Table Of ContentGrandes civilizações do passado
A CIVILIZAÇÃO
Principais redatores e colaboradores:
Peter Levi
Thema, S.A.
Fotografía e documentação gráfica
Equinox Ltd.
Desenho da capa: Mauricio Restrepo/Tiffitext, S.L.
Impressão: Printer Industria Gráfica
O 2008 Ediciones Folio, S.A.
Rambla Catalunya, 135
08008 Barcelona
Edição Brasil:
Direção:
José Luis Sánchez,
Meritxell Almarza
Tradução:
Carlos Nougué,
Francisco Manhães,
Maria Júlia Braga,
Michel Teixeira “=
Revisão:
O
Carlos Nougué,
Michel Teixeira
Diagramação:
Elizabeth Dunhofer
ISBN: 978-84-413-2551-7
D. L.: B-4015-2008
All rights reserved. Nenhuma parte deste
livro por ser reproduzida por nenhum
meio sem autorização expressa do editor.
Printed in Spain
Frontispício: Mênades dançando
para Dioniso. O deus é
representado por sua xoanon,
isto é, imagem de madeira, cuja
forma acusa a do tronco da
árvore em que está cravada,
coberta por uma tapeçaria.
E
em E
Peter Levi
À CIVILIZAÇÃO GREGA
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SUMÁRIO GERAL
8 Quadro cronológico
10 Prefácio
Primeira Parte: À terra em seu contexto
12 Geografia da Grécia Antiga
22 O estudo da Grécia Antiga
Segunda Parte: A Idade do Bronze
30 As civilizações palacianas de Creta e Micenas
44 Relíquias micênicas
52 O mundo homérico
Terceira Parte: A Idade da tirania
62 O renascimento do século VIII
73 Práticas religiosas arcaicas
84 O nascimento das cidades-Estados
104 O desenvolvimento da literatura
Quarta Parte: O Século de Péricles
112 A sociedade ateniense no século V
129 As guerras Persas e do Peloponeso
144 A revolução clássica
Quinta Parte: Alexandre, o Grande, e sua época
160 Novas formas de literatura e de religião
169 A ascensão da Macedônia
182 A expansão alexandrina
192 A conquista romana
Sexta Parte: O destino do helenismo
200 O impacto clássico do helenismo
204 Renascimentos pós-clássicos
9]1 Oidioma: A principal herança
99% Glossário
994 Lista de ilustrações
297 Bibliografia
999 Dicionário geográfico
934 Índice
Quadros (Temas destacados)
Relação de mapas
Deusas Mães
Ez A vegetação do mundo grego atual
O momento arcaico
14 Marco geográfico da Grécia moderna
Kouroi e Korai
l6 Temperaturas e ventos imperantes em janeiro (fonte WMO,
O Oráculo de Apolo
UNESCO)
Os deuses do Olimpo
16 Temperaturas e ventos imperantes em julho (fonte WMO,
O mundo do esporte grego
UNESCO)
Moedas gregas, por Colin Kraay
17
Precipitações chuvosas em janeiro (fonte WMO, UNESCO)
Os frisos do Partenon, por John Boardman
17 Precipitações chuvosas em julho (fonte WMO, UNESCO)
A vida cotidiana
20 Recursos minerais da Grécia moderna
O momento clássico
21 Os dialetos da Grécia Antiga
O soldado grego
24 Escavações clássicas
Fortificações e máquinas de guerra
30 Povoações do mundo micênico
O teatro grego: aspectos da tragédia
31 Sítios arqueológicos minóicos de Creta
Lista de teatros gregos
45 Povoações do Período Obscuro no Egeu
A música na Grécia Antiga, por Richard Witt 52 A Grécia homérica (fonte Hope-Simpson, Lazenby)
162 A medicina grega e o culto de Esculápio 66 Colonizações gregas entre os séculos IX e VI a.C.
174 As tumbas reais da Macedônia 78 Lugares dos oráculos e oferendas de tesouros em
198 Evolução da pintura de vasos, por John Boardman Delfos e Olímpia
208 A Grécia para além da Grécia 86 Localização das tiranias entre os séculos VILe V a.C.
86 Sicília durante o século VI a.C.
89 Procedência dos vencedores das corridas olímpicas
Quadros (Lugares) entre 700 e 400 a. €.
