Table Of ContentA Influência do Clima Organizacional no Alcance da Efetividade Organizacional em 
Indústrias do Setor Alimentício utilizando o Modelo ASH 
 
Autoria: Elvia Florêncio Torres, José Arimatés de Oliveira 
 
RESUMO 
O objetivo deste trabalho é estudar indústrias alimentícias de pequeno e médio porte do 
Estado do Rio Grande do Norte, analisando a influência do Clima Organizacional no alcance 
da efetividade organizacional. Este assunto é abordado na visão da Auditoria do Sistema 
Humano (ASH) desenvolvida por Quijano e Navarro (1999) na Universidade de Barcelona na 
Espanha, que contempla uma série de dimensões sobre a gestão da qualidade dos Recursos 
Humanos nas empresas e a efetividade organizacional. O trabalho é considerado uma pesquisa 
quantitativa. O universo constituiu-se de 103 pequenas, médias e grandes indústrias, tendo 
sido, no entanto, selecionada uma população de 23 empresas de todas as regiões do Estado. A 
amostragem dos sujeitos, considerada não-probabilística por acessibilidade foi composta por 
197 colaboradores das indústrias selecionadas e nove dirigentes empresariais. Detectou-se que 
apesar das falhas encontradas em alguns critérios do Clima Organizacional e nos níveis de 
efetividade organizacional, as empresas têm demonstrado bons resultados na busca dos seus 
objetivos. Assim sendo, o nível do Clima Organizacional que as empresas analisadas vêm 
apresentando tem contribuído de forma positiva para o alcance da efetividade das mesmas, 
favorecendo ambiente agradável e motivador aos colaboradores. 
 
INTRODUÇÃO 
A indústria alimentícia do Estado está despontando como uma das indústrias mais importantes 
para o desenvolvimento do Estado, devido à sua grande representatividade em todo o Estado. 
Esta  pesquisa  procura  entender  esta  situação  e  estuda  a  opinião  dos  empregados  dessa 
indústria sobre o Clima Organizacional e a efetividade das suas organizações. 
São muitas as variáveis que interferem no desenvolvimento do comportamento humano em 
prol da efetividade; e o Clima Organizacional é uma delas. Essa temática passou a ser 
estudada com enfoque científico no século XX, mais especificamente nos anos 70, com o 
intuito de identificar suas propriedades através de categorias, componentes e indicadores. 
Antes disso, as pesquisas eram de caráter geral e muitas vezes implícito, como os estudos de 
Maslow  e  McGregor,  por  exemplo.  Com  a  ampliação  dos  estudos  sobre  aspectos  do 
comportamento organizacional, as empresas vêm dando maior atenção a essa temática.  
Para  Quijano  e  Navarro  (1999),  Clima  Organizacional  é  a  reação  positiva  ou  negativa 
compartilhada pelos trabalhadores ao perceber os múltiplos aspectos da vida organizacional. 
Por exemplo: A estratégia que a empresa utiliza; sua maneira de organizar o trabalho; as 
tecnologias que integram os processos produtivos; as políticas de pessoal que desenvolve; os 
estilos  de  liderança  habituais;  os  níveis  de  participação  ali  existentes;  assim  como  os 
resultados  que  obtém,  sejam  econômicos,  sociais,  ambientais  ou  outros.  Esta  reação  se 
constrói por meio de percepções, significados atribuídos, emoções e valores. 
Os estudos sobre o Clima Organizacional são úteis por proverem um diagnóstico geral para a 
organização,  indicando  as  áreas  mais  deficitárias.  São  analisados  aspectos-chaves  na 
compreensão do comportamento humano, para que a efetividade seja alcançada. Quijano 
(1999) conceitua a efetividade como sendo a capacidade que a empresa tem para sobreviver, 
adaptar-se, manter-se e crescer, independente da função que desempenhe. A efetividade é 
vista pelo autor em três diferentes níveis: individual, grupal e organizacional. De uma forma 
geral,  todos  esses  níveis  se  apóiam  no  primeiro,  uma  vez  que  o  desenvolvimento  da 
organização depende da contribuição que cada colaborador pode dar em seu cargo. 
Não  basta  apenas  sentir  que  a  efetividade  não  está  sendo  alcançada  porque  o  Clima 
Organizacional está com problemas. É necessário identificar onde estão as deficiências, quais 
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os motivos que as estão causando e como agir para a sua melhoria. Neste sentido, o presente 
trabalho tem o propósito de analisar a influência do Clima Organizacional no alcance da 
efetividade em algumas empresas do setor alimentício no Estado do Rio Grande do Norte. 
Esse tema é abordado na visão da Auditoria do Sistema Humano – ASH, que contempla 
dimensões sobre a gestão da qualidade dos Recursos Humanos nas empresas e a efetividade 
organizacional,  tais  como  o  ambiente  empresarial,  as  estratégias  utilizadas,  o  desenho 
organizacional, os processos psicológicos e psicossociais e os resultados alcançados. Em meio 
a todos esses temas, o Clima Organizacional está enfatizado, devido à sua importância como 
elemento organizacional, para a compreensão do comportamento humano nas organizações. 
O trabalho tem a seguinte lógica: primeiramente, é exposta uma base teórica sobre os temas 
envolvidos  para  permitir  ao  leitor  uma  melhor  compreensão  do  Clima  e  da  Efetividade 
Organizacional na visão da ASH; em segundo lugar, são apresentados os procedimentos 
metodológicos  utilizados  para  a  coleta  e  análise  de  dados.  Logo  após,  são  expostos  e 
debatidos os resultados prévios do estudo, para, em seguida, serem apresentadas algumas 
considerações e recomendações a respeito dos resultados obtidos. Por fim, as referências que 
forneceram embasamento teórico para a conclusão do trabalho. 
  
