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ANDREA VALÉRIA XAVIER 
 
 
 
 
 
 
 
CADERNO TEMÁTICO 
 
A ÁGUA NO CAMPO DOS SABERES 
 
 
 Material didático elaborado para Projeto de In-
 
tervenção Pedagógica na Escola- A BIOLO-
  GIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADUL-
  TOS EM UMA PERSPECTIVA INTERDISCI-
  PLINAR:  FAVORECENDO  A  APRENDIZA-
  GEM SIGNIFICATIVA - a ser implementado no 
3º e 4º período de 2009 pelo PDE - Programa 
 
de Desenvolvimento Educacional. 
 
 
  Orientadora: Profª. Ms. Marcela Teixeira Godoy  
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA 
2008
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  Um dos principais objetivos da organização desta coletânea de textos extraídos de 
livros, revistas, jornais e sites oficiais dos governos federal, estadual e municipal é fornecer 
subsídios para promover uma visão mais ampla da água, integrando e relacionando infor-
mações. Além de incentivar e possibilitar aos alunos a leitura, interpretação de textos mais 
técnicos, favorecendo posteriormente a discussão e troca de conhecimentos no decorrer do 
mini-curso, o qual é a estratégia de ação do Projeto de Intervenção na Escola do PDE - A 
BIOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM UMA PERSPECTIVA INTER-
DISCIPLINAR: FAVORECENDO A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA. 
Um estímulo inicial da análise desta temática sob várias perspectivas como: biológi-
ca, ecológica, geográfica, econômica, social, política e histórica.  A partir do conteúdo estru-
turante Biodiversidade e do conteúdo básico Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os 
seres vivos e a interdependência com o ambiente, pretende-se focar em “temas imediatos, 
de interesse, geradores e situações significativas”, que contribuam para uma leitura crítica e 
para os recortes necessários dos conteúdos específicos identificados como significativos 
para o ensino da Biologia que por excelência são interdisciplinares e oferecem assim articu-
lação com outras disciplinas.  
Os textos podem ser trabalhados separadamente, destacando todos os pontos rele-
vantes para a discussão da temática e possível articulação com outros conteúdos, inclusive 
de outras disciplinas. Sendo que alguns apresentam o mapa conceitual, facilitando a visão e 
relações das informações abordadas. 
Devemos compreender a água como um elemento multidisciplinar e a partir desta vi-
são percebamos como é essencial a sua preservação. A água é a base para a vida na Ter-
ra. Todos os processos relativos à água estão inter-relacionados, são complexos, dinâmicos 
e demandam conhecimentos, informações e ações de todos os campos dos saberes. 
 
 
Água: quem acredita no futuro preserva!
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A água no Campo dos Saberes 
Water in the field of knowledge 
 
  É indiscutível que os problemas da água, como todas as questões ambientais e seus 
múltiplos aspectos, devem envolver a participação de indivíduos e organizações em todas 
as esferas da atuação humana. 
  O primeiro passo a ser dado é ler, conhecer, refletir sobre as questões problemáticas 
relativas à água. Olhar a nosso redor, para a nossa realidade e fazer com que o nosso co-
nhecimento se efetive em ações. 
 
 
O Planeta Terra abriga um complexo sistema de organismos vivos no qual a água é 
elemento fundamental e insubstituível. Sem água não existe vida! Ela é responsável pelo 
equilíbrio da “comunidade vida”, da qual nós, seres humanos, fazemos parte. A água é tam-
bém insumo indispensável à produção e recurso estratégico para o desenvolvimento eco-
nômico. Todas as atividades humanas dependem da água. Navegação, turismo, indústria, 
agricultura e geração de energia elétrica são alguns exemplos de seu uso econômico. O 
acesso à água é um direito humano fundamental. Toda pessoa deve ter água potável em 
quantidade suficiente, com custo acessível e fisicamente disponível, para usos pessoais e 
domésticos. Cuidar da água é uma questão de sobrevivência; depende da decisão e da a-
ção de cada pessoa, comunidade e da sociedade em geral. Somente com sensibilidade, 
criatividade, determinação e participação serão possíveis construir as respostas técnicas, 
científicas, ecológicas, sociais, políticas e econômicas para a gestão da água na perspectiva 
do desenvolvimento sustentável, com inclusão social e justiça ambiental. Trata-se de um 
bem que é de produção e consumo, polivalente por ser essencial em todas as atividades, 
tem sido usado desde forma predatória ou consciente em certas regiões devido a sua es-
cassez, é visto como produto comercial à bem natural. Nada como a escassez e os proble-
mas para levar as pessoas a refletirem e buscarem soluções. 
 
