Table Of ContentDiscurso e mudanga socia
FUNDAC&O UNTVERSIDADE DE BRASILIA
Relior
Lauro Morhy Norman Fairclough
Vice-Re if or
Timothy Martin Mulholland
EDITORA UNIVERSIDADE DE BRASILIA
Diretor
Alexandre Lima
CONSELHO EDITORIAL Discurso e mudan^a social
Airton Lugarinho de Lima Camara.
Alexandra Lima, Elizabeth Cancelli. Estevao Chaves de
Rezende Martins. Henryk Siewierski, Jose Maria Conceives de
Almeida Junior, Moema Malheiros Pontes, Reinhardt Adolfo
Fuck, Sergio Paulo Rouanet e Sylvia Ficher
, ,- : -. Izabcl Haggles |
Revisao tecnica e prefacio fi ediqao brasileira
Izabel Magalhaes
40 anos
Editors Untvmldadf lie Brasilia EDITORA
Equipe editorial: Airton Lugarinho (Supervisao editorial); Rejane de
Meneses (Acompanhamento editorial); Izabel Magalhaes, Andre R. N.
Martins, Carla Rosane Zorio, Celia M. L. Mota, Janaina Saraiva de
Aquino, Josenia Vicira, Maria Christina Diniz Leal, Sandra da Rocha
M. de Oliveira (Equipe de traducao); Gilvam Joaquim Cosmo e Wilma
Conceives Rosas Saltarelli (Preparacao de originals, revisao e indicc):
Eugenio Felix Braga (Editoracao elelronica): Wagner Soares (Qipa).
Titulo original: Discourse and social change
Copyright © 1992 by Norman Fairclough
Copyright © 2001 by Editora Universidade de Brasilia, pela traducao
Impresso no Brasil ** ** B * 3 ' ^
Direitos exclusivos para esta edigao:
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armazenada ou reproduzida por qualquer meio sem a autorizagao por cs-
crito da Editora.
Ficlia catalografica elaborada pela
Biblioteca Central da Universidade de Brasilia
Fairclough, Norman
F165 Discurso e mudan^a social / Norman Fairclough; Iza-
bel Magalhaes, coordenadora da traducao, revisao tecnica
e prefacio. - Brasilia : Editora Universidade de Brasilia.
2001.
316 p.
Tradugao de : Discourse and social change.
ISBN 85-230-0614-1
Para minha mae, e em memoria de meu pai.
1. Sociolingtiistica. 2. Analise do tliscurso. 3. Mudan-
ca social. I. Magalhaes, Izabel. 11. Tftulo.
CDU 801
801:30.1
Sumario
PREFACIO A EDICAO BRASILEIRA, 11
AGRADECIMENTOS, 15
PREFACIO, 17
INTRODUCAO, 19
CAPITULO 1
ABORDAGENS DA ANALISE DE DISCURSO, 31
Sinclair e Coulthard, 32
Analise da conversacao, 36
Labov e Fanshel, 40
Potter e Wetherell, 44
.* Lingtiistica critica, 46
Pecheux, 51
Conclusao, 57
___C^APITULO 2
MICHEL FOUCAULT E A ANALISE DE DISCURSO, 61
Os trabalhos arqueologicos de Foucault, 64
A formagao dos objetos, 65
—-t> A formagao de modalidades enunciativas, 68
=—^ A forma^ao de conceitos, 70
—T? A forma^ao de estrategias, 73
Da arqueologia a genealogia, 74
Foucault e a analise de discurso textualmente orientada, 81
Norman Fairclough Sum a no
CAPITULO 3 CAPITULO 6
TEORIA SOCIAL DO DISCURSO, 89 ANALISE TEXTUAL: A CONSTRUCAO DA REALIDADE SOCIAL, 211
Discurso, 89 [Collectives e argument ae,ao, 212
Discurso como texto, 101 I Transitividade e tema, 221
Pratica discursive, 106 Significado das palavras, 230
Fbiscurso como pratica social: ideologia e hegemonia, 116 Criagao de palavras, 236