O Clima Organizacional na visão da ASH 
A  área  de  gestão  de  pessoas  possui  grande  diversidade  de  modelos  teóricos  para  a 
compreensão dos fenômenos organizacionais. A Auditoria do Sistema Humano – ASH é um 
modelo teórico que utiliza outros modelos, com objetivo de diagnosticar e avaliar a Gestão 
estratégica  de  Recursos  Humanos  nas  empresas,  tendo,  desde  o  início,  um  claro 
direcionamento  de  avaliação  para  a  intervenção  orientada  à  efetividade  organizacional 
(QUIJANO E NAVARRO, 1999). Assim sendo, a ASH é uma consultoria completa na área 
de Recursos Humanos nas organizações. 
Luz (2001, p.71) afirma que, recentemente, vários modelos de Clima Organizacional foram e 
estão  sendo  desenvolvidos  em  função  da  natureza  participativa  das  organizações 
contemporâneas, além da relevância ímpar do tema na teoria das organizações. Sendo o ASH 
alicerçado  em  um  apanhado  de  modelos,  observa-se  que  os  13  critérios  do  Clima 
Organizacional  enfatizados  por  Quijano  e  Navarro  (1999)  podem  ser  identificados  nos 
estudos de Litwin; Stinger (1968), Kolb et al. (1986), Sbragia (1983), Schneider (1975), 
Campbell et al. (1970), La Follete; Sims (1975), Peltz e Andrews, segundo Oliveira (1990), 
Colossi (1991) e Rizzatti (1995). No quadro a seguir elaborado por Rizzatti (2006, p.3) esses 
modelos estão bem visualizados com seus respectivos critérios:  
 
QUADRO 1 - Modelos de Clima Organizacional 
Autores  Critérios abordados 
Litwin;  Stinger  Estrutura, responsabilidade, riscos, recompensa, conflito, sentimento e apoio. 
(1968) 
Modelo  de  Kolb  et  Conformismo,  responsabilidade,  padrões,  recompensas,  clareza  organizacional, 
al. (1986)  liderança, calor e apoio. 
Sbragia (1983),  Estado  de  tensão,  conformidade  exigida,  consideração  humana,  adequação  da 
estrutura,  autonomia  presente,  recompensas  proporcionais,  prestígio  obtido, 
cooperação existente, padrões enfatizados, atitude frente a conflitos, sentimento de 
identidade, tolerância existente, clareza percebida, justiça predominante, condições de 
progresso, apoio logístico proporcionado, reconhecimento proporcionado e forma de 
controle. 
Schneider (1975)  Suporte administrativo, estrutura administrativa, preocupação com novos servidores, 
independência dos servidores, conflitos internos e satisfação geral. 
Campbell  et  al.  Autonomia,  grau  de  estrutura,  orientação  para  recompensa,  consideração,  calor 
(1970)  humano e apoio. 
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La  Follete;  Sims  Grau efetivo em relação a outras pessoas da organização, grau efetivo em relação à 
(1975)  supervisão e/ou organização, clareza das políticas e promoções, pressões no trabalho e 
padrões, risco na tomada de decisão, comunicação aberta e ascendente. 
Peltz  e  Andrews,  Liberdade, comunicação, diversidade, dedicação, motivação, satisfação, similaridade e 
segundo  Oliveira  criatividade. 
(1990) 
Colossi (1991)  Filosofia e ambiente geral na empresa, condições físicas de trabalho, sistema de 
avaliação e controle, treinamento e desenvolvimento profissional, progresso funcional, 
comportamento das chefias, satisfação pessoal, sistema de assistência e benefício, 
lazer e relacionamento sindical. 
Rizzatti (1995)  Imagem e avaliação, desenvolvimento de recursos humanos, benefícios e incentivos, 
organização e condições de trabalho, relacionamento interpessoal, satisfação pessoal, 
sucessão político-administrativa e comportamento das chefias. 
Fonte: Rizatti (2006). 
 
