Table Of Contentlista (o sionismo) se bene- Nosso mais sincero desejo é que sejam cons- O MARCELO BUZETTO
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fi ciaram dessa decisão, e truídas as condições necessárias para que, T A Questão Palestina conti-
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criaram o Estado de Israel, num futuro, todos possam viver num Estado úni- Z nua despertando diferentes
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em maio de 1948. A partir co, laico e democrático em toda a Palestina histó- B interpretações. Preconceito
daí começa o drama dos re- rica. O povo palestino quer viver numa sociedade O e desconhecimento acom-
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fugiados palestinos, expul- sem racismo, sem discriminação, sem apartheid, E panham inúmeras refl e-
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sos de suas terras, vilas, sem limpeza étnica, sem sionismo, sem colonia- R xões sobre o confl ito. Com
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casas, cidades pela força lismo, com igualdade de direitos para todos os M uma localização geográfi -
da violência do autointitu- cidadãos, independente de sua religião, crença ca estratégica, a Palestina
lado “Exército de Defesa de ou opinião política. Não queremos mais ver civis sempre esteve no centro de
Israel”. Depois de décadas mortos e feridos, de ambos os lados, e não que- disputas entre as potências
de resistência legítima con- remos ver o prolongamento do confl ito, mas tudo regionais e/ou mundiais.
tra a ocupação israelense, isso depende do fi m da ocupação israelense, que Interesses econômicos e ge-
entre 1988 e 1993 tem iní- poderia ter início com o cumprimento de todas opolíticos no Mundo Árabe,
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cio as “negociações de paz” as Resoluções da ONU sobre a questão palestina N no Mediterrâneo e no cha-
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que resultam nos Acordos por parte do governo de Israel. T mado Oriente Médio tam-
de Oslo (1993/1994), crian- S bém tem envolvido a Pales-
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do a Autoridade Palestina, tina. Mas qual é a origem
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suposto “governo” autôno- A da Guerra da Palestina?
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mo. Depois de 67 anos de Quais são os motivos que
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ocupação e 22 anos dos fra- impediram a constituição
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cassados Acordos de Oslo, de um Estado da Palestina
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A QUESTÃO
será que ainda é possível S independente, laico e demo-
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acreditar na solução de dois crático ao longo do século
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Estados? É o que este livro Q XX? Em 29/11/1947, sem
pretende discutir. consulta à população nati-
A PALESTINA
va, a ONU decidiu aprovar
o Plano de Partilha da Pa-
lestina, que sugere a cria-
ção de dois Estados, um
GUERRA, POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
“Judeu” e um “Árabe”. Mas
a ONU tinha soberania so-
bre a Palestina? Membros
de um movimento colonia-
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A QUESTÃO PALESTINA
Guerra, política e relações
internacionais
MARCELO BUZETTO
A QUESTÃO PALESTINA
Guerra, política e relações
internacionais
1ª edição
EXPRESSÃO POPULAR
São Paulo • 2015
Copyright © 2015, by Editora Expressão Popular
Revisão
Cecília Luedemann
Projeto gráfico, diagramação e capa
ZAP Design
Impressão e acabamento
Santuário
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada
ou reproduzida sem a autorização da editora.
1ª edição: novembro de 2015
2ª reimpressão: outubro de 2019
EDITORA EXPRESSÃO POPULAR
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SUMÁRIO
Um livro que é uma homenagem aos prisioneiros políticos palestinos.
Libertar os prisioneiros é libertar a Palestina da ocupação israelense! ...........13
Abla Remawi Sa’adat
Prefácio ............................................................................................................19
Sérgio Yahni
Introdução .......................................................................................................27
Sionismo, imperialismo e relações internacionais:
a questão palestina e os desafios da esquerda .................................................43
Impressões de uma viagem à Palestina ...........................................................77
A Batalha de Gaza: Israel contra o direito internacional (mais uma vez) .....89
Eleições em “Israel”: o resultado é, mais uma vez, um governo
antidemocrático, colonialista e racista ...........................................................123
ENTREVISTAS
MST e Via Campesina: solidariedade com a heroica resistência popular ......131
Por Thamiris Magalhães
Existe uma rebelião popular em pleno desenvolvimento na Palestina ...........143
Liderando, da prisão, o fim das negociações e a
reconstrução da Resistência: entrevista com Ahmad Sa’adat ........................151
Na Palestina, FPLP combina a luta de libertação nacional com
a luta pelo socialismo ......................................................................................165
Por Marcelo Buzetto e Guilherme Henrique Guilherme
ANEXOS
Layla e Samir: os sonhos de duas crianças na Palestina .................................181
Marcelo Buzetto
Via Campesina Brasil em defesa do povo palestino: pelo fim da
ocupação israelense na palestina! Paz, justiça e independência
nacional para o povo palestino! ......................................................................189
Via Campesina Brasil
Carta de Ahmad Sa’adat ao Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra: Vitória aos oprimidos! .......................................................195
Carta do MST ao companheiro Ahmad Sa’adat – Secretário-Geral
da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) ..............................199
O povo palestino tem o direito de resistir e lutar contra
a ocupação israelesnse .....................................................................................203
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
MAPAS ...........................................................................................................205
Declaração de Independência da Palestina (15 de Novembro de 1988) ........215
Sobre o autor ...................................................................................................223
Em memória de Ali Dawabcheh, 1 ano e meio
de idade, morto queimado durante ataque de
colonos sionistas à Aldeia de Duma, Palestina,
em 31 de julho de 2015
Dedico este livro a:
Ahmad Sa’adat, Marwan Barghouti,
Khalida Jarrar, Majd Ziadeh e todos os
presos políticos palestinos que lutam contra
a ocupação israelense
Meu filho, João Marcelo, pelo carinho, pelo
companheirismo e pela sua capacidade de
se indignar diante das injustiças
(...) os países árabes ao redor da Palestina jogavam
dois papéis conflitivos entre si: por um lado, o mo-
vimento de massas pan-árabe servia de catalisador
do espírito revolucionário das massas palestinas, já
que existia uma relação dialética entre os palestinos
e as lutas árabes em geral. Por outro lado, os regimes
estabelecidos nos países árabes faziam de tudo para
impedir e minar o movimento de massas palestino. O
conflito cada vez mais agudo na Palestina ameaçava
contribuir para o desenvolvimento mais violento da
luta nesses países, criando um potencial revolucioná-
rio que suas classes dirigentes não podiam desprezar.
Ghassan Kanafani,
A revolta de 1936-1939 na Palestina
A liderança de Arafat é de caráter estritamente
personalista. Toda a estrutura dos Acordos de Oslo
é resultado de uma decisão pessoal de Arafat (...)
Desde o começo da revolução palestina, o problema
sempre foi a liderança personalista de Arafat. Desde
o começo nós denunciamos os riscos desta condução
personalista e os danos que foram produzidos, sobre-
tudo em um novo cenário caracterizado pelo fim da
URSS e pela derrota árabe frente aos sionistas, que
tem aproveitado a oportunidade para realizar seus
objetivos. Nesse contexto a aprovação dos Acordos
de Oslo tem piorado a relação de forças na Palestina
como a nível internacional, deixando vazia a con-
quista de direitos, às vezes elementares, alcançados
por nosso povo com tantos sacrifícios. Por isso nós
seguiremos nossa luta revolucionária, a Intifada, até
que consigamos mudar esta relação de forças.
George Habash, uma das principais lideranças da
Revolução Palestina. Médico, de família cristã,
foi fundador e Secretário-Geral da Frente Popular
para a Libertação da Palestina (FPLP)