As letras dos Beatles

758 Pages·2016·14.77 MB·Portuguese

by  Hunter Davies

Copyright © Hunter Davies, 2014
Copyright das letras dos Beatles © Sony/ATV Music Publishing, 2014
Copyright © Editora Planeta do Brasil, 2016
Título original: The Beatles Lyrics
Preparação: Bruno S.R.
Revisão: Ceci Meira e Dan Duplat Diagramação: Obá Editorial Adaptação da capa
original: Departamento de Criação Editora Planeta do Brasil Adaptação para eBook:
Hondana
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Davies, Hunter As letras dos Beatles / Hunter Davies ; tradução de Maria da
Anunciação Rodrigues. -- São Paulo : Planeta do Brasil, 2016.
ISBN: 978-85-422-0610-4
Título original: The Beatles lyrics
1. Beatles (Conjunto musical) 2. Rock 3. Música - Textos I. Título II.
Anunciação, Maria da
15-0974 CDD 782.42166
Índices para catálogo sistemático: 1. Música - Rock - Textos
2016
Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA.
Rua Padre João Manoel, 100 - 21o andar Edifício Horsa II - Cerqueira César 01411-000
— São Paulo — SP
www.planetadelivros.com.br
[email protected]
SUMÁRIO
Introdução
1 Love Me Do
2 With the Beatles
3 A Hard Day’s Night
4 Beatles for Sale
5 Help!
6 Rubber Soul
7 Revolver
8 Strawberry Fields Forever
9 Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
10 Magical Mystery Tour
11 The Beatles (o “Álbum branco”)
12 Yellow Submarine
13 Let It Be
14 Abbey Road
Discografia
Bibliografia
Agradecimentos
Índice
Quando, daqui a uma geração ou algo assim, uma criança com um
charuto radiativo, fazendo um piquenique em Saturno, lhe perguntar
que história era essa dos Beatles – “Você conhecia mesmo eles?” –,
não tente explicar aquilo tudo dos cabelos compridos e das gritarias.
Simplesmente toque algumas faixas deste álbum e ela provavelmente
vai entender o que era. As crianças de 2000 d.C. vão sentir com a
música o mesmo bem-estar e entusiasmo que nós hoje. Porque a
magia dos Beatles é, eu desconfio, atemporal e não tem idade. Ela
rompeu todas as fronteiras e barreiras. Transcendeu raças, idades e
classes. É adorada pelo mundo.
Derek Taylor, texto publicado no álbum Beatles for Sale, 1964
INTRODUÇÃO
Os Beatles, tão jovens, tão apaixonantes, em sua suíte no Hotel George V, em Paris, em fins de
janeiro/ início de fevereiro de 1964. Lá eles ficaram sabendo que “I Want to Hold Your Hand”
tinha chegado ao topo das paradas nos EUA. Foi lá também que Paul criou “Can’t Buy Me
Love”. Da esquerda para a direita: Ringo, John, Paul e George. (Photograph@ Harry Benson
1964)
Uma das coisas marcantes sobre o fenômeno Beatles é que,
quanto mais nos afastamos deles no tempo, maiores eles se
tornam. Sua influência e nosso interesse por eles parecem
crescer sem parar. Quando suas velharias são relançadas, muitas
vezes alcançam ainda mais sucesso que quando saíram. O mais
sujo pedaço de papel assinado por eles vale uma pequena
fortuna. Em todo o mundo há universidades estudando sua obra
– algo que eu teria descartado como ridículo nos anos 1960.
A Apple, a organização que os Beatles formaram em 1968,
nunca teve mais que cinquenta empregados nos primeiros anos.
Acredito que hoje existam no mundo pelo menos 5 mil pessoas
tirando seu sustento dos Beatles: escritores, pesquisadores,
comerciantes, acadêmicos, organizadores de conferências,
pessoas ligadas ao turismo e a museus, fabricantes de
lembrancinhas, além de integrantes de centenas de conjuntos
que se vestem como Beatles e tocam suas músicas no mundo
todo, o ano inteiro. É a música que provoca tudo isso – ainda
que seja bem divertido, claro, visitar e venerar os locais
turísticos, ir a uma feira comprar lembrancinhas vagabundas
dos Beatles ou tirar uma foto atravessando a Abbey Road.
Se é a música o que importa, de onde vem tudo isso? Como
eles criaram as canções se não tinham formação e não sabiam
ler nem escrever música? Quais foram suas influências e
inspirações? Mais misterioso ainda: como, depois de começar,
subitamente se metamorfosearam, descartando formas
infantilizadas, banais e emprestadas para florescer como os
compositores mais admirados, estudados e talentosos de nossa
era – ou talvez de todas elas? Todos os artistas evoluem, mas no
caso dos Beatles a transformação foi drástica. Quem imaginaria
que as mentes responsáveis por “Love Me Do” e “Please Please
Me” produziriam depois “Eleanor Rigby” e “Across the