Como se pode observar, cada autor citado no quadro retro, faz referência a vários pontos-
chaves em seus modelos. No modelo ASH, Quijano e Navarro (1999) também o fazem, 
enfatizando 13 critérios de avaliação a seguir: 
•  Estratégia:  Grau  em  que  se  percebem  as  coerências  das  decisões  sobre  o 
desenvolvimento  dos  planos  para  se  conseguirem  objetivos,  perceberem-se  as  forças  e 
debilidades e as contingências do ambiente. 
•  Estrutura da organização: Percepção do grau em que os diretores gerais de relações 
trabalhistas formais se estabelecem adequadamente e se habilitam aos mecanismos para a 
coordenação do pessoal; 
•  Estrutura  do  cargo:  Percepção  do  grau  em  que  se  estabelecem  com  detalhes  os 
procedimentos; a adequação e a flexibilidade dos métodos; a clareza e aceitabilidade dos 
objetivos por parte dos trabalhadores. 
•  Seleção e incorporação à empresa: Percepção do grau em que as organizações se 
preocupam em escolher o pessoal adequado, utilizando os métodos que melhor se enquadrem 
a elas, e o cuidado que essas empresas têm com as pessoas, durante o processo de seleção e 
incorporação ao trabalho. 
•  Formação: Percepção da adaptação e qualidade de sistemas de formação para manter 
e desenvolver o nível de competência do pessoal e adequá-lo à cultura organizacional do 
momento atual. 
•  Identificação  e  desenvolvimento  de  potenciais,  promoções  e  desenvolvimento  de 
carreiras: Percepção do grau em que os indivíduos sentem que o sistema de promoção e 
desenvolvimento de carreira é adequado e se faz equivalente, tendo em conta os méritos de 
cada indivíduo e as suas capacidades.  
•  Retribuição:  Percepção  de  como  se  pratica  o  sistema  geral  de  recompensas  e 
retribuições na empresa, em relação ao rendimento das pessoas, coerente com as exigências e 
requerimento dos cargos, de acordo com as práticas do mercado, de forma que os critérios e 
procedimentos sejam repassados claramente ao pessoal. 
•  Evolução do rendimento: Percepção do grau de evolução da organização quanto aos 
resultados e desempenhos das pessoas, de forma objetiva e justa, e a utilização adequada 
destas informações para retribuir ou treinar a equipe. 
•  Comunicação interna: Percepção do grau de abertura da comunicação e de liberdade 
para intercambiar informações, tanto com os superiores como com os companheiros; e a 
possibilidade de ouvir os trabalhadores quanto as suas idéias, sugestões, queixas, dentre 
outros, a fim de se alcançar maior flexibilidade e melhoria contínua. 
•  Segurança e saúde no trabalho: Percepção do grau em que os colaboradores se sentem 
seguros em seu trabalho, assumindo com prudência os possíveis riscos, as contribuições do 
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ambiente físico, a criação de um ambiente de trabalho agradável e seguro, e o esforço da 
organização  para  criar  as  condições  adequadas  para  o  bem-estar  dos  trabalhadores, 
promovendo a segurança e a saúde no trabalho. 
•  Relações no trabalho: Percepção do grau em que a direção é receptiva diante dos 
problemas  dos  trabalhadores;  e  o  quanto  a  mesma  tem  possibilidade  de  manifestar  sua 
desconformidade  e  negociar  seus  interesses  com  respeito  mútuo  e  clima  de  confiança, 
diretamente através de seus representantes.   
•  Resultados da efetividade organizacional: Refere-se ao grau em que os membros da 
organização se sentem satisfeitos com os resultados obtidos pela organização, e da imagem 
que a empresa tem entre seus clientes. 
•  Mudanças: Refere-se à medida em que as mudanças que se produzem nas empresas 
são adequadas, ou não, ao ambiente de trabalho; além de analisar se essas mudanças são 
aceitas positivamente pelas pessoas. 
Pelo  que  se  percebe,  o  estudo  desses  critérios  pelos  autores  citados  demonstram  a 
credibilidade  desse  modelo,  uma  vez  que  reúne  13  pontos-chave  de  outros  modelos  já 
consagrados  em  termos  de  Clima  Organizacional.  Esses  critérios  são  devidamente 
identificados e avaliados ao longo deste trabalho. 
 
