Table Of ContentI
Hdqua6eum6eoulo, nolivroAttica
I
Prote&tantee0t6piritodoCapitalklmo,
I
060eiologoMaxWeberalirmava
queadoutrina prote6tante,
IdepredeMlna~doedeoantidade
I
dotrabalho, terlaeriadoamentalidade
capitaliotaelan~ado06 principlod
daeraIndu6trial.emA Etica
dos Hackers e0t&p[ritodaera
daInlormariio, PekkaHlmanen,
emeolabora~iiocomLlnu6Torvaldo
'IeManuelCaMe1l6, allrma que06haeken
repreoentamumaOPOoL9dodmoral
Inlorma~do, e
I daerada importante
deotaearqueapalavraIngleoahacker,
emseudentidooriginal, reuere-6e
aprogramadoreodeeomputador
entu6ia6mad06queeompartilham
aeutrabalhorecnteo. cientiuico
auartfoticocomOUtr06,oemeeenvotverem
ematividadet.con6ideradu6crimino606,
comoinvadireompurcdores.
ao
Subjacenteo criar6e6tecniCU6
d06haeken- entrecsqual6aInternet
.e06microcomputadoreo, quehojeodo
!
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I
uormacriativa. Saovaloreoquerevelama
importuneiadesedelenderidealocrlcoo,
PEKKA HIlv.IANEN
.Aeticados
HACKERS
e 0 eapirito da era da in~orma~do
k~DITOt{_i\A1;!"ILYLDA,
a di~eren~a entre 0 bom e0 mau hacker
Preencho a ficha de cadastro no final deste Iivro
Tradu<;:ao
e receba gratuitomente informocoes
Fernanda VVolff
sobre os loncomentos e promocoes do
Editora Campus.
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Class.
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lat.__
CAMP.U~S Tombo -...Q.G.•.':L~:E5....,
,--~.....-.~..,.".,,"'--.~..,',;.<........=........,...,.'"
Dooriginal:
TheHockerEthicandtheSpiritoftheInformationAge
'rrcduceooutorizodadoidicmcinglesdoedi<;oopublicoda
porRandom HouseTradePublishing Random HouseIncorporation,Inc.
Copyright©2001 byPekkcHimonen
© 2001, EditorcCampusLtdo.
TodososdireitosreservadoseproteqidcspelcLei5.988de14/12/73, AGRADECIMENTOS
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eletrcnicos,mecsnicos,fotccroficos. 9rovo<;60ouquoisqueroutros.
Copidesque
MicheleGerhardt
EditoraqeoEletronico
DTPhoenixEditorial
ReviseoGr6{ico
AndreaComposBivor
JusscroBivar
Pro;etoGr6fico
EditoroCampusLtdo.
AQuolidodedoInfcrmccoo Foi0 tema destelivro- aeticadoshackers- queincentivousua
RuoSefedeSeternbrc, 111*16~ondor
20050*002RiodeJaneiroRJ Bresil elaboracao. 0 aspecto mais importante niiofoi a decisiiode es
'lelefone:(21)3970-9300Fox(21)2507-1991 creverurnlivre, foiaconviccaonumdeterminadomodo devida,do
Ecmoil: [email protected]
ISBN85-352-0835-6 qual 0 livro e apenas urn de seusresultados. Durante 0 periodo em
(Edi~aooriginal:ISBN 0*375-50566*0)
que estelivrofoiescrito-literalmenteou niio levamosavidade
forma apaixonada enum compasso ritmado pelaliberdade. Issoal
gumas vezeslevou-nos aparar diante de grandes quest6es e brincar
com as pensamentossem pressaalguma; outrasvezes, resultou num
CIP-Brasil. Cotoloqccco-no-fonte.
SlndlcctoNationaldosEditoresdeLivros.RJ periodo de maior concentracao de esforcos, necessaria ate mesmo
em atividades essencialmente ludicas, de acordo com os proprios
H551e Himcnen,Pekko
Aeticcdosbeckers e0 espfrlto doeradoInfcrmcceo:a hackers.
importencicdosexplorodoresdaeradigital/ PekkoHtmcnen: Foi urn prazer trabalhar neste livro juntamente com Linus e
trcduceodeFernandoWolff.- RiodeJaneiro:Campus,2001.