90 O desenvolvimento dos conhecimentos geográficos,
séculos VIII ao IV a.C.
36 Micenas
94 Expansão espartana no Peloponeso, séculos VIII ao V a.C.
38 Cnossos
94 O crescimento da Ática e de Atenas, século VI a.C.
40 Santorini
101 Os demes da Ática e de Atenas por volta de 400 a.C.
43 Pilos
102 Principais cunhagens de moedas gregas
63 Dodona
105 Poetas e filósofos do mundo grego
65 Elêusis
1 12 As minas de Laurion (fonte Ardillon)
76 Delfos
129 O Império Persa no século V a.C.
80 Olímpia
132 Campanhas Persas de 490 a 475 a.C.
92 Esparta
133 As batalhas de Maratona, Termópilas, Salamina
98 Acragante
e Platéia (fonte Burn)
116 Atenas 140 O império ateniense, 460-446 a.C.
120 Olinto 140 Alianças do começo das guerras do Peloponeso, 431 a.€.
128 Bassas 141 A batalha de Pilos e Sphateria
130 Egina 141 O sítio de Siracusa
138 Delos 148 Teatros gregos
142 Mileto 152 O mundo grego clássico
164 Epidauro 156 Lugares nos quais foram encontradas, na Inglaterra, moedas
166 Éfeso gregas (fonte Milne)
168 Cós 163 Os santuários de Asclépio
170 Alexandria 170 Europa celta e as invasões
176 Salamina 171 A marcha dos Dez Mil, 401 a.C.
188 Pérgamo 172 A segunda Liga Ateniense, 377-355 a.C.
190 Ay Khanoum 177 A expansão da Macedônia
As campanhas de Alexandre, 334-323 a.C.
193 Corinto 182
196 Paestum 186 As rotas da seda e as especiarias
201 Priene 194 Reinos das Sucessões: 303, 240 e 188 a.C.
195 Reinos das Sucessões: 129, 90 e 63 a.C.
198 Povoações de Marco Antônio
198 Últimas anexações romanas
213 As viagens de São Paulo, 46-62 a.€.
Mapas regionais da Grécia e de Chipre: Peloponeso, Noroeste
214
da Grécia, Macedônia e Trácia, Sul do Egeu, Creta e Chipre.
QUADRO CRONOLÓGICO
3000 a.C. 92000 1500 1000 800 600
do EGEU Civilização Civilização Introdução do ferro pelo Leste, Crescimento da | Primeiras cunhagens
CONTINENTAL cicládica Palaciana reação com o bronze população da Grécia gregas; poder crescente
inicial cretense
Ascensão das grandes , o] das cidades; come d
Tumbas-poço em Micenas famílias Período principal de d Soda 8
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Explosão de Santorini
colonização de Leste a Oeste Esparta domin a
Queda de Cnossos Estabelecimento dos festivais o Pelopon es
internacionais |
da de Mi Os tiranos controlam
Queda:de-icenas numerosas cidades
| A máscara dita de Agamenon, Ânfora geométrica de Atenas, Coré com peplo da ; º
» EPs E de Micenas: 1550-1500 a.C. por volta de acrópole ateniense, c. 530aC.
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Figura cicládica | Ra
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“ branco, 2600-2200 a.€.