Efetividade organizacional  
Os autores da área do comportamento organizacional buscam palavras para definir, da forma 
mais completa possível, a efetividade organizacional, voltando a atenção para temas como 
eficácia, eficiência, gestão de pessoas e agregação de valor, dentre outros. Para definir a 
efetividade organizacional, Quijano e Navarro (1999, p.329) utilizam os conceitos de eficácia 
e eficiência da empresa. A eficácia é vista como a relação outputs conseguidos e outputs 
esperados (C/E); e a eficiência, como a relação outputs conseguidos e inputs utilizados (C/U). 
Agregado a isso têm-se os custos e/ou os recursos utilizados para conseguir os outputs ou 
objetivos almejados. A efetividade, portanto é considerada como o resultado da eficácia e a 
eficiência da empresa. 
Nogueira (1982), em seu conceito, dá ênfase a uma boa gestão de pessoas. Para se alcançar a 
efetividade é necessário dispor, aprimorar e utilizar ao máximo as potencialidades do pessoal 
nas organizações, sistematizando o planejamento e implementando ações nas várias funções 
da área de recursos humanos, de modo a qualificar pessoas nas funções e papéis que lhes cabe 
desempenhar. 
Weill (1989 apud MAÇADA et al, 2006, p. 09) é mais quantitativo, definindo efetividade 
como sendo a capacidade de converter as despesas da organização em valores que possam 
trazer retorno ao investimento do negócio.  
Quijano e Navarro (1999) ainda vão mais além analisando a efetividade em três níveis: 
individual, grupal e organizacional,  seguindo  a  forma  mais  comum  de  se  analisarem  os 
aspectos do comportamento organizacional: 
•  Nível individual é o resultado dos indivíduos para a organização. Nessas condições, 
contemplam-se dois critérios positivos a potencializar e três negativos a reduzir. A) 
Positivos: Os resultados alcançados com o trabalho e os desempenhos ou forma de 
trabalhar; B) Negativos: a acessibilidade, o absenteísmo e o abandono da empresa. 
•  Nível grupal é a consecução dos objetivos da tarefa, ou resultados conseguidos por 
departamentos ou grupos, o que ocasiona o Clima Organizacional adequado, assim 
como o bom funcionamento como equipe de trabalho. 
•  No nível organizacional os resultados são obtidos em termos de organização, como 
um todo. Para análise desse nível foram considerados os seguintes critérios, agrupados 
em diferentes aparatos: a) Econômico: Financeiro, produtivos e comerciais; b) Sociais: 
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Internos e externos; c) Ecológicos: Cumprimento de normas e aproveitamento de 
energias; d) Outros: Flexibilidade e captação de recursos. 
Com base nessas propostas teóricas, entende-se que a efetividade consiste nos efeitos obtidos 
por meio da utilização de todas as estratégias, ferramentas, métodos e técnicas necessárias 
para o alcance dos melhores resultados possíveis, por parte da organização, como um todo. 
Está definido, portanto, o apoio teórico desta pesquisa, que reside na avaliação dos treze 
critérios de análise do Clima Organizacional e na definição de efetividade organizacional, 
conforme o entendimento do Modelo ASH.  
 
METODOLOGIA 
O presente trabalho é um estudo quantitativo-exploratório. O universo de pesquisa constituiu-
se de 103 pequenas, médias e grandes empresas cadastradas na página web da Federação das 
Indústrias. A pesquisa compreende uma população de 23 empresas de todas as regiões do 
Estado.  
Uma das formas mais utilizadas em ciências sociais para determinação da amostra para uma 
pesquisa é o cálculo sugerido por Cochran (1997, p.72-8), de amostra para populações finitas: 
n = (N*1/E2 )/( N+1/E2), onde: n = é a amostra buscada; N é a população; E significa o erro 
amostral.    No  caso  desta  pesquisa,  por  esta  fórmula,  com  uma  população  de  2.428 
empregados e um erro de estimação de seis por cento, a amostra seria de 249 sujeitos. Em 
ciências sociais um erro nesta proporção é aceitável.  
No entanto, a amostra de sujeitos obtida para esta pesquisa foi de 197 sujeitos, não tendo sido 
possível atingir o número desejado. Os motivos foram os mais diversos possíveis, como 
recusa de empregados em responder ao questionário, tamanho do questionário e um grande 
número  de  questionários  entregues  com  erros  ou  menos  da  metade  respondidos  e  os 
pesquisadores não podiam mais voltar a contatar os sujeitos. Estatisticamente, 197 sujeitos é 
uma quantidade com a qual podem ser feitos todas as análises estatísticas com confiabilidade, 
conforme está provado nas obras relacionadas ao tema da análise quantitativa de dados. Entre 
os 23 empresários envolvidos na pesquisa, nove responderam o questionário de avaliação da 
efetividade. 
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário com 49 perguntas acerca 
do  clima  e  25  voltadas  para  efetividade  organizacional.  Esse  instrumento  foi  testado  e 
validado por Quijano e Navarro (1999), na Universidade de Barcelona na Espanha. 
Os dados coletados foram devidamente analisados através de técnicas estatísticas com o 
auxílio do software SPSS – Statistical Package for Social Sciences, que proporcionou a 
utilização de técnicas tais como: Análise de Freqüência, para descrever os dados de forma 
quantitativa; Análise Fatorial, para verificar a adequação do modelo espanhol à realidade 
potiguar; Correlação, para detectar o relacionamento linear entre as variáveis exploradas e o 
Alfa de Cronbach, para visualizar a medida de confiabilidade da pesquisa. Segundo Hair et al 
(2005) o Alfa de Cronbach pode variar de 0 a 1. Os valores de 0,60 a 0,70 são considerados 
importâncias limites para a aceitabilidade do índice (HAIR ET AL 2005).  
 