Manuel edescobrir que nossostemas estaomuitoproximos uns dos
Trcduccode:TheHackerEthicondtheSpiritoftheInformationAge outros. Euagradecoae1esesuasfamiliaspor todo 0 esplendidotem
!nclui bibliografio
ISBN,85-352-0835-6 po compartilhado. Gostaria tambern de agradecer calorosamenteas
1.Prcgrcmccccdecomputodores- Aspectos morelseeticos. demaispessoasextraordinarias com quemtiveachance detrabalhar,
2. Hockers. !.TItulo.
em especialao meu amigo Henning Gutmann, que viveu intensa
mente0 espirito do trabalhoecolaboroudernuitas maneiras, etam
COO-174.96213
01-0792 COU- 174,004.4 bernaequipeformidavelformadaporScottMoyers,TimothyMennel
01 02 03 04 5 4 3 2 eSunshineLucas,entre outrosdaRandom House, quemostrou, em
Ic)/-Iu.//0l(
grande estilo, como podeser proveitosaa colaboracao entre escritor
eeditora.
E, finalmente, gostaria de expressar a minha gratidao aqueles
que amo, por serem como sao, 0 que me inspira tremendamente na
vida.
APRESENTAQAO
O e
centro das atencoes da era tecnol6gica ocupado porurn gru
po interessante de individuos que chamam a si mesmos de
hackers. Os hackers nao sao ce!ebridades da TV cujos nomes sao
amplamente reconhecidos, mas todos ja ouviram falar de suas faca
nhas, que constituemgrandeparteda basetecnol6gicadasociedade:
aInterneteaWeb (que juntaspodemserchamadasde Rede), 0 PC
eumaparce!aimportantedossoftwaresutilizadosne!e.0 arquivode
jarg6es dos hackers, compilado na Net, osdefine como "indivfduos
a
que sededicamcom entusiasmo programacao'" que acreditamque
e
"0compartilhamentodeinformacoes urn bern poderosoepositive,
e
eque deve~ltlCo doshackers compartilharsuasexperiencias elabo
rando softwares gratuitosefacilitar 0 acessoainformacoesearecur-~
sosde computacaosempreque possfvel".'Assim seapresentaaetica
doshackersdesde que urn grupodeprogramadoresfanaricos do MIT
. passaram a chamar a si pr6prios de hackers no infcio da decada de
1960.3 (Posteriorrnente, em meados da decadade 1980, a midiaco
mecou a aplicar 0 termo para designar criminosos da informatica.
Para evitar essaconfusao com criadores de virus einvasores de siste
mas de cornpuracao, os hackers comecaram achamaressesusuaries
destruidoresde crackers." Nestelivro, observa-se estadisrincao entre
hackers e crackers.)
