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A RAINHA NZINGA MBANDI
História, Memória e Mito
“A RAINHA NZINGA MBANDI
História, Memória e Mito
Organização
Inocência Mata
Edições Colibri
Biblioteca Nacional de Portugal — Catalogação na Publicação
COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE A RAINHA NZINGA MBANDI, R
A rainha Nzinga Mbandi : história, memória e mito / Colóquio Inte
Sobre a Rainha Nzinga Mbandi ; org. Inocência Mata. — (Extra-col
ISBN 978-989-689-184-8
1- MATA, Inocência
CDU 32
821.134.3(673).09(042)
94(673)"15/16”
Organização: Inocência Mata
Editor: Fernando Mão de Ferro
Revisão: Joana Portela
Depósito legal n.º 338 160/11
Lisboa, Março de 2012
ÍNDICE
ABERTURA: Vice-ministro da Cultura de Angola
Cs Pa cin 7
CAO — Uma alquimia de vontades: Roma, Março de
010 — o Colóquio Internacional sobre a rainha Nzinga
Inu
On las Pb VV 11
a Mbandi: memória e imaginário... 15
ente à floresta - Uma metáfora para a leitura
ance histórico de Manuel Pedro Pacavira
RR si a BA AA JA 17
entações da rainha Njinga/Nzinga na literatura
E 23
Reine d'Angola, Histoire Africaine (1769),
on, premier roman historique africain
mialiste de la littérature occidentale
RS PES EU PO ARE sao ER OU E ER 47
di: de rainha a artesã da contempora-
An SR ANR É 57
Idi, fonte inspiradora da mulher angolana
CO EPE SN 59
5 ência contra o colonialismo português:
à Ginga Mbandi, Ekuikui II e outros
6 A Rainha Nzinga Mbandi: História, Memória e M o
6. Ginga no alvor da diplomacia e nacionalismo angolano
Moisés Malumbo
RSS ELLE ELLE EEE EEE EEE EEE PRE EUR
7. Nzinga Mbandi e o sentido banto da modernidade ango
Pires Laramied'a.;... il NE PR q
8. A rainha Nzinga: uma figura lendária, património
da Humanidade
Simão Souindoula 1.400 :
HI. Nzinga Mbandi: revisitando a sua história
9. Depoimento
Ana Maria de Mascarenhas... ccreacariteriiar o nr
10. Revisitando a rainha Nzinga: histórias e mitos das histó
Selma Pantoja... ssecisesenestpengnnnoin tnoa orsasa rdio nvAad
12. Ana Nzinga, rainha de Angola |
Sylvia STONE... dinars douce OS
IV. Nzinga Mbandi: a viagem angolana
13. Notas linguísticas na Istorica descrizione de’ tre regni |
Congo, Matamba et Angola de Giovanni Antonio Cavazz
da Montecuccolo (1621-1678)
Mariagrazia Russo... 0 cui inibe LUS
14. Cavazzi, conselheiro diplomático da rainha Nzinga
MANTO Al0anD ... ln et pas Li a o
oNOTA DE A BERTURA —
Cornélio Caley”
niciativa da Embaixada de Angola na Itália, de que resultou
o, visa, para além do efeito científico-cultural, retemperar
dedicação à Pátria angolana com o resgate da sua identi-
fortemente defendida durante anos por milhares e vários
+ mulheres, ao longo dos séculos, com 0 destaque às heroínas
ria moderna de Angola, Deolinda Rodrigues, Lucrécia Paim,
“dos Santos e outras que, séculos depois, seguiram o exemplo
a.
osicionamento de Angola na geografia do globo permite admi-
o nosso País, situado na costa ocidental do Atlântico, terá
do de trocas de culturas, durante longos séculos, com a outra
D continente americano. Permite, também, admitir a ideia de
ido o primeiro país a receber os missionários católicos na
à África subsariana, beneficiou, aos longo dos tempos, de tro-
com o continente europeu.
convivência, embora compulsiva, entre os primeiros ango-
egar às Américas e à Europa e os primeiros europeus e, tal-
ericanos a chegar a Angola, resultou a especificidade identitá-
vo angolano. Trata-se de um capítulo histórico, interessante,
é investigar. Porém, é preciso reter a ideia fundamental de que
ao é país resultante de migrações. É um país africano com
le cultural própria, pelo qual muitos dos seus melhores filhos
n para o defender.
£
Ta da Cultura de Angola.
4 MIE andi: História, Memória e Mito, Lisboa, Edições Colibri, pp. 7-9
8 A Rainha Nzinga Mbandi: História, Memória e Mito
Este evento dedicado à rainha Njinga Mbandi, que reuniu j
gadores de várias partes do mundo, designadamente dos cont
acima citados, é prova desta vontade de recuperar o passado de
justo que, à volta da homenagem desta grande figura da }
resistência angolana, associemos outras figuras que enaltece;
nome, nomeadamente, o padre Antonio Cavazzi e escritores
quais o promotor deste evento, o escritor Manuel Pedro Pacavi
Com efeito, o padre Antonio Cavazzi, como sabemos, privou
rainha Njinga Mbandi, na sua Nbanza Oficial, e foi seu con!
durante algum tempo, segundo afirmam alguns historiadores. E
do que sabemos hoje sobre a rainha Njinga deve-se a este
italiano. Podemos imaginar quão complexo, naquele tempo,
um europeu privar e escrever sobre alguém que lutava tenazm
tra um regime opressor europeu no poder. Julgamos, por
um acto de coragem e de crença na igualdade dos homens por
padre italiano Antonio Cavazzi. Por seu turno, o escritor Manue
Pacavira foi o primeiro escritor angolano que escreveu um
dedicado à rainha Njinga e terá sido, porventura, o primeiro £
te angolano a mandar erguer um busto em sua memória.
Descendente do lendário Ngola Kiluange, a rainha Njin
deu, nos séculos XVI-XVII, um exemplo de tenacidade na |
seu povo. Este exemplo serviu para temperar as consciência
ções, ao longo dos anos, e serve também, hoje, para desmitifi
las que teimam, ainda, em considerar que em África nada
que os Africanos nada deram à Humanidade. Pois, à volta:
Njinga, dos reis Ngola e de tantos outros, brotou a dinâmica €
se configurou o território hoje denominado Angola. Mas à Vi
grande rainha gira também a tenacidade com que as geraçõe
tes encararam a luta contra o sistema colonial português
pendência nacional.
Seguindo os exemplos de Njinga de unidade de povos
resistência contra o invasor, as gerações actuais da históri
de Angola enfrentam, com sucesso, depois da Independênci
sões contra o nosso País. E lutaram tenazmente contra OS
tas, inculcando as ideias de unidade nacional que herdaram
até chegarmos à Angola de hoje, de que todos nós nos orgu
neste percurso da história moderna de Angola, o nome do €
Manuel Pedro Pacavira aparece como figura de proa. E, ao E
este Colóquio, o embaixador solicita, a todos nós, a continu
grande obra.