Mudanga discursiva, 126 Metafora,241
Conclusao, 130 Conclusao, 245
k
CAPITULO 4 CAPITULO 7
INTERTEXTUALIDADE, 133 DISCURSO E ATUDANCA SOCIAL NAS SOCIEDADES
CONTEMPORANEAS, 247
Exemplo 1: Reportagem de jornal, 138
Exemplo 2: Urn guia para os portadores de carlao do banco Democratizacao, 248
Barclay, 148 Comodificagao, 255
Intertextualidade manifesta, 152 Tecnologizagao, 264
Intertextualidade e transformacoes, 166 Produziudo sentido das tendencias, 268
Intertextualidade, coerencia e sujeitos, 170 Conclusao: modelos relevantes de discurso, 272
CAPITULO 5 CAPITULO 8
ANALISE TEXTUAL: A CONSTRUCAO DAS RELACOES SOCIAIS A PRATICA DA ANALISE DE DISCURSO, 275
EDO'EU', 175 Os dados, 276
Exemplo 1: Entrevista medica 'padrao;, 176 Analise, 282
Exemplo 2: Entrevista medica alternativa, 183 Resultados. 291
Exemplo 3: Narrativa conversational, 189
Car act en's ticas de controle interacional, 192
REFERENCES BIBLIOGRAFICAS, 295
Tomada de turno, 192
Estruturas de troca, 193 INDICE,307
Controle de topicos, 195
Determinacao e poJiciamenlo de agendas, 196
Formulagao, 198
Modalidade, 199
Polidez, 203
Ethos, 207
Conclusao, 209
Prefacio a edi^ao brasileira
Conheci Norman Fairclough na Universidade de Lancaster.
Gra-Bretanha, em 1975. Em 1988, ele visitou a Universidade de
Brasilia a meu convite, para ministrar o curso Linguagem, Poder e
Ideologia. Durante a visita, discutimos a ideia de um convenio de
pesquisa internacional entre a Universidade de Brasilia e a Univer-
sidade de Lancaster. 0 convenio recebeu apoio do Conselho Brita-
nico e da Capes, em 1991. Fairclough visitou a Universidade de
Brasilia novamente em 1994 e em 1998. A traducao desta obra e
produto do convenio e uma realizacao do Grupo de Pesquisa de
Linguagem e Ideologia da Universidade de Brasilia.
0 trabalho de Fairclough e conhecido no mundo inteiro, re-
presentando uma significativa contrihuigao da lingiifstica brilanica
do final do seculo XX, que tern iufluenciado um grande numero de
pesquisadores, lanto estudiosos da linguagem como de disciplinas
afins. A Teoria Social do Discurso, que o autor apresenta no Ca-
pitulo 3, tern em comum com a Escola Francesa de Analise de Dis-
curso a dimensao critica do olhar sobre a linguagem como pratica
social. Entretanto, a teoria de Fairclough e inovadora quando pro-
poe examinar em profundidade nao apenas o papel da linguagem
na reprodugao das praticas sociais e das ideologias, mas tambem
seu papel fundamental na transformagao social.
Isso e possivel na teoria de Fairclough porque ela e dialetica
na medida em que considera o discurso. por um lado, moldado
pela estrutura social e, por outro, constitutivo da estrutura social:
O discurso contribui para a constituigao de todas as dimeasocs da
eslrutura social que, direta cm indiretamente, o moklani e restrin-
gein: suas proprias normas e convencoes e tambem as relac.oes, as
identidades e as instituic.6cs que I he sao subjacentes (cf. Capftulo 3).