ANÁLISE DOS RESULTADOS: 
Perfil da Amostra 
Em primeiro lugar, observou-se que os entrevistados possuem, em média, 29 anos de idade e 
são predominantemente do sexo masculino (67,2%). Quanto ao estado civil, a maioria é 
solteira, 54,2%, seguida dos casados, 44,7%. 
Os respondentes são portadores de nível cultural relativamente alto, pois quase 60% têm 
ensino médio e mais de 18% têm diploma de nível superior, embora ainda sendo significante 
o percentual de pessoas que têm apenas o ensino fundamental: 23%. Este dado ainda é mais 
preocupante ao compará-lo com o percentual de pós-graduados que é de apenas 3%. Todos os 
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trabalhadores que têm somente o ensino fundamental atuam na produção, e todos os pós-
graduados encontram-se na administração. Percebe-se, dessa forma que, quanto mais alto o 
nível de escolaridade do indivíduo, maior a possibilidade de o mesmo ocupar um espaço na 
área administrativa dessas empresas.  
Cerca de 50% dos respondentes possuem entre 1 e 2 anos de emprego na empresa e uma 
quantidade considerável, 32,2%, é um pouco mais experiente, com 3 a 6 anos de trabalho. No 
que se refere à unidade de trabalho, 64,9% atuam diretamente na área de produção de suas 
empresas  e  o  restante  na  parte  administrativa.  Percebeu-se,  também,  que  a  maioria  dos 
homens  ocupa  cargos  na  linha  de  produção,  ao  contrário  das  mulheres,  que  trabalham 
predominantemente na administração. Esta última informação é coerente, pois a tarefa de 
produção nesse ramo da indústria parece ser mais pesada, carecedora de força física, portanto, 
menos adequado ao sexo feminino. 
É importante destacar que essa amostra é tida como apropriada para o estudo em evidência. 
No que se refere a esse aspecto, Hair et al (2005) relatam que o cálculo da adequação da 
amostra  é  desenvolvido,  tanto  para  a  matriz  de  correlação,  quanto  para  cada  variável 
individual. Dessa forma, valores acima de 0,50 para uma variável individual indicam uma boa 
adequação. Para avaliar a adequação da amostra na presente pesquisa, os índices foram 
calculados critério a critério. Observou-se que todos os valores resultantes posicionaram-se 
acima  da  importância  mínima  sugerida  pelo  autor,  o  que  classifica  a  amostra  como 
apropriada, sendo inteiramente propícia à utilização de uma análise fatorial mais profunda.  
A aplicação dessa técnica demonstrou que as variáveis do ASH agruparam-se, conforme 
citado no modelo, em 13 critérios de três perguntas, não havendo subdivisão ou formação de 
outro critério, o que demonstra o cuidado no desenvolvimento do modelo, por parte dos 
autores. É bem verdade que algumas variáveis apresentaram-se mais representativas do que 
outras, mas mantiveram a seqüência lógica de representatividade proposta por Quijano e 
Navarro (1999), ou seja, da maior para a de menor peso fatorial.  
Outro aspecto que merece destaque é o Alfa de Cronbach, que corresponde à medida de 
confiabilidade da pesquisa. Essa medida pode variar de 0 a 1, sendo os valores de 0,6 a 0,7 
considerados o limite de aceitabilidade (HAIR et al 2005, p 90). Com base nesse conceito 
pode-se afirmar que o estudo é dotado de confiança, pois o valor do Alfa de Cronbach foi de 
0,771. 
Partindo para uma análise descritiva dos resultados, achou-se por bem dividir o instrumento 
em três partes: a primeira, que compreende o Clima Organizacional sob enfoque dos 13 
critérios descritos na ASH; a segunda consiste em uma visão geral do clima, sob a ótica dos 
colaboradores; e a terceira é a parte voltada para a efetividade organizacional. 
 
Análise do Clima Organizacional segundo os 13 critérios da ASH 
Os resultados obtidos na primeira parte foram divididos nos seguintes critérios: estratégia; 
estrutura da organização; estrutura do cargo; seleção e incorporação à empresa; formação; 
identificação e desenvolvimento de potenciais, promoção e desenvolvimento de carreiras; 
retribuição; evolução do rendimento; comunicação interna; segurança e saúde no trabalho; 
relações no trabalho; resultados da efetividade organizacional; mudança. Cada critério citado 
será detalhado no que se refere ao nível do Clima Organizacional. 
 
Estratégia 
O Clima de Estratégia refere-se à coerência das decisões no planejamento, para o alcance dos 
objetivos.  Para  realizar  essa  avaliação  foram  apresentados  três  questionamentos  aos 
colaboradores  da  empresa.  O  primeiro  item  diz  respeito  à  eficácia  dos  objetivos  e  das 
ferramentas desenvolvidas pela direção, para obtenção de uma boa demanda. Detectou-se que 
72,1% dos entrevistados responderam de modo positivo, contra uma minoria de 9,6% que não 
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o fizeram. O segundo item refere-se à comunicação e avaliação dos colaboradores quanto à 
visão e aos objetivos da organização. Dessa forma, 71,6% dos respondentes afirmaram que a 
empresa  na  qual  trabalham  tem  visão  e  objetivos  bem  visíveis,  porém  14,7%  não 
concordaram com essa afirmação. O terceiro trata da avaliação da chefia, por parte dos 
colaboradores,  dos  quais,  59,4%  disseram  que  os  seus  diretores  são  pessoas  de  muita 
imaginação para gerenciar a política e os objetivos, de acordo com os desafios enfrentados 
pela empresa; por outro lado, 27,4% discordaram e 11,7% permaneceram neutros sobre a 
situação. 
 
