Table Of ContentUNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
VÔLEI DE PRAIA: CONFIGURAÇÕES SOCIAIS DE UM
ESPORTE-ESPETÁCULO DE ALTO RENDIMENTO NO BRASIL
Autora: Marília Maciel Costa
Brasília, 2005
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
VÔLEI DE PRAIA: CONFIGURAÇÕES SOCIAIS DE UM
ESPORTE-ESPETÁCULO DE ALTO RENDIMENTO NO BRASIL
Autora: Marília Maciel Costa
Tese apresentada ao Departamento de Sociologia
da Universidade de Brasília/UnB como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Doutor em
Sociologia.
Brasília, dezembro de 2005
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA/ SOCIOLOGIA DO
ESPORTE
TESE DE DOUTORADO
VÔLEI DE PRAIA: CONFIGURAÇÕES SOCIAIS DE UM
ESPORTE-ESPETÁCULO DE ALTO RENDIMENTO NO BRASIL
Autora: Marília Maciel Costa
Orientador: Dr. Lúcio Brito Castelo Branco
Banca:
Professor Doutor Sadi Dal Roso (UnB)
Professora Doutora Lourdes Maria
Bandeira (UnB)
Professor Doutor Aldo Antonio de
Azevedo (UnB)
Professor Doutor Luiz Otávio Teles
Assumpção (UCB)
Professora Doutora (1º suplente) Maria
Salete Kern Machado (UnB)
Professor Doutor (2º suplente) Antônio
Flávio Testa (Senado/UnB)
SUMÁRIO
Resumo......................................................................................................................................IV
Abstract......................................................................................................................................VI
Resumé....................................................................................................................................VIII
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................1
CONTEXTUALIZAÇÃO.........................................................................................................11
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS DO VÔLEI DE PRAIA BRASILEIRO..........................22
Experiências anteriores à institucionalização do vôlei de praia no Brasil.................................25
CAPÍTULO 2
O “II HOLLYWOOD VOLLEY” E A ATUAÇÃO DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA
DE VOLEIBOL.........................................................................................................................32
CAPÍTULO 3
CRIAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE VÔLEI DE PRAIA DENTRO DA ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL DA CBV E A ATUAÇÃO JUNTO AOS AGENTES DO CAMPO...36
3.1 Criação do departamento e garantia de monopólio administrativo.................................37
3.1.1 A relação da CBV com os principais agentes do campo esportivo vôlei de praia...46
3.2 Presença marcante do Brasil no processo decisório dos órgãos internacionais..............64
3.3 A administração esportiva do Vôlei de Praia brasileiro e os novos paradigmas do esporte
moderno.................................................................................................................................67
3.4 O papel da pesquisa – um trabalho de base social...........................................................71
3.5 A divulgação contábil: a ferramenta que garante patrocinadores....................................73
3.6 Condições de treinamento – a fábrica.............................................................................74
3.7 Categoria de base – preocupação para se manter no pódio.............................................75
CAPÍTULO 4
A CRIAÇÃO DO CIRCUITO MUNDIAL DE VÔLEI DE PRAIA E A ATUAÇÃO DO
BRASIL.....................................................................................................................................79
156
CAPÍTULO 5
A CRIAÇÃO DO CIRCUITO NACIONAL DE DUPLAS DE VÔLEI DE PRAIA...............84
5.1 A entrada do Banco do Brasil no patrocínio da modalidade: as questões conjunturais..85
5.2 A estrutura de funcionamento do Circuito Nacional.......................................................91
5.3 Circunstâncias sociais favoráveis ao surgimento do patrocínio para a modalidade vôlei
de praia..................................................................................................................................95
5.4 Outros eventos oficiais..................................................................................................104
5.4.1 O Rei da Praia e a Rainha da Praia.........................................................................105
5.4.2 Copa Samsung Volley 4x4.....................................................................................106
CAPÍTULO 6
O PAPEL DO BRASIL NA INCLUSÃO DO VÔLEI DE PRAIA COMO ESPORTE
OLÍMPICO..............................................................................................................................107
CAPÍTULO 7
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................111
7.1 Discussão dos dados levantados e das entrevistas realizadas........................................115
7.1.1 A instalação de um departamento de vôlei de praia...............................................123
7.1.2 Forte divisão de funções sob uma coordenação única............................................126
7.1.3 O financiamento da modalidade via patrocínio......................................................127
7.1.4 O modelo do sistema de duplas..............................................................................128
7.1.5 Manual de funcionamento para a modalidade........................................................129
REFLEXÕES FINAIS.............................................................................................................141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................143
LISTA DE ANEXOS..............................................................................................................155
157
O desporto é, de fato, uma das maiores
invenções sociais que os seres humanos
realizaram sem o planejar.
Norbert Elias
O professor se liga à eternidade;
ele nunca sabe onde cessa sua influência.
Maria Montessori
II
AGRADECIMENTOS
Muitas pessoas me ajudaram na preparação deste trabalho. Tive a felicidade de contar
com meus familiares no decorrer de toda a pesquisa. Agradeço a meus pais, que sempre me
passaram um apreço maior pelos estudos, o que me instigaram à busca pelo conhecimento. A
meu marido, que, além de um leitor atento aos meus escritos, muito me poupou dos afazeres
domésticos, me permitindo dedicação maior às pesquisas; além do que, como grande
estrategista e engenheiro administrador que é, me auxiliou a montar planos de ação que
pudessem otimizar as investidas em prol dos objetivos traçados. A meus filhos e a meus
irmãos, pelos muitos gestos de incentivo durante a elaboração deste trabalho.
