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Introdução ao Risco Político -
Conceitos, análises e problemas
CA LO 6
Introdução ao Risco Político -
Conceitos, análises e problemas
Moisés Marques e Flávio Rocha
© 2014, Elsevier Editora Ltda.
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ISBN 978-85-352-7325-0
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M319i
Marques, Moisés
Introdução ao Risco Político : conceitos, análises e problemas / Moisés Marques, Flávio Rocha.
- 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2014.
23 cm.
ISBN 978-85-352-7325-0
1. Relações internacionais. 2. Política internacional. I. Rocha, Flávio. II. Título.
14-11175 CDD: 662.6
CDU: 662.7
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Os Autores
ALDO FORNAZIERI é graduado em Física, com pós-graduação
em Filosofia e mestrado e doutorado em Ciência Política pela USP.
Atualmente é diretor acadêmico e professor da Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
ANDRÉ ACCORSI é engenheiro pela Politécnica/USP e mestre
e doutor em Administração pela Faculdade de Economia, Adminis-
tração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).
É professor na Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) e na Es-
cola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/SP), na área de
Finanças, com experiência em instituições financeiras e também no
Banco Central do Brasil.
FLÁVIO ROCHA DE OLIVEIRA é graduado em Ciências Sociais
pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado e doutorado
em Ciência Política também pela USP. Atualmente é professor no
bacharelado em Relações Internacionais na Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp).
GEORGE ABDUL-HAK é especialista em Negociações Econô-
micas Internacionais, pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” (UNESP) e possui experiência profissional na análise
INTRODUÇÃO AO RISCO POLÍTICO
de cenários político-institucional e econômico, gerenciamento de
riscos e delineamento de estratégias, em multinacionais de diversos
setores. Graduado em Relações Internacionais pela Pontifícia Univer-
sidade de São Paulo (PUC/SP) e com MBA em Gestão de Negócios
pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), se dedica
ao estudo do Risco Político e das possíveis soluções que as empresas
podem adotar para lidar com ele.
MOISÉS DA SILVA MARQUES é tecnólogo, engenheiro civil e
cientista social. Possui MBA Controller e mestrado e doutorado em
Política Internacional pela USP. É professor na Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e na Faculdade Santa
Marcelina (FASM/SP), e pesquisador, palestrante e consultor, na
área de Relações Internacionais, Políticas Públicas e Risco Político.
Durante 25 anos foi profissional do mercado financeiro e é autor e
coautor de livros e artigos nessas áreas.
RICARDO K. YWATA é graduado em Ciências Sociais pela Univer-
sidade de São Paulo (USP), especialista em Política Internacional pela
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP),
possui MBA em Administração de Empresas pelo Instituto de Ensino
e Pesquisa (Insper/SP), mestre e doutor em Ciências Sociais/Relações
Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC/SP), com estágio-sanduíche em Sciences Po na Universidade
de Bordeaux, França, com bolsa Capes. Atualmente é professor de
Relações Internacionais no Centro Universitário SENAC-SP. Em
2012, publicou o livro Ordem mundial e agências de rating – o Brasil e
as agências na era global (1996-2010).
VI
INTRODUÇÃO
Um desafio conjunto
para entender um velho
conhecido
á pelo menos 15 anos, começamos a nos interessar pelos cha-
H
mados riscos políticos, suas causas, incidências, potenciais e
consequências. Esse período, em linhas gerais, coincide com o esforço
que algumas empresas no Brasil, principalmente as da área financeira,
começaram a fazer no sentido de tentar implementar áreas integradas
de gerenciamento de risco. O final da década de 1990 conheceu um
emaranhado de crises econômicas, que tornavam a América Latina
ou a Ásia grandes áreas indistintas em que grassava o efeito contágio.
Nosso objetivo sempre foi amalgamar o conhecimento científico,
necessário em nossas trajetórias de pesquisadores, professores, pales-
trantes, gestores e consultores, com a aplicabilidade prática de alguns
conceitos e modelos. Sempre acreditamos que o conhecimento que se
limita ao mundo acadêmico carece de um encontro com a realidade
prática para se fazer valer. Surgiu disso nosso interesse em tentar
entender o risco político e, ao mesmo tempo, buscar alternativas para
mapeá-lo e, se possível, antecipá-lo. Nisso, não nos distanciamos de
um clássico de 500 anos, denominado O Príncipe, de Maquiavel, que
INTRODUÇÃO AO RISCO POLÍTICO
pregava aos governantes não se fiarem em estados imaginários, mas
sim no mundo real.
O risco político sempre se constituiu em um grande desafio para
todos os que tentam compreendê-lo. Acima de tudo, por lidar com
questões que envolvem o ser humano e todas as suas veleidades, a
previsibilidade e a capacidade de construir modelos que desenhem um
futuro são bastante limitadas. Quando lidamos com riscos de mercado,
de crédito e mesmo operacionais temos, em geral, alguma base de
dados, que, em conjunto com técnicas e metodologias adequadas,
podem nos proporcionar certa predição, pois podem se repetir em
determinadas conjunturas. No entanto, quando tratamos do risco
político, temos maiores dificuldades, pois o ser humano envolvido
nas questões políticas, como nos relembra Norberto Bobbio, é um
animal ideológico, teleológico e simbólico. Ou seja, já havíamos sido
alertados por Maquiavel que, em política, às vezes a aparência pode
valer mais do que a essência.