Estrutura da organização 
Nesse item buscou-se avaliar a percepção dos colaboradores quanto ao modo como a chefia se 
posiciona para coordenar os seus liderados. A maioria das questões apresentou opiniões 
diversas,  não  havendo  maiores  concentrações  de  respostas  positivas  ou  negativas.  Em 
primeiro lugar, 54% concordaram, total ou parcialmente, com a deficiência do processo de 
tomada de decisões rápidas e eficazes, contra 33,5% que discordaram. Na visão de 48,3% dos 
colaboradores, as normas das organizações às quais pertencem são muito rígidas; 9,6% não se 
posicionaram quanto ao assunto e 20,1% colocaram-se negativamente. Por fim, 59,4% dos 
colaboradores  afirmaram  ter  autonomia  para  agir  na  coordenação  de  problemas  com  os 
colegas de outras seções ou departamentos, 12,7% posicionaram-se de modo indiferente e 
25,3% colocaram-se contra a afirmação. 
 
Estrutura do cargo 
A  estrutura  do  cargo  compreende  o  grau  de  autonomia  dos  colaboradores,  os  métodos 
utilizados para fixação de objetivos e as variedades de tarefa em cada cargo. A maioria, 
70,1% afirmou que a organização lhes proporciona autonomia na realização dos trabalhos; 
apenas  18,3%  disseram  que  isso  não  acontece.  Em  termos  gerais,  72,6%  consideraram 
positivo o método utilizado pelos diretores para fixar os objetivos que devem ser atingidos. Já 
16,8% discordaram, ficando 10,2% indiferentes à questão. Partindo para o ultimo tópico, tem-
se que 77,1% julgam-se contentes com a variedade de tarefas que podem desenvolver em seus 
devidos cargos; 14,2% por sua vez, julgam-se insatisfeitos no posto de trabalho. 
 
Seleção e incorporação à empresa 
Nesse tópico explorou-se a percepção do esforço das empresas na escolha e utilização de 
técnicas de seleção de pessoas e incorporação delas no trabalho, além da eficácia dos métodos 
que vêm sendo utilizados para esse fim. Quase metade (45,7%) dos entrevistados discordou 
dos procedimentos de seleção de pessoal utilizados pelas suas organizações, afirmando que os 
mesmos não conseguem selecionar a pessoa mais adequada para o cargo. Destes, 36% foram 
a favor e 17,8% pronunciaram-se de modo indiferente. No que se refere ao tratamento dos 
candidatos nos processos de seleção, interna ou externamente, a grande maioria (82,3%) 
avaliou como respeitoso e atencioso. Mais uma vez, quase todos os entrevistados (82,2%) 
afirmaram que as pessoas selecionadas para entrarem na empresa sentem-se acompanhadas e 
apoiadas, nas primeiras fases de sua incorporação ao trabalho.  
 
Formação 
O clima de formação abrangeu assuntos mais voltados para a percepção do treinamento e do 
crescimento profissional dos trabalhadores, quanto ao desenvolvimento das competências e 
adequação à cultura organizacional. Nesse caso, 52,8% afirmaram que as recompensas são os 
maiores  determinantes  dos  esforços  por  eles  realizados  dentro  da  empresa;  uma  quantia 
significativa de 20,3% discordou em parte e 15,2% transmitiram respostas intermediárias. 
Quanto ao treinamento em si, 78,2% disseram ter oportunidade de receber treinamento e 
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formação para desempenhar melhor as suas funções, contra 18,7% que afirmaram não contar 
com esse apoio.  
Os  planos  de  ação  são  de  fundamental  importância  para  a  consecução  dos  objetivos 
estratégicos traçados nas organizações. Quanto a isso, 66,5% dos respondentes afirmam que 
esses planos estão sendo executados de maneira viável para a organização; porém 10,2% não 
visualizam esse fato em suas respectivas empresas e 20,8% permaneceram indiferentes.  
   
Identificação e desenvolvimento de potenciais, promoção e desenvolvimento de carreiras 
Esse tópico refere-se, essencialmente, à percepção dos indivíduos quanto à promoção e ao 
crescimento profissional dentro da organização, levando-se em consideração os seus méritos e 
suas capacidades. Em primeiro lugar, constatou-se que 52,8% consideram a empresa como 
um campo cheio de boas oportunidades para progredir, desde que se esforce para isso. Quase 
30% dos entrevistados não visualizam essas características no ambiente organizacional no 
qual trabalham. Os outros 15,2% expuseram opiniões neutras a esse questionamento.  
Um dado animador é que a grande maioria (78,2%) está satisfeita com o sistema de promoção 
e desenvolvimento profissional das empresas estudadas. Quanto à Promoção de cargos, 66,5% 
afirmam que qualquer um pode subir na empresa, desde que demonstre que tem qualidade e 
capacidade  de  ocupar  posições  além  do  posto  no  qual  trabalham.  Uma  quantidade 
considerável de 20,8% teve opiniões intermediárias e 10,2% disseram que essas promoções 
baseadas no esforço individual geralmente não acontecem. 
 
Retribuição  
O clima de retribuição retrata a percepção da eficácia do sistema geral de recompensas da 
empresa, por meio do nível de satisfação dos colaboradores quanto às gratificações recebidas. 
Para 54,3% dos respondentes, a retribuição é associada ao bom ou mau trabalho que realizam. 
Para 26,4%, o desempenho pouco ou nada tem a ver com o que recebem, e 16,2% nem 
concordam nem discordam desse ponto. Em 58,3% dos casos houve um julgamento positivo 
por parte dos empregados, quanto à coerência das recompensas com o que é exigido nos 
diversos cargos; porém, 25,4% dos entrevistados discordam, afirmando parcial ou totalmente 
que não há essa coerência; e 14,2% não quiseram posicionar suas opiniões nos extremos. 
Pouco mais da metade das pessoas (51,3%) afirmou estar satisfeita com os salários que ganha, 
ao compará-lo com os de outras empresas do setor; entretanto é considerável o percentual de 
trabalhadores que se encontram insatisfeitos (33,5%) com o que recebem.  
 
