Table Of ContentLAURINDA MARIA PEREIRA DE MATOS ESCOVAL BOM
ALEXANDRE O'NEILL, PROSAS DE UM POETA
PROPOSTA DE EDIÇÃO CRÍTICA
VOLUME I
LISBOA 2006
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Dissertação para Doutoramento em Línguas e Literaturas
Românicas, na especialidade de Literatura Portuguesa Moderna,
apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa.
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Agradeço a todos aqueles que, de um ou outro modo,
contribuíram para a realização deste trabalho.
Ao Senhor Martins, Funcionário da Hemeroteca Municipal de
Lisboa, cuja longa experiência de ultrapassar dificuldades,
aparentemente intransponíveis, ajudou a transformar, em momentos
de humor, grande parte dos dias em que, naquele belo espaço
arquitectónico da cidade de Lisboa, tivemos ocasião de
trabalhar, ele, transportando volumes de jornais e revistas,
orientando-me, quanto sabia, por títulos, épocas e datas, eu,
procurando página a página, localizar os textos da Obra Dispersa
de Alexandre O'Neill, assinalando-os e deixando-lhe, por vezes,
resmas de volumes dos quais, sem faltar nunca aos prazos
combinados, foi fazendo as respectivas fotocópias. O nosso
trabalho teria sido impossível, sem as suas diligências e
compreensão da necessidade.
De igual modo, quero agradecer aos Funcionários da
Biblioteca Nacional de Lisboa, das Bibliotecas Públicas
Municipais do Porto e da Maia, do Instituto dos Arquivos
Nacionais/Torre do Tombo e do Instituto Nacional de Estatística
todas as informações que tiveram a gentileza de me prestar,
algumas delas, determinantes, para a evolução da investigação
julgada necessária, à realização concreta, da parte do projecto
de edição das Obras Completas de Alexandre O'Neill que agora se
apresenta.
Agradeço a Mário Cesariny a afabilidade do seu acolhimento,
a disponibilidade para me ouvir, nas minhas perplexidades, face
a questões com as quais me fui deparando, no decurso do trabalho
de investigação a que procedi. Agradeço-lhe a sageza com que me
encaminhou para a leitura de obras fundamentais, algumas da sua
própria biblioteca, sem as quais o percurso realizado até agora,
teria sido consideravelmente mais árduo. Agradeço-lhe, também, o
tempo dispendido na leitura de «Alexandre O'Neill - "Elementos
para uma Biografia (1924-1953). [...]”», por mim publicado na
Revista Colóquio-Letras, de Janeiro-Abril 1990, pp. 14-24 e o
modo como, recordando, me seguiu no meu «oriente», escrevendo-me
uma carta que - por se tratar, de facto, de um Documento acerca
das actividades surrealistas às quais, com Alexandre O'Neill, se
entregou, em 1947 - em muito contribuiu para, da maneira mais
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agradável, me guiar no conhecimento de um dos momentos mais
ricos da Arte portuguesa do Século XX.
A Luciana Stegagno Picchio agradeço o afecto sem condições,
o apoio entusiástico e a generosidade de todos os seus
ensinamentos que encantam, mais ainda, por inequivocamente
revelarem o tanto que temos para aprender.
Ao Professor Doutor José-Augusto França que nos permitiu
ver e estudar, ter em mão, o conjunto formado pelos Cadernos
Surrealistas, alguns dos quais, lamentavelmente, ausentes da
Biblioteca Nacional de Lisboa, como a peça fundamental A Ampôla
Miraculosa, primeira publicação do Poeta de cuja Obra nos
ocupamos. Agradeço-lhe também, Senhor Professor, todos os outros
elementos que teve a gentileza de me facultar e, em muito,
iluminaram um período de actividade artística, tão enredado,
como o dos anos 40 e 50, em Portugal.
Quero expressar o meu agradecimento ao Professor Doutor
Álvaro Manuel Machado, pela cuidadosa atenção da sua amizade e
pelo incentivo constante. Com os vários estudos e trabalhos por
mim realizados sob sua orientação, quer nas áreas do
Comparativismo e da Teoria Literária, quer nas de Literaturas
portuguesa e francesa, além da própria Dissertação de Mestrado
em Literaturas Comparadas portuguesa e francesa, de que teve a
gentileza de ser o orientador; com o seu exemplo de rigor e de
empenho no trabalho intelectual; com a sua capacidade de
realização efectiva de projectos apenas possíveis na aceitação
desenfadada dos sacrifícios pessoais e sociais que implicam,
constituiu um verdadeiro «modelo», actuante, como se fora sempre
presente.