12 Norman Fairclough Discurso e mudan^a social 13
A]em disso, a teoria de Fairclough resgata o conceito de 'in- masculino generico em portugues, como em 'ciencias do homem'.
terdiscurso', do teorico da analise de discurso francesa Michel Essa decisao segue um uso ja consolidado no ingles, fruto da ten-
Pecheux. Fairclough discule a configuragao de praticas discursivas dencia de 'democratizagao do discurso' que o autor discute no
e a relagao entre elas, em termos da 'ordem de discurso' (um con- Capitulo 7 desta obra. Adolaram-se o masculino e o feminino, em
ceito formulado inicialmente por Michel Foucault), que tanto substituigao ao feminino generico usado pelo autor. buscando t'a-
pode favorecer a reprodugao do sujeito social como a sua trans- cilitar a leitura, sem prejudicar a dimensao critica da obra.
formagao. A mudanga discursiva ocorre mediante a reconfiguragao
ou a mutagao dos elementos da ordem de discurso que aluam di- Izabel Magalhaes
rjamicamente na relagao entre as praticas discursivas. Ela pode es-
tender seus efeitos sobre os sujeilos e suas identidades, as relagoes
sociais e os sistemas de conhecimento e crenca. Num munclo de
grandes transform a goes como o nosso, essa e, sem sombra de dii-
vida, uma questao central.
E e ai que se encontra a principal contribuicao de Fairclough
para os leitores brasileiros: ate que pouto as transformagoes pro-
postas nos textos orais e escritos sao favoraveis aos cidadaos? Para
responder a essa questao, e preciso ter uma visao critica sobre o
papel da linguagem na organizacao e na manutengao da hegemonia
de determinados grupos sociais em detrimento de outros. Tais
blocos incluem nao apenas a classe social - como na visao de
Louis Althusser e Michel Pecheux -, mas tambem a etnia, o genero
social e mesmo a linguagem escrita, que, no senso comum ideolo-
gico, separa os individuos em letrados e analfabetos, valorizando
os primeiros. A manutengao desses blocos exige, em muitos casos,
o apelo a mudauca, a modernizagao superficial e a rearticulacao
das praticas socials conservadoras. Num pais em que a populacao e
com freqiiencia alvo de manipulacao por parte de grupos de poder,
couhecer o trabalho de Fairclough e uma necessidade.
Cabe esclarecer, porem, que o autor nao propoe solugoes fa-
ceis, principalmente porque o caminho da critica exige leitura, re-
flexao e desenvolvimento de uma consciencia sobre direitos e
deveres, que pode demandar profundas transformacoes na identi-
dade do 'eu' e do 'outro' e ainda na identidade nacional. Nesse
sentido, a transformacao das praticas sociais passa por uma Irans-
formagao das praticas lingiiisticas nos mais diversos domfnios.
Na tradugao, optou-se pelo uso do masculino e do feminino
(por exemplo, 'ele(a)') em siluagoes em que se usa normalmente o
Agradecimentos
O artigo de jornal a pagiua 139 foi reproduzido com permissao do
The Sun. Agradego Ji Eclitora da Universidade de Cambridge e ao
doutor S. Levinson a permissao para usar a figura a pagina 204, a
Universidade de Lancaster por ter permitido a reproduce do texto
as paginas 261-262 e a "MGN Limited", que autorizou a reprodu-
cjio do artigo a pagina 145-
Prefacio
A ideia de escrever este livro surgiu nas discussoes com um
grupo de colegas da Universidade de Lancaster sobre a analise de
discurso corao um metodo na pesquisa social, particularniente com
os sociologos Paul Bagguley, Scott Lash, Celia Lury e Mick
Dillon, do Departamento de Politica, e Susan Condor, do Depar-
tamento de Psicologia. Tanibem foram beueficos o apoio e o entu-
siasmo de colegas e alunos de Linguistica, priucipalmente Romy
Clark, Roz Ivanic, Hilary Janks, Stef Slembrouk. e Mary Talbot.
Mary Talbot tambem forneceu o exemplo de narrativa conversa-
cional do Capftulo 5. Agradego a Gunther Kress e John Thompson
por terem lido e comeutado uma versao anterior do livro. Final-
mente, live muito apoio e paciencia de Vonny, Simon e Matthew
durante o processo de produgao do livro.