Evolução do rendimento 
A evolução do rendimento consiste na percepção do grau de evolução das empresas no que se 
refere ao bom desempenho dos colaboradores, e à utilização adequada destas informações 
para  retribuir  ou  treinar  a  equipe.  Na  analise  da  evolução  do  rendimento  levou-se  em 
consideração o sistema de avaliação para a obtenção de resultados positivos. Nesse aspecto 
detectou-se uma relativa variedade de respostas. É importante destacar que a maioria dos 
respondentes (32%) se pronunciou de forma indiferente na primeira questão, que se refere às 
dúvidas existentes na organização sobre a utilidade e os objetivos do sistema de avaliação de 
rendimento.  Além  disso,  29,4%  responderam  positivamente,  20,8%  foram  parcialmente 
contrários e 15,2% totalmente contra a assertiva, havendo uma pequena diferença percentual 
entre os dois extremos, o que demonstra indecisão por parte dos respondentes.  
O mesmo aconteceu no questionamento que se referia ao processo de avaliação como sendo 
mais  um  procedimento  burocrático  administrativo,  que  uma  ferramenta  para  melhorar  o 
trabalho  e  conseguir  resultados  esperados.  Por  fim,  38,1%  disseram  que  a  avaliação  do 
trabalho depende principalmente da ajuda e do incentivo dos seus superiores. Por outro lado, 
um número semelhante de pessoas discordou (45,7%).  
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Comunicação interna 
Esse critério leva em conta a percepção do grau de abertura da comunicação e o bom fluxo de 
informações entre os dirigentes e os colaboradores, além da flexibilidade na aceitação de 
sugestões, reclamações dentre outros. O clima de comunicação leva em conta três pontos 
básicos: os boatos, a difusão de valores e a troca de idéias entre os colaboradores. No primeiro 
detectou-se que 54,8% negaram total, ou parcialmente, a existência de boatos, porém uma 
quantidade significativa de pessoas (36%) confirma a existência dos mesmos, por falta de 
uma comunicação mais clara, por parte da direção. Em seguida tem-se que 67,5% disseram 
que a direção se preocupa em transmitir aos seus trabalhadores os valores, as idéias e as 
melhores  formas  de  atuar,  de  acordo  com  a  cultura  da  empresa.  Por  fim,  74,6%  dos 
respondentes afirmam que existem meios para obtenção de idéias dos empregados sobre como 
melhorar os processos. 
 
Segurança e saúde no trabalho 
Esse critério avalia a percepção do grau em que os colaboradores se sentem seguros em seu 
trabalho, e o esforço da organização para criar as condições adequadas para o bem estar dos 
trabalhadores, promovendo segurança e saúde no ambiente organizacional. A segurança e a 
saúde na organização estão diretamente ligadas à qualidade de vida no trabalho. Nesses 
termos foi observado que 68,5% afirmaram que a direção se preocupa em buscar soluções 
para a fadiga, as doenças produzidas pelo trabalho e os acidentes; um percentual de 76,1% 
concorda que todos estão comprometidos em conseguir um trabalho mais seguro e saudável, 
porém 54,9% disseram que os procedimentos que devem ser seguidos em caso de acidente 
são  pouco  claros  e  não  estão  ao  alcance  de  todos,  contra  34,6%  que  discordam  dessa 
afirmação. 
 
Relações no trabalho  
O Clima de relações no trabalho baseia-se na confiança mútua entre patrão e empregado, na 
tolerância  da  direção  com  relação  aos  problemas  de  cada  colaborador,  assim  como  na 
flexibilidade dos diretores para buscar soluções, perante as dificuldades enfrentadas por todos 
no ambiente de trabalho. As relações a que o modelo se refere dizem respeito à convivência 
amistosa  entre  os  colaboradores  e  o  comportamento  da  direção  para  com  os  seus 
subordinados. A maioria (52,3%) concorda com a idéia de que as negociações estão baseadas 
na confiança mútua, porém um índice considerável dos respondentes (31,0%) posicionou-se 
de maneira indiferente. Já 78,7% disseram sempre terem tido boa disposição para buscar 
soluções nos conflitos existentes. Quanto ao comportamento da diretoria, as respostas opostas 
ficaram equilibradas, pois 41,1% afirmam que a Direção é pouco tolerante em relação às 
queixas e protestos feitos pelos colaboradores quando surgem problemas no trabalho; outros 
40,1% disseram o contrário, ficando 16,2% indiferentes à questão. 
 