 
Água: quem acredita no futuro preserva!
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ÁGUA: SINÔNIMO DE VIDA 
 Water: synonymous of life 
 
 
 
   
A água é considerada o componente químico mais abundante da matéria viva. Atua como 
solvente universal funciona como dispersante de inúmeros compostos orgânicos e inorgâni-
cos. Essa característica da água é fundamental para os seres vivos, uma vez que as rea-
ções químicas de natureza biológica se desenvolvem em soluções. A água é ainda um im-
portante veículo de transporte de substâncias, permitindo o contínuo intercâmbio de molécu-
las entre os líquidos extra e intracelular. Em alguns seres vivos, a evaporação da água con-
tribui para a manutenção da temperatura corpórea em níveis compatíveis com a vida. Nas 
articulações ósseas exerce papel lubrificante, contribuindo para diminuir o atrito nessas re-
giões. Além disso, nas reações de hidrólise, ou seja, nas reações de decomposição, como 
ocorre no processo digestivo, a água participa como um reagente indispensável na trans-
formação das grandes moléculas em outras menores, sendo imprescindível também no pro-
cesso da fotossíntese. Além é claro de representar o ambiente de sobrevivência de várias 
formas de vida. A superfície da Terra é dominada, em 75%, pelas águas. Os 25% restantes 
são terras emersas, ou seja, acima da água. Tamanha abundância de água cria condições 
essenciais para a vida e mantém o equilíbrio da natureza. Quem pensa que tanta água está 
disponível para o consumo humano está enganado, pois somente 2,7% são de água doce e 
grande parte está congelada ou embaixo da superfície do solo.
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A água de fácil acesso, dos rios, lagos e represas, representa muito pouco do total 
de água doce disponível. Mas água doce também não significa água potável. Para isso a 
água precisa ser de boa qualidade, estar livre de contaminação e de qualquer substância 
tóxica. Acredita-se que menos de 1% de toda a água doce do Planeta está em condições 
potáveis.   
O problema se agrava, quando a quantidade de água doce, de que também necessi-
ta a própria natureza, tem múltiplos usos, sendo utilizada, ao mesmo tempo, por todos os 
habitantes do planeta e muitas vezes de forma pouco sustentável. Só a agricultura consome 
70% da água doce mundial. A irrigação sem tecnologia gera grandes desperdícios e, consi-
derando-se a pecuária, os pastos e a água para os rebanhos, o consumo é ainda maior. 
Essas atividades, juntas, também geram outros impactos, como a remoção de grandes á-
reas de vegetação e das matas ciliares, que protegem os rios e o solo, e causam a poluição 
das águas pelo despejo dos agrotóxicos. 
 
 
Estaríamos em melhor situação, se houvesse bom uso e boa gestão dos recursos 
hídricos. Afinal, o pior hábito é o desperdício e o desconhecimento.  
Muitos ainda pensam:  
“Tem muita água, então, para que economizar?”
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A água é a base para a vida na Terra. Mantém a biodiversidade, impulsiona e regula 
os ciclos biogeoquímicos e é fundamental para o desenvolvimento e crescimento sustentado 
das atividades humanas. A física, a química e a biologia das águas estão envolvida de for-
ma permanente e complexa; água de baixa qualidade compromete a saúde humana e o 
desenvolvimento econômico e social. Doenças de veiculação hídrica ainda são a causa da 
morte de milhões de pessoas anualmente e, além disso, há perdas econômicas resultantes 
de internações e hospitalizações com doenças de origem em água contaminada e de má 
qualidade. 
O ciclo hidrológico e a permanente circulação da água entre a atmosfera, água de 
superfície e águas subterrâneas, é completamente interligado e interdependente. As mu-
danças climáticas devem alterar os ciclos hidrológicos, provocando escassez de água ou 
inundações, além de ameaçar a qualidade da água, com possível aumento de doenças de 
veiculação hídrica. 
Água é vital para o desenvolvimento econômico de países, regiões e municípios. 
Mas a distribuição desigual dos volumes de água de precipitação e da evaporação provoca 
balanços hídricos diferenciados por continente, em muitos casos gerando desigualdades 
devido à disponibilidade de água com conseqüências na economia e na saúde da popula-
ção.  
 
