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Universidade Federal de Juiz de Fora
Pós-Graduação em Ciência da Religião
Mestrado em Ciência da Religião
Monica Giraldo Hortegas
O SI-MESMO, DEUS E A ANIMA MUNDI: A IMPORTÂNCIA DA
PSICOLOGIA DA MANDALA NA OBRA DE CARL GUSTAV JUNG
Juiz de Fora
2016
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Monica Giraldo Hortegas
O si-mesmo, Deus e a anima mundi: a importância da psicologia da mandala na
obra de Carl Gustav Jung
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Ciência da Religião, área de
concentração: Filosofia da Religião, da
Universidade Federal de Juiz de Fora, como
requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Sidnei Vilmar Noé
Juiz de Fora
2016
Ficha catalográfica elaborada através do programa de geração
automática da Biblioteca Universitária da UFJF,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Hortegas, Monica Giraldo.
O si-mesmo, Deus e a anima mundi : a importância da
psicologia da mandala na obra de Carl Gustav Jung / Monica
Giraldo Hortegas. -- 2016.
155 p. : il.
Orientador: Sidnei Vilmar Noé
Dissertação (mestrado acadêmico) - Universidade Federal de
Juiz de Fora, Instituto de Ciências Humanas. Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Religião, 2016.
1. psicologia da mandala. 2. Carl Gustav Jung. 3. si-
mesmo. 4. Deus. 5. anima mundi. I. Noé, Sidnei Vilmar ,
orient. II. Título.
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Monica Giraldo Hortegas
O si-mesmo, Deus e a anima mundi: a importância da psicologia da mandala na
obra de Carl Gustav Jung
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciência da Religião,
Área de Concentração em Filosofia da
Religião, do Instituto de Ciências
Humanas da Universidade Federal de Juiz
de Fora como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Ciência
da Religião.
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Sidnei Vilmar Noé (Orientador)
Universidade Federal de Juiz de Fora
_____________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Gross
Universidade Federal de Juiz de Fora
_____________________________________________
Prof. Dr. Walter Melo Júnior
Universidade Federal de São João del-Rei
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Para minha mãe Isabel
Para meus filhos Victor, Clara, Melissa e David
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AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador prof. Dr. Sidnei Vilmar Noé, pelo cuidado ao longo destes dois anos,
atento até a última vírgula do meu trabalho.
Aos professores participantes da banca, pela leitura cuidadosa e crítica pertinente.
Aos amigos que ao longo da jornada leram e comentaram meu trabalho. Em especial a
Carina Martins, Marcelo Viegas e Bruno Portela que estiveram do meu lado,
acreditando, desde as primeiras linhas do meu projeto.
Aos professores Carlos Bernardi, Henrique Pereira, Jorge Braga e Paulo Bonfatti, pelas
orientações de psicologia junguiana.
Aos colegas do grupo de estudos, Douglas, Marcos, Tatiene e Alciane que mantiveram
as discussões acadêmicas ao longo de todo o percurso.
A Carolina Duarte por me incentivar a me inscrever no mestrado em Ciência da
Religião.
Aos professores que tive a honra de fazer parte das salas de aula: prof. Dr. Eduardo
Gross, prof. Dr. Faustino Teixeira, prof. Dr. Jonas Ross.
Aos colegas de mestrado, sempre dispostos em ajudar e compartilhar conhecimento. Em
especial a Ivan Bilheiro, sempre disposto a tirar minhas (muitas) dúvidas.
Ao secretário Antonio, sempre disponível para tirar dúvidas e providenciar a
documentação necessária.
A minha mãe e filhos, fundamentais.
A minha irmã, apoio de perto e de longe.
A Brian, que ao longo destes dois anos, caminhou comigo, lado a lado.
A Andrea, ombro amigo.
À Universidade Federal de Juiz de Fora e ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Religião.
Ao CES, por facilitar a pesquisa de livros junguianos em sua biblioteca.
A CAPES, órgão financiador do projeto.
Gratidão a todos vocês.
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DEUS
Em tempos remotos, quando a primeira trepidação da fala me chegou aos lábios, subi a
montanha sagrada e conversei com Deus, dizendo: Senhor, sou vosso escravo. Vossa
vontade oculta é minha lei e vos obedecerei eternamente.
Mas Deus não respondeu e passou por mim como uma tempestade violenta.
Mil anos depois, voltei a subir a montanha sagrada e falei de novo com Deus, dizendo:
Criador, sou vossa criatura. Com barro me fizestes e a vós devo tudo o que sou.
Mas Deus não me respondeu e passou por mim como mil asas velozes.