Além disso, a esfera da política permite uma moralidade mais
específica, que foge daquilo que computamos como condenável ou
louvável pelos critérios básicos da razão humana. Um comportamento
inesperado é perfeitamente aceitável na política, o que gera alianças
inusitadas, conluios palacianos ou, parafraseando Samuel Huntington,
que o amigo de hoje se torne o inimigo de amanhã.
Este livro nasce de incursões que fizemos pelo mundo do risco
político, desde livros e teses que tratam sobre o assunto, até tentativas
de modelagem estatística, passando também pela verificação in loco de
episódios ruidosos, como foi o caso do capítulo referente à naciona-
lização da Repsol-YPF, na Argentina. Ademais, alguns dos autores
envolvidos, estiveram, nos anos recentes, lecionando ou debatendo
aspectos referentes a riscos em geral, ou ao risco político em parti-
cular. O que se viu, durante esse tempo, foi uma intensa procura por
modelos que pudessem definitivamente “enquadrar” o risco político e
viii
UM DESAFIO CONJUNTO PARA ENTENDER UM VELHO CONHECIDO
o certo desapontamento dos analistas, quando percebem a dificuldade
em mensurá-lo e, principalmente, prevê-lo. Aliás, enquanto os demais
riscos parecem fadados a serem gerenciados a partir de modelos es-
tatísticos que analisam o passado e as séries temporais, o risco político
parece um rebelde não emoldurável que hesita em aceitar peias e
aparece nas situações mais inusitadas.
Por isso, resolvemos organizar o presente livro, arregimentando
para essa tarefa alguns de nossos companheiros de jornada, que têm
tentado lidar com a aridez do tema e, por conseguinte, ajustar suas
jornadas profissionais, com o estudo sério e dedicado de conjunturas,
cenários e riscos. Cada um deles, de forma concisa, tentou contribuir
para que procedêssemos a um primeiro arranjo do estado da arte.
Ao agrupar esses trabalhos, percebemos que ganhava forma de fato
um dos primeiros trabalhos organizados em língua portuguesa que
se propunha a tentar um esforço no sentido de compreender, sem
exaurir, o denominado risco político.
No primeiro capítulo, Aldo Fornazieri já deixa patente a dificul-
dade da empreitada. Como ele mesmo disse, o trabalho de discutir
análise de conjuntura política levou-o a caminhos imprevisíveis, em
que, revisitando meticulosamente textos clássicos e contemporâneos,
procurou proceder a uma leitura da realidade em movimento. Lem-
brando sempre que o imprevisto é um dos elementos mais cons-
tantes na análise política, Fornazieri nos apresenta a necessidade de
retomar conceitos como os de Estado, governo, parlamento, Judiciário,
partidos, sociedade civil e sistema cultural, para começarmos a com-
preender a política. Dada a inexistência de um método assentado para
a análise de conjuntura na política, o autor tenta nos mostrar quais
seriam as variáveis que mais poderiam impactar tal estudo.
A seguir, André Accorsi, especialista em questões financeiras, nos
apresenta de forma sintética e pedagógica uma primeira aproximação
com os conceitos de risco e, principalmente, as suas diversas formas de
ix
INTRODUÇÃO AO RISCO POLÍTICO
aparição. Accorsi demonstra que desde que o risco passou a ser ma-
téria passível de mensuração e gestão, todos buscaram domá-lo, mas
que a antiga relação risco/retorno ainda conta. Isto é, corremos riscos,
às vezes muito altos, porque os retornos podem ser compensadores,
e isto parece inerente à ambição humana. Portanto, passou-se, nos
últimos anos, a tomar por pressuposto que riscos são inerentes à ação
e à condição humana e que se deve buscar uma forma de mitigá-los.
No terceiro capítulo, finalmente, Flávio Rocha nos apresenta o
risco político propriamente dito. Ao conceituá-lo e problematizá-lo,
o autor mostra como o fenômeno que ficou conhecido popularmente
como globalização iluminou ainda mais a existência desses riscos
e como estes estão interligados às transformações sociais mais recentes.
Além disso, o texto demonstra de que maneira, desde os primórdios
da tentativa de transformar a política em ciência, houve a preocupação
de entender e classificar os atos políticos.
Ricardo Ywata nos brinda no capítulo seguinte com uma análise
dos agentes privados que tentaram e ainda tentam mensurar parte
desses riscos, os chamados risco país e risco soberano. Especialista que
é no assunto de agências de classificação de risco, Ywata demonstra
como as agências surgiram e quais seus limites e possibilidades, além
do poder incrível que chegaram a conhecer, a ponto de o jornalista
Thomas Friedman ter dito jocosamente que existem duas formas de
destruir um país, sendo uma pelos armamentos nucleares e outra
pelo rebaixamento de suas notas de classificação de risco. Ao final,
o autor sintetiza as críticas que têm surgido a esses “controladores
incontrolados”.
Se o capítulo anterior inaugura a discussão de modelos de men-
suração, George Abdul-Hak aglutina sua formação acadêmica com
o trabalho em consultorias na área de risco para mapear os modelos
de avaliação e gerenciamento, particularmente do risco político. Ao
mapear os modelos existentes e principais variáveis para a definição
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Description:O risco político é profundamente perceptível, porém pouco previsível. Nacionalizações, expropriações, conflitos políticos e armados, terrorismo, bloqueios econômicos e tantos outros sinais dele aparecem fortemente na era global, mas sempre causam surpresa e dificuldades em lidar com seus