-'
o meu pr6prioinreresseinicial noshackers erade cunho tecno Conrudo, a eticados hackers e, acima de tudo, urn desafiopara
l6gico, relacionado aofato deque ossimbolosmaisimpressionanres nossasociedadeepara anossaexistencia.AMmdaetica do trabalho,
nossaera- aRede,0 PC eprogramas como0 sistemaoperacional osegundo aspecto deste 4~~!4l,?_e_"eticado dinheiro- urn aspecto
~, Linux - foram na verdade desenvolvidos nao por empresas ou go- definidoporWeber como outro coIllponent~d;;:6ticaprorestante. E
/ vernos, masporentusiastasque, juntamentecomoutros entusiastas, cerro que 0 ''<;!:C'!!P--'l!1iIh;un.eJ,to..de..informacoes" mencionado na
e
.comecaram a concretizarsuas-ideias,trabalhando num ritrno livre, definicao deeticadoshackersnao aforma predominanrepelaqual
(SeestiverinreressadonOsdetalhes relativosaseu desenvolvimenro, oshackers ganham dinheiro. Ao contrario, urn individuo ganha di
consulte 0 Apendice"Uma b;evehist6riado hackerismo na compu nheiro na maiorparte doscasosquando detem ainformacao.Ama
tacao'") 0 que eu queria era enrender a l6gica desta atividade, sua xima dos hackers - que 0 principal motivo para 0 trabalho nao
forcamotriz. Entretanro, quanto mais refletiasobre oshackers, mais deve ser 0 dinheiro, mas sim 0 desejo de criar algo de valor para a
e
eu percebia que 0 aspecto mais inreressante dessegrupo de indivi comunidade- tarnbern nao umaatitudecomum. Emboranao se
duos era justamente 0 desafio que eles represenravam para a nossa possadizerque todososhackersdecomputadoresdaatualidadecom
era. Os pr6prios hackers sempreadmitiram essaaplicacao maior de partilhem essaetica do dinheiro ou que tal etica possa espalhar-se
suaatuacao, Seuarquivo de jarg6eschamaaatencao sobretudo para pelasociedade- coisaque pode-se faciImenre dizerdaetica do tra
o fato de que urn hacker e, fundamenralmente, "urn perito ou urn balho - pode-se dizer que esse potencial ocupa uma posicao de
entusiasta de qualquer area. Epossfvel ser urn hacker em astrono destaque na formacao de nossaeraeque 0 debate dos hackers sobre
mia,porexemplo".'Nessesentido,epossivelserhackersem ternada anaturezadaeconomiadainformacaopoderialevaraconseqiiencias
avercom computadores. tao radicais quanro asconseqiiencias da etica do trabalho.
o
Aquestao principal, entao, passou asercomoseriaseoshackers terceiro elemenro daeticadoshackers, presente desde0 inicio
as
comecasserna ser analisados sob uma perspectiva mais abrangenre, emencionado na definicao "facilirar0 acesso inforrnacoes ea re
o que significa0 desafiolancado por eles? Sob essa6tica, apalavra cursos de computacao", poderia ser chamado de etica da Rede, ou
hacker eutilizada para descrever uma pessoa com determinada ob- netica.ElaabordaideiascomoIiberdadedeexpressaonaNeteacesso
sessaopelo trabalho, relacaoessaque estaficando cadavezmaisapa itNetparatodos, Muitoshackersap6iamapenas algumaspartes des
renrenaEradaInformacao. Desseponrodevista,aeticadoshackers sanetica, mas, em termosdesignificado social,eladeveriaserapoia
eurna nova etica detrabalho que desafia0 comportamenroem rela da como urn todo. 0 impacto dessestemas ainda nao foi dimen
qaoaotrabalho, que ternpredominadoportanto tempo, aiticapro sionado, mas definitivamente atinge 0 ponto principal dos desafios
testantedotrabalbo, conformeexplicaMaxWeberem seu classicoA eticos da Era da Informacao.
e
EticaProtestantee Espirito de Capitalismo (1904-1905).' Este livro baseado na colaboracao continua enrre tres autores,
0
Paraalgunshackers,essetipo deligacaodaeticadoshackerscom colaboracao esta que ocorreu de varias formas ao lange dos anos
Weber pode parecer, a principio, urn tanto estranha, Eprecise ter (com Manuel Castells atravesde pesquisasque realizamosjunros na
em menre que, neste livro, a expressao etica dos hackers eutiIizada Calif6rnia,ecom LinusTorvalds,deforma rnuito divertida).Aideia
para referir-sea assunros que vao alem do hackerismo de computa de urnlivroque discorressesobreaeticadoshackersocorreuquando
dor e,porisso,defronta-secom forcassociaisque normalmenre nao nosconhecemos, nooutono de 1998,quandoeramosconferencistas
saoconsideradas em discuss6esque envolvem somenrecornputado convidados numsimp6sio realizadopela UniversidadedaCalifornia
res.Assim, essa expansao da etica dos hackers tambern represenra emBerkeley,0 tradicional dominio doshackers. Naquelaepoca, de
urn desafiointelectual para oshackers de computadores. cidimos expandir nossasapresentacoes, cujos temas eram 0 mesmo
que 0 deste trabalho. Decidimos que Linus comecariacomo repre
sentante dos hackers, Manuel apresenraria sua teoria da Era da In
formacao (queconsiste no nascer da informacao, 0 novo paradigma
da tecnologiadainformacao,eumanovaformadesociedade,asocie
dade em Rede), e eu examinaria 0 significado social da etica dos
SUMARIO
hackers, confrontando 0 exernplo de Linus e a imagem de nossa era
sob a oticade Manuel. E obvioque cada urn de nos falaria porsi.