À Professora Idit Pasto-Crosby, responsável pelo
Departamento de Filosofia da Universidade de Vanderbilt-
-Nashville-Tennessee, por ter permitido a minha participação nos
seus Seminários de pós-Graduação, em Filosofia e Literatura.
Agradeço-lhe pelas lições de vida, perspicaz e sabiamente
facultadas, com prodigiosa ironia, incitando os seus alunos no
melhor da sua imaginação, competência profissional e seriedade
intelectual.
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Ao Professor Vareen Bell, do Departamento de Literatura
Inglesa da mesma Universidade americana, agradeço as horas de
que dispôs para comigo conversar acerca de múltiplas questões
relacionadas com a investigação necessária à transformação do
meu projecto de trabalho, num trabalho concreto. Pela
luminosidade das suas intuições críticas numa certa desconfiança
controlada, em relação a algumas teorias que parecem querer
substituir, por hermetismos e elitismos obscurantistas, o estudo
e o saber centrados na reflexão pessoal acerca das obras dos
artistas que a passagem do tempo consagra. Pela sua defesa
inabalável do conhecimento, tão vasto e abrangente quanto
possível, decorrente da curiosidade intelectual construída no
respeito pela vida própria e pela vida alheia. Pelo modo
risonho, mas tão profundamente consciente, como procurava atrair
o olhar dos seus alunos para as obras dos artistas a estudar.
À Professora Doutora Selma Calazans Rodrigues, da
Universidade Federal do Rio De Janeiro, amiga sempre pronta a
comigo discutir questões teóricas e práticas visando uma
apresentação dos diversos conjuntos que compõem a parte do
projecto agora colocada à consideração do Júri desta Prova.
Agradeço-lhe, também, o ingresso permanente concedido para a sua
biblioteca, facultado em verdadeiro método de «open library» o
que me permitiu a consulta, em livro, de várias preciosidades
bibliográficas, algumas até anotadas por diferentes gerações de
leitores. Pelo prazer de um convívio assente no respeito
absoluto de pontos de vista que, se nem sempre confluem,
deliberadamente fomentam a controvérsia e a discussão acalorada
das ideias.
Sem os ensaios, as antologias, as traduções, os prefácios e
os estudos de Antonio Tabucchi acerca quer das actividades
surrealistas em Portugal, quer concretamente acerca da Obra de
Alexandre O'Neill; sem a perspicácia e a lucidez dos seus
comentários de crítico-criador, capaz de ler a literatura com
bom senso, revelando-a depois de forma límpida, no modo como ela
sempre convoca a vida, não nos teríamos deixado envolver neste
projecto de implicações múltiplas, algumas das quais abordou de
forma lapidar.
À Professora Doutora Maria Teresa Rita Lopes, coordenadora
e orientadora deste Projecto, um agradecimento especial pelo
modo como soube, desde o início, respeitar os ritmos de
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elaboração do presente trabalho, determinados por factores
vários. Agradeço-lhe, a lição de intelectual sem transigências,
a inteireza com que encara o seu trabalho de Professora,
colocando a sua imaginação sem embaraços e os seus
conhecimentos, à disposição dos que sob sua orientação querem,
de facto, estudar e investigar, isto é, descobrir, descobrindo-
se e exprimir-se, expondo pontos de vista que nos incita,
sempre, a afeiçoar a nosso modo, com a exigência requerida
também pelo afecto sem o qual nada aproveita.
Quero agradecer às seguintes instituições, cujo apoio
financeiro tornou possível, quer a disponibilidade de tempo
exigida por um projecto desta natureza, quer as deslocações ao
estrangeiro, para participação em cursos e seminários de
formação ou para a deslocação a Bibliotecas, nomeadamente em
França e nos Estados Unidos da América:
Ministério da Educação
Fundação Calouste Gulbenkian
Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento
Fundação Oriente.
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ÍNDICE GERAL
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Description:crítico que as do universo o'neilliano não patenteiam. Aliás, acerca da sátira, dos seus perigos e inconvenientes, daquilo a que chamamos o universo de Alexandre O'Neill. Para terminarmos esta nossa reflexão acerca da A Avó aguentava-se8 como podia. Confessou-nos que aquilo era uma