Água e Mudanças Globais 
 
  Os  últimos  relatórios  do  Painel  Intergovernamental  sobre  Mudanças  Climáticas 
(IPCC, na sigla em inglês), apresentam inúmeros problemas referentes à quantidade e qua-
lidade da água como resultado das mudanças globais. Grandes alterações no ciclo das á-
guas são esperadas com aumento dos extremos hidrológicos e impactos nos processos 
ecológicos, ciclos biogeoquímicos, resultando em escassez de água em certas regiões, au-
mentando o número de desastres e inundações. Essa freqüência passou de oito eventos por 
ano entre 1900 e 1989 para 40 por ano entre 1990 e 1998, nas Américas, provocando inú-
meros impacto socioeconômicos com bilhões de dólares de prejuízo e milhares de mortes. 
Além dos impactos e instabilidades no ciclo hidrológico, há riscos à qualidade da á-
gua, possível aumento de doenças de veiculação hídrica e conseqüências para a saúde 
humana com perspectiva de rápido aumento de doenças como dengue e malária em algu-
mas regiões. Poluição, contaminação e eutrofização (fenômeno provocado por excesso de 
nutrientes, compostos ricos em fósforo ou nitrogênio, que estimulam a proliferação de mi-
croorganismos)  de  águas  superficiais subterrâneas são resultado de inúmeras atividades 
humanas, especialmente despejo de resíduos domésticos, inclusive sólidos, não tratados,
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resíduos industriais e agrícolas e contaminação de águas atmosféricas. O conjunto de fon-
tes pontuais e não pontuais em todas as regiões do planeta é enorme e complexo: nitrogê-
nio, fósforo, metais pesados, arsênico, substâncias orgânicas como hormônios, antibióticos 
e pesticidas, além de substâncias tóxicas produzidas por cianobactérias acumulam-se na 
água, sob forma dissolvida, particulada, no sedimento ou ainda nos organismos através da 
rede alimentar e, portanto, atingem os seres humanos e provocam danos à saúde. 
Esses processos de interação dos contaminantes com a saúde humana estão sendo 
pesquisados, mas ainda há inúmeras questões a responder referentes a efeitos crônicos e 
agudos. Estudos epidemiológicos em grande profundidade e escala são necessários para 
ampliar o conhecimento nessa área. Não há dúvida, entretanto, de que contaminação, polui-
ção e eutrofização são todas conseqüências das atividades humanas e têm como resultado 
a deterioração da qualidade da água em todos os continentes. Os custos do tratamento de 
água para produzir água potável têm aumentado consideravelmente devido à complexidade 
e intensidade da contaminação. O aprofundamento da pesquisa científica nessa área é ne-
cessário para promover capacidade tecnológica e preditiva na solução desses problemas. 
 
 
 
 
Os problemas referentes aos recursos hídricos em escala global podem ser sintetizados no 
conjunto de situações resultantes do crescimento populacional, intensa urbanização e con-
taminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Abaixo estão as principais difi-
culdades: 
 
• Aumento da população e urbanização com intensa pressão de usos múltiplos dos recursos 
hídricos e impactos na qualidade e quantidade de águas superficiais e subterrâneas. Com 
aumento dos volumes de água utilizados ocorreu também a diversificação dos usos múlti-
plos ampliando os impactos e suas conseqüências. 
 
• Aumento da escassez de água em certas regiões, qualidade decrescente da água, aumen-
to da poluição, eutrofização e contaminação. 
 
• Infra-estrutura de baixa qualidade ou incompleta resultando em distribuição ineficiente de 
água tratada, aumento nos custos do tratamento e perdas de até 40% na água tratada. 
 
• Riscos devidos às mudanças globais, afetando qualidade e quantidade de água com es-
cassez e stress de água aumentando em certas regiões e comprometendo o desenvolvi-
mento e a saúde humana. 
 
• É necessário ampliar em escala global a mobilização pública no processo de decisão e 
desenvolver capacidade de informação objetiva e eficiente para melhorar a educação sobre 
a água e todos os seus problemas. 
 
• A governança dos recursos hídricos deve ser muito melhorada e o gerenciamento necessi-
ta abordagens sistêmicas e novas perspectivas. 
 