o
livro segue 0 seguinte esquema: no Prefacio, "0 que faz 0
coracao de urn hacker bater mais rapido, tambem conhecido como
Lei de Linus", Linus - 0 autor de uma das rnais famosas criacoes
dos hackers da nossa era, 0 sistema operacional Linux - descreve,
segundoseu ponro de vista, asforcas que contribuempara0 sucesso
do hackerismo. Manuel passou os ultimos quinze anos estudando a
nossa era, estudo este que culminou num rrabalho constitufdo por
tres volumes, num total de 1500 paginas, TheInformationAge. No
epilogo, "0informacionalismoeasociedadeemRede",eleapresen
tapelaprimeiravezosresultadosdesuaspesquisas, comalguns acres Prefiicio
o
cimosimportantes,deformaacessivelpara osleitoresde modo geral. que faz0 coracao de urn hackerbater mais rapido,
e
Minhaanalise colocadaentreade Linuseade Manuel, edivide-se tarnbern conhecido como a Lei de Linus 13
em tres partes, de acordo com os tres niveis de etica dos hackers: a
etica no trabalho, a etica do dinheiro e a etica da Rede (digress6es Parte!
sobre esses ternas podem ser encontradas no website do livro, A ETlCANO TRABALHO 17
_:'5' y.'Vill';g"",k".l:o,tb..ic,()rg).
Capitulo 1
Os leitores que preferirem dar uma breve olhada nas bases da
teoriaparaanalisa-laem primeirolugar, e nao como umaconclusao A Erica dos Hackers no Trabalho 19
sistematicada minhaprelecao, poderao consultar 0 Posfacio de Ma Capitulo 2
nuel. Vamos, pais, aos ensinamentos de Linus. e
Tempo Dinheiro? 32
Parte!!
A ETICA DO DINHEIRO 49
Capitulo3
o e
Motive Dinheiro 51
Capitulo 4
AAcademia e 0 Mosteiro 66
ParteIII
AETICADA REDE 81
Capitulo 5
Da NetiquetaitEtica da Rede 83
Capitulo 6 PREFAclO
o
Espfrito do Inforrnacionalismo 101
CONCLUSAo 123 o que Faz 0 Coracao de um Hacker Bater
Mais Rapldo, Tambem Conhecido
Capitulo 7
como Lei de Linus
Descanso 125
Posfiicio LINUS TORVALDS
o Informacionalismo eaSociedade em Rede 137
Apendice
Uma BreveHistoria do Hackerismo na Cornpuracao 155 Conheci Pekka eManuel num evento promovido pela Universi
dade da Californiaem Berkeley,urn simposiocom meio dia de
Notas 163
duracao sobre osdesafiosque asociedadevirtual apresenta. Laesta
yam osmaiorais da sociologia palestrandosobre tecnologiamoderna
Bibliografia 187
easociedade. EJaestavaeu, representando 0 lado da tecnologia.
·05Autores 201
Bern, na verdade, eu nao sou 0 tipo de pessoaque sedeixa inti
midarcomfacilidade, mas aquele nfio era exatarnente0 tipo de am
bienteem que eu me sentiamaisitvontade. Comoasminhasteorias
seencaixariam nas teorias daquela porcao de sociologos falando so
bre tecnologia? "Bern", pensei, "sehaveria sociologos falando sobre
tecnologia, tambem poderiahaver tecnologosfalando sobre sociolo
gia". Na pior das hiporeses, eu nunca mais seria convidado nova
mente. 0 que eu tinha aperder?