Resultados da efetividade organizacional 
Os resultados da efetividade organizacional refletem a visão dos trabalhadores quanto à 
situação da empresa em três aspectos: econômico social, frente ao mercado e junto ao cliente. 
Nesse tópico, em geral, observou-se uma percepção positiva dos trabalhadores. Em todos os 
questionamentos houve concentração de respostas favoráveis à organização. A grande maioria 
(85,5%) está contente com o nível de sucesso que a empresa na qual trabalham vem obtendo 
no  mercado.  Outros  74,6%  afirmam  que  os  resultados  que  a  empresa  está  obtendo  no 
ambiente  econômico  e  social  transmite  tranqüilidade  quanto  ao  futuro.  Por  fim,  80,7% 
consideram-se contentes com a imagem que os clientes têm da organização a que pertencem. 
 
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Mudança 
O  ultimo  critério  do  modelo,  denominado  Clima  de  Mudança,  aborda  a  percepção  dos 
colaboradores quanto à flexibilidade das empresas no mercado e a situação deles frente ao 
ambiente mutável. Em primeiro lugar,  51,8% dos respondentes disseram que devem ser 
introduzidas na organização diversas mudanças para maior competitividade e adaptação ao 
mercado, sendo que 20,3% discordam; 64% afirmam que na organização em que trabalham há 
forte rejeição às mudanças que se tentam implantar a partir da direção; quase 50% entendem 
que as mudanças que estão sendo produzidas inquietam a muitos empregados; e 38,1% não 
vêem a situação dessa forma, afirmando que essas mudanças são facilmente aceitas. 
 
Visão geral do Clima Organizacional 
A segunda parte da análise dos dados refere-se ao Clima Organizacional sob uma visão geral. 
Os resultados obtidos nessa análise permitem uma avaliação geral dos trabalhadores quanto 
ao Clima Organizacional reinante nas organizações estudadas. Os sujeitos foram levados a 
emitirem opinião sobre aspectos do Clima Organizacional escolhendo entre duas palavras que 
definiriam a sua percepção sobre alguns aspectos gerais da organização na qual trabalham. 
Como  não  foram  explicados  os  significados  dos  termos  aos  sujeitos,  as  opiniões  foram 
consideradas conforme a percepção individual dos mesmos. 
A primeira questão referiu-se à percepção geral dos empregados sobre a empresa em que 
trabalham, indicando entre as palavras “Boa”e “Má”, com cinco níveis de graduação de 
respostas.  Praticamente  80%  dos  respondentes  variaram  suas  respostas  entre  muito  boa 
(50,3%)  e  relativamente  boa  (29,9%),  sendo  mínimo  o  percentual  de  colaboradores  que 
afirmaram ser muito má (1,5%) ou relativamente má (3,0%). Pode-se compreender que os 
empregados percebem as empresas, em sua média, como “boa”, segundo sua compreensão do 
termo. 
Outra  questão  solicitava  uma  classificação  da  empresa  do  sujeito  entre  “superficial”  e 
“profunda”.  As  respostas  ficaram  distribuídas,  de  forma  que  uma  opção  intermediária, 
considerada como “indiferente” obteve o maior percentual (24,9%), seguida pela alternativa 
“relativamente superficial”, com 23,4%. As  demais opções obtiveram percentuais entre 16% 
e  10%.  Pode-se  inferir  desse  resultado  que  talvez  tenha  havido  uma  dificuldade  de 
entendimento da questão, embora com tendência a perceberem que haja superficialidade nas 
ações de suas organizações. 
No que diz respeito à eficácia de suas empresas, as respostas foram positivas. Um percentual 
de 36,5% dos respondentes afirmou trabalhar em empresas altamente eficazes, enquanto 
29,4%  consideram-nas  relativamente  eficazes,  15,2%  ficaram  imparciais  e  os  demais 
apresentaram  opiniões  negativas.  O  entendimento  dos  sujeitos  a  respeito  da  eficácia 
organizacional permite que eles avaliem suas empresas de forma positiva. 
Outra questão solicitava uma opinião sobre se a empresa é valorosa ou não. Praticamente 
metade  dos  entrevistados  (49,2%)  julga  a  organização  na  qual  trabalham  extremamente 
valorosa. Ao contrario de uma minoria tênue (2,5%), que pensa de maneira oposta.  
Também foi indagado se o respondente pensa que a empresa na qual trabalha é “forte” ou 
“fraca”. Mais uma vez percebem-se resultados positivos: 75,7% consideram-se parte de uma 
empresa forte, contra 8,6% que discordam desse grupo, ficando 9,6% sem tomar posição 
sobre o assunto. Quanto ao dinamismo da organização onde trabalha, a grande maioria dos 
respondentes (67,6%) afirmou que trabalha em um ambiente ativo. Julgam-no passivo 15,2% 
dos sujeitos, enquanto 11,2% ficaram neutros à questão.   
Também foi solicitado que os respondentes opinassem sobre o nível de tensão existente na 
empresa. As respostas não foram claras, pois houve um equilíbrio entre os lados opostos: 
17,8%  julgam-nas  completamente  tensas  e  17,3%,  totalmente  relaxadas.  O  maior  valor 
(28,9%) posicionou-se na opção “indiferente”. Este resultado pode ter origem na diversidade 
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Description:Indústrias do Setor Alimentício utilizando o Modelo ASH  RIZZATTI, Gerson; RIZZATTI JUNIOR, Gerson; SARTOR, Vicente Volnei de Bona.