Depois de mil anos, subi a montanha sagrada e falei de novo com Deus:
Pai, sou vosso filho. Com amor e compaixão me destes a vida e com amor e adoração
vou herdar vosso reino.
Mas Deus não me respondeu e passou por mim como os véus da neblina das montanhas
distantes.
Passados outros mil anos, subi a montanha sagrada e me dirigi novamente a Deus,
dizendo:
Meu Deus, meu alvo e minha plenitude, sou vosso ontem e vós sois meu amanhã. Sou
vossa raiz na terra e vós sois minha flor no céu, e juntos crescemos diante da face do
sol.
Então Deus se inclinou para mim e sussurrou em meus ouvidos palavras doces e, como
o mar que abraça um riacho que nele deságua, ele me abraçou.
E, quando desci para os vales e as planícies, Deus também estava lá.
Gibran Khalil Gibran
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RESUMO
A psicologia da mandala tem importância na obra de Carl Gustav Jung. A partir dela,
pode-se perceber até onde vão os limites dos conceitos de si-mesmo, Deus e anima
mundi na teoria junguiana. Para desenvolver este tema, há nitidamente influência da
gnose, alquimia, autores místicos, taoísmo chinês, yoga kundalini. Jung bebeu na fonte
de diversas áreas do saber, e produziu com singularidade e originalidade o conceito de
mandala. A importância não está em admirar imagens mandálicas prontas ou copiá-las.
No processo de integração entre o consciente e o inconsciente, estas imagens surgem
naturalmente, evidenciando integração da personalidade, amadurecimento e a busca da
totalidade do ser. O ser, a partir da psicologia da mandala, é em Deus. Um Deus que
está além do Deus pessoal. É a própria deidade. E, a partir dele, o si-mesmo rompe com
as barreiras egóicas e se estende ao outro e ao mundo, entendido aqui como anima
mundi. Tornar-se si-mesmo é tornar-se simples. É compreender a vida pelo coração.
Palavras-chave: psicologia da mandala; Carl Gustav Jung; si-mesmo; Deus; anima
mundi.
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ABSTRACT
The psychology of the mandala has its importance in the work of Carl Gustav Jung.
From it, one can understand the limits of the concepts of Self, God and anima mundi in
Jungian theory. To develop this theme, there were clearly influence of gnosticism,
alchemy, mystical authors, chinese taoism, kundalini yoga. Jung drank from the
fountain of diverse disciplines, and produced with uniqueness and originality the
concept of the mandala. The importance is not to admire mandalic images or copy them.
In the process of integration between the conscious and the unconscious, these images
come naturally, showing integration of the personality, maturity and the pursuit of the
wholeness of being. Being, from the psychology of the mandala, is in God. A God who
is beyond the personal God. It is the very deity. And from it, the self breaks the egoic
barriers and extends itself to the other and to the world, understood here as the anima
mundi. To become the self is to find simplicity. It is to understand life by the heart.
Key-words: psychology of the mandala; Carl Gustav Jung; self; God, anima mundi.
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................
10
CAPÍTULO 2: DA MANDALA HISTÓRICA À MANDALA MODERNA ........
16
2.1 MANDALA HISTÓRICA ................................................................................. 17
2.1.1 A utilização da mandala em diferentes culturas e tradições religiosas ......
17
2.1.2 A geometria sagrada ....................................................................................... 24
2.1.3 A importância das imagens sagradas ........................................................... 29
2.2 O VAZIO DO CENTRO DA MANDALA ....................................................... 32
2.2.1 O esvaziamento ...............................................................................................
32
2.2.2 Nietzsche, Zaratustra e a morte de Deus ......................................................
37
2.2.2.1 Da inflação do ego..........................................................................................
40
2.2.2.2 Da manjedoura ..............................................................................................
42
2.3 MANDALA MODERNA ................................................................................... 43
2.3.1 A estrutura da mandala individual ...............................................................
43
2.3.2 Mandala e equilíbrio da psique ......................................................................
46
2.3.3 Mandala e o processo de individuação ..........................................................
48
2.3.4 Mandala, si-mesmo e imagem de Deus .........................................................
50
2.3.4.1 Si-mesmo ........................................................................................................
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Description:gnose, alquimia, autores místicos, taoísmo chinês, yoga kundalini. alchemy, mystical authors, chinese taoism, kundalini yoga. ALIGHIERI, Dante. The Divine Comedy. Tradução de Henry Wadsworth Longfellow. The Electronic Classics Series, PSU-Hazleton: Pennsylvania State University, [20--].