Semprepreparo asminhaspalestras navesperaemaisumavezIi
estavaeu, rentandodesesperadamenteencontrarumabasepara0 dia
seguinte. Depois que voce encontra essabase- sua plataforma
e
nao assim tao dificil prepararalguns slides. Eu soprecisavade uma
ideia.
Finalmente, concentrei minha explanacao no assunto que causa
uma grande comocao entre os hackers enos motivos pelos quais 0
14 + Prefdcio
Prefdcio + 15
Linux, 0discrerosistemaoperacionalcriadopormim, tern urn apelo e
E, com certeza, a busca por diversao urn desejo forte. Voce
tao forte sobre os hackers e seus valores. Na realidade, terminei te
provavelmente nao quer morrer de vontade de brincar com seu
cendoconsideracoesnaososobreoshackers,massobreasrazoesque
Nintendo, mas pense so na expressao "morrer de tedio": algumas
movern a todos de forma geral. Denominei a minha ideia (do meu
pessoascertamenteprefeririammorreraficareternamenteentediadas,
jeito normalmente humi!de e autodepreciativo) de "Lei de Linus". Eporissoqueha pessoas que pulam de avioes em perfeiroestadoso
pela em000, paraafastar 0 tedio,
A Lei de Linus E 0 dinheiro? Seria ele tambem uma forma de motivacao? Di
e
nheiro, sem duvida alguma, util, mas rnuitas pessoas concordam
Segundo a L~i de Linus, os fatores que atuam como rnotivacoes e
que0 dinheiroporsiso nao essencialmente0quemoveaspessoas.
podem ser dassificados em tres categorias fundamentais. E 0 mais
Dinheirodamotivacaoporaquiloqueeleproporciona- em ultima
importante e, assim como no processo de evolucao, passar de uma instancia, dinheiro ea ferramenta definitiva para obter 0 que real
fase para outra ou mudar de categoria, Ascategorias sao, nesta or mentedesejamos.
dem, "sobrevivencia", "vidasocial" e "diversao", e
Com relacao ao dinheiro, importante frisar que ele compra a
A primeira etapa, sobrevivencia, e uma verdade incontestavel. sobrevivencia, mas dificilmente compra lacessociais e diversao, So
Qualquerser vivo procura a sobrevivenciaem primeiro lugar. bretudoDiversaocom"D" maiusculo,do tipoquedasentidoavida.
Mas easoutrasduas?Tendopresumidoqueasobreoiurnciaeticla Nao sepode descartar 0 impacto social do dinheiro, nem 0 que ele
como aprincipalforcamotriz, parachegarasoutrasbastaperguntar podeproporcionar.0 dinheiroeurn bernpoderoso, mas unicamen
a si mesmo: "Pelo que as pessoas estariam dispostas a morrer?" Eu te porser aponte que conduz a morivacoes aindamais essenciais.
diria que qualquer coisa que leve alguem a sacrificar a propriavida A Lei de Linusporsiso nao sepreocupacom0 faro de queessas
vale apena. sao astres coisas quemotivamaspessoas, masqueaevolucaodepen
£.possivel queminhasescolhas sofram oposicaoousejamrefuta de da passagem da fase da sobrevivencia para a vida social, e desta
das, mas creio quefuncionam. Ecertoqueexistempessoas quevalo para a diversao.
rizamoslacessociais mais quesuas propriasvidas. 0 exemploclassi Sexo?Com certeza, Eobvio que 0 sexo faz parte da sobreviven
codaliteraturaem queessavalorizacaoeencontradaeRomeueJulieta. cia, sem sombra de duvida, mas nos animais mais desenvolvidos ja
o
idealde "morrerporsua famflia/pafs/religin;", porexemplo, tam saiu do estagio dasobrevivenciapuraesimpleseinseriu-sena estru
e
bern reforcaaideiadequeha casosem queoslaces sociaispodemser turasocial. E, paraossereshumanos,0pinaculodo sexo adiversao,
mais importanres que apropriavida. Comerebeber?Verifique. Guerra?Verifique.Talvezaguerraainda
Diversaopodeparece umaescolhameioestranha,mas0quequero nao estejala,mas aCNNvemseempenhando nessesentido. Decerto
dizer com diversiio e mais do que simplesmente jogar Nintendo. E comecoucomsobrevivencia,evoluiucomo forma de manteraordem
xadrez. Epintura. E0exerdciomentalde tentarexplicar0 universo. social eesta inexoravelmenteacaminhode setornardivertimento.