Ao meu orientador, pela colaboração e orientação pontual no decorrer da pesquisa,
com suas leituras críticas que me levaram a construir e reconstruir as idéias apresentadas, de
modo a me auxiliar a desenvolver uma postura crítica mais refinada diante dos dados
pesquisados. Neste trabalho de características teórica e empírica, o desafio da originalidade e
as dificuldades inerentes a este processo foi uma preocupação constante, tanto durante a coleta
de dados quanto durante as incursões ligadas ao mundo das idéias. Assim, foram-me muito
proveitosas as discussões diretas com ele, a leitura de seus artigos e os diversos materiais
sugeridos para consulta. Sua experiência me alertou para a importância da precisão dos
conceitos e da importância de peneirar os dados mais significativos para a pesquisa.
Aos professores do Departamento de Sociologia e, em especial, aos professores
membros da banca examinadora, pela prontidão em transmitir suas experiências e
conhecimentos. Na oportunidade da defesa do projeto de qualificação, tive o privilégio de
contar com sugestões valiosas, sendo grata aos membros da banca, ao professor Sadi e ao
professor Aldo, por vários comentários instrutivos e por suas boas sugestões as quais inseri no
presente trabalho. Refiro-me às sugestões bibliográficas e ás colocações relacionadas aos
rumos metodológicos a serem adotados, me colocando de forma mais direta diante do objeto e
ampliando o espectro de possibilidades que a sociologia oferece ao estudar as especificidades
de um fenômeno relevante.
A todos aqueles que de uma forma ou de outra contribuíram para o fornecimento das
informações imprescindíveis à conclusão do trabalho, entre os quais incluo atletas, dirigentes e
III
funcionários de vários órgãos que forneceram informações valiosas para a pesquisa. Em
particular, à CBV, meu especial agradecimento pela disponibilização de documentos e dados
únicos, que potencializaram minha chance de trilhar o caminho da originalidade. À biblioteca
do COB pela presteza no atendimento. Homens compromissados, portando agendas lotadas,
não deixaram de me atender e colocar á disposição do trabalho suas vastas experiências
ligadas ao fenômeno social estudado, como Guilherme Marques, Fernando Tovar, Carlos
Arthur Nuzman, Ary Graça, José Augusto e Orlando Ferracciolli.
O desenvolvimento do presente trabalho me trouxe um desafio intelectual
particularmente estimulante: as descobertas que o mundo da pesquisa proporciona.
IV
RESUMO
O objetivo do estudo foi resgatar e discutir a estruturação do vôlei de praia como produção de
esporte de alto rendimento no Brasil. Após situá-lo no momento da modernidade, começou-se
por levantar dados do esporte ainda quando amador; em seguida, procurou-se resgatar os fatos
que foram marcantes para que o esporte passasse de amador a profissional, até chegar à
realidade atual. Foram feitas análises documentais, visitas a diferentes sites, entrevistas e
recortes de noticiários para proceder a uma investigação que permitisse visualizar se de fato o
vôlei de praia representa a “cultura profissional” dentro dos novos paradigmas do esporte
moderno e que processo o levou, ou não, à inserção nesse modelo. As atenções foram
concentradas no período de 1986 a 2004, por ter sido o ano de 1986 aquele em que a
Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) passou a gerenciar o esporte no âmbito nacional e
exercer o monopólio. Assim, sob sua gerência, ressaltou-se, em primeiro lugar, o processo de
consolidação gerencial da CBV, por meio da criação de um departamento de vôlei de praia e
de um manual normativo da prática da modalidade no País. A partir daí, foi importante
verificar como a atuação da CBV foi incisiva na formação e na organização do Circuito
Mundial, a maior competição internacional da modalidade. A criação do Circuito Nacional,
em 1991, efetivado graças ao contrato de patrocínio firmado entre a Confederação e o Banco
do Brasil, foi uma análise fundamental para se perceber como ocorreu a espetacularização e a
mercantilização da modalidade. Outro fato que auxiliou no conhecimento do processo foi a
possibilidade de verificar o empenho do Brasil para tornar o vôlei de praia um esporte
olímpico, o que ocorreu em 1993, potencializando o poder de decisão do país diante das
principais decisões mundiais da modalidade. Procurou-se verificar, durante o levantamento
dos dados coletados, a forma e os valores que predominavam no ambiente social em que se
desenvolvia essa modalidade. Para isso, foram focadas as relações que se processavam no
decorrer de sua estruturação e procurou-se checar o grau de influência que elas sofreram
diante das mudanças estruturais capitalistas e de novas situações conjunturais. Concluiu-se que
V
o vôlei de praia brasileiro, na verdade, mesmo apresentando problemas inerentes à própria
condição de esporte de alto rendimento, e mesmo diante das muitas adversidades que enfrenta
no cenário social nacional, tem ocorrido com base nos valores ditados pelo “profissionalismo”,
suplantando os valores de uma cultura “amadorística” e tradicional, predominante no universo
esportivo nacional.
Description:idéia da pluralidade de pessoas interconectadas de maneira dinâmica, formando verdadeiras teias. Segundo o pesquisador, existe a necessidade de se criar entrevista à ESPN, Nuzman explicou como foi a campanha para tal feito: Isso se deu após os jogos olímpicos de Moscou, em 1980, quando