Idade do Período obscuro Arcaico
Bronze
ESTILOS DE Heládica Submicênico Geométrico
CERÂMICA e minóica Protogeométrico o
Orientalizante Arcaico (figuras negras)
ARTE E Escultura Grandes palácios Vasos montmentais; Eourotic Korai
ARQUITETURA icladica de Crea Afrescos de Santorini edifícios de planta
Grandes tumbas de Cúpula retangular; trípode
de Olímpia;
Figuras, trabalho fino de ouro primeiros templos de
e pedras semipreciosas pedra
(pedras de selo)
LITERATURA/ Tabuinhas LinearA Alfabeto grego; Começo da tragédia e da º
Homero, Hesíodo; comédia: Pitágoras, Esqui lo;
FILOSOFIA/
CIÊNCIA Tabuinhas LinearB poetas líricos Píndaro, Sófocles
Alfabeto fenício
EGITO, ÁSIA MENOR Antigo reino do Egito. ice E ata a mano Ro ads Da
E ORIENTE Grandes pirâmides - E ca Ro conquistam
Império hiStei ta na AnatóliaÉ Sa : colôniaias s jiôônnii cas “Os Etpaer sas PERcOonq uisotea” 4
Império babilônico Bro PECA RA 6 SR
mpério assírio em H a |
seu apogeu Os assírios perdem poder | |
diante dos medos e dos
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Os fenícios se estendem Fundde Caartaçgo;ã coolôni as
MEDITERRÂNEO para o oeste fundadas pelosgregosnaSicília,
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- Stonehenge e outros grandes Idade do Ferro inicial (período Hallstatt) na Europa cei tral SER na
DA megálitos tardios Começo da dispersão celta SE tino DR ra a A
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Invasões persas; Renascimento : nos
Atenas controla a ateniense EO E main
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liga de Delos. Unificação da Grécia ni F fe ransiênta
Século de Péricles Ascensão da RENAS
Guerra do Macedônia A Aquéia se transforma numa
j Aumenta rovíncia rom
Peloponeso Campanhas dasli o poder P a
de as ligas aquéia
e Alexandre cerólia
A Grécia se mantém como centro
cultural e intelectual do Mediterrâneo
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aa construção A aa dn A! | US es AA caNt f A Vênus de Milo,
rtenon de Atenas: A EC ds PANE AS F Íi mo escultura de mármore
de Melos; século Il a.C,
Helenístico Império Romano Império bizantino 1500-1821, dominação
turca
1821, independência e
renascimento
Pintores do sul da Itália
Hi ras vermelhas
rater: deVix; Praxíteles (escultor); Barroco helenístico Altar de Zeus, Pérgamo Construção de
temp o de Zeus em mausoleo de Vitória alada da Samotrácia Hagia Sophia
Vênus de Milo
“Olímpia; Partenon; Halicarnasso
- Execteion; Fídias
Eeipolideto ore Cópias romanas de escultura e
RR. : | da arq uitetura ggrreegga s
— Polignoto (pintor)
Ause
ádoto; Eurípides; Teócrito; Euclides; Ar- | Criação da Biblioteca Horácio Pausânias
de Alexandria
j rates; Hipócrates; quimedes
Tuci di les; Aristófanes;
Platón; Aristóteles; Epicuro
E =
Tide
Alexandre conquista a Ásia Menor, Roma derrota Antíoco O império sassânida é
Pérsia e o noroeste da Índia da Síria fundado na Pérsia
a Pérsi .
Reinos sucessores, dinastias ptolemaica Pérgamo se transforma Os romanosvoltanta E
E ácida em província romana fundar Bizâncio (Constantinopla)
A
jaarrioi oc crruuzzaa o o Helesponto e os elêuciada. lama CAE O Egito se transforma em a
invade a Grécia s gal dês rovíncia romana Os árabes sitiam
it Fundação do império parto p
VU Constantinopla
E o do Império à
Exxppaaln são do Pp poder Pirro de Édp iro Ttáli CoRmeoçmoa nod ormia é
romano na Itália derrotado na ltátia. |
Três guerras púnicas
terminam com a destruição
de Cartago. Rom a controla o
ra norte da África, Espanha e Gália |
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9
PREFÁCIO
cA histaória vdan a hcuoempaonsid adede slouf requu e nuo miséncouluo Vt od4.o C. seleção a inclusão de certos temas e histórias no texto
principal.
ps coO reRRnStliaido oa SGrrésc ia, N a a cehmav e.n osOs osq udeiaos.c oA rEeuuroa- Eu poderia apresentar aqui uma lista impressio-
nante de todas as grandes personalidades que foram
E “cuio v tazia parte de um longo processo. meus mestres, mas tenho consciência de que esta obra
ENE ana Dna pala está longe do tipo de obra acadêmica que lhe acres-
| o básico da pré-história, centaria méritos. Espero que alguma passagem do
da paisagem, do clima, das montanhas e rios, das livro seja útil aos estudiosos, embora seu propósito
condições de vida. Para chegar a esse entendimento, principal seja outro: antes de tudo, explicar, instruir,
é necessário ter-se familiarizado um pouco com os despertar a curiosidade, desafiar as contradições e es-
lugares que habitaram os gregos, com suas ruínas; timular a imaginação de leitores que não conheço.
