às raí-
zes, de ambos os lados. No Rio, entre mar e montanha, vivi
toda a minha infância, entremeada de férias na imensidão
plácida dos campos gaúchos.
Embora meus pais fossem bastante tradicionalistas
e convencionais, meu pai, em especial, dava-me total
abertura, o que me deixava completamente à vontade
para perguntas e questionamentos de qualquer tipo e a
qualquer hora. Posso dizer que foi uma infância feliz
e que crescer às vezes doía, mas tenho dela ótimas lem-
branças, que volta e meia me acariciam como uma brisa
suave de primavera, brisa esta carregada de antigos sons
e odores que voltam de algum lugar do passado.
Acho, às vezes, que venho pela vida tentando sempre
o
et resgatar as perdas naturais daqueles momentos mágicos
uit
rq e descompromissados.
A
M
E As regras de bom convívio eram sempre exigidas, po-
V
O
M J rém as mais profundas nunca me foram impostas: co-
U
A légio, religião, credos, profissão etc. Cresci assumindo
S
A
T
R total responsabilidade pelas minhas escolhas e opções.
A
C
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