O gerenciamento da água, a ciência das águas e a política das águas estão comple-
tamente separadas em muitos países e regiões. O ciclo hidrológico, que é indissociável, é 
gerenciado por compartimentos: águas atmosféricas, águas superficiais e águas subterrâ-
neas são administradas de forma independente e, em muitos casos, há diferentes legisla-
ções que atendem a esses compartimentos. A abordagem necessária é a de Gerenciamento 
Integrado de Recursos Hídricos. 
O gerenciamento de recursos hídricos é compartimentalizado, tornando se pouco efi-
ciente. Durante todo o século 20 o gerenciamento ambiental e de recursos hídricos foi local,
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setorial e de resposta a crises. A tendência atual é aumentar a capacidade preditiva, promo-
ver o gerenciamento integrado dos usos múltiplos e do ciclo hidrológico e atuar em nível de 
ecossistema, no caso, a bacia hidrográfica. Essa é uma tendência mundial que leva à des-
centralização na administração dos recursos hídricos, aumentando a capacidade de inter-
venções positivas e de participação dos usuários, público, indústria, agricultores e poder 
público (municipalidades e distritos). Esse aumento de governabilidade tem resultado em 
ações positivas e de envergadura na gestão dos recursos hídricos em nível mundial, espe-
cialmente na gestão das bacias hidrográficas, recuperação de rios e matas-galeria e trata-
mento de esgotos.  
 
Existe solução? 
 
As questões globais referentes à quantidade e qualidade da água estão relativamen-
te bem delineadas e atualmente - além dos inúmeros problemas- há soluções a caminho. A 
descentralização da gestão das águas e o aumento das informações sobre bacias hidrográ-
ficas têm aumentado, e a sofisticação tecnológica com equipamentos avançados. A cobran-
ça pelo uso da água e o princípio do poluidor-pagador vêm apresentando resultados satisfa-
tórios em muitos países. Os programas conjuntos de monitoramento da água na comunida-
de econômica européia, por exemplo, têm tido grande repercussão mundial na gestão e na 
governabilidade. As tentativas e propostas de aproximação da ciência das águas com o ge-
renciamento e o aumento da consistência dos dados sobre contaminação e respostas dos 
ecossistemas aquáticos e organismos produzem efeito positivo na gestão, o que é comple-
tado com a participação do público, que tem impulsionado políticas públicas em muitos paí-
ses. 
Por outro lado, as questões de contaminação, impactos das mudanças globais e o 
papel da água na economia permanecem como zonas de fronteira em que a pesquisa e o 
gerenciamento devem ser incentivados. Uma mudança na abordagem do problema está em 
curso, ainda lenta, mas os esforços são positivos. Sobretudo, não se deve considerar o pro-
blema global da água como uma limitação para esta geração ou para este início de século. 
Água segura em quantidade suficiente para as futuras gerações dará condições de susten-
tabilidade com melhor qualidade de vida para a população humana com menor risco. 
 
Em sua opinião existe realmente solução? 
 
Quais ações em sua cidade estão sendo efetivadas para mudar problemáticas 
ligadas a água? 
 
 
 
As estimativas da disponibilidade de água doce no Brasil oscilam entre 12% e 16% 
dos estoques hídricos do planeta Terra. Isso inclui águas superficiais e subterrâneas. Em 
duas grandes unidades hidrográficas do Brasil - bacia Amazônica e do São Francisco -, 
concentram-se 80% da produção hídrica total. No Brasil, a interação entre a variabilidade 
climática e a distribuição espacial e temporal da precipitação dependem de interações entre 
processos regionais e continentais. Aqui a concentração e atividades da população humana 
são desiguais. A distribuição desigual da disponibilidade hídrica, da população humana e 
das atividades industriais, comerciais e agrícolas, além da urbanização crescente e em mui-
tos casos desordenada tem produzido impactos econômicos, sociais e na saúde humana. 
Água é essencial para o desenvolvimento econômico e para a qualidade de vida da 
população. Água de boa qualidade tem efeitos importantes na saúde humana, diminui dra-
maticamente a mortalidade infantil e os índices de internações e aumenta a produtividade 
das pessoas no trabalho e no estudo. Assim, águas doces superficiais e subterrâneas no
Description:croorganismos) de águas superficiais subterrâneas são resultado de  também interfere, além da idade média em que ocorre o casamento.