empreender esse estudo, ainda que se realize por Tem outro objeto também: explicar a minha esposa,
meio das páginas de um livro, constitui uma atraente que não sabe grego e muito pouco latim, e a meu filho
aventura. Este volume é uma tentativa de explicar os de criação de nove anos, tão lucidamente quanto me
antigos gregos, seu mundo espiritual e mental, o âm- seja possível, on que é que tanto me interessou e emo-
bito físico de sua experiência, de sua história, de suas cionou na história e no mundo dos gregos. Creio que é
viagens e sua expansão, de sua arte e seus êxitos... E o mundo dos gregos, mais que sua história, o que ins-
entre eles se contam a filosofia, a medicina, a ciência pira a minha paixão; mas a história é necessária para
da natureza, O teatro, a arquitetura em mármore, um explicar esse mundo. Por isso, tentei tratar da arte e da
novo sistema econômico e o império das leis. literatura, e até de temas tão amplos como o direito e
Para esta tarefa de explicar os gregos, aparen- a ciência, considerando-os como parte da história.
temente simples, ainda que na verdade de grande Quando a matéria de estudo a que dedicamos toda
uma vida ocupa constantemente nosso pensamento,
alcance, as ilustrações, os planos, os mapas e o texto
não são um luxo, mas algo realmente necessário. O é difícil prever o que surgirá num momento concreto,
por exemplo, no momento de escrever. Nesse caso, O
atlas oferece um meio ideal; mas ainda assim não é
possível incluir tudo nele. Ninguém visitou todas as longo tempo que requer escrever um livro serviu para
ruínas gregas que existem no mundo, e são muito restabelecer o equilíbrio. Também contribuíram para
poucos os estudiosos que viram todas as relíquias isso as colaborações de estudiosos mais eruditos, em
que conserva a Grécia, dentro e fora de sues museus. particular, neste caso, de Thomas Braun, do Merton
Certamente, tampouco existe nenhum livro que as College (Oxford), que me aconselhou em temas his-
inclua em sua totalidade. Nenhuma tentativa de dar tóricos, e de John Boardman, que me assessorou so-
coerência a esse acúmulo de materiais e aos muitos bre arte e arqueologia. O senhor Braun proporcio-
séculos de história grega pode arvorar uma autori- nou também informação cartográfica e redigiu as
dade absoluta. Naturalmente, uma obra nova possui legendas dos mapas. O professor Boardman é autor
a qualidade pessoal da paixão e os conhecimentos dos estudos monográficos sobre a evolução da pintu-
no ra de vasos e sobre as esculturas do Partenon; o dou-
postos nela, mas isso não basta.
Tal livro deve oferecer, pelo menos, uma história tor Colin Kraay, do dedicado às moedas gregas; e o
coerente, além de não contradizer os dados existen- doutor Richard Witt, do dedicado à música. De vez
de em quando, ao revisar o texto, desprezei alguns con-
tes quando estes são irrefutáveis. A combinação
texto e ilustrações e o plano geral deste livro, que são selhos eruditos, acreditando saber o que tinha nas
mais obra do editor que do autor, ou melhor, que são mãos. A responsabilidade é, pois, toda minha, e peço
portanto ao leitor que não veja neste livro um guia
de um labor conjunto, tem por objetivo
resultado
servir de suporte, na medida do possível, a essa coe- eficaz e impecável. Porque, embora eu tenha feito um
guia tão sólido quanto pude, dentro de suas limita-
rência e a essa veracidade.
ções, o que no fundo me levou a empreender esta ta-
um pro-
do livro foi, naturalmente,
A planificação
refa foi o propósito de incitar, entusiasmar e deleitar.
cesso de seleção, e a seleção implica sempre um com-
Há bibliotecas inteiras de livros sobre o mundo clássi-
promisso. Tentamos apresentar ao leitor o co mais sérios que este, mas creio que são poucos os
imagens novas e inéditas, mas se incluem tambem que foram concebidos com tanta seriedade como o
que omiti-las teria constituído
outras tão conhecidas, que o leitor tem agora nas mãos.
de a uma estrita
um erro crasso. Também correspon
10