Einstein nao foi obrigado afazerseus estudos de fisica porquepreci
savasobreviver. E, provavelmente, seus motivos nero mesrno eram Hackers
de ordemsocial. Para ele,era tudodiversao. Diversaoealgo intrinse
Tudo isso se aplica aos hackers. Sobreviver nao e 0 mais impor
camenteinteressante e desafiador.
tante para os hackers. Eles sobrevivem perfeitamente bem com
16 • Pr4iicio
e
Twinkies e Jolt Cola. Falando serio, bem provavel que a maior
preocupacao das pessoas que tern computador em casa nao seja a
e
proximarefeicaoou terum teto.Asobrevivenciaainda um fator de
e PARTE
motivacao, mas nao umapreocupacao tao prementeque chegue a
afastar asoutras motivacoes.
e e
Um hacker urna pessoapara quem 0 computadorja nao um
meio de sobrevivencia ("Eu ganho 0 pao de cada dia como progra A Etica no Trabalho
mador") epattiuparaasoutras duas etapas.Ele(ou ela,emtese,mas
que raramente ocorre na pratica) usa 0 computadorpara formar la
cossociais- 0 e-mail eaInternetsaoexcelentesformas de ter uma
comunidade. Mas para um hacker, 0 computador rambemsignifica
diversao. Nao osjogos, enem asfotos na Internet. 0 proprio com
e e
putador que adiversao.
e
Foi assim que surgiu 0 Linux. 0 importante nao ganhar di
e
nheiro. 0 motivo que levaos hackers do Linux a entrarem acao
que elesacham issointeressanteegostam de compartilharsuasdes
e
cobertas com outras pessoas. E, a partir dai, possfvel se divertir
E
fazendo a1go interessante etambempreencherapartesocial. assim
queseproduz0 efeitosocialdoLinux,quelevaumaporcaodehackers
a trabalharjuntossoporque gostam do que fazem.
Os hackers acreditam que nao ha morivacao maior que esta, E
essacrencatem poderes muito maiores, que seestendemadominies
muito alem do Linux, 0 que serademonstrado por Pekka.
CAPITULO 1
.:~ A Etka dos Hackers no Trabalho
NoPrefacio,LinusTorvaldsdisseque "paraurnhacker,0 compu
rador por si s6 ja ediversao", Com isso, ele quer dizer que 0
hacker programa porque acha aprogramacao uma atividade intrin
secamente interessante, excitante eludica.
o e
principio que rege as outras criacoes dos hackers bastante
sernelhante aesse.Torvalds nao estas6descrevendoseu trabalho fa
zendo afirrnativas do tipo "Os hackers que usam 0 Linux 0 fazem
porque acham tudo interessante", Vinton Cerf por exernplo, que
pode serchamadode "paida Internet", fazcomentarios sobre0 fas
cfnio exercido pela programacao: "Existe algo surpreendentemente
excitante na programacao. Steve Wozniak, criador do primeiro
"1
computadorpessoal,fezurn comentario direto sobresuasdescober
e
tassobre programacao: "Essemundo cheio demisterios",20 prin
e
cipio geral esse: oshackers programam porque osdesafiosda pro
grama~ao sao interessantes, Os problemas encontrados na progra
macae causam curiosidade nos hackerseostornam avidospor mais
,
conhecimento.
" o
hacker sente-se fascinado pela programacao, ela recarrega as
suasenergias.Originariodo MITna decada de 1960, 0 hacker clas
sico emergiu da letargia e parriu para a programacao com furor e,